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BIOSSEGURANÇA - REVISÃO V2 - PARTE I NR-32 Esta norma norteia e facilita as ações de controle, ajustes e monitoramento por parte dos gestores, apontando os caminhos para se obter um trabalho harmônico, centrado na segurança e nos cuidados com seus trabalhadores. A NR-32 se aplica a: 1. Hospitais; 2. Laboratórios; 3. Hemocentros; 4. Unidades Básicas de Saúde (UBS); 5. Universidades (Laboratórios); 6. Indústrias. O que é biossegurança? É um conjunto de medidas voltadas para prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços resultantes de uma exposição a um agente de risco. Aplicação da NR-32 Há uma Lei de Biossegurança, que existe desde 2005, tem enfoque nos riscos envolvidos nas técnicas de manipulação de organismos geneticamente modificados. O órgão que regula essa lei é a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, da qual fazem parte profissionais de diferentes ministérios e indústrias tecnológicas. Maus Hábitos que Levam a Acidentes 1. Excesso de confiança; 2. Descuido; 3. Impaciência. Principais Normas da NR-32 1. Prender cabelos longos; 2. Sempre realizar lavagem de mãos; 3. Proibido o ato de fumar em locais de trabalho; 4. Nunca usar o jaleco fora do ambiente hospitalar; 5. Usar os equipamentos de proteção individual (EPI’s); 6. Unhas curtas, sem esmaltes escuros ou descascados; 7. Barba (Proteção por máscara ou barba feita); 8. Não utilizar calçados abertos; 9. Não utilizar adornos; 10.Relógios só são permitidos com pulseira de borracha ou de metal. Se for de couro, deverá permanecer no bolso; 11. É proibido o consumo de alimentos e bebidas no posto de trabalho; 12.Proibido a utilização de pias de trabalho para fins diversos dos previstos; 13.Proibido a guarda de alimentos em locais não destinados para este fim; 14.Evitar o manuseio de lentes de contato no ambiente de procedimentos; 15.Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com os equipamentos de proteção individual e as vestimentas utilizadas em suas atividades; 16.Os trabalhadores que utilizarem objetos perfurocortantes devem ser responsáveis pelo seu descarte; 17.São vedados o reencape e a desconexão de agulhas; 18.A vacinação deve obedecer às recomendações do Ministério da Saúde. Formas de se Contaminar 1. Percutânea: Lesões provocadas por agulhas, bisturi e outros; 2. Membranas Mucosas: Quando há respingos na face envolvendo olho, nariz ou boca; 3. Cutâneas Envolvendo Pele Não Íntegra: Presença de dermatites ou feridas abertas; 4. Mordeduras com presença de sangue. 5. Recomendações para abordagem da exposição ocupacional para materiais biológicos: HIV, Hepatite C e B (Ministério da Saúde). Tipo de Material Biológico X Risco de Transmissão 1. Risco de transmissão COMPROVADO: Sangue, qualquer tipo de fluido orgânico contendo sangue visível, secreção vaginal e semên; 2. Risco de transmissão PROVÁVEL: Líquidos de serosas, líquido amniótico, LCR e líquido articular; 3. NÃO apresentam risco: Suor, lágrima, fezes, urina, vômito e saliva (sem sangue). Quais agentes podem ser transmitidos pelo sangue? 1. HIV; 2. Hepatite B; 3. Hepatite C. 4. Relacionados à transfusão sanguínea: Citomegalovírus, Epstein Barr, Plasmodium (Malária), Treponema Pallidum (Sífilis) etc (mais de 20 patógenos diferentes). Avaliação das Condições de Trabalho Os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros superiores só podem iniciar suas atividades após avaliação médica obrigatória com emissão de documento de liberação para o trabalho. Levantamento de Riscos - PPRA 1. Identificar os riscos biológicos mais prováveis, avaliando o tipo de trabalho considerando fontes de exposição, via de transmissão, persistência do agente biológico no ambiente; 2. Avaliar o local de trabalho e do trabalhador observando o local de execução das atividades, organização, procedimentos, possibilidades de exposição, medidas preventivas e medidas de ação; 3. Tendo que ser avaliado pelo menos uma vez ao ano, ou sempre que ocorra mudança nas condições do trabalho, que altere a exposição aos agentes biológicos. Riscos no PCMSO 1. Devemos reconhecer e avaliar os riscos; 2. Localizar as áreas de riscos; 3. Relação contendo a identificação completa dos trabalhadores; 4. Vigilância médica para os funcionários potencialmente expostos; 5. Programa de vacinação. 6. Para risco de exposição acidental ao agente biológico, deve-se seguir procedimentos para acompanhamento, medidas para descontaminação do local de trabalho, tratamento médico de emergência para os trabalhadores, identificação dos responsáveis pela aplicação das medidas pertinentes. Medidas de Proteção PCMSO 1. Seguindo recomendações de segurança e saúde, os profissionais da área de saúde devem se atentar aos procedimentos operacionais para o controle da exposição de risco biológico levantados na avaliação do PPRA; 2. Lembrando que não desobriga em caso de um acidente ou incidente seguir os procedimentos relacionados às normas vigentes e órgãos da área de saúde bem como Ministério da Saúde; 3. Os locais onde tenha a possibilidade de contágio por riscos biológicos, deve dispor de lavatório para as mãos com acionamento rápido, sabonete, papel toalha e lixeira com pedal para evitar o contato. 4. Sempre manter líquidos antissépticos para uso, caso não exista lavatório do local. 5. Quartos ou enfermarias próprios para pacientes com doenças infectocontagiosas devem no seu interior conter instalação sanitária própria e como limpeza contínua. Equipamentos de Proteção Individual (Risco Biológico) 1. Os Equipamentos de Proteção Individual - EPI, descartáveis ou não, deverão estar à disposição em número suficiente nos postos de trabalho, de forma que seja garantido o imediato fornecimento ou reposição. 2. Todos os trabalhadores devem ser capacitados quanto ao uso correto, forma de descarte. Os Principais EPI’s 1. Máscaras (de uso cirúrgico, e para acompanhamento de vírus contaminantes PFF2); 2. Proteção Ocular/Facial; 3. Luvas (cirúrgicas para procedimentos/utilidade geral), para demais funções dentro do área que não seja de função de saúde, luva de borracha, nitrílica; 4. Toucas (descartáveis); 5. Avental (descartável). Risco Químico 1. Deve ser mantida a rotulagem do fabricante na embalagem original dos produtos químicos utilizados em serviços de saúde. 2. Produtos químicos manipulados ou fracionados devem ter identificação, de forma legível, por etiqueta, com o nome do produto, composição química, sua concentração, data de envase e de validade e o nome do responsável pela manipulação ou fracionamento. As embalagens de produtos químicos não podem ser reutilizadas. 3. Modelo de identificação: Risco Químico Dentro do PPRA 1. Nos serviços de saúde deve constar inventário de todos os produtos químicos, inclusive intermediários e resíduos, com indicação daqueles que impliquem em riscos à segurança e saúde do trabalhador. 2. Todos os produtos químicos devem ter ficha descritiva contendo, no mínimo, as seguintes informações: - Características e as formas de utilização do produto; - Os riscos à segurança e saúde do trabalhador e ao meio ambiente, considerando as formas de utilização; - Medidas de proteção coletiva, individual e controle médico da saúde dos trabalhadores; - Condições e local de estocagem; - Procedimentos em situações de emergência. Capacitação Risco Químico A capacitação deve conter, no mínimo? 1. Apresentação de fichas descritivas com explicação de informações nelas contidas; 2. Procedimentos de segurança relativos à utilização; 3. Procedimentos a serem adotados em caso de incidentes, acidentes e em situações de emergência. 4. Em caso de acidentes: - Todo acidente deverá ser registrado em impresso próprio; 5. Em caso de acidente pessoal: - Remover as roupas imediatamente; - Lavar com água e sabão a pele atingida; - Em caso de contato com os olhos, lavar com água ou soro fisiológico e procurar serviço médico. 6. Em caso de acidente ambiental: - Identificara área e restringir com compressas absorventes. A área deverá ser limpa com água e sabão. Medidas de Proteção RISCO QUÍMICO 1. O empregador deve destinar local apropriado para manipulação ou fracionamento de produtos químicos que impliquem riscos à segurança e saúde do trabalhador. Fica proibido a realização desses procedimentos em qualquer local que não seja apropriado para este fim. 2. Excetuam-se a preparação e associação de medicamentos para administração imediata aos pacientes. 3. Local de Preparo: - Sinalização para identificação do ambiente; - Concentração dos produtos químicos no ar abaixo dos limites de tolerância; - Equipamento que garantam a exaustão dos produtos químicos; - Chuveiro e lava-olhos; - Equipamentos de proteção individual (EPI); - Sistema adequado de descarte. Gás Óxido Etileno 1. Todos os estabelecimentos que realizam, ou que pretendem realizar, esterilização, reesterilização ou reprocessamento por gás óxido de etileno, deverão atender o disposto na Portaria Interministerial nº 482/MS/MTE de 16/04/1999. 2. Gases Medicinais: Na movimentação, transporte, armazenamento, manuseio e utilização dos gases, bem como na manutenção dos equipamentos, devem ser observadas as recomendações do fabricante, desde que compatíveis com as disposições da legislação vigente. 3. Sistemas Centralizados de Gases Medicinais deve conter: - Nominação das pessoas autorizadas a terem acesso ao local e treinamento na operação e manutenção do sistema; - Procedimentos a serem adotados em caso de emergência; - Número de telefone para uso em caso de emergência; - Sinalização alusiva a perigo. Medicamentos e Drogas de Risco 1. Genotoxicidade; 2. Carcinogenicidade; 3. Toxicidade séria e seletiva sobre órgãos e sistemas. 4. Deve conter orientações sobre: - Recebimento; - Armazenamento; - Preparo; - Distribuição; - Administração dos medicamentos. 5. Quimioterápicos Antineoplásicos 3: Devem ser preparados em área exclusiva e com acesso restrito aos profissionais diretamente envolvidos. 6. A área deve dispor de: - Vestiário de barreira com dupla câmara; - Sala de preparo dos quimioterápicos; - Local destinado para as atividades administrativa; 7. O Vestiário deve dispor de: - Pia e material para lavar e secar as mãos; - Lava olhos, o qual pode ser substituído por uma ducha tipo higiênica; - Chuveiro de emergência; - Equipamentos de proteção individual e vestimentas para uso e reposição; - Armários para guarda de pertences; - Recipientes para descarte de vestimentas usadas. 8. Radiações Ionizantes: - A radiação ionizante é um risco físico. - Deve seguir as disposições pelas normas do CNEN, ANVISA e do Ministério da Saúde. - É obrigatório manter no local de trabalho e à disposição da inspeção do trabalho o Plano de Proteção Radiológica- PPR, aprovado pelo CNEN, e para os serviços radiológicos aprovado pela Vigilância Sanitária; - Trabalhadoras gestantes devem ser afastadas das atividades com radiações ionizantes, devendo ser remanejada para atividade compatível com seu nível de formação; - Instalação radiativa deve dispor de monitoramento individual e de áreas; - Os equipamentos utilizados para o monitoramento devem ser efetuados por laboratórios acreditados pelo CNEN. 9. O trabalhador que realiza atividades em áreas onde existam fontes de radiações ionizantes deve: - Permanecer nestas áreas o menor tempo possível para a realização do procedimento; - Ter conhecimento do risco radiológico associado ao seu trabalho; - Usar EPIs adequados para minimizar os riscos; - Estar sob monitoração individual de dose de radiação (dosímetro). Cargas de Trabalho Elementos que inter-atuam dinamicamente entre si e com o corpo do trabalhador, gerando processos de adaptação que se traduzem em desgaste. 1. Cargas Físicas; 2. Cargas Químicas; 3. Cargas Biológicas Orgânicas; 4. Cargas Mecânicas; 5. Cargas Fisiológicas; 6. Cargas Psíquicas. Processo de Desgaste É a perda da capacidade efetiva e/ou potencial biopsíquica. Risco Físico: 1. Radiações ionizantes; 2. Radiação não ionizantes; 3. Condições de iluminação; 4. Condições térmicas; 5. Riscos elétricos; 6. Riscos mecânicos; 7. Ruídos. Risco Químico: 1. Desinfetantes e esterilizantes; 2. Anestésicos gasosos e voláteis; 3. Citostáticos; 4. Alérgenos e irritantes respiratórios; 5. Alérgenos e irritantes cutâneos. Risco Biológico Orgânico: 1. Hepatite B; 2. HIV; 3. Tuberculose; 4. Agentes Biológicos. Riscos Psicossociais: 1. Violência; 2. Lidar com a dor; 3. Interferência sobre o ritmo circadiano; 4. Situações de desgaste e fadiga; 5. Perturbações qualitativa e quantitativa do sono; 6. Perturbação da vida social e familiar. Riscos Mecânicos: 1. Manipulação de perfurocortantes; 2. Quedas; 3. Agressões; 4. Preensão de dedos e mãos. Riscos Fisiológicos: 1. Manipulação de peso excessivo; 2. Trabalho em pé. Riscos Psicossociais: 1. Atenção constante; 2. Supervisão estrita; 3. Ritmo acelerado; 4. Comunicação dificultada; 5. Trabalho feminino; 6. Agressão psíquica; 7. Fadiga, tensão, estresse; 8. Insatisfação. Biossegurança na Saúde (Aula 14) Higienização das Mãos 1. As mãos necessitam ser lavadas adequadamente antes de qualquer procedimento hospitalar. Afinal, elas são um dos principais canais de transmissão de doenças virais e bacterianas; 2. Lavar as mãos frequentemente é, isoladamente, a ação mais importante para a prevenção do risco de transmissão de microrganismos; 3. O método adequado para lavagem das mãos depende do tipo de procedimento a ser realizado. 4. As mãos devem ser lavadas: - Antes e após atividades que eventualmente possam contaminá-las; - Ao início e término do turno de trabalho entre o atendimento a cada paciente; - Antes de calçar luvas e após a remoção das mesmas; - Quando as mãos forem contaminadas (manipulação de material biológico e/ou químico) em caso de acidente. 5. O uso de luvas não exclui a lavagem das mãos; 6. Mantenha as unhas tão curtas quanto possível e remova todos os adornos antes da lavagem das mãos; 7. Utilize técnicas que tratem todas as partes da mão igualmente; 8. Lave as mãos em uma pia distinta daquela usada para a lavagem do instrumental; 9. Para anti-sepsia das mãos ou da área operatória antes de procedimentos cirúrgicos, as preparações contendo digluconato de clorexidina a 2% ou 4%, polivinilpirrolidona-iodo – PVP-I (solução aquosa, solução alcoólica, solução degermante, todas a 10%, com 1% de iodo ativo), e álcool isopropílico a 70% são indicadas para anti-sepsia das mãos e área operatória com o objetivo de eliminar a microbiota transitória e reduzir a microbiota residente por um período de tempo adequado para prevenir introdução de microrganismos na ferida cirúrgica; 10.Caso as luvas sejam rasgadas ou puncionadas durante o procedimento, elas deverão ser removidas imediatamente e as mãos rigorosamente lavadas, e novamente enluvadas, antes de completar o procedimento. Superfícies e Bancadas - As superfícies das bancadas de trabalho são limpas e descontaminadas com hipoclorito a 2% ou álcool a 70%, antes e após os trabalhos e sempre após algum respingo ou derramamento, sobretudo no caso de material biológico potencialmente contaminado e substâncias químicas. Uso correto de EPI’s 1. Os equipamentos de proteção individual (EPI’s) são obrigatórios na realização de diversos tipos de procedimentos; 2. São elementos de contenção de uso individual utilizados para proteger o profissional do contato com agentes biológicos, químicos e físicos no ambiente de trabalho. Servem, também, para evitar a contaminação do material em experimento ou em produção; 3. Desta forma, a utilização do equipamento de proteção individual torna-se obrigatória durante todo atendimento/procedimento; 4. Os equipamentos de proteção individuais e coletivos são considerados elementos de contenção primária ou barreiras primárias. E podem reduzir ou eliminar a exposição da equipe, de outras pessoas e do meio ambiente aos agentes potencialmente perigosos; 5. As luvas, por exemplo, impedem o contato com materiaiscontaminantes, como sangue e secreções; 6. As máscaras evitam a contaminação por respingos ou gotículas e partículas sólidas presentes no ar (aerossóis); 7. Sempre verificar a integridade física das luvas antes de colocá-las; 8. Não lavar e desinfetar luvas de procedimento ou cirúrgicas para reutilização. 9. As luvas não devem ser utilizadas fora do local de trabalho a não ser para o transporte de materiais biológicos, químicos, estéreis ou de resíduos; 10.Nunca tocar objetos de uso comum ou que estão fora do campo de trabalho quando estiver de luvas e manuseando material biológico potencialmente contaminado ou substâncias químicas. 11. Use apenas máscara de tripla proteção e quando do atendimento de pacientes com infecção ativa, particularmente tuberculose, devem ser usadas máscaras especiais, tipo N95; 12.Os profissionais que trabalham com amostras potencialmente contaminadas com agentes biológicos classe 3 (Mycobacterium tuberculosis ou Histoplasma capsulatum, por exemplo), devem utilizar máscaras N95; 13. Sobre as máscaras: - Nunca deixar a máscara pendurada no pescoço ou ouvido; - Descartar em recipiente apropriado, após o uso e sempre que estiver visivelmente contaminada ou úmida; - Não guardar em bolsos ou gavetas; - Evitar tocá-la após a sua colocação. 14.Os óculos de proteção devem ser usados em atividades que possam produzir respingos e/ou aerossóis, projeção de estilhaços pela quebra de materiais, bem como em procedimentos que utilizem fontes luminosas intensas e eletromagnéticas, que envolvam risco químico, físico ou biológico. Imunização Por Meio de Vacinas 1. Como sabemos, doenças infecciosas como a gripe podem ser prevenidas com vacina. Todas as pessoas devem imunizar-se, especialmente os profissionais de saúde; 2. Todos os componentes do hospital devem ser vacinados contra hepatite B, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e a dupla adulto dT (difteria e tétano). 3. Está contra-indicado o uso da vacina BCG para profissionais de saúde. Os cuidados de proteção, neste caso, resumem-se a duas esferas principais: controle ambiental e proteção individual; 4. Para hepatite B é recomendado o esquema vacinal com uma série de três doses da vacina em intervalos de zero, um e seis meses; 5. Para confirmação desta resposta vacinal deve ser realizado o teste sorológico anti-HBs, um a dois meses após a última dose, com intervalo máximo de seis meses; 6. Profissionais que tenham parado o esquema vacinal para hepatite B após a 1ª dose deverão realizar a 2ª dose logo que possível e a 3ª dose deve ser realizada com um intervalo de 2 meses da dose anterior. 7. No caso de acidentes com material biológico envolvendo pessoas com esquema incompleto de vacinação, recomenda-se a comprovação da resposta vacinal através da realização do anti-HBs. Cuidados ao manusear material perfurocortante e biológico: 1. Ter máxima atenção durante a realização de procedimentos invasivos; 2. Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos que envolvam material perfurocortante; 3. Nunca reencapar, entortar, quebrar ou desconectar a agulha da seringa; 4. Não utilizar agulhas para fixar papéis; 5. Descartar agulhas, escalpes, lâminas de bisturi e vidrarias, mesmo que estéril, em recipientes rígidos; 6. Utilizar os EPIs próprios para o procedimento; 7. Usar sapatos fechados de couro ou material sintético. Pós-Exposição 1. Após exposição em pele íntegra, lavar o local com água e sabão ou solução antisséptica com detergente (PVPI, clorexidina) abundantemente. O contato com pele íntegra minimiza a situação de risco; 2. Nas exposições de mucosas, deve-se lavar exaustivamente com água ou solução salina fisiológica; 3. Se o acidente for percutâneo, lavar imediatamente o local com água e sabão ou solução antisséptica com detergente (PVPI, clorexidina). Não fazer espremedura do local ferido, pois favorece um aumento da área exposta; 4. Não devem ser realizados procedimentos que aumentem a área exposta, tais como cortes e injeções locais. A utilização de soluções irritantes (éter, hipoclorito de sódio) também está contra-indicada. Avaliação do Acidente 1. Tipo de exposição; 2. Tipo e quantidade de fluido e tecido; 3. Situação sorológica da fonte; 4. Situação sorológica do acidentado; 5. Susceptibilidade do profissional exposto. Status Sorológico da Fonte (Origem do acidente) O paciente-fonte deverá ser avaliado quanto à infecção pelo HIV, Hepatite B e C, no momento da ocorrência do acidente. Quando a fonte é conhecida: - Caso a fonte seja conhecida, mas sem informação de seu status sorológico, é necessário realização de exames diagnósticos. - Caso haja recusa ou impossibilidade de realizar os testes, considerar o diagnóstico médico, sintomas e história de situação de risco para aquisição de HIV, HBC e HCV. Quando a fonte é desconhecida: - Levar em conta a probabilidade clínica e epidemiológica de infecção pelo HIV, HCV, HBV – prevalência de infecção naquela população, local onde o material perfurante foi encontrado (emergência, bloco cirúrgico, diálise), procedimento ao qual ele esteve associado, presença ou não de sangue, etc. - A exposição ocupacional ao vírus HIV deve ser tratada como emergência médica, uma vez que a quimioprofilaxia deve ser iniciada o mais precocemente possível, quando indicada, idealmente até 2 horas após o acidente e, no máximo, até 72 horas. Por que a biossegurança é importante no combate a infecções? Quando não existe um tratamento específico para o novo agente infeccioso. Em alguns casos, determinadas medicações estão sendo testadas e prescritas. Ao mesmo tempo, os médicos correm contra o tempo para criar uma vacina que combata o agente. Quando em uma situação de pandemia, não apenas os profissionais da saúde correm risco, mas qualquer pessoa. É nesse contexto que as práticas de biossegurança na saúde ganham ainda mais importância. Afinal, para conter a disseminação do agente infeccioso, medidas de controle e prevenção precisam ser observadas e seguidas com rigor. Em espaços destinados a tratar pacientes com a doença, cabe aos profissionais paramentarem-se, a fim de se protegerem. Quando o microorganismo tem um alto potencial de transmissão, pode elevar o número de pessoas contaminadas e mortas. Para reduzir a taxa de infecções, é fundamental inspecionar as instalações hospitalares para se certificar de que estão dentro das normas. Em outras palavras, os cuidados e as regras de higiene precisam ser intensificados. Abastecer o hospital com equipamentos de proteção em quantidade suficiente e manter as equipes em estado de alerta é o desafio do momento. Os aparelhos precisam ser desinfetados regularmente, os materiais devidamente utilizados e descartados e as mãos higienizadas com frequência. Práticas como o fácil acesso ao álcool em gel 70% são um exemplo de biossegurança na enfermagem que ajuda a proteger a saúde de todos. Além disso, vale destacar o papel dos EPI’s para a proteção de profissionais e pacientes de infecções hospitalares, incluindo a Covid-19. Para tanto, é essencial que esses equipamentos sejam certificados pelos órgãos fiscalizadores. Em qualquer que seja a situação, a recomendação é adquirir materiais de qualidade, que atendam aos requisitos de proteção, tecnologia e conforto. Mostramos a importância da biossegurança na enfermagem no combate a doenças, especialmente em momentos de epidemias/pandemias. Inclusive, vimos que as boas práticas precisam ser intensificadas para impedir o aumento do número de casos pela infecção. O cuidado em dobro e o rigor nas medidas de higiene e segurança dentro dos hospitais contribuem para que saiamos dessa situação o quanto antes. Morbidade nos Trabalhadores de Enfermagem A enfermagem destaca-se como a categoria profissional da área da saúde que mais adoece por DORT devido à exposição ocupacional aos riscos organizacionais e ambientais, tais como: 1. Aumento da jornada de trabalho; 2. Excedente de horas trabalhadas; 3. Ritmo acelerado; 4. Poucos recursos humanos; 5. Repetitividadede movimentos; 6. Modernização e informatização; 7. Fragmentação das tarefas; 8. Pressão tanto das chefias quanto dos pacientes; 9. Trabalho em turnos; 10.Falta de autonomia; 11. Mobiliários inadequados; 12.Excesso de força física no manuseio de cargas; 13.Posturas incorretas e viciantes. Setor de Emergência e CTI 1. No que se refere aos setores com maior perfil de adoecimento dos trabalhadores de enfermagem, destacaram-se as unidades de Pronto Socorro Adulto (16,3%), Unidade de Terapia Intensiva (15,6%), seguida da Clínica Médica (10,3%) e a Clínica Cirúrgica (8,7%); 2. As unidades críticas são setores que mais favorecem o adoecimento dos trabalhadores de enfermagem. Sexo Feminino/Idade 1. Uma pesquisa descreveu o perfil de trabalhadores readaptados de um hospital público, sendo que 72,5% da amostra foram do sexo feminino, 37,5% encontravam-se na faixa etária entre 54 e 59 anos e 35% foram trabalhadores de nível técnico. 2. A equipe de enfermagem foi a maioria dos funcionários readaptados, com 62,5%, e a principal causa da readaptação foram os distúrbios osteomusculares, seguidos dos mentais e de comportamento; 3. Em relação ao presenteísmo e à baixa produtividade no ambiente de trabalho, estudo realizado no Hospital Universitário do município de São Paulo identificou os principais problemas de saúde, destacando os distúrbios musculoesqueléticos referidos em 60,9% dos trabalhadores presenteístas, seguidos das cefaleias/enxaquecas, em 13,9%, distúrbios gastrointestinais, em 12,6%, e as gripes e resfriados, com 9,3% Trabalho Noturno e Acidentes 1. A maioria dos acidentes de trabalho ocorrem no período noturno; 2. O acidente de trabalho causa nos trabalhadores de enfermagem preocupação, medo e mal-estar devido à profilaxia, gerando o descontrole emocional e problemas familiares. 3. Fora a taxa de absenteísmo que aumenta. Problemas Respiratórios 1. Agravos à saúde do sistema respiratório, das doenças infecciosas e parasitárias e das doenças do olho e anexos podem estar relacionados a infecções hospitalares; 2. Por meio de contaminação com contato direto/indireto ao paciente, falta da higiene das mãos após contato com secreções, ambientes fechados e pouco ventilados, a baixa imunidade dos trabalhadores e o estresse dos mesmos. Carga Química/Dermatoses 1. São as causas das doenças da pele e do tecido subcutâneo relacionado ao trabalho; 2. Prevalentes nos profissionais de nível médio. Aparelho Geniturinário 1. Predominantes no sexo feminino e nos trabalhadores mais jovens; 2. Para os trabalhadores de enfermagem, a predisposição a infecções do trato urinário pode estar relacionada aos fatores ambientais, como temperaturas elevadas, exposição a gases e a substâncias químicas, além da sobrecarga de trabalho, vinculado ao próprio descuido do trabalhador em relação à baixa ingestão de líquidos durante o turno de trabalho, pois, consequentemente, urina-se pouco, o que favorece as infecções. Aparelho Circulatório 1. Predominantes no sexo masculino; 2. Idade adulta com média de 45, 46 anos. 3. Paralelamente, hábitos inadequados para a promoção da saúde relacionados à nutrição, atividade física, fumo e álcool; Varizes de Membros Inferiores 1. Adoecimento muito comum nos trabalhadores de enfermagem; 2. Relacionado ao excesso de peso, associado aos longos períodos em posição ortostática, além da longa caminhada percorrida no expediente de trabalho. Processos Alérgicos 1. Principal exposição às cargas químicas, proveniente da manipulação de substâncias químicas entre os trabalhadores de enfermagem. Fatores que mais contribuem para o sofrimento mental 1. Falta de tempo para pausas; 2. Fiscalização de desempenho; 3. Ritmo de trabalho excessivo; 4. Forte cobrança por resultados; 5. Divisão entre quem planeja e quem executa; 6. Ambiente físico desconfortável; 7. Ruídos no ambiente de trabalho; 8. Mobiliário inadequado; 9. Posto de trabalho inadequado; 10.Falta de integração; 11. Funcionários excluídos das decisões; 12.Disputas profissionais; 13.Comunicação entre funcionários insatisfatória; 14.Dobras de plantões; 15.Trabalho noturno; 16. Impacto nos rodízios; 17.Planta física restrita; 18.Transporte e movimentação de pacientes; 19.Falta de apoio e capacitação da equipe; 20.Falta de recursos materiais e humanos para executar tarefas. Em relação aos agravos psicossociais, também se observa a ocorrência de transtornos alimentares, do sono, diminuição do estado de alerta, estresse, desorganização no meio familiar e neuroses. Recomendações aos Gestores para Ações de Saúde Mental e Atenção Psicossocial 1. Garantir comunicação de boa qualidade e atualizações para as informações atenuar as preocupações; 2. Não responsabilize o funcionário individualmente quando o trabalhador não conseguir lidar com a situação corretamente; 3. Criar condições para ritos de passagem e diminuir os impactos de um possível luto; 4. Estabelecer parcerias e conseguir a participação dos diversos atores sociais; 5. Incentivar formas solidárias e participativas de enfrentamento, utilizando-se de estratégias culturais, religiosas e artísticas variadas. SESMT/PPRA/PCMSO O QUE É SESMT (Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho)? Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT nada mais são do que colaboradores da área da saúde que visam a garantir a integridade física da equipe de trabalho no ambiente ocupacional. Uma equipe SESMT pode ser composta por: 1. Auxiliares de enfermagem; 2. Técnicos de enfermagem; 3. Enfermeiros do trabalho; 4. Técnicos em segurança do trabalho; 5. Engenheiros de segurança do trabalho; 6. Médicos do trabalho. Funções do SESMT: 1. Utilizar a Engenharia e a Medicina do Trabalho para reduzir/eliminar os riscos ocupacionais presentes no ambiente de trabalho e nas máquinas; 2. Designar Equipamentos de Proteção Individual – EPIs para todos os colaboradores que atuam em áreas nas quais o risco não está neutralizado; 3. Ser responsável técnico pelo plano de saúde ocupacional da empresa, bem como dar suporte medicinal a demandas de emergência; 4. Estreitar relações com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; 5. Estimular atividades educacionais que têm como objetivo conscientizar os colaboradores acerca da segurança do trabalho. O que avaliar: 1. Área; 2. Equipamentos hospitalares; 3. Mobiliário; 4. Fluxogramas de processos de trabalho; 5. Metodologias; 6. Software e informática. Equipamentos: 1. Desfibrilador; 2. Oxímetro; 3. Estetoscópio; 4. Eletrocardiógrafo; 5. Maca hospitalar; 6. Hamper; 7. Mesa auxiliar; 8. Carrinho de curativo; 9. Equipamento de raio-x; 10.Carrinho de emergência; 11. Cadeira para coleta de sangue; 12.Cardioversor; 13.Aparelho de pressão; 14.Balança antropométrica; 15.Cama hospitalar; 16.Autoclave; 17.Eletrocardiógrafo digital. Norma Regulamentadora – NR-4 Principais Atividades 1. Desenvolvimento da Cultura Prevencionistas; 2. Orientações sobre atos e condições inseguras; 3. Redução e Controle das Condições Ambientais; 4. Motivação da equipe; 5. Otimização dos métodos de trabalho; 6. Contribui para melhor qualidade de vida (ginástica na empresa, jogos, salas de bate papo, etc). Competências: 1. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA); 2. Programa de Controle Médico e Saúde Ocupável – (PCMSO); 3. Análises Ergonômicas do Trabalho (AET); 4. Laudos de Periculosidade e Insalubridade; 5. Planos de Prevenção e de Emergência; 6. Palestras. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais: 1. Estabelecido pela NR-9; 2. Objetivo de definir uma metodologia de ação, a fim de preservar a saúde e integridade dos trabalhadores. Análise Ergonômica do Trabalho: 1. Entrevista com os trabalhadores; 2. Identificação sistemática de ações técnicas no trabalho; 3. Definição do risco ergonômico; 4. Definição das melhorias necessárias. Características de um Plano de Prevenção e Emergência (PPE): 1. Simplicidade; 2. Flexibilidade; 3. Dinamismo; 4. Adequação; 5. Precisão. O QUE É PCMSO(Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional)? É um programa que especifica procedimentos e condutas a serem adotadas pelas empresas em função dos riscos a que os empregados se expõem no ambiente de trabalho. O objetivo é prevenir, detectar precocemente, monitorar e controlar possíveis danos à saúde do empregado. Além de ser obrigatório, o PCMSO é um ponto muito importante para a criação de um ambiente de trabalho saudável, reduzindo os afastamentos por saúde e ajudando o trabalhador a estar mais motivado. Com acesso a exames periódicos, os trabalhadores podem identificar doenças e buscar o tratamento adequado, melhorando sua qualidade de vida. Como regra, foi estabelecido que trabalhadores acima de 18 anos devem ter o exame médico refeito a cada dois anos. Para os casos de trabalhador menor de 18 anos ou com mais de 45 anos, o PCMSO deve ser realizado anualmente. No mínimo, o PCMSO deve conter: 1. Admissional; 2. Periódico; 3. De retorno ao trabalho; 4. De mudança de função; 5. Demissional (Por justa causa, sem justa causa, pedido de demissão pelo funcionário, acordo entre as partes e demissão consensual). O QUE É PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais)? Tem por objetivo estabelecer medidas que visem a eliminação, redução ou controle desses riscos em prol da preservação da integridade física e mental do trabalhador. O PPRA deve conter a descrição mais próxima da “real” dos riscos, sempre considerando que o acompanhamento dos Agentes Etiológicos deve ser medida inadiável, devendo ser aferida de forma sistemática, contando com apoio da SCIH – Serviços de Controle de Infecção Hospitalar, que é o responsável pelo registro do perfil epidemiológico do serviço e controle das comunicações compulsórias de agentes de patogênicos à Vigilância Sanitária. A elaboração e implementação do PPRA é obrigatória para todos os empregadores e instituições que possuam empregados. Não importa o grau de risco ou a quantidade de empregados. O objetivo do PPRA é levantar os riscos existentes e propor mecanismos de controle. Os riscos NÃO ELIMINADOS são objeto de controle pelo PCMSO. Portanto, sem o PPRA não existe PCMSO, devendo ambos estarem permanentemente ativos. Quem deve elaborar o PPRA? São legalmente habilitados os: 1. Técnicos de Segurança; 2. Engenheiros; 3. Enfermeiro; 4. Médicos do Trabalho. Riscos Hospitalares: O risco à saúde são as possibilidades de acontecer uma exposição na qual um indivíduo é levado a ter alguma doença. Um exemplo dessa classificação são os ruídos e as vibrações. Unidades hospitalares são ambientes com grande probabilidade de contaminações e danos, devido às diversas bactérias presentes nesse ambiente. Saúde Ocupacional e Enfermagem Saúde Ocupacional e Enfermagem é voltada para a promoção e prevenção da saúde do trabalhador que atuam diretamente nos ambientes e na qualidade de vida no trabalho na organização dos ambientes de trabalho que devem proporcionar ambientes saudáveis, seguros e agradáveis ao desenvolvimento de atividades administrativas e/ou operacionais nas organizações. A relação saúde, família e trabalho: 1. Aspectos históricos; 2. Atenção a saúde do trabalhador no Brasil; 3. O enfermeiro nas ações promotoras de saúde do trabalhador; 4. O enfermeiro na saúde da família e a atenção integral do trabalhador. Particularmente alguns princípios se desenvolveram caracterizando saúde como um dever do Estado, os serviços devem contar com a participação e o controle social, e as ações devem contemplar: 1. Promoção; 2. Prevenção; 3. Assistência; 4. Reabilitação; 5. Vigilância à saúde. Funções da Família: 1. Geradora de afeto; 2. Proporcionadora de segurança e aceitação pessoal; 3. Proporcionadora de satisfação e sentimento de utilidade; 4. Asseguradora da continuidade das relações; 5. Proporcionadora de estabilidade e socialização; 6. Impositora da autoridade e do sentimento do que é correto (aprendizagem das regras e normas, direitos e obrigações características das sociedades humanas). FENÔMENOS QUE TRADUZEM AS MODIFICAÇÕES NA ESTRUTURA TRADICIONAL DAS FAMÍLIAS: 1. Aumento da proporção de domicílios formados por "não-famílias“ (Idosos, adultos jovens) 2. A redução do tamanho das famílias; 3. Crescimento das separações e dos divórcios; 4. Casais maduros sem filhos; 5. Chefiadas por mulheres sem cônjuge (...); 6. Entrada das mulheres no mercado de trabalho. Obs: As mulheres passaram a dedicar mais tempo às suas carreiras e menos tempo cuidando de suas casas. Legislação Atual É no artigo 6º, parágrafo 3º, que a Lei Orgânica da Saúde regulamenta a Saúde do Trabalhador: 1. I - Assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho; 2. II - Participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde, em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho; 3. III - Participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde, da normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador; 4. IV - Participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de Saúde do Trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; 5. VII - Revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; 6. VIII - A garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores; RENAST/CEREST A atual estratégia de institucionalização e fortalecimento da Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde criou a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST), com o objetivo de “integrar a rede de serviços do SUS, voltados para a assistência e a vigilância, para o desenvolvimento das ações de Saúde do Trabalhador”. Essa estratégia deu-se, principalmente, por meio de incentivo financeiro aos municípios e estados para a criação de Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CERESTs), que devem desempenhar a função de suporte técnico, de coordenação de projetos e de educação em saúde para a rede do SUS da sua área de abrangência. Essas unidades contam com uma equipe mínima definida em portaria que assume conformações específicas, variando de oito a 20 profissionais de nível superior e médio, a depender da sua esfera de atuação (estadual ou regional) e da dimensão de sua área de abrangência. Algumas categorias profissionais são obrigatórias em tais equipes, sendo elas o médico, o enfermeiro e o auxiliar de Enfermagem. A RENAST não se restringe à adequação e à ampliação da rede de CERESTs no país. O principal objetivo da criação dessa rede é exatamente buscar garantir, em todos os níveis do SUS, a inclusão do olhar para a saúde dos trabalhadores. A RENAST prevê a inserção da Saúde do Trabalhador na atenção básica e nos níveis de maior complexidade do sistema de saúde, a implementação de ações de vigilância e promoção em Saúde do Trabalhador e a criação de uma rede de serviços sentinela, direcionada para o acompanhamento dos setores produtivos que se destacam na determinação de agravos à saúde dos trabalhadores.