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Metodologia de Avaliação de Sustentabilidade Organizacional

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EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
MÉTODO DE AVALIAÇÃO 
DOS INDICADORES DE 
SUSTENTABILIDADE 
ORGANIZACIONAL
QUALIDADE DE VIDA, MEIO 
AMBIENTE E ECONOMIA 
SUSTENTÁVEL
05
UNIDADE
Unidade 05. Método de Avaliação dos Indicadores de Sustentabilidade 
Organizacional
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EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
MÉTODO DE AVALIAÇÃO DOS INDICADORES DE 
SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL
 Conhecer os métodos de avaliação dos indicadores de 
sustentabilidade organizacional, reconhecendo sua aplicabili-
dade.
 Quando falamos de metodologias sempre ressalto a importân-
cia de tê-la, mas a sua manutenção, ou melhor a prática dessa meto-
dologia é ainda mais difícil e trabalhosa.
 A metodologia garante uma prática comprovada e passível de 
revisão e controle.
 A responsabilidade social das organizações de todos os seto-
res nasce de um contexto internacional em que temas como direitos 
humanos, direito do trabalho, meio ambiente e desenvolvimento sus-
tentável ganham vulto na discussão entre os países membros das Na-
ções Unidas, resultando em diretrizes que, de certa forma, orientam a 
formulação conceitual da disciplina de sustentabilidade e qualidade 
de vida. 
 As iniciativas são traduzidas em padrões, acordos, recomenda-
ções, códigos unilaterais e multilaterais que ajudam a compreender e 
a situar a responsabilidade como tema emergente para as organiza-
ções. Em linhas gerais, são documentos das Nações Unidas e seus or-
ganismos, como OIT e PNUD, que conferem o mínimo aceitável para 
as operações das empresas. 
 Podemos destacar entre os principais documentos internacio-
nais inspiradores:
•	 Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU;
•	 Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do 
Trabalho e seu Seguimento;
•	 Declaração Tripartite sobre Empresas Multinacionais da OIT;
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•	 Diretrizes para Empresas Multinacionais da OCDE;
•	 Declaração do Rio e Agenda 21, da ONU, que trata do meio am-
biente, desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza.
 Amplamente aceitos em todo o mundo, estes tratados diretrizes 
e instrumentos atingem diretamente a atividade empresarial e suas 
obrigações, atruibuindo às empresas responsabilidades na promoção 
e cumprimento de direitos. O mais importante desses documentos, a 
Declaração Universal dos Direitos Humanos, inclui em seu preâmbulo 
as empresas como atores legítimos para a plena realização dos direi-
tos humanos que se baseiam no ideário de liberdade, igualdade e fra-
ternidade, formulado no século XVIII, base para a Revolução Francesa.
 O trabalho também é alvo de preocupações das Nações Uni-
das, que preparou, por meio da OIT, a Declaração sobre os princípios 
e direitos fundamentais do trabalho e seu seguimento, a qual prevê 
princípios para as relações trabalhistas postuladas a seguir.
•	 Liberdade de organização e o direito a negociações coletivas. 
•	 Proibição de trabalho forçado (Convenções 29 e 105 da OIT). 
•	 Proibição	de	discriminação	no	trabalho	e	na	profissão	(Convenções	
100 e 111 da OIT) e as Convenções 87 e 98 complementadas pela 
Convenção 135da OIT.
 O desenvolvimento sustentável, atualmente discutido no pano-
rama da responsabilidade social, consagrou-se como preocupação 
universal das Nações Unidas a partir da Conferência sobre Meio Am-
biente, a Rio 92.
	 Desde	aquela	época,	intensificou-se	a	discussão	internacional	e	
aumentou o número de convenções sobre meio ambiente, as quais se 
somaram a outros acordos já existentes, entre os quais destacam-se:
•	 Diretivas da OCDE para Multinacionais (1976);
•	 Convenção de Viena para Proteção da Camada de Ozônio (1985);
•	 Cúpula da Terra, Rio de Janeiro (1992);
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•	 Diversidade Biológica (1992);
•	 Convenção Aarhus (1998), pela qual estabeleceu-se pela primeira 
vez uma relação entre os direitos humanos e os direitos ambientais.
•	 Convenção de Roterdã sobre o Consentimento Prévio Informado 
(PIC de 1998);
•	 Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (2000);
•	 Protocolo de Kyoto;
•	 Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes 
(POP de 2001);
•	 Relatório Stern (2006);
•	 Relatório IPCC (Painel Intergovernamental sobre mudanças Climá-
ticas); 
 A partir de todos esses documentos, espera-se que as organi-
zações assumam sua responsabilidade social, cumprindo, respeitando 
e promovendo as diretrizes construídas por meio de metodologias 
adequadas a cada realidade.
 Nesta perspectiva, descreve-se então uma metodologia de aná-
lise de sustentabilidade elaborado pela FDC – Fundação Dom Cabral. 
Este instrumento sintetiza a compreensão histórica e das tendências 
futuras (estado da arte) de articulação entre os conceitos e práticas 
sobre sustentabilidade, possibilitando, dessa maneira, o estabeleci-
mento de uma pauta para o encontro entre as premissas do movi-
mento pelo desenvolvimento sustentável e a função das organizações 
de promover qualidade de vida aos seus funcionários.
 ORIGEM DO INSTRUMENTO
 O Instrumento para Avaliação da Sustentabilidade e Governan-
ça Corporativa – Fundação Dom Cabral – FDC, é resultado de pesquisa 
realizada em 2006 pelo Centro de Referência em Gestão Responsável 
para a Sustentabilidade, da Fundação Dom Cabral, que congrega um 
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seleto grupo de grandes empresas brasileiras e multinacionais.
 Sua missão é desenvolver posturas de gestão para a sustentabi-
lidade, que agreguem ao país e ao mundo. 
 Para a elaboração deste instrumento, foram realizadas investi-
gações	teóricas	e	práticas,	compreendendo	pesquisas	bibliográficas	e	
participação	em	eventos	afins,	envolvendo	instituições	especializadas	
que estão desenvolvendo e adotando práticas referenciais de susten-
tabilidade e de governança corporativa, que apontam para a neces-
sidade de se adequar à função de governança pelo desenvolvimento 
sustentável.
 Conceitualmente, o modelo no qual vem se baseando as ini-
ciativas do Centro de Referência está pautado em uma tríade que 
compreende: Gestão Responsável para a Sustentabilidade – gestão 
das funções gerenciais com foco na sustentabilidade; Organizações 
Conscientes – percepção orgânica e humanamente consciente da rea-
lidade viva das organizações – e Pensamento Biossistêmico – exercício 
da	percepção,	reflexão	e	elaboração	de	atitudes	e	ações,	pautadas	no	
reconhecimento de princípios naturais.
 Vale aqui ressaltar um pensando aristotélico que diz: “Nós so-
mos o que fazemos repetidas vezes. Portanto, a excelência não é 
um ato, mas um hábito”.
 Para compreensão da metodologia, utilizou-se o “Pensamento 
Biosistêmico”	que	 identifica	a	dinâmica	vital	presente	nas	organiza-
ções em suas interações internas e externas. Essa lógica é represen-
tada simbolicamente pelo biograma que, em seu primeiro nível de 
complexidade, descreve a relação mútua de contenção de organis-
mos menores em outros maiores e vice-versa. 
 Voltado para as empresas em ge-
ral, o biograma tema forma de círculos, 
expressando dimensões de organismos 
do mais central para o mais abrangen-
te, na seguinte ordem: 
 Tratando se do biograma orien-
tado para a sustentabilidade e gover-
nança corporativa, a ordenação dos 
organismos em círculos assume a con-
figuração:
INDIVÍDUO
ORGANIZAÇÃO
MERCADO
SOCIEDADE
PLANETA
fig.01
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 OBJETIVO DO INSTRUMENTO
	 O	instrumento	tem	por	finalidade	aferir	o	grau	de	sofisticação	
da SGC, que está sendo praticado na organização, permitindo, com 
essa informação, melhor posicionamento estratégico da Empresa 
com relação ao tema, no sentido de promover a sua longevidade dos 
mercados,sociedade e recursos naturais envolvidos.
 CONTEÚDO DO INSTRUMENTO
 O instrumento está estruturado com base no biograma da SGC. 
Para cada organismo há uma série de perguntas abordando itens que 
intensificam	o	grau	de	permeabilidade	da	 função	de	governança	à	
sustentabilidade, que devem ser avaliados dentro de uma escala que 
vai de 0 a 4.
 
 PASSO A PASSO DO INSTRUMENTO
 Para se responder ao questionário do IASGC, deve se eleger um 
ou	mais	profissionais	especializados	nos	temas	em	questão	e	do	nível	
estratégico.
fig.02
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 Uma vez respondidas as questões, analisar as respostas e iden-
tificar	as	principais	lacunas	quanto	adequação	ao	tema.	Dependendo	
da realidade da empresa, planejar as ações de adequação da função 
que vão ao encontro dos interesses da organização e das partes inte-
ressadas diretamente envolvidas, dentro de um enfoque estratégico.
 OS RESULTADOS
 Os resultados que podem ser associados diretamente com a 
utilização deste instrumento são:
•	 Promoção da longevidade do empreendimento;
•	 Adequação da estrutura de poder aos preceitos da sustentabilida-
de;
•	 Possibilidade de a organização se tornar referência no tema. 
 Uma organização pode se tornar referência em algum aspecto 
apresentado no instrumento, por meio do reconhecimento formal, 
como também alavancar recursos para seus projetos e melhorar sua 
performance	financeira	e	social.
 Você deve acessar www.fdc.org.br. Dessa forma, conhecerá prá-
ticas de empresas renomadas que utilizaram o instrumento descrito 
nesta aula.
 Apesar da proliferação de inúmeras iniciativas que emanam de 
organismos e organizações de natureza muito diversa, as ferramentas 
de gestão de responsabilidade social contribuem e visam atender aos 
pilares clássicos do desenvolvimento sustentável.
 A principal distinção entre as ferramentas/instrumentos de ges-
tão apresentadas diz respeito ao grau de adesão, de comprometi-
mento e de profundidade das organizações (de todos os setores) em 
relação à sustentabilidade.
 Embora essas ferramentas tenham o mesmo objetivo de avan-
çar no tema, seus processos de aplicação são bem distintos, diferindo 
no grau de abrangência e complexidade com que tratam a questão. 
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 Algumas ferramentas são bastante acessíveis e de aplicação 
simples, permitindo até adaptações por parte das organizações que 
as adotam, dependendo de seus objetivos e características particula-
res.
 Um simples questionário ou guia pedagógico, por exemplo, 
pode ser um instrumento de informação que não visa alterar o modo 
de gestão da organização de imediato, mas atende a uma política de 
sensibilização na matéria e ocupa o lugar de “primeira etapa”. 
 A abordagem via questionário procura, sobretudo:
•	 Ajudar a organização a sensibilizar-se fazendo boas questões;
•	 Visualizar onde ela se situa nos diferentes estágios da evolução 
sustentável,	identificando	suas	lacunas	e	seus	pontos	fortes;
•	 Construir uma base para uma sequência de operações de acompa-
nhamento interno e externo e, ainda, formar um banco de dados 
que prevê uma divulgação de suas práticas e atendimento à mídia.
 
 Os guias pedagógicos que acompanham o questionário são fer-
ramentas que trazem um autoaprendizado estruturado das práticas e 
dos indicadores de sustentabilidade.
 A lógica dos instrumentos normativos de cada organização 
deve responder a diversos critérios estabelecidos e publicados.
 A auditoria externa, por acompanhar a organização nas diferen-
tes fases de instauração, é sem dúvidas uma opção mais exaustiva e 
mais dispendiosas, mas apresenta, dentre outras vantagens, um olhar 
objetivo sobre a situação. 
 Dessa forma, possibilita o acompanhamento de atendimento 
das metas estabelecidas nas políticas de gestão da sustentabilidade e 
meio ambiente.
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 LISTA DE IMAGENS
Fig.01: Autoral.
Fig.02: Autoral.
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Portal Fundação Dom Cabral. Disponível em: <http://www.fdc.org.br/
Paginas/default.aspx>. Acesso em: 10/08/2015.
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