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Sangramento Uterino Anormal 70% das consultas ginecológicas na perimenopausa; 33% das consultas ginecológicas na menace; ⅔ das indicações de histerectomia no mundo; Principal causa de anemia ferropriva; Geralmente o sangramento anormal vem acompanhado de outras queixas; Conceito: ❖ Alterações do ciclo menstrual para um ou mais dos parâmetros: ❖ Frequência; ❖ Duração; ❖ Regularidade; ❖ Volume. ❖ Repercussões físicas, emocionais e sociais interferindo na qualidade de vida. Parâmetros normais da menstruação: Frequência: ❖ < 24 dias: frequente; ❖ 24 - 38: normal; ❖ > 38: infrequente. Duração do fluxo: ❖ 3 - 8 dias: normal; ❖ > 8 dias: prolongado. Regularidade: ❖ < 7 a 9 dias: dentro do normal; ❖ > 8 a 10 dias: irregular. Volume: ❖ 5 - 80ml: normal; ❖ > 80 ml: volume aumentado; ❖ Como estimar o volume da menstruação? ❖ Absorvente interno mini fluxo - 3 mL; ❖ Absorvente interno super - 12 mL de fluxo; ❖ Absorvente externo normal - cerca de 5 mL; ❖ Absorvente externo noturno - cerca de 10 a 15 mL; ❖ Coletor menstrual - medições de volume (10 mL, 15 mL, 25 mL). ❖ Menstruação com fluxo intenso: preenchimento de um absorvente interno ou externo a cada 2 h. Classificação - SUA: Primeiro é importante diferenciar sangramento crônico e agudo; ❖ Crônico: sangramento anormal no volume e regularidade há pelo menos 6 meses -> sem intervenção médica imediata; ❖ Agudo: sangramento severo que requer intervenção imediata. Toda mulher com queixa de sangramento vaginal anormal deve ser examinada durante a vigência do sangramento; ❖ A mulher, com frequência, não consegue localizar bem o foco do sangramento, sendo necessário o exame do profissional. Origens do sangramento: útero, lesões na vulva, traumas vaginais, tumores de colo de útero, uretra, região anal; Diagnóstico: ❖ Anamnese: sintomas, idades, história clínica, história familiar, medicamentos em uso (anticoncepcional contínuo, uso de anticoagulantes); ❖ Exame físico; ❖ Definição das hipóteses mais prováveis; ❖ Método mnemônico; ❖ Causas estruturais PALM; ❖ Causas não estruturais COEIN. ❖ Exames laboratoriais e de imagem; ❖ O diagnóstico etiológico direciona a terapia e favorece o sucesso do tratamento. Pólipos uterinos: Clínica: sangramentos principalmente na peri-menopausa; Muitas vezes é assintomático; USG transvaginal e videohisteroscopia (permite visualizar a região interna cavidade uterina); Tratamento: polipectomia histeroscópica. Adenomiose: Presença de tecido semelhante ao endométrio no interior do miométrio ultrapassando a região juncional; Pode ser focal, nodular ou difusa; Diagnóstico confirmatório histopatológico; Fatores de risco: ❖ > 40 anos; ❖ Cirurgias uterinas prévias - cesarianas, miomectomias. Fisiopatologia: ❖ Glândulas e estroma endometriais entre as fibras musculares do miométrio -> tecido ectópico (responsivo aos hormônios) = reação inflamatória local + contração do miométrio prejudicada; ❖ Dismenorreia progressivamente + sangramento anormal aumentado. Sintomatologia: ❖ Sangramento aumentado - diagnóstico diferencial com mioma submucosa e pólipo endometrial; ❖ Dismenorreia progressiva - diagnóstico diferencial com endometriose. Exame físico: ❖ Em casos leves: tende a ser normal; ❖ Toque: tamanho do útero normal e indolor. ❖ Útero aumentado de volume (mais globoso), amolecido; ❖ Sinais de anemia pelo aumento do sangramento menstrual crônico. Tratamento: ❖ Controle da dor: AINES (ibuprofeno, ácido mefenâmico); ❖ ACO / progestágenos contínuos, SIU-LNG, trimestral injetável -> favorecer hipotrofia endometrial; ❖ Redução do sangramento e da dismenorreia visando atrofia endometrial. ❖ Tratamento definitivo: histerectomia. Leiomiomas: Tumor benigno mais comum em mulheres; 2 a 3 vezes mais frequentes em mulheres negras; 40 - 50% das mulheres apresentam algum tipo de mioma após 35 anos; 80% das mulheres irão apresentar mioma até a menopausa; Causa isolada mais frequente de histerectomia. Classificação: ❖ Número: único x múltiplos; ❖ Porção do útero: porção cervical, ístmica, ou corporal; ❖ Camadas do útero: submucoso (para dentro da cavidade uterina) x intramural x subseroso x transmural (endométrio até serosa); ❖ Classificação FIGO 2011: ❖ Grau 0: Intracavitário; ❖ Grau 1: Submucoso < 50%intramural; ❖ Grau 2: Submucoso > 50% intramural; ❖ Grau 3: Intramural, mas em contato com endométrio; ❖ Grau 4: Intramural; ❖ Grau 5: Subseroso > 50% intramural o Grau 6: Subseroso <50% intramural o Grau 7: Subseroso pediculado; ❖ Grau 8: Cervical ou parasitário (um dia foi pediculado, se soltou e se conectou em outro local da parede). Apresentação clínica: ❖ Dependem do tamanho e localização; ❖ Assintomáticas – 30 - 40%; ❖ Sangramento genital é o sintoma mais frequente – mais associado aos submucosos; ❖ Diagnóstico tende a ser mais precoce porque causam sintomas mais cedo. ❖ Dor – geralmente os maiores (subserosos); ❖ Volume abdominal aumentado; ❖ Infertilidade. ❖ Distorção da cavidade endometrial; ❖ Aumento da contratilidade uterina; ❖ Sangramento endometrial prejudica a implantação; ❖ Processo inflamatório crônico; ❖ Alteração da vascularização endometrial; ❖ Distorção e obstrução dos óstios tubários. Diagnóstico: ❖ Hemograma; ❖ USG transvaginal + USG abdominal; ❖ RM ou TC; ❖ Histeroscopia – permite a visualização de miomas submucosos; ❖ Já permite o tratamento no momento do diagnóstico. ❖ Videolaparoscopia – permite visualização dos miomas subserosos ,pediculados, parasitários. Tratamento: ❖ Clínico: ❖ Anti-fibrinolítico (ácido tranexâmico); ❖ AINE. ❖ Hormonal: OBJETIVO: atrofia endometrial para diminuir sangramento; ❖ Redução do sangramento, dismenorreia. ❖ Análogo de GnRH – melhora da anemia, diminui volume do mioma, preparo do tamanho uterino; ❖ É um tratamento temporário; ❖ Cápsula mais aderida – dificulta miomectomia. ❖ Definitivo -> cirúrgico; ❖ Histerectomia (radical) x miomectomia (conservadora); ❖ Volume e localização do mioma + idade + prole e desejo de manter fertilidade; ❖ Vias de acesso: histeroscopia, videolaparoscopia, laparoscopia, laparotomia, vaginal, robótica. ❖ Exérese com alça histeroscopia – leiomiomas submucosos. Malignidades: ❖ Pouco frequente na menace; ❖ Hiperplasias atípicas; ❖ Atenção para fatores de risco; ❖ SOP – estímulo estrogênico aumentado; ❖ Climatério oscilação hormonal pela redução da reserva ovariana com ciclos anovulatórios (maior estímulo estrogênico – maior proliferação endometrial com redução do estímulo progestagênico); ❖ Ciclos irregulares anovulatórios; ❖ Obesidade. ❖ Pode confundir com lesão do colo uterino. ❖ Pode ter alterações de células glandulares no canal endocervical ou na cavidade endometrial que pode alcançar o colo -> coleta de material com hiperplasias atípica (segue o caso com suspeita realizando histeroscopia com biópsia); ❖ Biópsia endometrial -> com Novack ou Pipelle – coleta de células endometriais. OBS: Menos sensibilidade para lesões pequenas. Indicação de biópsia endometrial: ❖ Linha endometrial espessada em ecografia transvaginal; ❖ Fatores de risco para adenocarcinoma de endométrio, idade > 45 anos ou peso > 90kg; ❖ Uso de estrogênio prolongado sem oposição progestogênica. Coagulopatias: Geralmente detecta desde a menarca; Avaliar história familiar; História de sangramentos mais intensos que o esperado na infância após pequenos choques / traumas; Doença de Von Willebrand; Anormalidades plaquetárias; Púrpura trombocitopênica autoimune; Adolescentes (menarca < 1 anos), hemorragia genital, HGB < 8, hospitalização, hemotransfusão. Disfunção ovariana: Anovulação; Anamnese meticulosa + exame físico e do aparelho genital; Investigação + diagnóstico diferencial de acordo com as fases: ❖ Afastar doença hematológica na adolescência; ❖ Afastar gravidez tópica ou ectópica na menacme; ❖ Afastar câncerde endométrio na perimenopausa. ❖ Esgotamento folicular na perimenopausa. Quadro clínico: ❖ Sangramento uterino imprevisível; ❖ Abundante; ❖ Recorrente; ❖ Intermitente; ❖ Na adolescência – imaturidade do eixo H-H-O; ❖ Na menacme: SOP, hiperprolactinemia, hipotireoidismo, estresse, obesidade; ❖ Perimenopausa: falência ovariana com ciclos anovulatórios (fisiológico). Tratamento: ❖ Conduta expectante: sem repercussões clínicas ou alteração da qualidade de vida -> orientar que nos primeiros 2 anos essa irregularidade tende a normalizar; ❖ Iniciar tratamento quando há interferência na qualidade de vida; ❖ Tratamento não hormonal; ❖ Anti-inflamatórios; ❖ Anti-fibrinolítico. ❖ Tratamento hormonal – objetivo: regularizar o ciclo, reduzir volume e sangramento, proteger endométrio; ❖ Estrogênio e progestagênios combinados; progestagênios oral cíclico ou contínuo; progestagênios injetável; Sistema uterino liberador de levonorgestrel; outros. ❖ Objetivo: regularizar o ciclo, reduzir o volume e a duração do sangramento e proteger o endométrio; ❖ Progestágenos/terapia progestogênio Progestagenioterapia. Disfunção endometrial: Diagnóstico de exclusão ovulatórios – ciclos ovulatórios; Alterações principais do endométrio: disfunção da hemostase, inflamação endometrial, etc. Iatrogênica: Estado de doença, efeitos adversos, alterações patológicas causadas ou resultantes de um tratamento de saúde correto e realizado dentro do recomendável, que são previsíveis, esperados ou inesperados, controláveis ou não e algumas vezes inevitáveis. ❖ Sangramento de “escape”; ❖ Durante uso de terapia hormonal; ❖ SIU-LNG; ❖ DIU T- COBRE; ❖ AAS, antiepilépticos, hormônio tireoidiano, tamoxifeno, antidepressivos, anticoagulantes, esteróides; ❖ Conforme hipótese causal avaliar a possibilidade de substituir ou suspender medicação. Não classificável: Malformações arteriovenosas; Hipertrofias miometriais; Alterações mullerianas; Istmocele - pseudo cavidade criada pela cicatrização da cesárea; Etiologias raras: entidades clínicas ainda não bem definidas. Sangramentos agudos: Estabilizar hemodinamicamente; Administrar estrogênio por 5 dias seguidos de anticoncepcional combinado por 21 dias ou estrogênio durante 5 dias seguidos de progestagênios durante 21 dias. ❖ Proteção endometrial das hiperplasias.
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