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Brucella - Bacteriologia

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Brucella
Características gerais:
• É um cocobacilo arredondados e cilíndricos; 
• Gram (-); 
• coram se de rosa; 
• Possuem um arranjo diferenciado;
• Colônias pequenas com tom esbranquiçado; 
• Não formam esporos;
• Não são hemolíticas; 
• São imóveis; 
• Não possuem cápsulas; 
• Tem esse nome, por conta do nome • David Bruce (descobriu a brucela);
Brucellose: acomete a maioria dos animais domésticos, em ênfase os bovinos e alguns silvestres, são considerados patógenos principais e estão presentes principalmente em infecções reprodutivas nos animais, gerando baixa produção leiteira e diminuição do índice de fertilidade, já em humanos ocorre infecções sitêmicas, na mulher pode levar até o aborto, neste caso entra questões econômicas que são consideráveis significantes, uma vez que só caem. Também é uma zoonose.
A grande maioria dos animais domésticos são afetados pelas cinco primeiras espécies descritas a seguir:
A Brucella melitensis, é considerada a mais patogênica nos homens, não tem no Brasil. No homem causa febre ondulante (são picos de febre, com sudorese intensa), também apresenta a doença de Bang, febre de Gibraltar, febre do mediterrâneo e febre de malta. 
· B. melitensis: mais patogênica no homem, principal fonte de infecção é a carne crua e o leite cru, principalmente vindo de caprinos no mediterrâneo, seguida da B.suis (não tem no Brasil) segunda mais patogênica,
· B.abortus (única que tem vacina), depois B.canis. O auxílio de parto sem EPI, também é considerada uma fonte de infecção. 
A Brucella também são parasitas intracelulares facultativos, que possuem lipopolissacarídeos (LPS-constituintes) da parede celular são os antígenos imunodominantes, estes variam de acordo com a espécie. Os LPS, se localizam na membrana externa, tem como função proteção cruzada na vacina.
Tipos de Brucella:
Brucellas lisas: são Gram+, além do lipídeo A, tem cadeia “O” completa > imunopatogênica > sorologia positiva (B19). Na Brucella lisa não tem como comprovar se um animal foi vacinado ou não, logo este é considerado infectado. Os animais infectados são diferentes de animais vacinados. 
Brucellas rugosas: são Gram-, que possuem cadeia “O” incompleta (RB51).
Patogênese:
 • Não produz exotoxina; 
• Possui endotoxina que contribui para patogênese; 
• A infecção natural pela Brucella ocorre através da penetração na mucosa nasal, oral ou conjuntival; Penetração: linfonodos locais > vasos linfáticos > circulação sanguínea > bacteremia (Brucellas livres oudentro de células fagocíticas) > formação de granulomas em diversos órgãos. Fatores que contribuem na brucelose como doença de animais sexualmente maduros:
 • Eritol; 
• Placenta > necrose > aborto com retenção de placenta > endometrite; 
• Bacteremia > órgãos genitais > orquite (qualquer tipo de inflamação nos testículos) e epididimite (é a inflamação do epidídimo, acompanhada por inflamação dos testículos, que gera dor escrotal e edema ocorrem em geral unilateralmente).
Diagnóstico laboratorial:
• É necessário realizar o isolamento da bactéria;
 • Faz se identificação do ácido nucleico por TCE; 
• Aborto > feto > conteúdo estomacal > lesão fetal > cotilédones (são as primeiras folhas que surgem dos embriões das espermatófitas, irrompendo durante a germinação das sementes); 
• Macho > sêmen > tecido do epidídimo > leite > colostro (é uma forma de leite de baixo volume secretado pela maioria dos mamíferos nos primeiros dias de amamentação pós-parto);
• Testes sorológicos: possuem grande risco de contaminação, então é necessário realizar em laboratórios de nível dois;
Os “anéis” presentes nos tubos coletores são referentes à soro aglutinação. Soro aglutinação é a reação de um anticorpo presente naturalmente ou produzido no plasma (aglutinina), que possuem determinados antígenos na membrana das hemácias (aglutinogênio), que resultam na formação de um aglomeramento de pequenas massas de células.
Diagnóstico sorológico da Brucelose:
O teste sorológico de brucelose é feito em vacas fêmeas de idade igual ou superior a 24 meses, desde que estejam vacinadas de 3 a 8 meses, também é realizado em machos reprodutores.
Questões:
1) Fale sobre as características gerais do gênero. 
Cocobacilos, gram negativo, intracelulares facultativos, aeróbios (algumas espécies são capnofílicas), catalase positivo, oxidase positivo, imóveis, não formam esporos, requerem um meio enriquecido para o crescimento.
2) Como ocorre a patogênese da doença e sua transmissão? 
A porta de entrada pode ser via oral, respiratória, conjuntivas, genital ou por lesões cutâneas. Após penetrar na mucosa de diferentes tratos, a bactéria é englobada por macrófagos e neutrófilos e sobrevive dentro deles, se multiplicando no interior, inibindo a fusão fago-lisossoma. O próprio ph favorece a sua eliminação do endossoma e depois ela consegue romper o macrófago ou neutrófilo e se inserir na circulação linfática e sanguínea. Pode se disseminar por vários órgãos, principalmente do trato reprodutivo: placenta, útero, úbere e testículo, epidídimo e vesícula seminal nos machos. Pode atingir também as articulações. Trasmissão: Contato com anexos fetais, ou seja, placenta, secreções vaginais e abortos; leite; sêmen: inseminação artificial, monta natural (raro – pois as próprias imunoglobulinas da mucosa vaginal inibem a brucella); além de através do contato com fontes de contaminação ambiental: água, pastagens e fômites.
3) Explique sobre a importância econômica da Brucelose. 
Causa queda na produção de leite e carne, além de causar infertilidade temporária ou permanente o que diminui a produção de bezerros, reduz o tempo de vida produtiva, causa custos na reposição dos animais, além de causar abortamento e nascimento de bezerros fracos ou natimortos.
4) Como é realizado o diagnóstico da doença? 
Feito principalmente por meio de inquéritos sorológicos de maneira populacional, a doença quando diagnosticada é em um rebanho e não em um indivíduo propriamente dito. Tem que tratar a população e não o indivíduo isolado. 
 Pode ser através de amostras clínicas, tecidos e órgãos: - Adultos: sangue, leite, linfonodos, placenta e anexos, secreções vaginais e sêmen. - Feto: linfonodo bronquial, conteúdo do abomaso.
 Exame direto 
 Cultura bacteriológica 
 PCR 
 Soroepidemiológico.
5) Descreva o quadro clínico desencadeado. 
Nas fêmeas: tropismo pelo útero de animais prenhes e placenta, placentite necrótica, abortamento, natimortos, bezerros fracos. Como consequência ao abortamento vai ter retenção de placenta, endometriose, infertilidade. Nos machos causa orquite (inflamação de testículo) uni ou bilateral, causando aumento do saco escrotal que pode se tornar um tecido fibrosado, que com o tempo pode levar a infertilidade. Em equinos causa o mal da cernelha, que é uma inflamação próxima a região escapular, com edema associado a linfonodos inflamados por conta da proliferação da brucella abortus.
6) Cite 5 medidas de controle nos animais. 
Controle de trânsito de animais (GTA); capacitação de Médicos Veterinários; teste e abate dos animais infectados (acompanhado por serviço oficial); notificação e monitoramento periódico; desinfecção dos locais contaminados.

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