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PUBERDADE CRESCIMENTO FISIOLÓGICO E PATOLÓGICO Crescimento é um processo complexo e multifatorial Após o nascimento, parâmetros devem ser colocados para ver se o crescimento está de acordo com o sexo e idade, e verificar se está de acordo com o padrão familiar O principal fator no crescimento é a genética – 80% da estatura é determinada pelo tamanho dos pais Genética X ambiente = nutrição, ausência de doenças crônicas, sono adequado, prática de exercícios físicos, saúde emocional, dentre outros “DORMIR PARA CRESCER” O GH é produzido e liberado no organismo em picos, com aumento durante o sono, principalmente, ao longo da noite Cerca de 30 min após o adormecimento, com maior produção, a partir das 22 até as 6 da manha Crianças que dormem pouco – déficit de crescimento, prejuízos na memória, irritabilidade, menor concentração e dificuldades de aprendizado Dormir de dia não produz o mesmo efeito CRESCIMENTO Curva de crescimento harmônica a partir do segundo ano de vida – mudança de canal = investigação; variação secular do crescimento e maturação atualmente estaturas variáveis entre as gerações PERÍMETRO CEFÁLICO PESO X IDADE Aferição em < 2 anos – pesadas e medidas completamente despidas e na presença da mãe ou responsável Balança –equipamento apropriado para crianças < 2 anos Peso > 2 anos – pesadas descalças e com roupas bem leves; apenas calcinha, short ou cueca, na presença da mãe ou responsável Peso por idade facilidade e reflete precocemente distúrbios no processo de crescimento; mas não faz diagnostico de problema de crescimento em uma única consulta e não distingue casos de desnutrição Avaliar em conjunto com comprimento ou IMC e fazer acompanhamento longitudinal INCLINAÇÃO DA CURVA Variável segundo as etapas de vida – trajetória regular, ascendente e paralela às curvas-padrão Linha horizontal – não há ganho de peso Linha descendente – perda de peso Ascendente com inclinação menor do que as de referência – ganho insuficiente de peso ou desaceleração de crescimento Ascendente com inclinação maior que as curvas de referência – ganho de peso excessivo e risco de sobrepeso ou recuperação COMPRIMENTO/ESTATURA X IDADE < 2 anos – distancia que vai da sola dos pês descalços ao topo da cabeça, com a criança deitada em superfície horizontal 2 anos – medida do indivíduo na posição de pé, encostado numa parede ou antropômetro vertical Expressa o crescimento linear da criança; índice que melhor indica o efeito cumulativo de situações adversas sobre o crescimento da criança Velocidade de crescimento – quantidade em cm que a criança cresce em um período MÉDIA Nascimento – 1 ano = 25 cm por ano 1 ano – 3 = 12,5 cm por ano 3 anos – puberdade = 5 a 7 cm por ano Puberdade = meninas 8 a 10 cm ao ano e meninos 10 a 12 cm A fase de maior crescimento não se dá na puberdade, mas no 1° ano de vida – depois = desaceleração do crescimento, até o estirão puberal na puberdade Estatura alvo ou alvo genético Meninas – altura da mãe + altura do pai – 13 / 2 Meninos altura da mãe + altura do pai + 13 / 2 Normal variação de mais ou menos 5 cm IMC Identificar o excesso de peso entre crianças PREMATURIDADE Fatores que interferem no crescimento – grau de maturidade, tamanho e estado nutricional ao nascimento, evolução clínica e suporte nutricional neonatal Idade corrigida – idade gestacional de nascimento + semanas de vida extrauterina Nasceu com 32 semanas e está com 3 meses (12 semanas) = 44 semanas Deverá ter seu crescimento avaliado como se tivesse um mês de vida = 44 semanas Problemas em marcas medidas idade cronológica – baixo peso, baixo comprimento, tratada como desnutrida (ansiedade, preocupação, erro alimentar) Problemas em marcas medidas com idade corrigida – limita a compreensão da mãe; inadequação Ideal curvas próprias Até quando? PC = até 1 ano e meio Peso e DNPM = até 2 anos Estatura até 3 anos e meio BAIXA ESTATURA Regulação endocrinológica do crescimento Regulação 1. Hipotálamo – GNRH, somatostina 2. Hipófise – GH 3. Fígado e tecidos periféricos – GHBP, GHR, IGF, IGFBO, tireoide, adrenais e gônadas Principal fator de crescimento pré-natal e pós – IGF-1 Pós-natal = essa produção depende do GH, sofrem influência do hormônio tireoidiano, glicocorticoides Definição – abaixo de -2DP da curva de referência normal para idade e sexo Investigar quando abaixo de -2DP; -1,5DP abaixo do canal familiar e redução do canal de estatura História clínica – velocidade de crescimento X caderneta da criança, idade e estatura quando aparecimento de caracteres sexuais secundários (menarca, barba) Anamnese especial – uso de medicamentos, nutrição e desenvolvimento psicomotor HP – Gestação, nascimento, teste do pezinho, traumas, cirurgias, irradiação HF – Altura dos pais, idade em que atingiram estatura final, padrão familiar Exame físico – medidas antropométricas; dismorfismos corporais (Turner), COONG Exames complementares – idade óssea Avaliação de quanto tempo ainda resta de crescimento por RX de mãos e punhos VARIAÇÕES DA NORMALIDADE Retardo constitucional do crescimento e da maturação sexual Nascem com peso e estaturas normais Crescimento 1° ano sem alterações – 1-3 anos desaceleração do crescimento Estatura no gráfico cai de percentil e depois se estabiliza Problemas psicossociais – sentem-se infantis, fracos, menos competitivos, ansiedade, desajuste na escola Exame físico – criança bem proporcionada sem anormalidades ao exame físico, maturação sexual início tardio, mas dentro da normalidade Hf = história familiar positiva de atraso puberal ou estirão tardio Conduta apoio psicológico e orientação clara de bom prognostico; intervenção medicamentosa em raros casos (testosterona em meninos de 14-15 anos em sofrimento emocional) SÍNDROME DE TURNER Uma das principais causas de baixa estatura em meninas; pescoço alado, baixa implantação orelhas, palato ogival Algumas meninas poucas características, exceto baixa estatura Cariótipo (45, X) DEFICIÊNCIA GH Dosagem de IGF1, GH basal e após estimulo clonidina (estradiol ou testosterona) Exames de imagem (RM), função hipofisária (FH, LSH, ACTH) Reposição GH = deficiência clássica de GH, síndrome de Turner, síndrome de Prader-Willi, baixa estatura idiopática Disponível pelo SUS ALTA ESTATURA Origem familiar; avanço constitucional do crescimento e da maturação puberal (avanço idade óssea proporcional à idade-altura) história familiar presente Puberdade precoce – aceleração da maturação óssea, com comprometimento da altura final Obesidade exógena – avanço constitucional do crescimento e puberdade atingindo antecipadamente a altura alva COMPRIMENTO/ESTATURA X OBESIDADE Criança com redução da velocidade do crescimento e ganho de muito peso – necessário alerta = obesidade + baixa estatura – deficiência de GH, hipotireoidismo, excesso de glicocorticoides ou síndromes genéticas Puberdade Esteroides sexuais estirão da puberdade – aumentam a secreção do GH e IGF-1 Estrógeno X testosterona – aumentam a maturação óssea: avanço da idade óssea e fusão epifisária EIXOS Gonadarca – ativação do eixo hipotálamo-hipófise- glândula aumento de gonadotrofinas (LH e FSH) e esteroides sexuais desenvolvimento de mamas e aumento dos testículos Adrenarca – estimulação do eixo hipotálamo-hipófise- suprarrenal aumento da produção de andrógenos (DHEA, androstenediona, testosterona) aparecimento de pelos Estadiamento puberal (Tanner) CRONOLOGIA Meninas – início entre 8-13 anos, termino entre 12-18 anos; primeiro sinal puberal M2 – aceleração do crescimento, velocidade máxima de crescimento ocorre em M3 (menarca), telarca (mama) é o aspectomais marcante (pelos alguns meses após M2); menarca entre 10-14 anos (2 anos após M2) Meninos – início entre 9-14 anos, primeiro sinal puberal – aumento do volume dos testículos (G2), pelos púbicos alguns meses após G2, pelos faciais 3 anos após pelos púbicos; estirão – mais tardio que nas meninas (estádio 3 / 4 de Tanner – semenarca) ] PESO E DISTRIBUIÇÃO DE GORDURA CORPORAL Meninas – 6 meses após o pico do estirão; ganho de peso, deposição de gordura, por ação estrogênica Meninos – picos de peso e estatura coincidem; ganho de peso – resultante do aumento de massa muscular por ação da testosterona Tempo puberal/estirão meninos X meninas motivo frequente de consulta PUBERDADE PRECOCE Aparecimento de caracteres sexuais secundários antes dos 8 anos de idade nas meninas e antes dos 9 anos nos meninos Progressão dos caracteres sexuais, velocidade de crescimento e ritmo de maturação óssea Consequências – estatura final inferior ao padrão genético familiar e inadequação psicossocial Aceleração constitucional do crescimento e da puberdade Variação da normalidade História familiar Idade óssea avançada Não existe perda da estatura final Diagnostico de exclusão Tratamento – orientação TELARCA PRECOCE Desenvolvimento do tecido mamário (uni ou bilateral) na ausência de outros sinais puberais, em meninas, com menos de 8 anos Processo benigno – forma incompleta de precocidade sexual sem aumento da velocidade de crescimento, estatura compatível com idade cronológica e IO (IO = IE = IC) Mamas regridem ou permanecem inalteradas Reavaliada periodicamente (vigiar a cada 3-6 meses) Atenção – primeira manifestação clínica de precocidade sexual GINECOMASTIA Presença de tecido mamário no sexo masculino, 70% dos meninos durante puberdade Desproporção na relação estrógenos/andrógenos Processo fisiológico (G3 e G4) REGRESSÃO Obesos – US mamas (diferenciar tecido mamário X gorduroso) Angustia, comprometimento da autoestima Causas – ginecomastia puberal, S. Klinefelter, disfunções testiculares, insuficiência renal, cirrose hepática e drogas Atenção – fora da fase puberal US TESTICULAR Tratamento medicamentoso (tamoxifeno) ou remoção cirúrgica ADRENARCA PRECOCE Inicio de secreção androgênica da glândula suprarrenal, em menores de 8 anos nas meninas e menores de 9 anos em meninos pelos, dor, acne, na ausência de outros sinais puberais (ativação adrenal) Sexo feminino mais frequente, etnia negra, PIG, obesos, disfunção do SNC IC < IO = IE Investigação – idade óssea, DHEA, androstenediona, testosterona, 17-OH-progesterona, US pelve e suprarrenal Não existe ativação do eixo HHGonada Conduta expectante; pode evoluir para DM2, HAS, dislipidemia e SOP PUBERDADE PRECOCE CENTRAL Ativação precoce do eixo HHG Mais em meninas (80-90% causa idiopática) ; 60% meninos distúrbio SNC/lesão expansiva intracraniana ou outro fator Crescimento linear acelerado para a idade, idade óssea avançada e nível puberal de LH-FSH PUBERDADE PRECOCE PERIFÉRICA Secreção autônoma de esteroides sexuais provenientes das gônadas, adrenais ou exposição exógena, sem ativação do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal Tumores secretores de gonadotrofinas ou esteroides sexuais Isossexual ou heterossexual – virilização em meninas ou feminização em meninos Crescimento linear acelerado para idade, nível pré- puberal de LH e FSH Investigação da puberdade precoce – diferenciar causas que exigem condutas rápidas e objetivas Aparecimento precoce ou evolução acelerada dos caracteres sexuais secundários Sinais clínicos de virilização Velocidade de crescimento acima do esperado Estatura acima do canal genético familiar, com aceleração do crescimento e IO, com prognóstico estatural abaixo desse padrão Avaliação laboratorial – IO, LH, FSH, estradiol, testosterona, US abdome/pelve, RM encéfalo e sela túrcica Tratamento Supressão do eixo HHG, secreção de gonadotrofinas e esteroides gonadais Regressão dos caracteres sexuais secundários, inclusive menstruação Desaceleração do ritmo de avanço de maturação óssea Normalização de problemas psicossociais Droga de escolha – puberdade central leuprorrelina 3,75 mg a cada 28 dias (análogo sintético do GnRH) bloqueio da atividade gonadotrófica Suspensão no momento adequado para o desenvolvimento puberal – meninas de 12-13 anos e meninos de 13-14 anos RETARDO PUBERAL Meninas – ausência de mamas aos 13 anos (M2) Meninos – ausência de aumento dos testículos aos 14 anos (G2) Ritmo de progressão > 5 anos a partir dos primeiros sinais Anamnese – história familiar de retardo puberal, anomalias congênitas, cefaleia, distúrbios visuais, doenças sistêmicas, tratamento prévio com quimio/radio Exames – FSH, LH, testosterona ou estradiol, cariótipo, prolactina, IO, US pelve ou de testículos, RM de hipotálamo-hipófise Tratamento – estradiol, testosterona
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