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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO – MEDICINA DANIELLE RAICIK ASPECTOS MORFOLÓGICOS E FUNCIONAIS DO ESTÔMAGO O estômago tem uma borda convexa (curvatura maior) e uma côncava (curvatura menor). REGIÕES DO ESTÔMAGO: • Fundo: parte superior • Corpo: maior parte do órgão • Antro (piloro): terço distal do estômago SECREÇÕES GÁSTRICAS: • Célula mucosa superficial: muco • Célula mucosa do colo: bicarbonato • Células parietais: HCL e fator intrínseco • Células semelhantes às enterocromafins: histamina • Células principais: pepsinogênio e lipase gástrica • Células D: somatostatina • Células G: gastrina CLASSIFICAÇÃO DAS PATOLOGIAS: GASTRITE AGUDA A gastrite é um processo inflamatório da mucosa. Quando há a presença de neutrófilos, a lesão é conhecida como gastrite aguda. Quando as células inflamatórias são raras ou estão ausentes, o termo gastropatia. SINTOMAS: pode ser assintomática, ou causar dor epigástrica, náusea e vomito. Em casos graves, pode haver erosão da mucosa, ulceração, hemorragia, hematêmese, melena e perda sanguínea maciça. FATORES DE RISCO: uso de AINEs, refluxo biliar, tabagismo, etilismo, lesão mecânica (tubo nasogástrica), radioterapia, estresse. UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO – MEDICINA DANIELLE RAICIK PATOGENIA: A gastropatia, gastrite aguda e gastrite crônica podem ocorrer como consequência da perda de um dos mecanismos protetores da mucosa gástrica. ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINES): inibem a síntese de prostaglandinas E2 e I2 dependentes da ciclo-oxigenase (COX), as quais estimulam quase todos os mecanismos de defesa, como muco, bicarbonato e a secreção de fosfolipídios, fluxo sanguíneo da mucosa e restituição epitelial, enquanto reduz a secreção de ácido. PGE2 (prostaglandina) e PGI2 (prostaciclina): • Produzidas pela mucosa gástrica via ácido araquidônico • Melhoram a motilidade gástrica • Melhora a circulação da mucosa • Inibem a secreção ácida • Aumentam a secreção de muco e bicarbonato Efeito da inibição da síntese de prostaglandina: • Aumento da secreção de HCL • Diminuição da secreção de muco • Diminuição da secreção de bicarbonato ÁLCOOL: dissolução do muco. NICOTINA: promove a vasoconstrição, que permite a redução do fluxo sanguíneo na mucosa e reduz a secreção de bicarbonato. MACROSCOPIA: MICROSCOPIA: GASTRITE CRÔNICA A gastrite crônica caracteriza-se por reação inflamatória na mucosa com infiltrado de leucócitos mono e polimorfonucleares. A gastrite crônica pode ser classificada de acordo com sua topografia em gastrite antral, corpórea ou pangastrite (todo o estômago é acometido). Causa mais comum: H. pylori. FATORES DE VIRULÊNCIA DA H. PYLORI: • Flagelos: possibilitam que a bactéria seja móvel no muco viscoso. • Urease: produção de amônia a partir da ureia, elevando o PH gástrico e se protegendo do PH ácido do estomago. • Toxinas: CagA • Adesinas: aumentam a aderência bacteriana a superfície das células foveolares. PATOGENIA: A infecção por H. pylori apresenta-se, mais frequentemente, como uma gastrite predominantemente antral, com produção de ácido normal ou elevada. UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO – MEDICINA DANIELLE RAICIK A produção de gastrina local pode ser aumentada, mas a hipergastrinemia (aumento do nível sérico de gastrina) é rara. Quando a inflamação permanece limitada ao antro, o aumento da produção de ácido resulta em maior risco de úlcera péptica duodenal. GASTRITE ANTRAL: Essa bactéria se estabelece no antro dentro da glândula foveolar (local com mais mucina → glicoproteína principal do muco e responsável por sua viscosidade), local menos ácido do estômago e onde tem o alimento já digerido. Dessa forma, devido à presença de alguns fatores de virulência presentes na bactéria, ocorre um aumento do pH (diminui a acidez) dentro da glândula. Assim, com esse aumento do pH, às células G vão estimular a produção de gastrina e essa gastrina vai ativar as células parietais a produzirem mais ácido clorídrico (HCl), gerando um ciclo vicioso (aumento da produção de gastrina → aumento da produção de ácido clorídrico → gerando uma lesão difusa por todo o antro, por causa do aumento da acidez ou redução do pH do estômago). GASTRITE DO ANTRO E CORPO (ATRÓFICA MULTIFOCAL): O H. pylori pode infectar as glândulas foveolares (antro) e as glândulas fundicas (corpo e fundo do estômago), provocando a destruição dessas glândulas por um processo inflamatório – ocasionando a atrofia do epitélio por causa da destruição celular. MORFOLOGIA: • Mucosa antral eritematosa e grosseira (ou mesmo nodular) • Aumento da proliferação celular e hiperplasia foveolar • Infiltrado inflamatório na lâmina própria GASTRITE CRÔNICA AUTOIMUNE Ao contrário da gastrite associada ao H. pylori, a gastrite autoimune tipicamente poupa o antro e está associada a hipergastrinemia. É caracterizada por: • Anticorpos para células parietais e fatores intrínsecos • Concentração sérica de pepsinogênio I reduzida • Hiperplasia de células endócrinas • Secreção alterada de ácido gástrico (acloridria) PATOGENIA: Está associada a perda de células parietais, as quais são responsáveis pela secreção de ácido gástrico e fator intrínseco. A ausência da produção de ácido estimula a liberação de gastrina, resultando na hipergastrinemia e hiperplasia das células G antrais, produtoras de gastrina. A falta do fator intrínseco impede a absorção de vitamina B12, levando a uma deficiência e a anemia megaloblástica de início lento (anemia perniciosa). A reduzida concentração sérica de pepsinogênio I resulta da destruição de células principais. UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO – MEDICINA DANIELLE RAICIK MORFOLOGIA: • Lesão difusa a mucosa oxíntica (produtora de ácido) dentro do corpo e fundo. • Hipertrofia nuclear • Infiltrado inflamatório com linfócitos, macrófagos e plasmócitos DOENÇA ULCEROSA PÉPTICA A doença ulcerosa péptica (DUP) refere-se a ulceração crônica da mucosa, que afeta o duodeno ou estomago. Quase todas a úlceras pépticas estão associadas a infecção por H. pylori, AINEs ou consumo de cigarros. A forma mais comum de DUP ocorre dentro do antro gástrico ou duodeno, como resultado de uma gastrite antral induzida por H. pylori, a qual é associada com aumento da secreção ácida gástrica e com a queda da secreção de bicarbonato duodenal. PATOGENIA: A DUP resulta de um desequilíbrio entre os mecanismos de defesa da mucosa e fatores lesivos que causam a gastrite crônica. MORFOLOGIA: • É um defeito definido como saca- bocado, redondo e oval. • A base das úlceras pépticas é lisa e limpa como resultado da digestão péptica de exsudato • Hemorragia e deposição de fibrina frequente – paredes espessas • Tecido de granulação com infiltrado de leucócitos mononucleares – cicatriz fibrosa ou colagenosa • Perfuração da cavidade peritoneal – emergência
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