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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ Universidade Aberta do Brasil Programa de Pós-Graduação em Especialização em Tecnologias, Formação de Professores e Sociedade ENSINO DE HISTÓRIA: O CELULAR COMO FERRAMENTA DE APRENDIZADO E AUTONOMIA Benedito Marcos Bigoto Universidade Federal de Itajubá marcos.11@hotmail.com Resumo: Este trabalho de pesquisa, fundamentado nas partes teórica e experimental, partiu do questionamento de como e de que forma o aparelho celular, aliado às tecnologias, pode contribuir para a aprendizagem do aluno, promovendo sua autonomia, seu protagonismo e sua emancipação. O estudo foi baseado em obras de renomados educadores, e complementado com uma experiência de campo, onde se concluiu que o uso do celular, para fins pedagógicos, contribuiu de forma positiva na melhoria do rendimento escolar dos alunos envolvidos. Palavras-chave: Celular na sala de aula, celular ferramenta de aprendizagem, celular para fins pedagógicos. Abstract: This research, based on the theoretical and experimental parts, started from the questioning of how and in what way the cellular apparatus, together with the technologies, can contribute to the student's learning, promoting their autonomy, their protagonism and their emancipation. The study was based on works by renowned educators, and complemented with field experience, where it was concluded that the use of the cell phone for pedagogical purposes contributed positively to improving the school performance of the students involved. Keywords: Cellular in the classroom, cellular learning tool, cellular for pedagogical purposes. 2 1. Introdução O presente trabalho busca estudar o uso do aparelho celular na sala de aula, e fora dela, como um importante suporte pedagógico para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem, e com isso, garantir a autonomia e a emancipação do cidadão, além de funcionar como uma extensão da sala de aula. O tema em destaque é polêmico e gera muitas discussões, pois, muitas escolas não possuem um regimento que regulamente o uso do aparelho em sala de aula. Além disso, a maioria das escolas públicas não possuem recursos ou suportes para atender essa demanda, e com o avanço tecnológico em constante crescimento, fica evidente que o celular, com internet, não pode mais ficar fora do ambiente escolar, ou seja, ele faz parte da vida escolar, principalmente do estudante. No final do século XX e nas primeiras décadas do século XXI, o acesso à comunicação e à tecnologia digital evoluiu de maneira astronômica provocando profundas mudanças e transformações de uma geração para outra, principalmente em relação ao uso do aparelho de comunicação móvel, o celular. A tecnologia trouxe como uma de suas consequências a intensificação das relações sociais em níveis mundiais jamais imaginados anteriormente (GUIDDENS, 1991). Segundo Lemos (2013) o uso das TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) na sociedade, amplia o potencial de comunicação, além de possibilitar a troca de informações de múltiplas vertentes. Silva (2010) conceitua a TIC como, todas as tecnologias que interferem e medeiam os processos informacionais e comunicativos dos seres. Esse processo deslocou as barreiras espaciais de acesso à informação e à comunicação, tendo como resultado a redução do espaço/tempo e a ampliação da velocidade de sua circulação de tal ordem que esse fenômeno ficou conhecido como “encolhimento do mundo” (HARVEY, 1992). O conceito de Aldeia Global se enquadra neste contexto, pelo fato de estar associado com o desenvolvimento de uma rede de conexões, que diminuíram cada vez mais as distâncias entre os povos, facilitando assim as relações econômicas e culturais de forma eficaz e rápida. “O uso da tecnologia está além do ‘fazer melhor’, ‘fazer mais rápido’, trata-se de um ‘fazer diferente’” (ROLKOUSKI, 2011, p. 102). Porém, a tese de que o mundo está ficando cada vez menor, devido às transformações causadas pelas tecnologias, não é recente, foi defendido por Eric Hobsbawm (1917-2012), historiador inglês, em “A Era das Revoluções”, em sua primeira publicação em 1962, em Londres. 3 Conforme HOBSBAWM (1996), já no século XIX, o mundo havia ficado menor por conta das transformações causadas pelas inovações tecnológicas que surgiram em decorrência da Revolução Industrial. Máquinas eficientes faziam o trabalho de vários trabalhadores, meios de transporte e meios de comunicações mais rápidos, diminuíram as distâncias e modificaram o modo de vida das pessoas. Nessa época, de grandes descobertas e invenções, talvez a mais importante de todas foi o controle da eletricidade pelo homem, que no seu uso prático, revolucionou toda a sociedade. Graças à eletricidade foi possível a invenção do telégrafo elétrico e consequentemente o invento do telefone, que apesar de geralmente, sua invenção ter sido atribuída ao escocês Alexander Graham Bell, o aparelho foi inventado por volta de 1860 pelo italiano Antonio Meucci, que o chamou de "telégrafo falante". Ainda no século XIX, o físico escocês James Maxwell descobriu as ondas, que foram apresentadas em 1886 por Heinrich Hertz, que apresentou a variação rápida da corrente elétrica para o espaço em forma de ondas de rádio. No século XX o italiano Guglielmo Marconi estabeleceu, em linha telefônica, os sinais de rádio, dando-lhe o nome de “telégrafo sem fio”. Em 1923, o russo Wladmir Zworykin desenvolveu o tubo de imagem chamado de iconoscópio, dando origem à televisão. E finalmente, nos anos 60, no ambiente da Guerra Fria, onde norte-americanos e soviéticos disputavam a política global, surgiu a internet. Em 1969 foi estabelecida a primeira conexão entre a Universidade da Califórnia e o Instituto de Pesquisa de Stanford, quando o primeiro e- mail foi enviado. Já na década de 90, o cientista, físico e professor britânico Tim Berners-Lee desenvolveu um navegador, a World Wide Web (WWW), a Rede Mundial de Computadores, tornando possível à conexão das regiões mais distantes do mundo: a globalização através da comunicação. A globalização que exprime uma ideia de unificação e de rompimento de barreiras e fronteiras do estado nacional como pode ser enfatizado por Beck (1999, p. 49): “Globalidade significa o desmanche da unidade do Estado e da sociedade nacional, novas relações de poder e de concorrência, novos conflitos e incompatibilidade entre atores e unidades do Estado nacional por um lado e, pelo outro, atores, identidades, espaços sociais e processos sociais transnacionais”. Segundo Lopes (2016), o século XXI destaca-se pelo crescente número de avanços no campo das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) com desdobramentos em todas as esferas da vida humana, inclusive no âmbito educacional, na medida em que a 4 informação, após sua seleção, interpretação e entendimento, tende a se transformar em conhecimento. Nos últimos cinco anos, a tecnologia dos celulares evoluiu muito, surgindo o primeiro assistente pessoal de voz, marcando a evolução do relacionamento entre as pessoas e a tecnologia. De início, criado para controlar o smartphone apenas com a fala, esse serviço ganhou uma função extra: a de amiga virtual do usuário. Essas transformações afetaram diretamente a escola, onde fica evidenciado que somente o uso da lousa, do giz, do caderno e demais recursos primitivos estão ficando obsoletos e não são mais atrativos para manter os alunos interessados na aula. O uso pedagógico desse aparelho pode contribuir, e muito, no aprendizado através da motivação dos estudantes. Para Lévy (1993), a tecnologia promoveu novas formas de construção e de apropriação do conhecimento, surgindo daí outra (uma nova variação do) forma de organizar o conhecimento, a qual reivindica uma adequação do processo de ensino-aprendizagem. Vieira (2011) ressalta duas possibilidades para se fazer uso das TICs:a primeira é de que o professor deve fazer uso deste para instruir os alunos e a segunda possibilidade é que o professor deve criar condições para que os alunos descrevam seus pensamentos, reconstrua-os e materialize-os por meio de novas linguagens, nesse processo o educando é desafiado a transformar as informações em conhecimentos práticos para a vida. A implantação da informática como auxiliar do processo de construção do conhecimento implica mudanças na escola que vão além da formação do professor. É necessário que todos os segmentos da escola – alunos, professores, administradores e comunidades de pais – estejam preparados e suportem as mudanças educacionais necessárias para a formação de um novo profissional. Nesse sentido, a informática é um dos elementos que deverão fazer parte da mudança, porém essa mudança é mais profunda do que simplesmente montar laboratórios de computadores na escola e formar professores para utilização dos mesmos. (VIEIRA, 2011, p. 4) Lévy (1993) declara a existência de três categorias de conhecimento, a saber: a oral, a escrita e a digital; demonstra que, na sociedade atual, a ausência de uma dessas categorias restringe a inserção social do indivíduo e o seu acesso à cidadania. Moran (2007) complementa em afirmar que os meios de comunicação exercem poderosa influência em nossa cultura, desempenhando um importante papel educativo, transformando-se, na prática, numa segunda escola, paralela à convencional. Apesar do uso do celular em sala de aula ainda enfrentar forte resistência por parte da gestão e de muitos professores, é inegável a sua importância como ferramenta pedagógica no processo de ensino-aprendizagem. Nunes (2010) sugere que os professores devem atualizar e se adaptar ao contexto estudantil, e não o contrário, o que evidencia a necessidade de uma 5 formação contínua para fortalecer o comprometimento do professor com sua prática de ensino. Lopes (2016), com base nessa discussão, instiga a comparar que, onde uns tacham as redes sociais como vilãs, outros a enxergam como uma gama de possibilidades para a utilização como ferramentas de ensino e como ambientes propícios para a construção de conhecimento embasado na onipresença, colaboração e mobilidade. A facilidade de acesso à comunicação faz do celular um objeto indispensável nas mãos do estudante, transformando-o numa das mais importantes TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação). Conforme Kenski (2012, p. 34), as TICs provocaram mudanças radicais ao convergir para uma nova tecnologia, a digital, e apresenta as redes, citando a internet como sendo o “espaço possível de integração e articulação de todas as pessoas conectadas com tudo que existe no espaço digital, o ciberespaço”. Kenski ainda completa: O avanço das tecnologias digitais define poderes baseados na velocidade de acesso às informações disponíveis nas redes. Além disso, apresenta exemplos concretos de inovações tecnológicas destacando as mudanças que ocorrem socialmente, nas relações econômicas, políticas, financeiras, educacionais e culturais, resultantes do uso intensivo das tecnologias digitais. (KENSKI, 2012, p.34). Analisando a citação de Kenski (2012), onde o uso intensivo das tecnologias causa transformações, podemos concluir que na escola também ocorrem essas transformações, dessa forma, o celular já está enraizado no dia-a-dia dos alunos e resistir a seu uso no ambiente escolar é inútil, ou seja, a escola estaria na contramão do avanço tecnológico. Pois, quanto mais o ciberespaço se amplia, mais ele se torna universal, e menos o mundo informacional se torna totalizável (LÉVY, 2014, p. 113). Para Rossato (2014), conhecer significa acessar a internet, pois é por esse meio que se aprende a fazer pesquisas, com seleção de fontes confiáveis e utilização de base de dados. Para tanto, é preciso ter o domínio dos instrumentos do conhecimento, ou seja, saber utilizar as tecnologias digitais, pois esse meio é uma forma importante e bastante presente para se ter acesso ao amplo conhecimento acumulado ao longo da história da humanidade disponível na web. Além disso, o uso do celular em sala de aula é importante também para a inclusão, possibilitando a redução da distância entre o ensino e a aprendizagem dos alunos com déficit de aprendizagem. Segundo Matta e Ferraz (2015), a inclusão de pessoas com deficiência é uma questão recente e de extrema importância para a sociedade e essa pode se dar por meio da educação à distância, via web. Freire (1996) ressalta a importância do profissional da educação ser capacitado para se adequar às novas tecnologias para exercer o cargo de educador do futuro, e aquele que se opuser 6 será engolido pelo mercado. Nessa perspectiva fica clara a colocação de Paulo Freire, onde o professor tem que se capacitar para poder acompanhar o avanço tecnológico e só assim ele terá a capacidade de filtrar as informações com que nossos alunos são bombardeados a todo o momento, e separar as informações que realmente vão ajudá-los a tornar o protagonista do seu processo de ensino-aprendizagem possibilitando a construção de sua autonomia. “A tecnologia é usada para fazer o tratamento da informação, auxiliando o utilizador a alcançar um determinado objetivo.” (VIEIRA, 2011, p, 16). A invenção do aparelho de telefonia móvel, ou mais popularmente, o celular, tornou-se um importante instrumento de comunicação mundial, tornando possível o surgimento de diversas redes sociais com múltiplos objetivos, entre eles, contribuir no aumento do relacionamento social. Em 2009, surgiu o WhatsApp, aplicativo de mensagens instantâneas, criado pelo norte- americano Brian Acton e pelo ucraniano Jan Koum, que se expandiu em proporções gigantescas em todo o mundo, tornando-se uma ferramenta essencial para facilitar a comunicação e a vida das pessoas. O WhatsApp caiu rapidamente no gosto popular, despertando o interesse de seus concorrentes e de investidores do mundo capitalista, tanto que a ferramenta foi vendida para o Facebook por cerca de 21 bilhões de dólares em fevereiro de 2014. Sua funcionalidade popularizou-se por diversas áreas da sociedade, principalmente entre os estudantes de todos os níveis escolares. No Brasil, conforme os dados da pesquisa Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) Domicílios 2016, fornecidos pelo site da UNINTER, cerca 117,2 milhões de brasileiros acessam a internet pelo telefone celular, 94% dos jovens de 16 a 24 anos usam a internet para o envio de mensagens instantâneas (WhatsApp) e 91% para acessar redes sociais. E ainda, 46% das pessoas acessam a internet enquanto estão fazendo algum deslocamento. Baseados nesses números e observando o acesso prático e fácil no celular, onde as pessoas estão o tempo todo on-line e os professores vêm encontrando dificuldade para fazer com que os alunos participem da aula, fica evidente que a Educação tem que caminhar junto com a tecnologia. O experimento realizado nesse trabalho identificou a possibilidade de utilizar pedagogicamente o celular, através do aplicativo WhatsApp, com o intuito de melhorar as aulas de História, através do projeto realizado entre estudantes do ensino médio. Para Lopes (2016) o uso pedagógico dos grupos formados dentro da plataforma do aplicativo WhatsApp, busca fazer desse ambiente virtual uma extensão da sala de aula. Toda essa tecnologia que dá acesso a sites de pesquisa, redes sociais e aplicativos de comunicação, torna o celular, pedagogicamente trabalhado, em uma importante ferramenta no 7 processo de ensino-aprendizagem, contribuindo com a autonomia do aluno, dando um retorno positivo aos professores. Porém a escola não está preparada: Enquanto o mundo se apresenta cada vez mais aberto e com máquinas que lidam com o saber e com o imaginário, a escola ainda se estrutura em tempos e espaços pré- determinados, fechada ignorandoas inovações. Em decorrência da velocidade dos avanços tecnológicos e sua interferência no trabalho e na vida de todos, a escola se encontra em crise. A escola que tem como ideal preparar as pessoas para vida, para cidadania e para o trabalho, deve-se então questionar, sobre qual contexto social se reportar já que este está em permanente modificação. (DORIGONI; SILVA, 2013, s/p) Para Arruda (2011), o caminho da inovação, em particular por meio das novas TICs, é promissor: Ao contrário do modelo tradicional – baseado em uma perspectiva linear -, no qual os bens culturais ficam encerrados em espaços físicos fechados a qualquer público, na perspectiva da aprendizagem mediada por tecnologias digitais, o conhecimento está vinculado aos sujeitos de diversas formas e meios de sua disponibilização em espaços públicos digitais, ainda que estes espaços estejam em processo de ampliação do seu acesso (ARRUDA, 2011, p. 4). 1.1. Objetivos Entender como a utilização do celular, através do aplicativo WhatsApp, pode colaborar com o aprendizado e com a autonomia do estudante, na disciplina de História. 1.1.1. Objetivos Específicos Analisar e mostrar os resultados do projeto experimental desenvolvido com o celular em sala de aula durante as aulas de História, através do aplicativo WhatsApp. Mostrar a importância do celular como ferramenta de apoio no processo de ensino-aprendizagem e como a sua utilização de maneira correta pode contribuir para o protagonismo, a emancipação e a autonomia do cidadão. 1.2. Percurso Metodológico O trabalho foi baseado na abordagem qualitativa, com base em bibliografias e no estudo experimental conforme proposto por Kerlinger (1980) que, traz como finalidade testar hipóteses derivadas de teorias possibilitando testes de vários aspectos desta teoria e, investigar relações de causa e efeito. A parte experimental do trabalho foi desenvolvida com alunos do 2º ano, turma 3, do período noturno, do Ensino Médio, da E.E. “Antônio Alves Cavalheiro”, escola pública estadual, localizada na cidade de Engenheiro Coelho, interior de São Paulo. Comparou-se o 8 rendimento escolar entre alunos de uma mesma classe, onde parte não utilizou o celular nas aulas de História e outra parte utilizou o celular durante as aulas e fora do período de aulas. Aliado à teoria, o experimento foi desenvolvimento, no primeiro semestre de 2018, onde os alunos foram informados do projeto e convidados a participar, sendo que 15 estudantes aceitaram. O projeto foi desenvolvido seguindo o seguinte cronograma: No 2º ano 3, assim como em todas as séries do Ensino Médio, a quantidade semanal de aulas de História se restringe a duas aulas de 45 minutos. Durante o período normal de aulas os alunos, que não faziam parte do projeto, estudavam a disciplina da maneira convencional, utilizando-se do livro didático, lousa, caneta e giz e os alunos que optaram em fazer parte do projeto experimental utilizavam- se do celular como ferramenta auxiliadora. Num primeiro momento o celular era utilizado apenas para pesquisas em sites relacionados com a matéria trabalhada, num segundo momento foi criado um grupo de WhatsApp que reunia o professor e os alunos envolvidos no projeto. Dessa forma, as aulas, os debates, as discussões e os questionamentos continuavam entre os membros do grupo fora da escola e num, terceiro momento, envolveu pais de alunos que se interessavam pelo conteúdo debatido. O período da pesquisa se estendeu por dois bimestres letivos, nos quais se discutiram assuntos delimitados e inerentes aos conteúdos da disciplina História correspondente ao 2º ano do Ensino Médio, abordando primeiramente temas relacionados ao Renascimento, Reforma e Contrarreforma, Formação dos Estados Absolutistas Europeus e o encontro entre os europeus e as civilizações da África, Ásia e América (1º bimestre) e Sistemas coloniais europeus, Revolução Inglesa, Iluminismo e Independência dos Estados Unidos (2º bimestre). 1.2.1 Experiências semelhantes Uma experiência semelhante foi registrada no III CONEDU (Congresso Nacional de Educação), realizado entre 05 a 07 de Outubro de 2016, em Natal, Rio Grande do Norte, onde Jocenilton Cesário da Costa, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Letras – PPGL/UERN, apresentou seu trabalho, intitulado de “O WhatsApp chegou na sala de aula, e agora? Uma experiência com o PIBID no Ensino de Língua Portuguesa”. Costa (2016) explica que a experiência realizada, em aulas de Língua Portuguesa, constatou que as conversas no WhatsApp conseguem construir uma identidade de um leitor/usuário proficiente tanto no uso 9 do aplicativo quanto na prática de leitura de diversos gêneros textuais, fazendo com que o olhar às novas mídias se aguce em novas práticas didático-pedagógicas. Conforme Costa (2016), a oficina foi planejada de forma estratégica. Num primeiro momento, foi realizada uma pesquisa para saber se realmente todos os alunos da escola possuíam algum aparelho que dava acesso à internet; logo depois, foi constatado que quase todos possuíam, portanto, foi concebida pelos proponentes a proposta de realizar uma oficina dinâmica e educativa que pudesse utilizar as novas tecnologias como mais um recurso de aprendizagem no processo educativo, criando assim dois grupos com o nome Diário de Leitura, um numa rede social (no caso, o Facebook) e outro num aplicativo de smartphone (no caso, o WhatsApp). Assim, o tema escolhido da oficina foi Práticas de Leitura e Escrita nas redes sociais: Uma Tarefa Possível, tendo como objetivo compreender as redes sociais como recursos/estratégias possíveis às práticas de leitura e escrita dentro e fora da sala de aula, com uma carga horária 04 horas, sendo dividido em quatro momentos: dramatização, sondagens, exposição de slides e proposta de produção de texto. Segundo Costa (2016), partindo da noção de que a inserção das novas mídias nas práticas de ensino molda uma nova forma de ser e de agir por parte de todos os envolvidos, é preciso, pois, fazer com que os alunos se sintam motivados a usarem os diversos macetes midiáticos como uma forma de se sentirem sujeitos ágeis e práticos de seus recursos. Outro experimento semelhante, utilizando esse aplicativo, foi desenvolvido na disciplina de Química. Em seu trabalho intitulado: “O uso do WhatsApp como ferramenta pedagógica no ensino de química”, onde (MOREIRA;SIMÕES,2017) estudaram a eficácia do aplicativo WhatsApp no processo de ensino-aprendizagem dos estudantes, porém os autores ressaltam que nem sempre as tecnologias solucionam os problemas da sala de aula, e para que haja uma aprendizagem significativa, é fundamental que ocorra entre professor e estudantes, um compromisso com a aprendizagem. Ou seja, para que a tecnologia se torne eficaz em sala de aula é necessário um pacto entre alunos e professores. O uso do aplicativo WhatsApp em sala de aula tem que atender rigorosamente a um planejamento pedagógico, caso contrário, sua eficácia não surgirá efeito: O uso do WhatsApp na escola é um grande desafio para o professor. Assim, antes de aderir às ferramentas tecnológicas, é preciso obedecer “[...] a um planejamento criterioso [...], refletindo assim uma ação pedagógica coerente e significativa [...]” (NETO; VERSUTI; VAZ, 2016). Porém, Gomez (2010) propõe que, usar pedagogicamente as redes sociais on-line e os aplicativos para dispositivos móveis requer certo cuidado, uma vez que os aplicativos não foram desenvolvidos para o meio educativo: 10 O mundo das redes sociais é relativamente novo. Os programas de redes sociais sejam pessoais, temáticas ou profissionais, na realidade não foram criados para atividades educativas, embora nas escolas se estejam usando alguns deles... A rede é mais um espaço da escola contemporânea que necessita orientação e cuidado para se transformar em um dispositivo pedagógico. (GOMEZ,2010, p.88-99). Na Espanha, Plana (2015) desenvolveu um projeto que teve como objetivo a exploração das vantagens e desvantagens da utilização do WhatsApp na melhoria das habilidades de leitura dos alunos durante a aprendizagem da língua inglesa. O WhatsApp foi utilizado para proporcionar o envio das atividades aos alunos, que deveriam acessar o endereço enviado e responder as questões da atividade. Uma informação relevante deste projeto se refere à motivação dos participantes, que, após o encerramento do estudo, responderam a uma pesquisa que apontou que mais de 90% dos entrevistados reconheceram que a sua participação no projeto tinha aumentado a sua motivação para a leitura em inglês. Esse resultado mostra que o emprego de tecnologias mais aderentes ao cotidiano dos discentes fortalece o seu engajamento nas atividades. 2. Revisão Bibliográfica De acordo com Freire (1996) para exercer o cargo de educador é necessário adequar- se às novas tecnologias. Torna-se evidente a importância da capacitação dos professores frente às novas tecnologias que surgem, pois segundo Kenski (2012), as Tecnologias da informação e comunicação (TICs) provocaram mudanças radicais na sociedade, onde a internet passa a ser o “espaço possível de integração e articulação de todas as pessoas conectadas com tudo que existe no espaço digital, o ciberespaço”. Dessa forma a escola que é formada de pessoas também sofreu o impacto dessas mudanças causadas pelo avanço tecnológico. Para Moran (2000) com as mudanças na sociedade, as formas de ensinar também sofreram alterações, tantos os professores como os alunos perceberam que muitas aulas convencionais estão ficando ultrapassadas. Moran (2000) complementa ao afirmar que: As mudanças na educação são importantes para mudar a sociedade e as tecnologias estão cada vez mais em evidência e os investimentos visam ter cada classe conectada à Internet e cada aluno com um notebook; investe se também em educação a distância, educação contínua, cursos de curta duração. Mas só tecnologia não basta. “Ensinar é um desafio constante”. (MORAN, 2000, P. 11). Porém, muitas das colocações de Moran não estão sendo colocadas em prática, como por exemplo, cada classe conectada com internet ou cada aluno com seu próprio notebook, ou tablet. O que se observa hoje nas salas de aula são alunos, que mesmo com baixas condições financeiras, exibem seus celulares de última geração, e o que é pior, utilizam-no de forma incorreta. É nesse momento, que o professor capacitado, independente do apoio da gestão ou 11 das secretarias de educação, ou qualquer outro poder público, deve agir e rever seus métodos de ensino, reconstruir sua prática pedagógica e reformular suas teorias. Para Vieira (2011) mesmo com toda implantação tecnológica, o professor continuará sendo responsável pela transmissão de conhecimento no processo de ensino aprendizagem. Para Almeida (2003), a reconstrução da prática pedagógica e a reformulação das teorias, pelos professores, é resultado da educação continuada on-line que possibilitou a escolha de materiais didáticos digitais e sistematizou seu conhecimento. Porém, Moran (2013, p.12) nos lembra que: “Não são os recursos que definem a aprendizagem, são as pessoas, o projeto pedagógico, as interações, a gestão’, e diz ainda que “não há dúvida de que o mundo digital afeta todos os setores, as formas de produzir, de vender, de comunicar-se e aprender.” Perrenoud (2000) coloca que a escola não pode ignorar o que se passa no mundo, pois as novas tecnologias da informação e da comunicação transformam não só as maneiras de comunicar, mas de trabalhar, decidir e pensar. Na escola de ensino fundamental, a informática geralmente não é proposta como uma disciplina a ser ensinada por si mesma – a exemplo da Geografia ou da Matemática – um conjunto de saberes e habilidades constituída aos quais se atribuiria uma parte da carga horária (PERRENOUD, 2000, p. 127). Tomando, como um norte, o pensamento de Perrenoud, fica evidente que a tecnologia adentrando a escola não muda apenas a comunicação, mas mexe com todo um sistema laborativo do docente. O professor tem que se adequar às mudanças, uma vez que a informática não é tratada nas escolas públicas como disciplina curricular. Pois, “as tecnologias digitais, principalmente as redes sociais, podem nos ajudar ou nos atrapalhar.” (MORAN, 2013. p.57). Perrenoud (2000) ainda coloca que os professores sabem o que as novidades tecnológicas trazem, bem como seus perigos e limites, porém podem decidir, com conhecimento, dar-lhes mais espaço em suas aulas, utilizando-as de maneira paralela. Com essa ideia, Perrenoud deixa clara a importância da autonomia do professor em sala de aula para exercer ou não uma atividade na internet, por exemplo. Baseado em seus conhecimentos o professor pode propor atividades, relacionadas à disciplina, utilizando-se de recursos tecnológicos. “A tecnologia é uma ferramenta privilegiada, jamais o objetivo em si. O computador funciona como alavanca: move melhor a pedra pesada, mas o objetivo continua sendo mover a pedra” (KARNAL, 2012. p. 94). Para Lopes (2016) não se pode pensar que essas novas tecnologias irão substituir os professores, pelo contrário, “o protagonista das novas habilidades do século XXI não é propriamente o avanço tecnológico, por mais que isto seja decisivo, é o professor”. 12 No Estado de São Paulo, por exemplo, o uso do celular em sala de aula, para fins pedagógicos, está liberado desde 2017, porém, o Estado não amparou a utilização do mesmo: A grande maioria das escolas públicas não possui sistema de wi-fi, o que acaba sendo um obstáculo para a utilização dessa importante ferramenta tecnológica no ambiente educacional. Perante os inúmeros desafios, o professor precisa utilizar da criatividade para poder trabalhar com o celular em sala de aula, ora compartilhando seu próprio wi-fi com os alunos, ora dividindo a classe em grupos para que os alunos que tem internet encabecem os grupos de estudos. Conforme (SOUZA; FREITAS; SANTOS, 2016) para a inserção do WhatsApp em espaços educacionais, ainda é preciso enfrentar obstáculos de ordem tecnológica, econômica e social. Ao se deparar com essa problemática e numa tentativa de trazer as tecnologias para dentro da sala de aula de forma orientada, é que pretendemos olhar para as Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) de forma a torna-las instrumentos de aprendizagem, afinal caminhamos para um momento em que “tudo o que for previsível será cada vez mais realizado por aplicativos, programas, robôs” (MORAN, 2013, p. 12). Para que o uso das TIC signifique uma transformação educativa que se transforme em melhoria, muitas coisas terão que mudar. Muitas estão nas mãos dos próprios professores, que terão que redesenhar seu papel e sua responsabilidade na escola atual, mas outras tantas escapam de seu controle e se inscrevem na esfera da direção da escola, da administração e da própria sociedade (IMBERNÓM, 2010, p.36). Na disciplina de História, o uso de recursos tecnológicos e de multimídias é fundamental para o trabalho do professor. Esses recursos possibilitam ao professor mostrar para os alunos importantes eventos históricos, como por exemplo, cenas de guerras, filmes, mapas, monumentos históricos, culturas multiétnicas, artes etc. A aula de História é o momento em que, ciente do conhecimento que possui, o professor pode oferecer a seu aluno a apropriação do conhecimento histórico existente, através de um esforço e de uma atividade com a qual ele edificou esse conhecimento (SCHMIDT, 2002, p.57). Costa e Gabriel (2014) no artigo intitulado Sentidos de "digital" em disputa no currículo de história: que implicações para o ensino desta disciplina? traz referências sobre a utilização dos meios digitais na disciplina de História. O artigo defende umahomogeneização de um ensino de História inovador contra o método tradicional explicitando a importância das TICs. Diante dos desafios a que a educação digital expõe historiadores e professores de História do século XXI e buscando estabelecer práticas articulatórias possíveis em torno dos 13 significantes ‘ensino’, ‘pesquisa’ e ‘tecnologia’, coloca-se o desafio da construção do que pode ser designado por web currículo de história. A Internet configura-se como uma nova categoria de fontes documentais para pesquisas históricas. Em especial os pesquisadores do Tempo Presente, após o advento da Internet, passaram a contar com um aporte quase inesgotável de novas fontes. Contudo, já na segunda década do século XXI, ainda são poucas as pesquisas históricas que utilizam a Internet como fonte primária (ALMEIDA, 2011, p. 9). Dentre os recursos possíveis para o professor de História melhorar suas aulas estão: sites específicos da disciplina, sites de museus, sites culturais etc., além das redes sociais, onde se podem encontrar diversos grupos voltados para adeptos da disciplina de História. Como aponta Arruda (2011, p. 10), “o ensino de História pode ser potencializado significativamente, por permitir, por meio da informática, a materialização, ainda que virtual, do passado”. Para Recuero (2011, p. 12), “as tecnologias digitais ocupam um papel central nas profundas mudanças experimentadas em todos os aspectos da vida social”, o sujeito, na patente de aluno, no momento em que posta/escreve qualquer comentário acerca de um dado assunto, traz traços possíveis de construir sua identidade enquanto aluno-aprendiz. Se História é toda intervenção ou feito humano, o que o aluno escreve e posta numa rede social, não deixa de ser uma contribuição para a História. Porém, um aplicativo de comunicação pode tornar-se um grande aliado à educação, o WhatsApp. Muito utilizado pelos estudantes de todas as escolas, sejam públicas ou particulares e de qualquer faixa etária, o aplicativo tem grande aceitação entre eles. Lopes (2016) ao considerar o número de usuários do WhatsApp no Brasil e no mundo, afirma que esse aplicativo ainda está sendo pouquíssimo explorado no contexto educacional, dada a sua rica variedade de possibilidades de usos pedagógicos. Como hipótese, Lopes (2016) afirma que o uso, com intencionalidade pedagógica, do WhatsApp, serve como ambiente de ensino e aprendizagem histórica, tornando a plataforma virtual desse aplicativo uma extensão da sala de aula, potencializando o ensino de História, embasado na aprendizagem ubíqua, móvel e colaborativa. Através desse aplicativo, o professor pode criar um ou mais grupos das classes e manter uma comunicação mútua com seus alunos. Por meio dessa ferramenta, é possível tirar dúvidas sobre uma matéria estudada, passar todo um conteúdo, aplicar atividades avaliativas e colaborar com o processo de inclusão. Dessa maneira é possível trabalhar o aluno inclusivo num grupo de estudo virtual, sem utilizar práticas que podem excluí-los. O grupo virtual, em uma rede social, em si já se torna um meio de inclusão. Raquel Recuero afirma que: 14 Rede social é gente, é interação, é troca social. É um grupo de pessoas, compreendido através de uma metáfora de estrutura, a estrutura de rede. Os nós da rede representam cada indivíduo; suas conexões são os laços sociais que compõem os grupos. Esses laços são ampliados, complexificados e modificados a cada nova pessoa que conhecemos e com quem interagimos. (Recuero, 2011, p.29) Ainda sobre a inclusão, para Kirchner e Razmerita (2015) o principal foco da utilização do WhatsApp em projetos pedagógicos é a exploração das possibilidades da interatividade, da colaboração e do engajamento que o aplicativo possibilita. A literatura relacionada à motivação e à aprendizagem colaborativa mostra que o desempenho e a aprendizagem dos alunos dependem não só do interesse no assunto, mas também do relacionamento deles, do gerenciamento das diferenças individuais, dos traços de personalidade, das origens culturais, das diferenças de gênero e da sala de aula como um ambiente de aprendizagem. Apesar de tantas vantagens, a utilização do aplicativo em sala de aula pode trazer algumas desvantagens. Bouhnik e Deshen (2014), por exemplo, apontam como desvantagens o fato de que nem todos os estudantes possuem dispositivos móveis, a possibilidade, em alguns casos, de os docentes acabarem enviando mensagens em demasia para os estudantes e a irreal expectativa dos alunos quanto à disponibilidade integral dos professores para tirar dúvidas a qualquer momento do dia e da noite. Enquanto se debate sobre as vantagens e desvantagens do uso da tecnologia na educação Tori (2010) explica: As novas gerações de estudantes estão chegando às escolas sem quaisquer dúvidas ou receios quanto ao uso das tecnologias de informação e comunicação em atividades do dia a dia. Não vai ser fácil para eles se adaptarem às escolas que não tiverem integrado as novas tecnologias à sua rotina (Tori, 2010, p. 218). 3. Resultados da Pesquisa A atuação dos alunos e do professor, no ambiente virtual do WhatsApp, foi objeto de análise e avaliação, servindo de parâmetro para se saber se houve mudanças de comportamento e aquisição de competências que possibilitaram a evolução ou não no aprendizado no ensino da disciplina História: À medida que o projeto era desenvolvido e o professor estimulava o grupo, foi possível observar um aumento no fluxo de mensagens, onde os alunos passaram a interagir com mais frequência e naturalidade, bem como a desenvolver as atividades propostas. A análise dos dados foi obtida levando-se em consideração se houve melhoria ou não e aumento no nível de participação nas aulas presenciais, mudanças de atitude e de comprometimento nos estudos, mudanças na relação professor-aluno e aumento no desempenho escolar de um bimestre para outro, tomando-se como parâmetro de comparação o bimestre anterior à realização da pesquisa. 15 No final do primeiro semestre foi possível constatar, através das notas atribuídas no 1º e 2º bimestre, uma melhora considerável em comparação entre os alunos que participaram do projeto com o celular, com aqueles que estudaram de maneira convencional. Os alunos que participaram do projeto obtiveram um rendimento de 64% em suas notas e o grupo que estudou de maneira convencional melhorou o rendimento em 32,5 %. Bigoto, B.M. – Gráfico comparativo do rendimento entre os dois grupos de alunos. Foi possível observar também que os alunos que não participaram do projeto possuíam notas razoáveis a boas, acima de 7, e os que participaram do projeto tinham notas de média 5. Nesse contexto, pode-se observar que houve um processo de inclusão, pois resgatou os alunos que tinham dificuldade de assimilar o conteúdo de maneira convencional, necessitando de outras formas para acompanhar os demais. Um fator favorável que colaborou diretamente na realização do experimento foi a popularidade e praticidade do WhatsApp, onde os alunos tiveram liberdade para utilizar o aplicativo para fins pedagógicos e de forma planejada com a orientação do professor, que pode realizar sua intervenção direta no decorrer da pesquisa. Antes do início do experimento, professor e alunos definiram regras de utilização do aplicativo para que este não saísse de seu principal objetivo. Para Lopes (2016) a criação conjunta das regras de participação nos grupos é fundamental para que possa funcionar com finalidade pedagógica, pois seria muito difícil 16 manter a ordem e o foco, e consequentemente atingir os objetivos da pesquisa, caso a maioria dos alunos descumprisse tais regras. Foi possível analisar também as vantagens e desvantagens de trabalhar com o aplicativo WhatsApp, como ferramenta de suporte de ensino, na disciplina de História:As vantagens foram evidentes no momento em que as aulas tornaram-se mais interessantes e menos monótonas, aumentando a interação e discussão entre alunos e professor, viabilizando o enriquecimento dos debates entre dos assuntos propostos, e dessa forma, facilitando a aprendizagem. Foi possível observar também que houve maior esforço e interesse pela matéria, por parte dos alunos, expandindo um jeito coletivo de trabalhar. E o mais observado: o esclarecimento de dúvidas tornou-se rápido (praticamente em tempo real). Em relação à desvantagem, foi observado, por exemplo, a falta de wi-fi ou redes móveis para alguns alunos, devido à falta de créditos para acessar a internet, que foi suprida de maneira solidária pelos colegas e/ou próprio professor que compartilhou seus dados móveis. Dessa forma foi possível analisar também os resultados do trabalho em equipe, ou seja, quando o grupo resolveu criar esforços coletivos para resolver o problema. Ao final do experimento, os alunos deixaram suas sugestões, como: A escola deveria liberar o sinal de wi-fi para os alunos e, cada professor, de cada disciplina, deveria criar um grupo de WhatsApp, a gestão poderia fazer parte desses grupos para interagir diretamente com os pais de alunos ou realizar os conselhos de classe, dentre outras. Segundo Públio Júnior (2018) o desenvolvimento acelerado de novas tecnologias significa que o modelo de ensino que os professores têm não é o mais apropriado e atualizado. Os alunos não devem aprender com a educação tradicional, mas, sim, com a implementação de novas ferramentas tecnológicas, que visam abandonar o conhecimento monopolizado e centralizador, e geram novos conhecimentos fora da sala de aula. Para Lopes (2016), a construção do conhecimento histórico dentro do ambiente virtual dos grupos do WhatsApp se materializa como extensão da sala de aula, ao passo que conteúdos da disciplina de História, que são trabalhados em sala (ambiente formal de aprendizagem), podem ser explorados mais efetivamente por muitas outras formas e meios, na interação contínua entre alunos e professor. 4. Conclusão Analisando os números do projeto experimental desenvolvido nesse trabalho, na disciplina de História, é possível evidenciar que o uso do celular contribuiu, no primeiro 17 semestre, de maneira positiva no rendimento escolar dos alunos envolvidos. Assim pode-se concluir que o celular é uma importante ferramenta para o processo de ensino aprendizagem e para a autonomia do aluno, além de permitir a inclusão de alunos com dificuldades de aprendizado da forma convencional. O WhatsApp pode ser utilizado como uma extensão da sala de aula e dessa forma, a necessidade de professores e gestores se adaptarem às novas tecnologias, dentre elas o uso do celular em sala de aula para fins pedagógicos, além de usufruir de seus aplicativos de comunicação, como por exemplo, o WhatsApp, que embora seja uma ferramenta de comunicação amplamente conhecida em todo o mundo, ainda tem sido pouco explorada em projetos educacionais. 5. Referências Bibliográficas ALMEIDA, M. E. B.; PRADO, M. E. B.B. P. Redesenhando estratégias na própria ação: formação do professor a distância em ambiente digital. In: José Armando Valente, Maria Elizabeth B. de Almeida, Maria Elisabette B. Prado. Educação a distância via Internet. Formação de professores. 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