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VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Síndrome Compartimental Aguda Questões norteadoras de Síndrome Compartimental: 1) O QUE É UM COMPARTIMENTO DO CORPO? - É um espaço fechado definido no corpo. 2) CITE 5 COMPARTIMENTOS DO CORPO, SENDO PELO MENOS DOIS NÃO LOCALIZADOS NOS MEMBROS. - Abdome, tórax, panturrilha, crânio e olho. 3) QUAIS ESTRUTURAS PODEM ESTAR DENTRO DE COMPARTIMENTOS DO CORPO? - Vasos, músculos, nervos, osso, cérebro. 4) O QUE É SÍNDROME COMPARTIMENTAL? - Aumento da pressão em um espaço confinado, reduzindo criticamente a irrigação sanguínea para os tecidos (comprometimento microvascular), gerando a formação de edema e podendo alterar a sensibilidade da região. 5) O QUE PRODUZ UMA SÍNDROME COMPARTIMENTAL (DO PONTO DE VISTA FISIOPATOLÓGICO)? - Aumento da pressão dentro de um compartimento fechado. 6) O QUE CAUSA UMA SD. COMPARTIMENTAL? - Trauma, cirurgias, infecção, queimaduras, tumores. 7) QUAIS ESTRUTURAS PODEM SER DANIFICADAS POR UMA SD. COMPARTIMENTAL? - Todas as estruturas dentro desse compartimento. 8) PENSANDO NA FISIOPATOLOGIA DA SD. COMPARTIMENTAL, COMO É POSSÍVEL TRATÁ-LA? - Abrindo esse compartimento (fasciotomia) para que a pressão em seu interior possa reduzir. Definição Aumento da pressão em um espaço confinado (compartimento osteofascial), reduzindo criticamente a irrigação sanguínea para os tecidos (comprometimento microvascular – pressão nesses vasos é menor). A síndrome compartimental é uma condição patológica caracterizada pela alta pressão intersticial em um compartimento osteofascial fechado, o que resulta em comprometimento microvascular (restrição do fluxo sanguíneo capilar). Os compartimentos mais frequentemente envolvidos são aqueles com estruturas ósseas ou fasciais relativamente não complacentes, como os compartimentos posteriores profundos e anteriores da perna e o compartimento volar do antebraço. Epidemiologia 3.1/100.000 ano. Jovens e masculino (10 x mais) – grande associação com TRAUMA! Fraturas é a principal causa (69%): - 1° Tibia (2,7 a 15% de chance); - 2° Lesão de partes moles; - 3° Rádio distal; - 4° Esmagamentos; - 5° Antebraço. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Crianças: - 76% trauma de tíbia/RD/antebraço. - 2º causa é iatrogenia (61%), por exemplo por compressão do gesso. Fratura de baixa energia: - 59% tíbia. - Fechada dá mais síndrome compartimental do que as expostas. Idoso Fator proteção (os compartimentos dos idosos são mais complacentes, pois há hipotrofia muscular, aumentando o espaço dentro do compartimento e, consequentemente, reduzindo a chance de SC). As causas mais comuns da síndrome compartimental aguda são fraturas, lesões de tecido mole, comprometimento vascular causado por trauma, compressão de membros, reperfusão de membro em casos de isquemia crônica e lesões por queimadura nos membros. Patogênese Aceito: Efeito sobre as pequenas veias, arteríolas, capilares. 1) Diminuição pressão transmural Diferença P intravascular e tecidual. 2) Diminuição gradiente arteriovenoso. 3) Oclusão microvascular (capilares). Uma hemorragia dentro do compartimento ou um trauma muscular direto com subsequente edema podem levar a um aumento na pressão acima do nível capilar, restringindo o fluxo capilar. Isso resulta em necrose do tecido secundária à privação de oxigênio. A causa mais importante de síndrome compartimental em um paciente ortopédico é o edema muscular decorrente do trauma direto na extremidade ou da reperfusão após lesão vascular. Este edema causa um aumento na pressão compartimental, o que impede o fluxo venoso na extremidade afetada. A congestão pelo refluxo amplia o ciclo de pressão aumentada e a isquemia muscular. Efeito sobre MUSCULATURA: - Músculo esquelético é o tecido mais vulnerável. - Necrose final é principalmente central. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Efeito sobre os NERVOS Mecanismo, tempo, pressão incertos; Isquemia, compressão, efeitos tóxicos, acidose. Efeito sobre os OSSOS Diminuição capacidade de suprimento sanguíneo. Clínica Dor é o 1° sintoma - Grave, desproporcional, de difícil controle e que não melhora com medicação. - Pode estar ausente se lesão neurológica. - Pacientes inconscientes e crianças – agitação psicomotora. - Sensibilidade 19% (capacidade de identificar os falsos positivos) e especificidade 97% (capacidade de identificar os falsos negativos) na presença do sintoma, a chance de ser síndrome compartimental é grande. - 1º é a dor. 2º ocorre lesão do nervo (perda de sensibilidade). 3º lesão vascular (palidez). Dor após alongamento passivo (alongar o compartimento = diminui o espaço = aumenta a pressão lá dentro) - Parestesia/ hipoestesia – Sensibilidade13%, Especificidade 98% (tardio). - Paralisia é um sinal tardio – baixa recuperação. - Ausência pulsos palpáveis – grande lesão arterial ou estágio avançados (FAZER ARTERIOGRAFIA). - Edema – difícil de avaliar. Diagnóstico pela combinação de sinais: - 3 sinais presentes = Probabilidade de 90%. Elevar o membro na suspeita de SC Piora a isquemia. O diagnóstico clínico clássico é baseado nos 6 Ps: presença de dor, pressão, pulso, paralisia, parestesia e palidez (incomum). - Dor desproporcional à lesão, agravada pelo alongamento passivo dos grupos musculares contidos no compartimento envolvido, é uma das características clínicas mais precoces. - A perda de pulso é um sinal tardio de síndrome compartimental. - A paralisia é causada por compressão e isquemia prolongadas do nervo ou por lesão muscular irreversível. - A parestesia, por outro lado, é um sinal precoce. - A palidez é incomum, mas costuma ser um sinal tardio causado pelo comprometimento vascular. Diagnóstico e tratamento rápidos da síndrome compartimental são primordiais para alcançar um desfecho clínico com sucesso. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Descompressão O diagnóstico da síndrome compartimental se baseia principalmente na avaliação clínica. Embora seja possível medir a pressão intracompartimental, a decisão de executar a fasciotomia se baseia em um alto grau de suspeita clínica. Mede-se Pressão do compartimento ΔP = PAM ou PAd – P membro - < 30 mmHg: Musculatura Normal - 40 mmHg para trauma = SG Método de Whitesides (em situações nas quais o paciente não pode cooperar e o diagnóstico clínico é difícil pode-se medir a pressão no compartimento): Pressão necessária para infundir líquido no compartimento. Fasciotomia sempre: Queimaduras circulares. Isquemia por lesão arterial com mais de 4h de evolução após revascularização. Prognóstico Se fasciotomia realizada até 25 a 30h do início do quadro Bom prognóstico. Se feita após 3 a 4 dias Sem benefício e infecta tecidos necrosados. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C - Principalmente no compartimento anterior pelas fibras vermelhas. - Fasciotomia para liberar todos os compartimentos. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Abordagem - Fasciotomia Abertura de todo compartimento pele, TCSC, debridamento da musculatura necrosada. Second look em 48 horas. Fechar se pele sem tensão ou NÃO FECHAR. Complicações Relacionado ao atraso da fasciotomia > 6h. Contratura isquêmica de Volkmann É a sequela de uma síndrome compartimental não tratada e resulta em fibrose, contração e falta de função de um músculo (profundo dos dedos e longo do polegar), além da insensibilidade dos nervos envolvidos. Síndrome Compartimental Crônica por esforço Observada em cerca de 3% do total de pacientes avaliados em uma clínica de medicina esportiva (ocorrência em função de intensa atividade muscular). Elevação da pressão intra-compartimental durante o exercício, ocasionando isquemia e dor. Resolução dos sintomas com o repouso. Persistência do exercício pode levar a Síndrome Compartimental aguda. Isquemia reversível secundaria a não expansão osteofascial, durante o exercício, comprimindo a musculatura. Jovens adultos. Hipertrofia muscular (anabolizantes / creatina) + edema e aumento de fluxo sanguínea durante exercício, pronação pé e apoio do calcaneodinamico. Compartimento anterior e lateral mais acometidos. Bilateralidade 75%. Hérnia muscular é FREQUENTE. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C - Fasciotomia do compartimento anterior tem 80 a 90% sucesso; do posterior 50 a 70%. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C
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