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Caderno de Nutrição 2

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Rany da Silva Araujo - Caderno de Nutrição – P2 – 2019.2 
Microbiologia do rúmen 
Os protozoários ruminais são grandes, podendo ser vistos a olho nu e são indicativos de saúde 
ruminal. O seu tempo de duplicação é maior que 18 horas, diferente das bactérias que 
apresentam tempo de duplicação maior que 20 minutos. 
Relação entre a taxa de passagem e o tempo de retenção: 
 
 
 
 
Tempo de retenção necessária para ocorrer a duplicação dos protozoários: 
 
Taxa de passagem necessária para ocorrer a duplicação dos protozoários: 
 
 
 
A taxa de passagem aproximada conforme a ingestão: 
Grãos: de 8 a 15%h-¹ 
Forragens excelentes: 3 a 5%h-¹ 
Forragens médias: 2 a 3%h-¹ 
Forragens de má qualidade: < 2%h-¹ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Então quando o bovino se alimenta com muitos grãos e forragem excelente, a taxa de 
passagem aumenta e a população de protozoários diminui. 
Por exemplo, se a taxa de retenção é de cerca de 10 horas, a taxa de passagem é de 10%h-¹. 
 
 
 
 
 
 
 
Não há tempo suficiente para ocorrer o crescimento da população de protozoários. 
Variáveis físico-químicas do rúmen sob condições normais 
 pH: 6,0 a 7,2. 
 Potencial redoxi: - 0,4 a – 0,3V 
 Temperatura: 38 – 41 graus 
 Osmolaridade: < 400 mOSML/kg 
 Fase gasosa: 65%CO2, 27%CH4, 7%N2 e 0,6%O2. 
 AGV: 66% Acetato, 23% proprionato, 10% butirato e < 1% de outros AGV’s (lático, 
valérico e isovalérico). 
Acidose ruminal: ph ruminal abaixo de 6. 
Alcalose ruminal: ph ruminal permanentemente acima de 7. 
O meio ruminal não é normosmol, a ingestão de grãos, forragens e água apresentam carga e 
são levemente hiperosmol. Quando o meio se torna muito hipersmol, por exemplo, por 
manejo inadequado, ocorre diarreia osmótica. 
Ácido lático: parte da flora ruminal é responsável pela sua produção e outra parte pelo seu 
consumo. Seu aumento leva a acidose lática, pode ocorrer por disbiose. 
Protozoários 
Os protozoários ruminais representam 50% da massa microbiana ruminal, mas apenas 10 a 
15% atingem o intestino delgado. Quando o abomaso se contrai na forma de ondas (contração 
abomasal), o HCl vai em direção ao omaso, logo há uma intensa migração destes do canal 
omasal para o rúmen e acabam morrendo, sem que tenham sido absorvidos no abomaso, 
representando perda considerável de proteínas (nitrogênio e gases) para o hospedeiro. 
Uma pequena diminuição da população de protozoários no rúmen é favorável para 
disponibilizar os nutrientes às bactérias. Acrescentando grãos ou gordura que são tóxicas aos 
protozoários na alimentação do animal até certo nível, diminui-se a população de 
protozoários. Outra vantagem da diminuição da população de protozoários no rúmen é tornar 
a carne menos poluidora, já que esses micro-organismos albergam metano – abrigam 
bactérias metanogênicas em seu corpo. 
Os protozoários predam as bactérias por engulfamento microbiano para obter ácidos 
nucleicos, aminoácidos, minerais e vitaminas hidrossolúveis, fermentam carboidratos, 
proteínas e lipídeos e produzem NH3. 
Defaunação: redução da população de protozoários – não são necessários a sobrevivência do 
hospedeiro. 
Fungos 
Menor população de micro-organismos, exigem alto TR e desaparecem na alimentação rica em 
grãos. Em dietas fibrosas, podem representar até 8% da massa microbiana ruminal. Em dietas 
ricas em grãos, não podem ser quantificados no rúmen (acidose). 
Leveduras: não residem o rúmen, são alóctenes, mas apresentam certa viabilidade no rúmen, 
podendo ser utilizadas para estimular a ruminação e a utilização de ácido lático e da amônia. 
Depois de determinado tempo a partir do fornecimento ao animal, cessam por não serem 
autóctones. 
Avaliação do líquido ruminal 
Avaliar cor, pH, osmolaridade, tempo de redução do azul de metileno pela ação dos micro-
organismos e tempo sedimentação. 
Coleta de líquido ruminal com bomba de vácuo (sonda orogástrica) 
Vantagens: baixo custo e permite coletar grande quantidade. 
Desvantagem: contamina o líquido ruminal com a saliva - permite a utilização para exames. 
A coleta do líquido ruminal permite o seu fornecimento a outro animal (transferência de 
líquido ruminal) quando há dificuldade para se alimentar por algum acometimento. 
 
Ruminocentese (punção do rúmen) 
Vantagem: fornece o líquido ruminal verdadeiro, ideal para exames. 
Desvantagem: coleta quantidade de líquido ruminal limitada pela seringa. 
 
 
 
 
 
 
Desordens de origem microbiana no trato digestivo de cães e gatos 
As principais doenças gastrointestinais que acometem cães e gatos causam modificações nas 
populações microbianas, tanto nas espécies quanto no tamanho da população. As principais 
alterações microbianas são: 
Questão de prova 
CEBID - crescimento exagerado de bactérias no intestino delgado 
 Ocorre quando existem mudanças quantitativas e qualitativas nas populações 
microbianas no lúmen da parte superior do intestino delgado. Recentemente, vem 
sendo renomeada como diarréia responsiva a antibióticos, devido à dificuldade de 
diagnosticar via exames bacteriológicos. 
 Ao fornecer antibiótico ocorre melhora clínica e se interromper o uso, o problema 
retorna. 
 No geral é secundário a um problema no estômago, estresse ou causa idiopática. As 
principais causas são problemas na motilidade intestinal (obstrução, cirurgias 
abdominais, peritonite, pancreatite, uremia, endotoxemia), excessivo uso de 
antibióticos por via oral e acloridria. Animais com CEBID idiopática melhoram após o 
uso de antibiótico. 
 Nos animais saudáveis, a população intestinal aumenta gradativamente à medida que 
se afasta do duodeno. Em animais saudáveis, as populações de patógenos são sempre 
muito inferiores as de micro-organismos benéficos. 
 Aumento da fermentação de carboidratos e grandes quantidades de patógenos na alça 
intestinal. Não deve ser fornecido leite, porque estimula o aumento da população. 
 Deve ser feita a nutrição endovenosa. A redução da motilidade intestinal deixa mais 
nutrientes disponíveis para o crescimento bacteriano no intestino delgado. 
 O crescimento exagerado de bactérias no intestino delgado leva a maior fermentação 
de carboidrato (amido e lactose), gerando ácido lático (lactatemia). O ácido lático 
formado na alça intestinal vai para o sangue e é chamado de D-lactatemia, levando a 
acidose sanguínea e alterações no sistema nervoso central com perda do reflexo de 
sucção e palpebral, incapacidade de se levantar, sonolência, coma e morte. 
 O animal hiperventila para exalar o CO2 resultante do ácido carbônico, então afecções 
pulmonares pioram o prognóstico. 
 *Não fornecer alimento forçado ao animal neste quadro, porque pode levar a falsa via, 
comprometendo a exalação de CO2 
Questão de prova 
CEP - crescimento exagerado de patógenos 
 Os estressores levam a disbiose. 
 O Clostridium perfringens é o principal patógeno, cuja população se eleva quando há 
estresse, infecção, antibioticoterapia mal instituída, problemas de motilidade 
intestinal e imunossupressão. 
 Os principais problemas que podem decorrer do crescimento exagerado de patógenos 
são a diarreia, vômito, perda de peso e endotoxemia. 
 
 
Análise de proteína 
a) Fase de digestão sulfúrica: trata-se a amostra com ácido sulfúrico, eliminando tudo 
que não é nitrogênio, sobrando somente amônia que reage com o ácido sulfúrico e 
vira sulfato de amônia, contendo nele todo o nitrogênio que estava presente na 
proteína da amostra. 
b) Fase de destilação: o tubo contendo sulfato de amônia é colocado no destilador e 
pinga-se solda cáustica que causa uma reação explosiva, liberando todo o gás amônia 
que percorre uma tubulação específica e cai em um frasco coletor com solução 
receptora que apresenta vermelho de metila que indica se for ácido e o verde de 
bromocresol que indica se for alcalino. 
c) Fase de titulação:pinga-se ácido clorídrico na solução receptora até que a solução 
fique incolor. Então, lê-se o quanto usado de ácido clorídrico foi usado – volume gasto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cálculo de percentual de proteína bruta 
Descobrindo o percentual de nitrogênio, é possível multiplicar por 6,25 (valor universal de 
conversão de proteína em nitrogênio) e conhecer o percentual de proteína bruta (%PB). 
 
 
 
 
 
Metabolismo de carboidratos 
Importância dos carboidratos: mais da metade do carbono disponível na terra está 
armazenada em dois compostos: amido e celulose. 
Questão de prova: Defina quimicamente. 
 Amido: principal polissacarídeo que contém energia para as plantas e animais e está 
muito presente em grãos. 
 Sacarose: principal carboidrato solúvel das plantas e representa a principal fonte 
energética da cana de açúcar. 
 Lactose: açúcar do leite – 1 litro de leite tem de 40 a 45g de lactose. 
 Celulose: principal carboidrato da parede celular vegetal - 20 a 40% do peso das 
plantas. 
 Lignina: substância formada por finil-propano (polímero de fenilproprano). Indigerível 
no tubo digestível. 
 Pectina: “polissacarídeo” que ocorre na lamela média, sua principal função é a de ser 
um cimento que une as células vegetais. 
Alimentos pécticos: alimentos ricos em pectina. Como o bagaço da laranja, folhas das 
leguminosas, sementes de leguminosas, cenoura, beterraba, berinjela, entre outros, 
sendo acrescidos à ração de cães e gatos. 
Nutracêutico: Nutriente que além de nutrir, cuida da saúde do tubo digestivo. 
Questão de prova: explique por que a ingestão de PCV reduz a colesterolemia. 
Quando a pectina é ingerida e chega ao ambiente ácido (ácido clorídrico) do estômago, suas 
cargas elétricas são exteriorizadas – colóide, conferindo a pectina CTC – capacidade de troca 
catiônica, ou seja, a capacidade de ganhar e perder cargas iônicas. Ao chegar ao intestino 
delgado, as cargas exteriorizadas da pectina podem se ligar quimicamente não seletivamente à 
nutrientes importantes aos animais, indisponibilizando-os ao animal, mas também pode se 
ligar a substâncias nocivas aos animais. Por exemplo, a alimentação rica em alimentos pécticos 
diminui os níveis de colesterol sanguíneos. A pectina se liga à amônia que pode está 
acumulada no intestino no caso de alimentação com excesso de proteína. O excesso de 
amônia está ligado à formação de neoplasias. 
Prébiotico: são substâncias ingeridas pelos animais com intuito de criar harmonia microbiana 
(eubiose) no tubo digestivo que não são digeridos pelo animal (fibras). São nutrientes – sem 
vida. Os FOS (frutoligossacarídeos) e MOS (manoligossacarídeos) são carboidratos que atuam 
como prebióticos no tubo digestivo. Estão presentes em rações de cães e gatos. 
Próbiotico: Coisa viva comida pelo animal que é digerida por ele que tem como intuito central 
criar harmonia microbiana (eubiose). São microrganismos capazes de sobreviver a acidez 
estomacal. 
Simbiótico: prébiotico + próbiotico. 
Lactobacillus spp. e Bifidobacterium spp. estão entre os microrganismos benéficos do tubo 
digestivo. Quando os FOS e o MOS chegam ao intestino delgado, esses microrganismos 
crescem e produzem ácidos graxos voláteis e antibióticos contra os microrganismos maléficos 
– exclusão competitiva, conferindo saúde ao tubo digestivo. 
Origem: 
MOS – oriundo da membrana celular de leveduras. 
FOS – presente na raiz da chicória e atualmente são utilizados OGM – produto químico 
produzido e purificado a partir da raiz da chicória. 
Utilização: É indicado para animais em estresse e em animais idosos, devido à possibilidade de 
disbiose, com o objetivo de aumentar a população de benéfica e diminuir a população de 
maléfica, mas fora dessa situação, apesar de não fazer mal ao animal e inclusive fazer bem, 
configura um custo sem necessidade. 
Classificação nutricional dos carboidratos 
Carboidratos não fibrosos (não estruturais) Carboidratos fibrosos (estruturais) 
Não fazem parte da parede celular vegetal. 
 
Fazem parte da parece celular vegetal. 
São a principal fonte de energia rapidamente 
disponível para o metabolismo. 
Não são a principal fonte de energia 
rapidamente disponível para o metabolismo. 
Exemplo: amido, sacarose, glicose e lactose. Exemplo: celulose, hemicelulose e pectina. 
 
Fibra 
Para os animais não ruminantes: são constituintes vegetais que não podem ser digeridos 
pelas enzimas do animal. Apenas microrganismos podem digeri-los. 
Para os animais ruminantes: são constituintes vegetais que promovem o perfeito 
funcionamento do rúmen. Apenas microrganismos podem digeri-los. 
PCV das plantas forrageiras 
 Conforme a planta envelhece, as camadas de celulose e 
ligno-celulose ficam maiores. 
 A forrageira tropical (C4) é rica em lignina, cresce 
rapidamente e apresenta baixo valor nutricional. 
 A forrageira temperado (C3) apresenta crescimento mais lento. 
 A leguminosa é rica em lignina no caule para suportar o peso e pobre na folha. 
 A braquiária produz muito sendo barata, mas é rica em lignina. Solução: Consorciar 
forrageiras como a braquiária com leguminosas. 
 
Questão de prova: Por que as plantas C4 são menos digeríveis que as plantas C3? As plantas 
classificadas como C4 são ricas em lignina que é indigerível no tubo digestivo. 
 
Rota do acetato 
 
Rota do butirato – nutracêutico produzido pela microbiota. 
 
Rota do acrilato - função do proprionato: gliconeogênese. 
 
Rota dos ácidos dicarboxílicos: a enzima metilmalonilcoa isomerase é responsável por 
converter o succionato (acido tóxico) em uma molécula que possa sair da célula. Para que ela 
atue, precisa da associação com a coenzima B12, sintetizada a partir da vitamina B12 que 
possui na sua molécula, cobalto. Em solos pobres em cobalto, a forrageira será pobre em 
cobalto também, e ocorre o acúmulo do ácido tóxico, levando a morte dos microrganismos da 
flora ruminal por intoxicação – deficiência de cobalto. 
 
Funções dos AGVs nos ruminantes 
 Acetato: lipogênico 
 Butirato: lipogênico e fonte de energia para as papilas ruminais. 
 Propionato: gliconeogênico. 
Funções dos AGV’S nos cães e gatos 
 Devido a rápida taxa de renovação celular (turnover de 3 dias), os colonócitos exigem 
muita energia. Os AGV’s podem suprir até 70% dessa demanda. 
 Auxiliam na prevenção da diarreia, pois favorecem a absorção de Na, mantendo assim 
um equilíbrio de eletrólitos e água no intestino grosso. 
 Por abaixarem levemente o pH do íleo e do intestino grosso, ajudam a controlar as 
populações de microrganismos patógenos. 
OBS: a ingestão de fibra de elevada fermentação intestinal, pode reduzir a absorção de 
nutrientes, produzir muito AGVs, causar amolecimento fecal, diarreia e timpanismo. 
O capim entra, as bactérias liberam glicose que vai ser convertida em proprionato que é 
absorvido pela parede do órgão, passando pela circulação porta e chegando ao fígado. No 
hepatócito succionato é convertido em glicose (gliconeogênese) para ser utilizado pelo SNC. 
 
Rota da metanogênese: Processo bioquímico complexo de produção de metano para eliminar 
os quatro prótons. Para reduzir a poluição gerada por um boi, pode-se diminuir seu tempo de 
vida ou aumentar a produtividade do animal, gerando mais alimento e emprego com o mesmo 
animal, poluindo o mesmo tanto. 
 
Relação forragem : concentrado 
Importância: Permite inserir mais nutrientes e/ou corrigir possíveis nutrientes deficitários na 
passagem e explorar o mérito genético dos animais de grande produção 
Problema: quando os limites normais são extrapolados. 
A soma dos dois deve ser 100 % de matéria seca: matéria seca de forragens + matéria seca de 
concentrado. 
Relação 70F : 30C 
pH: 6,5 a 6,8 (ph fisiológico) 
TRum: 7 a 8 horas/dia O volume da 
forragem estimula o mecanorreceptor, 
promovendo a ruminação. 
[Lact]: 1 m/mol/L 
Estratificação: ok 
↑ Protozoários 
↓ S. bovise Lactobacillus - produtores de 
ácido láctico. 
↑ Acetato - quanto mais forrageira, mais 
acetato. 
↓ Proprionato - quanto mais forrageira, 
menos proprionato. 
↑ CH4 
↑ Fungos 
↓ Megasphera elsdenii - principal 
consumidora de ácido lático. 
↑ Gordura no Leite – quanto mais acetato, 
melhor a qualidade de leite. 
Relação 55F : 45C 
pH: 5,8 – 6,4 
TRum: 5 – 6 h/d 
[Lact]: 3 mMol/L 
Estratificação: ok 
↓Protozoários 
↓ Fungos 
↓ CH4 
↑ S. bovis e Lactobacillus 
↓ Acetato 
↑ Proprionato - aumenta a produção de 
leite. 
↑ M. elsdenii 
↓ Gordura leite - pela queda de acetato. 
 
 
 
 
 
Relação 45F : 55C 
pH: 5,5 – 6,0 
TRum: 4 - 5 h/d 
[Lact]: 10 mMol/L 
↓ Acetato 
↑Proprionato - aumenta a produção de 
leite. 
↓ M. elsdenii 
↑ Tamanho das papilas - devido ao ph 
mais baixo, aumentam para promover mais 
a absorção. 
↓Protozoários 
↓ CH4 
↑ Butirato - estimula o crescimento das 
papilas. 
↑ S. bovis e Lactobacillus 
Sem fungos 
Estratificação: não definida 
↓ Gordura leite 
Relação 70 C : 30F 
pH: 4,8 – 5,6 
Trum: < 3h/d 
 [Lact]: 15 mMol/L 
Estratificação: não definida 
↑ Lactato 
↓ Acetato 
↑ Butirato 
↑ Tamanho das papilas 
Paraqueratose 
Atonia ruminal 
↑ Clostridum sp; 
Histidina -> Histamina e CO2 
↑ S. bovis e Lactobacillus 
↑ Osmolaridade da digesta 
(hemoconcentração) 
Abscessos hepáticos 
Síndrome do leite magro: a qualidade do leite piora conforme aumenta a porcentagem de 
concentrado na alimentação. 
Acidose ruminal na relação 70 C : 30F: O bovino rumina pouco, o ph se torna muito ácido e a 
acidez permanente faz com que a papila ruminal aumente e passe a sofrer deposição de 
queratina (paraqueratose), ocorre atonia ruminal (sem movimentos/concentrações ruminais). 
A histamina é produzida no rúmen, é absorvida e atua destruindo a microcirculação e o animal 
apresenta laminite com dor e manqueira. A osmolaridade aumenta, ocorre diarreia, levando a 
hemoconcentração. Podem ocorrer abscessos hepáticos pela chegada de microrganismos 
provindos do rúmen em decorrência de lesões ruminais. 
 
Acidose ruminal 
Desordem nutricional caracterizada pela redução do pH ruminal para menos de 5,2 e pelo 
aumento da concentração ruminal de lactato para mais de 15 mMol/L. 
Forma aguda: ph 4 – 5 e lactato > 20mM. 
Forma subclínica ou crônica: pH 5 – 5,5 e lactato < 10 mM. 
Origem do problema: consumo acidental de carboidratos não fibrosos (CNF) como amido e 
sacarose ou erros na formulação das dietas que a origem mais comum, como por exemplo, a 
alimentação de equinos e bovinos feita apenas com grãos. O aumento do consumo de grão 
aumenta a produção de ácidos graxos voláteis, principalmente butirato, estimulando o 
crescimento das papilas ruminais que fazem com que elas se aglutinem, perdendo assim 
superfície de contato. 
Na acidose ruminal, a histamina é responsável por romper a microcirculação no casco, levando 
o animal a apresentar laminite, postura antiálgica, crescimento anelar do casco, úlcera de sola, 
crescimento anormal dos cascos, claudicação acentuada e diarreia osmótica. 
Timpanismo 
Perturbação caracterizada pelo acúmulo dos gases ruminais. Tem natureza complexa que 
envolve a dieta, microrganismos e o animal. 
Timpanismo de gás livre: característico de animais com obstrução esofágica (impedindo a 
eructação), lesão de nervo vago, intoxicação por ácido cianídrico. Causa abaulamento 
unilateral. 
Prevenção: remoção do agente obstrutivo ou, no caso de patologias, sacrificar o animal. 
Timpanismo espumoso: característicos de animais que recebendo grandes quantidades de 
grãos que leva ao aumento da densidade específica da digesta, ao menor estímulo à 
ruminação e a salivação, aumento das bactérias que produzem slime, aumento da 
concentração de ácido lático que reduz a motilidade ruminal e aumento das bactérias que 
destroem a mucina. Causa abaulamento bilateral. 
Prevenção: adequar a relação F:C, fornecer agentes anti-espumantes, manter uma relação 
leg:gram < 60%, fenar as leguminosas. 
 
 
 
 
 
Importância das proteínas 
As proteínas são formadas quimicamente por aminoácidos (AAs). Logo os aminoácidos, uma 
vez absorvidos, serão os nutrientes exigidos para a mantença (quando o animal não engorda, 
nem emagrece ou produz), o crescimento, a gestação, a postura e a lactação. A dieta é feita a 
partir da mantença, adicionando a ela o proporcional a performance (crescimento ou 
produção): 
De tal maneira, é errado falar em necessidade de proteínas. Os aminoácidos absorvidos dão 
origem à várias proteínas importantes para o metabolismo dos seres vivos. É necessária 
energia para formar proteínas a partir dos aminoácidos. 
Importância das proteínas: 
 Reguladoras do metabolismo (enzimas e hormônios). 
 Componentes estruturais (membranas, músculos e tecido conjuntivo). 
 Transporte de O2 (Hb) e de elétrons (citocromos) 
 Constituintes de ácido nucleicos (NucleoPTNS) 
 Osmoreguladores (albumina) 
 Anticorpos 
Compostos nitrogenados ingeridos pelos animais 
 N – “verdadeiro” – nitrogênio ligado à aminoácido 
o Proteínas 
o Peptídeos 
o AAc 
 NNP – nitrogênio não proteico – não está ligado à proteína 
o Ureia 
o Ácido úrico – proibido para a utilização na dieta de animais. 
Cálculo do fator 6,25 
A cada 100g de proteína, 16 gramas (16%) são de nitrogênio. 
 
 
 
 
 
 
Sendo assim, 6,25 é o valor universal de conversão de proteína em nitrogênio, porque ao 
multiplicar o valor de nitrogênio por 6,25, encontramos a massa de proteína: 
 
Digestão das proteínas no tubo digestivo 
1- Desnaturação: pelo HCl, desarranjo, 
dando pré-condição para a digestão. 
2- Hidrólise ácida pela pepsina, 
quebrando a proteína. 
3- Digestão intestinal pelas proteases 
pancreáticas em aminoácidos. 
 
Funções do HCL: antisséptica, ativação do 
pepsinogênio em pepsina, desnaturação das 
proteínas e estímulo à secreção do suco 
pancreático através da sua acidez. 
Absorção de proteínas sem a prévia digestão 
Questão de prova: Mecanismo de absorção de imunoglobulina do colostro. 
A imunidade passiva é adquirida pelo recém-nascido através do colostro, rico em globulinas - 
proteínas maternas que precisam chegar ao sangue do recém-nascido em sua estrutura 
funcional (estrutura quaternária) sem sofrer alterações como desmonte ou desnaturação. 
Sendo assim, nas primeiras horas de vida, os mamíferos não secretam HCl, o ambiente 
estomacal é neutro, através da contração estomacal, a proteína em seu estado funcional chega 
ao duodeno, não haverá secreção de proteases pelo pâncreas e as células intestinais 
(enterócitos) são imaturas e permitem a absorção de imunoglobulinas e gamaglobulinas. 
 
Conforme se distancia da hora do parto, dá-se início a secreção do HCl, permitindo a 
desnaturação de proteínas e de proteases para realizar digestão, e os enterócitos já não 
permitem mais a passagem de moléculas grandes. Por isso, o colostro deve ser dado o mais 
precocemente possível, sendo o ideal as primeiras 24 horas, porque com o passar do tempo, a 
probabilidade de absorção de imunoglobulinas e gamaglobulinas diminui. 
Conforme o tempo passa após o parto, o recém-nascido tem contato com patógenos do 
ambiente e desenvolve imunidade adquirida, através dos seus próprios mecanismos 
imunológicos. Esse momento de transição é o momento de maior risco de doenças. 
 
Falha na colestragem: pode ocorrer por fornecimento de colostro em pouca quantidade ou na 
idade errada – tardiamente (2 e 3 dias). Pode levar a doenças e mortes nas primeiras semanas 
de vida do filhote. 
A qualidade do colostro é uma preocupação apenas em caso de gestantes velhas de mais, 
passando fome ou que foram ordenhadas antes do parto. 
Quantidade necessária de colostro e período ideal (em ruminantes): 10% do peso vivo nas 
primeiras 12 a 24horas. 
Além disso,durante o período de transição entre a imunidade passiva e a adquirida, é 
necessário que ocorra o estimulo de patógenos para a formação da imunidade adquirida do 
filhote. 
Absorção de proteínas 
 
Os aminoácidos são absorvidos no intestino delgado e através da veia porta chegam ao 
hepatócito. Um dos principais destinos dos aminoácidos é a albumina – proteína nobre. 
A qualidade de uma proteína é caracterizada pelo seu equilíbrio em aminoácidos, uma 
proteína nobre não apresenta deficiência nem excesso de aminoácidos. 
A albumina é lançada para fora do hepatócito em direção aos tecidos levando aminoácidos, 
dentre eles, a glândula mamária. Os aminoácidos podem sofrer a ação das transaminases e 
serem convertidos em energia (glicose e corpos cetônicos). Através da desaminação, são 
convertidos em amônia e depois em ureia para serem excretadas pelo rim. 
AAs gliconeogênicos 
Catabolismo muscular: ocorre da conversão das proteínas do músculo do animal em 
aminoácidos pelos lisossomos e desaminação, assim a cada dois aminoácidos poderá ser 
liberado uma molécula de glicose. Ocorre em caso de: 
a) Doenças caquetizantes ou fome: doenças que levam a catabolismo muscular ou pasto 
seco e baixa oferta de forragem levam a perda de peso do animal. 
b) Alta produção: quando o animal come a dieta ideal, mas produz muito e não é 
compatível a capacidade do rúmen, fazendo assim catabolismo muscular. 
c) Amamentação: o volume do estômago e do intestino é finito, a fêmea em lactação 
aumenta em consumo, porém leva ao aumento da taxa de passagem e diminui a 
absorção. Uma alternativa é o aumento da qualidade da ração. 
Avaliação das proteínas nas dietas 
 
 
*Alguns animais excretam nitrogênio na pele e anexos como em gatos persas e ovelhas: + N 
pele e anexos. Animais em lactação: + N lactação. 
BN zero = N ingerido = N excretado. Interpretação: mantença. 
BN positivo = N ingerido > N excretado. Interpretação: crescimento, gestação e recuperação 
de doenças. 
BN negativo = N ingerido < N excretado. Interpretação: má nutrição, doenças caquetizantes, 
doença renal crônica, doenças intestinais e parasitismo intenso. 
Experimentações são feitas em ambiente e alimentação controlados, colhendo tudo que o 
animal defeca e urina, separadamente (para isso são utilizados machos), durante diversos dias, 
calculando a oferta de alimento, a sobra e o consumo, assim como a porcentagem de matéria 
seca e de proteína bruta (g/d), fezes produzidas (g/d), matéria seca fecal em porcentagem, 
porcentagem de proteína bruta fecal e proteína bruta fecal (g/d). Através do cálculo de quanto 
o animal comeu e quanto tem de proteína bruta nesse alimento. 
Se o animal ingere 400 gramas de proteína (PTNi), ingeriu 64g de nitrogênio (Ni): 
 
Se o animal excreta 150 gramas de proteína (PTNf), excretou 24 gramas de proteína (Nf): 
 
Sendo assim, para calcular o quanto o animal absorveu de nitrogênio, subtrai-se o ingerido 
pelo fecal e tem-se que 40 gramas (NAbs) são absorvidos: 
 
O que é absorvido irá para o fígado e será quebrado em aminoácidos para serem utilizados. 
Parte vai ser excretada na forma de uréia, sendo assim analisa-se a urina para obter o 
nitrogênio excretado na urina (NU), obtendo quanto de nitrogênio foi retido (Nret): 
 
Valor biológico  Equilíbrio de aminoácidos 
Valor biológico se refere à qualidade e ao equilíbrio de aminoácidos. O equilíbrio de 
aminoácidos é necessário para que a proteína seja utilizada pela célula, já que a deficiência de 
um tipo de aminoácido torna-se uma variável limitante – lei do mínimo. 
Albumina: apresenta alto valor biológico, devido ao seu equilíbrio de aminoácidos. 
Zeína (proteína do milho): apresenta baixo valor biológico, pelo seu desequilíbrio de 
aminoácidos, sendo pobre em lisina e metionina. 
Caseína (proteína do leite): apresenta alto valor biológico pelo seu equilíbrio de aminoácidos. 
*As proteínas nobres são pouco perdidas nas fezes e na urina e por consequência, boa parcela 
delas é retida no animal. Outras proteínas, devido ao desbalanço de aminoácidos, perdem 
grande parcela por excreção. 
Valor biológico aparente 
O valor biológico aparente não leva em consideração perdas endógenas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
O valor biológico aparente indica que 75% do 
nitrogênio ingerido foi retido pelo animal. 
 
Valor biológico real 
O valor biológico real leva em consideração as perdas endógenas fecais e urinárias. Nas fezes, 
estão presentes proteínas indigeríveis provenientes do alimento e perdas endógenas 
(proteínas endógenas provenientes do muco, das células de descamação, sais bilares e 
produtos de microrganismos). 
 
Durante a realização de pesquisas, para se conhecer a proteína endógena, faz o jejum do 
animal por dois a três dias ou fornece a dieta sem proteína. 
 
NUE: nitrogênio urinário endógeno. NFE: nitrogênio fecal endógeno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Digestão de proteínas no rúmen 
 
PDR – proteína digerível 
PNDR – proteína não degradada no rúmen - segue para o abomaso. 
Por que existe a PNDR? Devido à taxa de passagem, solubilidade de algumas proteínas, 
tratamento térmico, tratamento químico e natureza exótica. 
PMIC – proteína microbiana (alto valor biológico) 
AAod – aminoácido de origem da dieta. 
AAom – aminoácido de origem microbiana. 
Fatores necessários para a síntese da PMIC no rúmen 
 Energia fermentescível (CNFXCF) 
 Enxofre 
 [NH3]: <1%; grande redução na síntese de PMIC. 
*Na época da seca a produção de PMIC decai, porque o teor de proteína nas pastagens 
diminui abaixo de 6,25% de proteína bruta (1% de NH3). 
 AGCR (isovalérico, isobutírico, 2metilbutírico). 
 Taxa de passaegm (>tp; > pmic devido à redução na predação por protozoário). 
 
Utilização de NNP pelos ruminantes 
Questão de prova: Descreva a utilização da uréia pelos ruminantes. 
 Rica em nitrogênio 
 Apenas microrganismos urease positiva digerem ureia. 
 
*GS – glândula salivar: os ruminantes apresentam glândula salivar permeável à ureia, 
voltando pela parede do rúmen. 
*Em pequenos animais, o consumo excessivo de proteínas pode levar a úlceras no estômago. 
Na seca, o animal perde massa muscular para que esses aminoácidos cheguem ao fígado para 
serem utilizados. Além disso, estudam-se mecanismos capazes de bloquear a excreção urinária 
de ureia. 
Ciclo da ureia 
Objetivo: tirar a amônia que é tóxica da circulação sanguínea, produzindo ureia endógena. 
 
Ureogênese e síntese da lactose 
No fígado, o ATP é usado para a ureogênese e para a síntese da lactose. 
 
Uso da uréia na suplementação de ruminantes 
 Animal não-adaptado e dose em excesso: a ingestão de ureia vai levar ao aumento da 
concentração de amônia no rúmen onde vai ser absorvida, chegando ao fígado e 
depois a corrente sanguínea. A amônia apresenta efeito neurotóxico, bloqueando o 
ciclo de Krebs dos neurônios, levando o animal ao óbito. 
 Animal adaptado (doses crescentes semana a semana) e dose adequada: favorece a 
produção de PMIC - proteína microbiana (alto valor biológico), favorecendo a engorda 
e a produção do animal. 
 Animal adaptado e dose em excesso: pode ocorrer quando o produtor observa o 
efeito da suplementação e aumenta a dose a revelia. O excesso de amônia ao chegar à 
glândula mamária, leva a presença de nitrogênio ureico no leite - MUN, diminuindo a 
qualidade do queijo e sendo rejeitado pela cooperativa e ao chegar ao útero, acidifca o 
ph e após a inseminação artificial, o meio hostil (ph ácido) mata o espermatozóide ea 
vaca repete o cio - repeat breeder. 
 
 
Metabolismo da taurina nos felinos 
Não adianta colocar metionina na ração de gatos, 
porque estes não são capazes de sintetizar a taurina a 
partir da metionina, é necessário acrescentar taurina. 
 
 
 
 
Exigência de proteína em cães e gatos 
As exigências de proteína para cães e gatos são difíceis de serem determinadas uma vez que os 
valores dependem de muitas variáveis: qualidade e equilíbrio de aminoácidos nos alimentos, 
digestibilidade da fonte proteica, densidade energética da dieta, status do animal (mantença, 
gestação, crescimento, lactação), peso e tamanho da raça. Se a qualidade da proteína for 
elevada, a exigência será menor. Se o consumo de energia for insuficiente, uma parte da 
proteína ingerida será utilizada para prover energia, elevando assim a exigência de proteína na 
dieta. Diferentemente dos gatos, os cães com depleção proteica corporal exigem menos 
proteína da dieta para equilibrarem seu balanço nitrogenado do que animais sadios, esse 
efeito é resultado do aumento da digestibilidade da proteína e da absorção de aminoácidos. 
Os gatos possuem uma elevada exigência de proteínas, porque utilizam a maior parte da 
proteína exigida diariamente para sua mantença, ao invés de outras funções fisiológicas. Por 
exemplo, cerca de 60% da proteína exigida por gatinhos em crescimento será utilizada para 
sua mantença e o restante para o crescimento. Cães em crescimento usam 33% da proteína 
exigida para sua mantença e 66% para crescerem. 
Como os animais lidam com o excesso ou a redução da proteína ingerida? 
Questão de prova: Porque gato anoréxico precisa de dieta rica em proteína? 
Nas situações onde há aumento da ingestão de proteínas, as enzimas hepáticas relacionadas 
ao catabolismo de aminoácidos e a gliconeogênese aumentam suas atividades, gerando glicose 
a partir dos aminoácidos gliconeogênicos e elevando a produção hepática de ureia que será 
eliminada na urina. Nas situações onde há redução na ingestão de proteínas, as enzimas 
hepáticas relacionadas ao catabolismo de aminoácidos e a gliconeogênese reduzem sua 
atividades, gerando poupança de aminoácidos e diminuição da ureogênese. Curiosamente, nos 
gatos a situação é diferente, a elevada exigência de proteínas para a mantença resulta da 
baixa eficiência das enzimas hepáticas dos gatos em lidar com as situações de baixa ingestão 
proteica. As enzimas do catabolismo nitrogenado quase não alteram sua atividade quando 
eles ingerem dietas pobres em proteínas, permanecendo em alta atividade. Portanto, os gatos 
não tem a capacidade de conservar aminoácidos e continuam com elevada perda obrigatória 
de nitrogênio na urina quando ingerirem dietas pobres em proteínas. Esse aspecto é 
extremamente importante quando se lida com gatos anoréxicos ou doentes crônicos que 
obviamente não estão se alimentando bem. A única maneira de garantir adequada 
conservação das reservas de proteína corporal é via a constante ingestão de dietas ricas em 
proteínas de excelente qualidade. A natureza carnívora estrita dos gatos fez pouca pressão de 
seleção para lidar com dietas pobres em proteínas. Adicionalmente, eles se adaptaram para 
transformar o excesso de aminoácidos em glicose, via elevada eficiência na gliconeogênese, o 
que permitiu lidarem com dietas pobres em carboidratos. 
Questão de prova: O que é idiossincrasia nutricional e cite dois exemplos. 
Idiossincrasia é a predisposição particular do organismo que faz que um indivíduo reaja de 
maneira pessoal. Como a forma do gato de lidar com a redução de proteína ingerida e sua 
incapacidade de sintetizar taurina. 
Metabolismo de lipídeos 
 São os nutrientes mais energéticos, liberando mais calorias por gramas que 
carboidratos e proteínas. 
 São importantes para a absorção das vitaminas lipossolúveis. 
 São precursores dos ácidos graxos essenciais. 
 Devido a sua hidrofobicidade os organismos que armazenam lipídios como reserva 
energética não precisam ingerir tanta água quanto os que armazenam carboidratos. 
---------Fim da matéria da P2--------- 
TriAcilGlicerois (TAG) 
 São as formas mais simples de lipídios. 
 São formados por ácidos graxos e glicerol. 
 São as formas de armazenamento de energia para os animais e plantas. 
AGPI’s 
Metabolismo de ácido linolênico 
(18:3 ou Ômega 3) 
Metabolismo de ácido linoléico 
(18:2 ou Ômega 6) 
Os cães precisam ingerir ácido linoléico, os gatos precisam ingerir ácido linoléico e ácido 
araquidônico, porque não possuem as desaturases ativas no fígado, logo não convertem o 
ácido linoléico em ácido araquidônico. 
*Os gatos não pode comer ração de cachorro em longo prazo, porque a mesma não apresenta 
taurina, nem ácido araquidônico, presentes na ração felina. 
Ômega 3 é produzido por algas e podem ser ingeridas pelo consumo de peixes. 
Ômega 6 é produzido por plantas oleaginosas e pode ser ingerido pelo consumo de animais 
terrestres. 
EPA (eicosapentaenoico) e DHA (docosahexaenóico) pode ser ingerido pelo consumo de 
peixes de águas frias como sardinha, truta e salmão. 
Os ômegas 3, 6 e 9 são nutracêuticos. 
A adequada ingestão de AGPI (Ω3 e Ω6) leva a redução dos índices de LDL e diminui o risco de 
problemas cardíacos. O aumento da ingestão de AGPI aumenta o índice de HDL e diminui o 
índice de LDL, diminuindo o riscos e problemas cardíacos. O aumento da ingestão de óleos de 
peixes de águas frias, aumenta-se a ingestão de ômega 3, aumentando os índices de EPA e 
DHA, diminuindo o VLDL, diminuindo os riscos de problemas cardíacos.

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