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Definição Aumento da pressão em um espaço confinado (compartimento osteofascial), reduzindo criticamente a irrigação sanguínea para os tecidos (compromisso microvascular). - Pode levar ao edema e à alteração de sensibilidade da região. - As causas da síndrome compartimental incluem: ● Ferida por arma de fogo. ● Mordidas de cobra. ● Extravasamento de sangue nos locais de acesso venoso e arterial. ● Lesão dos membros por esmagamento. ● Curativos compressivos. ● Queimaduras. ● Aparelhos gessados apertados. Epidemiologia - 3.1/100.000 ano. - Jovens, masculino ( 10x mais ) – Trauma! - 36%: Fratura exposta na diáfise tibial. - 23,2%: Lesão em partes moles. - 9,8%: Fratura de rádio distal. - 7,9%: Esmagamento. - 7,9%: Fratura exposta de antebraço. - 3,0%: Fratura exposta na diáfise do fêmur - 3,0%: Fratura exposta no platô tibial. Patogênese - Efeito sobre as pequenas veias, arteríolas e capilares: ● Diminuição da pressão transmural (diferença entre a pressão intravascular e tecidual). ● Diminuição gradiente arteriovenoso. ● Oclusão microvascular (capilares). - Efeito sobre a musculatura: ● Músculo esquelético tecido mais vulnerável. ● Necrose final – principalmente central. - Fibras musculares ● Tipo 1: Vermelhas ➔ Lentas – metabolismo aeróbico ➔ Ex: Comp. Anterior da perna. ● Tipo 2: Brancas ➔ Rápidas - Metabolismo anaeróbico. ➔ Ex: Gastrocnêmio. - Efeito sobre os nervos: ● Mecanismo, tempo, pressão incertos. ● Isquemia, compressão, efeitos tóxicos, acidose. - Efeito sobre os ossos: ● Diminuição da capacidade de suprimento sanguíneo. A causa mais importante de síndrome compartimental em um paciente ortopédico é o edema muscular decorrente do trauma direto na extremidade e da reperfusão após lesão vascular. - Este edema causa um aumento na pressão compartimental, o que impede o fluxo venoso na extremidade afetada. - A congestão pelo refluxo amplia o ciclo de pressão aumentada e a isquemia muscular. Clínica - 1º sintoma: dor ● Grave e desproporcional. ● Pode estar ausente sem lesão neurológica. ● Pacientes inconscientes e crianças – agitação psicomotora. ● Sensibilidade 19% e especificidade 97%. - Dor após alongamento passivo: ● Parestesia/hipoestesia – Sensibilidade de 13%, Especificidade de 98% (tardio). ● Paralisia – sinal tardio e de baixa recuperação. ● Ausência pulsos palpáveis – grande lesão arterial ou estágios avançados (fazer arteriografia). ● Edema – difícil de avaliar. - A marca registrada da isquemia muscular e nervosa é a dor que é progressiva e persistente. A dor é acentuada por estiramento passivo do músculo (teste clínico mais confiável para diagnosticar a síndrome de compartimento). ● Isquemia muscular que dura mais de quatro horas leva à morte do músculo e também pode causar mioglobinúria significativa. ● Após 8h de isquemia total, as alterações no nervo se tornam completas e irreversíveis. ● O próximo achado clínico mais importante é a diminuição da sensibilidade, que indica a isquemia do nervo. Diagnóstico - Clínico: se houver a combinação de sinais: dor, parestesia, pulso e pressão local já é possível diagnosticar a síndrome compartimental. - A isquemia do compartimento pode ser intensa e mesmo assim não afetar a coloração ou a temperatura dos dedos distais e os pulsos distais raramente são obstruídos por inchaço do compartimento. - Também é possível medir a pressão intracompartimental: fasciotomia. - Os sinais clássicos são: ● Dor desproporcional para lesão. ● Palidez. ● Parestesia. ● Ausência de pulso. ● Paralisia. ● Poiquilotermia (regulação da temperatura corporal prejudicada). Descompressão - Mede-se Pressão do compartimento: ● > 30 – 40 mmHg – no compartimento. ● ΔP = PAM ou PAd – P membro. ● <30 mmHg - Musculatura Normal. ● 40 mmHg para trauma = SG. - Método de Whitesides – Pressão necessária para infundir líquido no compartimento. Fasciotomia (sempre): - Queimaduras circulares. - Isquemia por lesão arterial com mais de 4h de evolução após revascularização. I. Abertura de todo o compartimento -> Pele e tecido subcutâneo. II. Desbridamento de mm necrosada. III. Second lock - 48h. IV. Fechar se pele sem tensão ou não fechar. Complicações: - Relacionado ao atraso da fasciotomia: 6h e contratura isquêmica de Volkmann. Prognóstico - Bom prognóstico: se fasciotomia até 30h do início do quadro. - Se feita após 3 a 4 dias, sem benefício e infecta tecidos necrosados. Coxa - Pode ser por único acesso lateral (liberar septo intermuscular lateral). - Dor e aumento de volume da coxa. - Principal causa: ● Trauma contuso (com ou sem fx ) e lesão arterial. - Fasciotomia lateral: acessa todos os 3 compartimentos (anterior, posterior e adutor). - Fasciotomia medial: acessa todos os 3 compartimentos. Perna - Principalmente no compartimento anterior. - Causa: primeiro fraturas e depois trauma contuso. - Maior incidência: Sexo masculino e idade menor que 55. - Duplo Acesso preferível ( visualização ): Medial e lateral / Pode só lateral. - Incisão a 2 cm da margem posterior medial tíbia: compartimentos posteriores. - Incisão entre fíbula e crista tibial: compartimentos anterior e lateral. Pé - 9 compartimentos: ● Medial, lateral, central superficial, central profundo, interósseo x 4, adutor hálux. - Menos tolerante ao aumento da pressão. - Fasciotomia: ● Acesso dorsal sob 2° e 4° MTT- compartimento interósseos e central. ● Incisão medial – compartimento medial e lateral respectivamente Braços - 2 compartimentos: anterior e posterior. - Fasciotomia em incisão posterior e anterior: cuidado com a artéria braquial. - Raramente necessita descomprimir o músculo deltóide. Antebraço - 3 compartimentos: volar (profundo e superficial), dorsal (profundo e superficial) e móvel. - Acomete mais o flexor profundo dos dedos e o flexor longo do polegar. - Abrir até o túnel do carpo. - Quando o acesso volar não for suficiente, usar o acesso dorsal. Mão - 10 compartimentos. - 10 compartimentos. - Normalmente 2 incisões dorsais bastam. Síndrome compartimental do esforço. - Elevação da pressão intra-compartimental durante o exercício ocasionando isquemia e dor. - Resolução dos sintomas com o repouso. - Persistência do exercício pode levar a Sd. Compartimental aguda. Síndrome compartimental crônica - Isquemia reversível secundária a não expansão osteofascial, durante o exercício, comprimindo a musculatura. - Jovens adultos. - Hipertrofia muscular (anabolizantes / creatina) + edema e aumento de fluxo sg durante exercício, pronação pé e apoio do calcâneo ( fator dinâmico ). - Compartimento anterior e lateral mais acometidos. - Bilateralidade 75%. - Hérnia muscular é frequente. Clínica: ● Dor e rigidez mm. após 20-30 min de exercício (corrida) que melhora com repouso. ● A Parestesia é frequente. ● Herniações musculares no exercício físico. ● Pressão intracompartimental: ➔ Inicialmente em torno de 15 mmHg. ➔ Após 1 min de exercício > 30 mmHg. ➔ Após 5 min de repouso > 20 mmHg. Tratamento ● Conservador: diminuir a atividade física. ● Sem resposta: Indicar fasciotomia do compartimento afetado. ➔ Fasciotomia do compartimento anterior tem 80 a 90% sucesso; ➔ Fasciotomia do compartimento posterior 50 a 70%
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