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Fontes, Princípios, Organização da Justiça do Trabalho

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Fontes, Princípios e Organização da Justiça do Trabalho 
Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente 
 
Fontes do Direito Processual do Trabalho 
FONTES MATERIAIS 
Consistem no momento pré-jurídico, são os acontecimentos, os fatos reais, de ordem 
social, econômica ou psicológica, os quais inspiram o Legislador a editar a norma. 
EX.: Pandemia – trouxe um grande impacto no direito, houveram várias mudanças de leis 
(MP 927 e 932), greves dos trabalhadores resultaram na limitação de jornada, desastres 
como Brumadinho e o próprio direito material, crise econômica, etc. 
OBS.: O direito ainda tem formação, sob influência dos componentes sociais: Economia, 
religião, moral, costumes, ética, pressão popular. 
 
FONTES FORMAIS 
A) Constituição Federal: trata-se de uma norma fundamental que extrai seus efeitos para 
as demais leis. A base está na CF. 
B) Leis: 
▪ CLT: artigos 643 a 910, que tratam das normas de direito processual do trabalho; 
▪ Posteriormente, as leis que regulam determinados assuntos e microsistemas: 
 
- Lei n° 5.584/70 – procedimento sumário etc.; 
- Lei n° 7.347/85 – Ação Civil Pública; 
- Lei n° 8.078/90 (CDC) – coisa julgada, ação coletiva, responsabilidade de sócios; 
- Lei n° 6.830/80 – execução fiscal, aplicação subsidiária em primeiro lugar na execução 
trabalhista nos termos do artigo 889 da CLT. No tocante a ordem de bens à penhora, o 
artigo 882 da CLT determina a aplicação do 655 do CPC; 
- CPC – aplicado subsidiariamente ao processo do trabalho, nos termos do artigo 769 da 
CLT. 
c) Regimentos internos dos Tribunais: regulamenta a sustentação oral, por exemplo. 
d) Instruções Normativas (IN 39 e 41, do TST); 
e) Tratados Internacionais: Brasil deve ser signatário do tratado. 
f) Jurisprudência: apesar do nosso sistema ser Civil Law, cada vez mais o Common Law se 
aproxima, pois as jurisprudências passam cada vez mais a serem importantes para o 
operador do Direito. A jurisprudência interpreta a lei; adequa à realidade sócio-temporal, 
orientando sua aplicação às necessidades sociais existentes em dado momento. Ganhou 
destaque com o NCPC com a valorização do precedente, especialmente súmulas e OJ 
(orientações jurisprudenciais). 
Fontes, Princípios e Organização da Justiça do Trabalho 
Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente 
g) Costumes: os costumes podem ser fonte material e também fonte formal. Exemplos: 
apresentação de defesa escrita em audiência, protestos anti-preclusivos, cisão da 
audiência; 
h) Princípios: deixa de servir apenas para complementar lacunas, tendo força normativa 
e diretiva, ocupando papel principal na solução do caso concreto. 
 
Princípios do Direito Processual do Trabalho 
Os princípios possuem três funções 
✓ informativa: trata-se de uma carta de recomendação, é 
destinada ao legislador, inspirando-o na atividade legislativa na 
criação de leis sempre levando em consideração os princípios; 
✓ interpretativa: é destinada ao aplicador do direito para 
compreensão de determinadas normas e seu alcance. 
✓ função normativa: é a eficácia normativa dos princípios 
equiparando-os à Lei, os princípios estão positivados no sistema 
jurídico. 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
✓ Inafastabilidade da jurisdição – art.5, inciso 35, se você sofrer uma lesão ao 
direito ou ameaça de lesão de direito, existe o judiciário para socorrer, dessa 
forma, não é possível fazer justiça com as próprias mãos. O juiz ao receber uma 
reclamação deve responder; 
✓ Contraditório, ampla defesa e devido processo legal; 
✓ Motivação das decisões judiciais – as decisões devem ser fundamentadas; 
✓ Igualdade – trata-se do princípio da isonomia, em que deve ser tratado os 
iguais igualmente e os desiguais na medida de suas desigualdades – dentro do 
processo do trabalho o trabalhador é hipossuficiente, não conseguindo 
competir de modo igual contra uma empresa. Mas, este princípio não pode ser 
uma muleta para tudo, dentro de um processo é necessário ter fundamentos 
jurídicos e provas; 
✓ Celeridade e efetividade processual – não existe celeridade sem efetividade, 
celeridade é vista de formas diferentes entre as partes envolvidas no processo, 
o processo tem seu período de amadurecimento, não adianta o juiz eliminar 
etapas apenas devido a celeridade. Mas além de ser rápido o processo deve 
ser efetivo ou seja trazer a verdade real ; 
✓ Razoável duração do processo – consagrada no art. 5, a duração do processo 
deve ser proporcional. 
✓ Imparcialidade do juiz; 
✓ Duplo grau de jurisdição – a doutrina diz que é um princípio implícito, existe a 
possibilidade de uma sentença ser recorrida no TRT e posteriormente no TST (são 
órgãos colegiados - formados por turmas). Não é regra absoluta, em alguns 
procedimentos é vedado recurso; 
 
PRINCÍPIOS NCPC - NORMAS FUNDAMENTAIS – ARTIGOS 1º A 12: 
✓ Artigo 2º: dispositivo ou inércia da jurisdição 
A jurisdição está a disposição, mas é necessário que ela seja iniciada pela parte 
lesada, o juiz não pode dar início ao processo – é necessário que seja 
provocado; 
 
Fontes, Princípios e Organização da Justiça do Trabalho 
Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente 
✓ Artigo 3°: direito de ação (artigo 5°, inciso XXXV, da CF) 
O exercício de um direito lesado é feito pelo direito de ação. 
Permitida a conciliação, a mediação e a arbitragem para a solução 
consensual dos conflitos (modelo multiportas de solução de litígios); 
 
✓ Artigo 4°: celeridade e adequada resolução dos conflitos (artigo 5°, inciso 
LXXXVIII, da CF) 
A celeridade vem acompanhada dá adequada solução do conflito. O 
processo precisa ser rápido quando puder e efetivo. 
 
✓ Artigo 5°: princípio da boa-fé 
Com este princípio almeja-se que o indivíduo haja com base nas boas regras, 
não se deve agir ao contrário do desejado. Por exemplo, não produzir uma 
prova desnecessária. A litigância de má-fé é uma punição existente para 
aquele que age de má-fé. 
 
✓ Artigo 6°: princípio da cooperação para atingir decisão de mérito justa e 
efetiva; 
Somado a boa-fé, deve haver a cooperação das partes na busca da verdade 
real para atingir uma decisão de mérito justa e efetiva. 
Será realizado um negócio jurídico processual em prol da decisão justa. 
 
✓ Artigo 7° e 9°: contraditório efetivo e substancial; 
Contraditório é fundamental para o processo, para que as partes tenham 
oportunidade dentro do processo de se manifestar. 
 
✓ Artigo 8°: caráter sociológico e teleológico da decisão judicial, com promoção 
da dignidade humana – proporcionalidade, razoabilidade, legalidade, 
publicidade e eficiência; 
Trata-se de um manual de procedimentos do juiz, este deve analisar aspectos 
sociais e também a finalidade da decisão judicial. Ademais, deve promover o 
princípio da dignidade da pessoa humana, além de agir com base na 
proporcionalidade, razoabilidade e legalidade. Além disso, seus atos devem 
ser públicos e eficientes. 
 
✓ Artigo 10: desdobramento do contraditório efetivo. 
 Vedado ao juiz decidir com base em fundamento não cogitado no processo; 
Por exemplo, em uma reclamação trabalhista a parte adversária é notificada, 
apresenta contestação, ocorre audiência e a sentença. Juiz julgou pela prescrição, 
mas o autor e o réu em momento algum alegaram isso. Apesar de ser uma matéria 
de ordem publica, o Juiz é obrigado a se pronunciar apenas se as partes alegarem. 
Neste caso concreto, houve a não homologação de um acordo extrajudicial que 
interrompe a prescrição. Então se foi demitido em 20 de fevereiro de 2020, se ele 
entrou com a ação dia 7 de março de 2022, o juiz está correto em dar a prescrição, 
mas ele não se lembrou do acordo extrajudicial. Na prática, o reclamante entrará 
com recurso explicando a situação, o Tribunal vai anular a decisão do juiz. 
Neste caso, o juiz na hora da sentença deveria ter ouvido o autor e o réu a respeito 
da prescrição, para evitar esta questão. 
 
✓ Artigo 11: publicidade (artigo 93, inciso IX, da CF); 
 
✓ Artigo 12:decisões deverão ser proferidas conforme a ordem cronológica de 
conclusão. Por exemplo, eu sou advogada e amiga do escrevente, peço para 
Fontes, Princípios e Organização da Justiça do Trabalho 
Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente 
passar meu processo na frente, além disso existiam juízes que corriam de processo, 
não desejavam julgar certos processos. O CPC colocou um fim nisso estabelecendo 
uma ordem cronológica de julgamento dos processos. 
 
 OUTROS PRINCÍPIOS: 
✓ Impulso oficial – ligado com o princípio da inércia da jurisdição, assim 
que a jurisdição é iniciada, tem que correr por impulso oficial – processo 
caminha naturalmente; 
 
✓ Instrumentalidade – o processo tem que ser um meio para atingir a 
solução da lide (um fim). O juiz deve dar a máxima eficiência aos atos do 
processo. 
 
Por exemplo, após a realização da audiência, foi juntado um novo 
documento (empregado postou nas redes socias denegrindo a imagem 
da empresa). O processo agora parte para a sentença, ignorando o 
documento, isto gera uma nulidade. O juiz neste caso deveria ter 
praticado a conversão do julgamento em diligência - não dá a 
sentença e escuta a parte a respeito do documento. Caso o documento 
tivesse sido juntado antes da audiência e ninguém observou o 
documento. Assim, a audiência ocorreu normalmente. Ocorrerá o 
mesmo procedimento. 
 
Deve seguir o sistema processual em favor da solução de mérito, 
ademais deve aproveitar os atos já praticados no processo respeitando 
o sistema processual; 
 
✓ Impugnação especificada – relacionado com o direito de defesa, ao 
afirmar que o processo deve respeitar o contraditório, este é um direito e 
também um ônus (dever). 
Caso não seja apresentada a contestação, ocorre a revelia. 
Não pode ocorrer a defesa por negativa na contestação. O sistema 
processual é construído com base na seguinte lógica: quando o autor 
entra com uma ação, ele delimita quais são os pontos que irá tratar no 
processo, o réu não pode fazer uma defesa por negativa geral (negar 
tudo). Esta defesa por negativa geral é considerado como revelia, como 
se não tivesse feito defesa (ausência de contestação); 
Apenas é permitido se o réu estiver em lugar incerto ou citado por edital, 
neste caso é nomeado um advogado da defensoria pública que fará a 
defesa por negativa geral. 
Caso não haja a defesa de algum ponto, entende-se que é fato 
incontroverso, assim julgado procedente. 
 
✓ Eventualidade – é um subprincípio do principio anterior que dá ao réu a 
possibilidade de dar teses alternativas de defesa. Dessa forma, entende-
se que deve se esgotar todas as possibilidades de defesa, inclusive 
fazendo pedidos alternativos. Caso o juiz não acolher a defesa principal, 
que acolha a defesa alternativa. 
 
✓ Estabilidade da lide – o autor ao fazer os pedidos, deve delimitar os limites 
objetivos e subjetivos da lide. No momento em que o réu e citado ocorre 
a estabilidade da lide (tenho conhecimento das partes do processo, a 
causa de pedir e o pedido). 
 
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Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente 
✓ “Perpetuatio jurisdictionis” – este princípio é importante para eu não haja 
escolha de juiz. Quando o autor distribuir a petição inicial 
automaticamente será distribuído para um juiz. O juiz se torna prevento 
– ou seja, deverá julgar as questões a respeito daquela lide. 
✓ Primazia da decisão de mérito – juiz deve priorizar proferir sentença de 
mérito. 
 
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS TRABALHISTAS 
✓ Jus postulandi: estabelece quem pode propor uma ação, na justiça do trabalho 
o empregado e o empregador podem atuar sem necessidade de advogado 
(artigo 791 da CLT), no dissídio individual e no coletivo, perante a Vara do Trabalho 
e TRT; 
➔ Exceções: Homologação de acordo extrajudicial e Súmula 425 do TST: 
Ações Cautelares; Mandados de segurança; Ação rescisória; Recursos 
de competência do TST; 
 
• Súmula 425 do TST: JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE. Res. 
165/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010 
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do 
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, 
a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do 
Tribunal Superior do Trabalho. 
 
 
✓ Oralidade: audiência, reclamação verbal, defesa oral em 20 minutos (artigo 
847 da CLT), razões finais orais em 10 minutos (artigo 850 da CLT), até mesmo a 
petição inicial pode ser oral – um trabalhador vai até a justiça do trabalho e lá 
irão redigir. 
 
✓ Princípio da Proteção: Visa colocar as partes em patamar de igualdade, ao dar 
tratamento mais protetivo ao empregado, devido a disparidade entre as partes. 
Ex. Inversão do ônus da prova (por exemplo, em caso de hora extra), isenção de 
custas e do depósito recursal, AJG, execução de ofício (até a reforma trabalhista 
– execução era iniciada pelo juiz, hoje há controvérsias – para parte da doutrina 
essa possibilidade não existe sendo que a execução deve ser iniciada pelo 
trabalhador, sob pena de prescrição intercorrente); 
 
✓ Informalidade (observação da Profa. Vólia) 
Foi abalado pela reforma trabalhista. De acordo com a Vólia, o Processo do 
Trabalho era o carioca de chinelo e o Processo Civil vivia de smoking. Agora 
ambos estão de terno, mas o Processo do Trabalho de terno sem marca e o 
Processo Civil de Armani; 
Hoje o processo do trabalho é formal e não informal. 
 
 
✓ Conciliação: artigos 846 e 850 da CLT (vide artigo 334 do NCPC).Trata-se de um 
princípio muito importante e desejável em qualquer fase do processo.A 
tentativa de conciliação no processo do trabalho é obrigatória em 02 
momentos: 
1) na abertura da audiência (art. 846 CLT); 
2) após o término da instrução e razões finais pelas partes (art. 850 CLT). 
Gera nulidade no processo, caso não tenha tentativa de conciliação 
)nenhuma vez 
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Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente 
A ausência da primeira tentativa (na abertura), não gera nulidade se suprida pela 
segunda (no término da instrução). 
 
ATENÇÃO AO PRINCÍPIO ABAIXO – CAI NA PROVA 
➔ Irrecorribilidade das decisões interlocutórias: Artigo 893, parágrafo 1°, da CLT, 
artigo 203, par. 2°, do NCPC, e Súmula 214 do TST. 
 
Primeiramente, é imprescindível definir o que é uma decisão interlocutória. Este 
tipo de decisão trata-se de todo procedimento judicial de natureza decisória 
durante o processo, a qual não necessariamente colocam fim ao processo – 
não julga sobre o mérito (em suma, trata-se da decisão que não é sentença e 
que não extingue a execução). 
 Estas decisões abordam a respeito de algum incidente do processo, o qual irá 
impactar posteriormente no momento em que juiz dará sentença. 
 
Este princípio preconiza que não cabe recurso nas decisões interlocutórias. 
 
O art. 1015 do CPC apresenta um rol de decisões passíveis de recurso por meio 
de agravo de instrumento. Mas, no caso de processo do trabalho, as decisões 
interlocutórias não são passíveis de recurso, sendo que o art. 1015 não se 
aplica. 
 
Mas, ressalta- se que não cabe recurso imediatamente!!!!!!!!!!! 
 
Na prática, quando juiz profere uma decisão interlocutória, o advogado não 
pode recorrer de modo imediato, sendo que somente poderá recorrer essa 
decisão interlocutória quando houver decisão definitiva. 
 
➔ Em suma: as decisões interlocutórias (ato pelo qual o juiz decide questões 
incidentais sem colocar fim ao processo) não são recorríveis de imediato, 
sendo somente permitida sua apreciação no recurso da decisão 
definitiva - SENTENÇA. 
 
 
Exemplos de decisões interlocutórias: 
 
1 – TUTELA DE URGÊNCIA: antecipa efeitos da tutela devido urgência, se o juiz a 
indefere ele está dando uma decisão interlocutória. 
2 – JUNTADA DE DOCUMENNTO – quando indefere. 
3 – AUDIÊNCIA. 
 
Por exemplo, temos uma reclamação trabalhista que diz respeito a umaempregada gestante que deseja ser reintegrada no emprego. 
1. FOI SOLICITADO UMA TUTELA DE URGÊNCIA – PARA QUE ELA FOSSE 
IMEDIATAMENTE REINTEGRADA AO CARGO. O juiz indefere a tutela por 
decisão interlocutória. 
 
Assim, apresenta-se contestação e ocorre a audiência. 
 
2. Nessa audiência, a parte autora convida uma testemunha X. Mas, X foi 
funcionário da empresa e tem uma ação trabalhista contra essa mesma 
empresa. 
Fontes, Princípios e Organização da Justiça do Trabalho 
Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente 
O advogado da empresa apresenta a “contradita”. O juiz dá uma 
decisão interlocutória que acolhe a contradita e dessa forma, não 
escuta a testemunha. 
3. Após audiência, a autora juntou um documento novo. O juiz indefere a 
juntada da prova por meio de uma decisão interlocutória. 
Juiz dá a sentença. Todas as decisões acima (em regra) não cabem recurso imediatamente, 
mas após a sentença pode ser feito um recurso ordinário em que será impugnado tais 
decisões interlocutórias. O juiz caso acolha, deverá ser dada uma nova sentença. 
 
Estabelecido tal exemplo acima, far-se-á necessário o estudo das particularidades de cada 
de cada decisão interlocutória (urgência, comum, etc). 
Em caso de uma natureza urgente, não é possível esperar que ocorra a sentença para 
impugnar a decisão interlocutória. 
Em casos assim é possível utilizar o mandado de segurança (ação independente), em que é 
solicitado uma liminar para reverter a decisão interlocutória. 
Diante da situação da audiência, sabe-se que esta é resumida por uma ata. As decisões 
interlocutórias ocorridas em audiências precisam constar nesta ata (advogado pode solicitar 
– protesto contra a decisão e registro na ata), será realizado o chamado “protesto anti 
preculusivo”. Isto permite que a decisão interlocutória seja impugnada posteriormente, haja 
vista que ela constará na ata. 
Em resumo, as decisões interlocutórias não são passíveis de recurso. O momento do recurso 
ordinário é apenas depois da sentença de mérito. Se tiver cunho de urgência pode utilizar o 
mandado de segurança. Se for em audiência deve ser feito o protesto anti preclusivo. Em 
decisão comuns basta impugnar na hora do recurso. 
Tribunal anula sentença, é corrigida a questão abordada pelo recurso ordinário e será 
proferida nova sentença pelo juiz. 
 
• EXCEÇÕES – NA PROVA NÃO SERÁ EXIGIDA ESSA SÚMULA. 
Súmula nº 214 do TST 
• DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE (nova redação) - Res. 127/2005, 
DJ 14, 15 e 16.03.2005 
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias 
não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal 
Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal 
Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo 
Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos 
autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, 
consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT. 
Há exceções: O TST, através da Súmula n° 214, excepciona tal princípio ao autorizar recurso 
imediato contra decisão interlocutória nas seguintes hipóteses: 
• a) De decisão interlocutória do TRT contra súmula ou OJ do TST (decisão 
monocrática – Rec) - COLEGIADO; 
• b) De decisão interlocutória suscetível de impugnação mediante recurso para 
o mesmo Tribunal (1021, CPC – Ag Interno e; TRT 
• c) De decisão interlocutória que acolhe a exceção de incompetência territorial 
com a remessa dos autos para TRT diverso ao qual o juiz excepcionado está 
vinculado. 
Em decorrência de tal princípio não cabe agravo de instrumento como ocorre na 
Justiça Comum. ESQUEÇAM O ART. 1015 DO CPC!! 
Fontes, Princípios e Organização da Justiça do Trabalho 
Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente 
 
✓ Busca da verdade real: artigo 765 da CLT. JUIZ SE BASEIA NAS PROVAS E NA 
VERDADE REAL. Dispõe que o Juiz tem ampla liberdade na direção do processo 
para andamento célere da ação, podendo determinar qualquer diligência 
necessária para o esclarecimento da lide, independentemente de 
requerimento das partes. Juiz precisa ter certeza para ser justo. 
Art. 765 - Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e 
velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária 
ao esclarecimento delas. 
 
Eficácia da lei processual no tempo e no espaço 
• A eficácia da lei processual no tempo leva-se consideração que o “Tempus regit 
actum”. Vale a lei vigente no momento da realização do ato. Por exemplo, em 
2017 ocorreu a reforma trabalhista, foi alterada a contagem de prazo de dias 
corridos em dias úteis. Se um processo começou em 2016, hoje o que vale na 
contagem do prazo é o novo regramento. Vale a lei processual do momento. 
A lei processual tem eficácia imediata, aplicando-se aos atos processuais ainda 
não praticados ou não consumados sob a vigência da lei antiga. 
• Prevalece também a irretroatividade da lei. 
• Tem previsão legal nos artigos 912 e 915 da CLT e artigo 1.046 do NCPC. 
• Aplica-se a lei processual brasileira em todo território nacional (principio 
da territorialidade), independentemente de ser a pessoa nacional ou 
estrangeira (autor e réu). 
 
Organização da Justiça do Trabalho 
A Justiça do Trabalho pertence a Justiça Federal. Dessa forma, a sua organização não 
é por Estados e sim por regiões. 
O juiz do trabalho não é chamado de juiz de direito e sim de juiz federal de trabalho. 
Todos os municípios estão atendidas pela justiça do trabalho, mesmo que não haja 
um prédio da justiça do trabalho na localidade. 
Os órgãos da JT se espalham por todo o território nacional, com a existência de 24 
Tribunais Regionais do Trabalho e diversas Varas do Trabalho. Os Tribunais têm sido 
criados por regiões e não por Estados, como ocorre na Justiça Comum Estadual. São 24 
Regiões, na maioria coincidentes com o espaço geográfico atinente à unidade 
federada em questão, uma para cada Estado, salvo exceções de alguns. 
Portanto, não há um TRT para cada Estado (não há vinculação geográfica). No Brasil, 
cada Estado tem o seu TJ, mas na justiça federal não é assim que funciona (temos 5 
TRFs). 
No 1° grau de jurisdição (primeira instância) da JT não existem órgãos ou Varas 
especializadas, como ocorre na Justiça Comum (Família, Sucessões, Criminal, Cível, 
Fazenda Pública etc.). Todas as Varas do Trabalho julgam as mesmas matérias. Isso 
porque a JT já é uma Justiça Especializada. 
 
 
 
Fontes, Princípios e Organização da Justiça do Trabalho 
Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente 
 
• Existem hoje 24 TRTs. 
➔ TRTs que não se limitam à divisão territorial de Estado: 8ª Região (Pará 
e Amapá), 10ª Região (Distrito Federal e Tocantins), 11ª Região 
(Amazonas e Roraima), 14ª Região (Rondônia e Acre). 
➔ O Estado de São Paulo é dividido em duas regiões, o TRT da 2ª 
Região (São Paulo, Grande São Paulo e grande parte do litoral da 
Baixada Santista) e o TRT da 15ª Região, sede em Campinas, com 
competência para atuação no restante do Estado. 
 
Os Tribunais Regionais do Trabalho, criados por Regiões, nos termos do artigo 115 da CF, 
compõem-se de: 
➔ no mínimo, sete juízes (chamar de desembargador), recrutados, quando 
possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República 
dentre brasileiros, com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos. 
A ampliação varia de acordo com a necessidade. 
➔ Deve ser da mesma região (more na região do TRT); Será nomeado pelo 
Presidente da República; Deve ser brasileiro; Ter entre 30 a 65 anos de 
idade para ser nomeado. 
➔ Sete juízes é o número mínimo, baseado em dois fatores: população e 
quantidade de processos. Mas, precisa ser um número ímpar. Em relação 
à fixação do número de juízes no TRT, a EC 45/04 fixou no inciso XIII do art. 
93 CF que o número de juízes na Unidade Jurisdicional será proporcionalà efetiva demanda judicial e a respectiva população. 
➔ Apesar de na Constituição Federal constar que os TRTs serão compostos 
por juízes, os TRTs através de normatização interna, têm adotado a 
denominação de Desembargador Federal do Trabalho para o cargo de 
juiz de segundo grau, ou seja, dos Tribunais Regionais do Trabalho. 
 
Quinto constitucional: 20% dos membros devem ser advogados e membros do MP, é 
uma forma de dar outras formas de pensar ao tribunal. 
 O art. 115, I, do respectivo artigo prevê que 1/5 (um quinto) dos componentes do TRT 
devem ser advogados e membros do Ministério Público do Trabalho. Assim, todo TRT 
será composto por 20% de advogados e membros do MP. 
Fontes, Princípios e Organização da Justiça do Trabalho 
Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente 
 
Tribunal Superior do Trabalho (TST) 
Sede na Capital Federal e jurisdição em todo território nacional. 
Composto por 27 Ministros (Artigo 111-A da CF) – este número é fixo. 
A nomeação dos ministros é feita pelo Presidente da República após aprovação pelo 
Senado Federal. O inciso I deste artigo impõe que 1/5 (um quinto) dos Ministros do TST 
deverão ser advogados e membros do Ministério Público do Trabalho. 
➔ Critérios para nomeação: deve ser realizada pelo presidente da república, 
mas deve ser aprovado pelo Senado Federal. 
Os demais membros serão Juízes (ou Desembargadores) dos Tribunais Regionais do 
Trabalho, oriundos da Magistratura da carreira, indicados pelo próprio TST. 
Assim, em suma, possui 27 membros, compostos por: 03 advogados, 03 membros do 
ministério público do trabalho e 21 desembargadores dos TRTs. 
 
O TST tem a seguinte formação: 
• PLENO – composto por 27 Ministros (órgão máximo dentro do TST, a matéria 
deve ser de grande repercussão e de muito conflito); 
• ÓRGÃO ESPECIAL – composta por 14 Ministros (utilizado se persistir divergências 
nas seções); 
• SDC - seção de dissídio coletivo – composta por 09 Ministros; 
• SBDI-I – subseção de dissídio individual – composta por 14 Ministros; 
• SBDI-II – composta por 10 Ministros (se houver divergências entre as turmas será 
analisado pela SDC e SBDI) ; 
• TURMAS - 08 (oito) TURMAS compostas por 03 Ministros cada uma – 24 MINISTROS 
(as turmas são responsáveis por julgar grande parte dos casos – DENTRO DO TST 
OS TRÊS MINISTROS QUE ESTÃO FORA TEM FUNÇÃO ADMINISTRATIVA, LOGO NÃO 
PARTICIPAM DAS TURMAS E TAMBÉM ANALISAM A ADMISSIBILIDADE DOS 
RECURSOS). 
 
E se não existir VT (vara trabalhista) na localidade? 
• As reclamações serão propostas perante a Justiça Estadual (juiz de direito 
realiza as funções do juiz do trabalho. Em sede de 2° grau de jurisdição a 
apreciação competirá ao TRT da região abrangida; 
• Art. 654, CLT: Ingresso de juízes 
• As Varas possuem uma Secretaria e não cartório. Outrossim, o responsável pela 
Secretaria é o Diretor de Secretaria e não escrivão. 
Juízes de Direito investidos na competência trabalhista 
• Na ausência de Vara do Trabalho, a competência será exercida pelo Juiz de 
Direito local (Juiz Estadual). 
• O STJ na Súmula 10 entende que instalada a Vara do Trabalho, cessa a 
competência do Juiz de Direito em matéria trabalhista (a partir do momento 
que cria-se uma VT, o juiz de direito se torna incompetente para julgar e seus 
atos a partir de então serão nulos), inclusive para a execução das sentenças 
por estes proferidas (MESMO EM FASE DE EXECUÇÃO). A CLT dispõe sobre o 
tema nos artigos 668 e 669. 
Fontes, Princípios e Organização da Justiça do Trabalho 
Brendha Ariadne Cruz – 5ºTermo – Toledo Prudente 
A competência do Juiz de Direito é a mesma da vara, sendo que se houver mais de um 
Juiz de Direito, a competência será determinada por distribuição ou pela divisão 
judiciária local, conforme a lei da organização respectiva. 
 
Fluxograma de organização da estrutura judiciária 
*** o juiz profere uma sentença, quando a parte recorre por recurso ordinário o processo 
vai para o TRT (sendo proferido um acórdão). Posteriormente, pode ser feito o recurso 
de revista, sendo encaminhado ao TST. 
Na primeira e segunda instância há liberdade de produção de provas, para debater a 
questão fática. 
Existe uma falsa ideia de que o TST é a terceira instância e o STF a quarta instância. Mas, 
essa liberdade de análise fática não existe mais. O TST não faz o re-julgamento. Tem 
função de unificar jurisprudência (pacificar entendimentos) e realizar a última 
interpretação sobre institutos. 
→ Súmula 7 do STJ – não tem condão de reanalisar matéria fática. 
Para que um caso seja julgado pelo TST é necessário que ele tenha repercussão 
(transcendência do caso – o seu julgamento ultrapassa as partes e dá efeitos a outras 
pessoas),

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