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Apostila - Nutrição de monogástricos

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1. Evolução da Ciência da Nutrição 
 
A nutrição iniciou-se como uma arte, onde os fundamentos foram uma mistura 
de instintos, hábitos, experiências e folclores. 
A ciência da nutrição integra conhecimentos bioquímicos e fisiológicos que 
relacionam o organismo animal com o fornecimento alimentar de suas células. 
O objetivo final da nutrição animal é conseguir transformar fontes alimentares de 
menor valor nutricional em alimentos de melhor valor biológico para o consumo 
humano. Para alcançar esse objetivo foi preciso o desenvolvimento dos conhecimentos 
envolvendo tanto os alimentos como o organismo animal. 
Os primeiros estudos de nutrição ocorreram por volta de 1747, quando o físico 
inglês Lind, descobriu a cura do escorbuto. Entretanto, várias observações de caráter 
nutricional já eram discutidas desde antes do século XVII, onde ocorreram muitas 
descobertas, sendo chamada a “Idade de ouro da ciência”. 
Antoine Laurent Lavoisier, em 1760, foi o responsável pelo início do uso do 
termômetro e da balança nos estudos de nutrição e através dos seus experimentos 
utilizando a calorimetria animal, verificou que parte do calor animal era originário da 
combustão. Estes experimentos levaram Lavoisier a concluir que a vida era uma 
função química. 
René Reamur (1683-1757), naturalista francês fez uma das primeiras 
observações referentes à digestão, fornecendo alimentos para aves e retirando-os do 
intestino após curtos períodos de tempo, verificando assim mudanças na composição 
do alimento durante a digestão. 
Outros experimentos interessantes foram desenvolvidos por Lázzaro Spallanzani 
(1729-1799) onde o mesmo engolia saquinhos feitos de pano contendo carne e pão e 
após algum tempo, extraía-os através de cordões amarrados. Verificou com esse 
estudo que haviam mudanças na composição do alimento. 
A partir dessa data, vários fisiologistas, principalmente franceses desenvolveram 
grandes conhecimentos na área de nutrição. Ainda no século XVII já se concluía que o 
organismo animal necessitava de vários nutrientes e que o valor dos alimentos, não 
estava num único componente químico, mas sim em três compostos, as proteínas, os 
lipídeos e os carboidratos. 
Em 1883, Johan Kjeldahl, químico Dinamarquês, descobriu um método rápido 
para se determinar o valor nitrogenado dos alimentos. A partir daí, ocorreu uma grande 
evolução nos estudos de nutrição protéica. Ainda no início do século XX, houve 
grande atenção dos pesquisadores em estudar proteínas. Os resultados experimentais 
eram muito variáveis e em 1909 o alemão Karl Thomas descobriu que as proteínas 
tinham valores nutricionais diferentes. Verificou que a porcentagem de nitrogênio 
adsorvido, que ficava retido no organismo era variável de uma fonte protéica para 
outra. No fim do século XIX se conhecia 12 aminoácidos nas proteínas e com a 
descoberta de Thomas, concluía-se que havia variação na composição de aminoácidos 
das proteínas, e que isto, afetava o seu valor biológico. 
Em 1938, Willian C. Rose demonstrou que os ratos necessitavam de certos 
aminoácidos na dieta para máximo desempenho e a partir daí, dividiu-os em essenciais 
e não essenciais. 
Outros conhecimentos foram necessários para o desenvolvimento da nutrição 
Zootecnia Nutrição de Monogástricos 
 2 
como o caso das gorduras, vitaminas e minerais. 
Em 1814, o químico francês Eugene Chevreul descobriu que as gorduras eram 
compostas de glicerol e ácidos graxos. Estudos posteriores mostraram a essencialidade 
dos ácidos graxos no organismo e na dieta animal. 
Em 1912, Casimir Funk verificou que uma substância contida no farelo de arroz 
curava a beribéri, usando o termo vitamina pela primeira vez. 
As primeiras observações com minerais iniciaram-se por volta de 1600 onde 
Wilissi Aldrovandi, verificou, que pintinhos alimentados com casca de ovos cresciam 
mais rápido e mais saudáveis em comparação aos que não recebiam esse ingrediente. 
Em 1930 houve a descoberta de vários minerais como o cálcio, fósforo, enxofre 
e ferro. A descoberta de novos elementos acompanhou a evolução dos equipamentos 
físicos e químicos a partir de 1935. No entanto, a importância dos minerais foi mais 
pronunciada nos anos recentes, a partir do século XIX onde o melhoramento genético 
acelerou a velocidade de crescimento e a produção dos animais com mudanças dos 
hábitos alimentares aumentando assim a necessidade de minerais. 
No geral várias ciências contribuíram na evolução da nutrição. A física através 
do raio X, espectofotometria, radioisótopos, cromatógrafos, etc. A bioquímica nos 
estudos de enzimas e metabolismo dos nutrientes, a fisiologia através do estudo do 
funcionamento orgânico dos órgãos e suas secreções; A microbiologia, através dos 
estudos de exigências nutricionais e síntese de vitaminas; A genética através do 
melhoramento dos animais para maior produção entre outras. 
A nutrição começou então com os químicos estudando a composição dos 
alimentos, os quais eram formados por nutrientes. Os alimentos não completos em 
nutrientes e estes na maioria dos alimentos não estão balanceados. Isso levou a 
conclusão de que seria recomendável a mistura de alimentos para balancear 
adequadamente os nutrientes. 
Em seguida, os fisiologistas começaram a se interessar pelo conhecimento de 
como funciona a máquina biológica. O desenvolvimento desta área de conhecimento 
permitiu esclarecer as necessidades do organismo pelos nutrientes. Funções como 
digestão, trabalho muscular, reprodução e lactação passaram a ser bem interpretados e 
levou ao estabelecimento de relações como dieta-saúde animal e dieta-produção. 
Depois se observou que as reações são catalizada spor enzimas e o seu controle é 
endócrino, trazendo apoio para os enzimologistas e endocrinologistas. Os estudos para 
estabelecer a digestão dos carnívoros e herbívoros mostraram que a fibra é digerida 
pelos microorganismos, tomando importante papel do bacteriologista. Animais de uma 
mesma categoria recebendo um dado alimento apresentavam respostas diferentes na 
produção, o que foi explicado posteriormente pelos geneticistas. Ao mesmo tempo 
surgiram dúvidas quanto a interpretação e quantificação das diferenças no desempenho 
de animais semelhantes que recebem a mesma dieta, sendo explicada pelos estatísticos 
com o uso da matemática. 
A nutrição como ciência se baseia em várias disciplinas e se conhecermos bem 
uma delas e conhecermos de modo geral as outras provavelmente teremos ai um bom 
nutricionista. 
 
 
 
Prof: Alessandra Gimenez Mascarenhas 
 3 
2. A Evolução da Nutrição de Monogástricos no Brasil 
 
O uso de dietas balanceadas eficientes no Brasil iniciou-se a partir da entrada das 
grandes indústrias de rações nas décadas de 60 e 70. Até essa época predominava o 
uso de rações com elevados teores de farelo de trigo, subproduto dos moinhos de trigo. 
As indústrias de rações balanceadas trouxeram novos conceitos de nutrição e 
caracterizaram a evolução da nutrição animal no Brasil. 
A evolução na produção de rações no Brasil passou por três etapas bem distintas. 
A primeira foi justamente a de uso dos subprodutos dos moinhos de trigo. O 
farelo de trigo compunha mais de 50% das rações. Isso influenciava negativamente na 
eficiência alimentar e no desempenho dos animais. 
Nas décadas de 60 e 70 iniciou-se a segunda fase. Com a chegada das indústrias 
de ração começou a se fixar o termo ração balanceada e a idéia de equilíbrio de 
nutrientes também foi introduzida nessa época. Essa foi uma fase de grande evolução 
na produção de aves e suínos no Brasil. 
A terceira fase correspondeu a expansão das culturas de milho e soja no Brasil 
proporcionando maior estabilidade às rações balanceadas. A partir dessa época, as 
rações tornaram-se cada vez mais eficientes e uniformes. 
O valor nutricional do milho e da soja tornaram-sebastante conhecidos 
permitindo a suplementação de suas deficiências para se conseguir o desempenho 
máximo desejável. 
Poderíamos considerar uma outra fase que corresponderia ao início do uso da 
programação linear no cálculo de rações de mínimo custo. O uso do computador 
facilitou o cálculo de rações equilibradas com bastante eficiência e rapidez Isto 
permitiu que houvessem mudanças pequenas nas formulações das rações em função da 
matéria prima disponível e os deus preços. 
Ainda faltam muitas lacunas a serem preenchidas sobre a composição e 
disponibilidade dos nutrientes dos alimentos. Além disso com o grande avanço na área 
de melhoramento genético, principalmente de suínos e aves, estamos constantemente 
tendo que determinar as exigências nutricionais desses animais para ajustar 
corretamente suas dietas de modo a lhes permitir demonstrar todo o seu potencial 
produtivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Zootecnia Nutrição de Monogástricos 
 4 
3. Monogátricos: definição e características 
 
O termo “monogástricos” (não-ruminantes) é fortemente estabelecido em 
oposição ao termo “poligástricos” (ruminantes). Então essa comparação se impõe 
quando buscamos uma definição. 
Os ruminantes possuem uma flora microbiana no rúmen que modifica os 
alimentos antes que sejam degradados pelo aparelho digestivo. Já nos monogástricos a 
flora microbiana atua após o alimento ter passado por processos mecânicos e químicos 
da digestão, estando a flora microbiana localizada nas porções finais do trato digestivo, 
tendo por isso um papel limitado, baseado na utilização dos resíduos (indigeríveis e 
endógenos). 
Os monogástricos são caracterizados por várias particularidades nutricionais: 
- Reduzida capacidade de armazenamento de alimentos e como consequência, 
devem ter acesso contínuo a alimentação; 
- A taxa de passagem dos alimentos no tratogatrointestinal (TGI) é 
relativamente rápida e dessa forma, os nutrientes devem estar prontamente disponíveis, 
para seu aproveitamento; 
- Baixa capacidade de digerir materiais fibrosos devido a reduzida microflora 
existente no trato digestivo, 
- Pequena capacidade de síntese gastrintestinal e consequentemente todos 
nutrientes exigidos para o máximo desempenho devem estar presentes na dieta, 
- A digestão dos alimentos faz-se por intermédio de enzimas digestivas 
produzidas pelo animal, 
- Aproveitam mais eficientemente os alimentos concentrados do que os 
ruminantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof: Alessandra Gimenez Mascarenhas 
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4. Alguns Termos Utilizados em Nutrição Animal 
 
Alimento – Qualquer produto ou subproduto, natural ou artificial, que possa 
fazer parte de uma dieta devido a alguma propriedade nutritiva. 
Ração – É a quantidade de alimento fornecido e consumido por um animal num 
período de 24 horas. 
Dieta – Indica os componentes de uma ração, ou seja, é o ingrediente 
alimentício ou mistura de ingredientes, incluindo água, a qual é ingerida pelos animais. 
Ração Balanceada – É uma mistura de alimentos convenientemente 
equilibrada para fornecer todos os nutrientes exigidos pelos animais. 
Nutrientes – É qualquer constituinte alimentar que entra no metabolismo 
celular e concorre para a vida do organismo. 
Nutrição – É a utilização adequada dos princípios nutritivos para satisfação das 
necessidades animais. 
Ingredientes – Componentes de qualquer combinação ou mistura que constitui 
um alimento. 
Deficiência nutricional – Inexistência ou insuficiência de um nutriente 
essencial. 
Exigência Nutricional – Quantidade de cada nutriente, exigida por 
determinada espécie e categoria animal, para sua boa manutenção, produção e 
reprodução eficientes. 
NRC – Nutrient Requirement Compendium- Sistema de exigência nutritive 
elaborada pela Academia Nacional de Cências e Conselho Nacional de Pesquisa dos 
EUA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Zootecnia Nutrição de Monogástricos 
 6 
5. Medidas de Desempenho Utilizadas com Animais Monogástricos 
 
1- Consumo de Alimento 
2- Ganho de Peso 
3- Conversão Alimentar  É a capacidade de um alimento se converter em 
uma unidade de produto animal. É expressa pela relação = Consumo de 
Alimento/ganho de peso 
4- Eficiência Alimentar  Quantidade de produto animal obtida por uma 
quantidade unitária de alimento. É expressa da seguinte forma = (Ganho de 
Peso/Consumo de Alimento) x 100. 
 
Metabolismo 
O metabolismo do organismo se refere a todas as reações químicas de todas as 
células do corpo, e a intensidade metabólica é geralmente expressa em termos da 
velocidade de liberação de calor durante as reações químicas. 
Nem toda a energia dos alimentos é transferida para o ATP; assim, uma grande 
parte dessa energia é transformada em calor. Cerca de 35% (em média) da energia dos 
alimentos é transformada em calor durante a formação de ATP. Uma quantidade maior 
de calor é produzida quando a energia é transferida do ATP para os sistemas 
funcionais das células. 
A energia mínima despendida por um animal em jejum, descansado e em 
repouso físico em um ambiente de conforto térmico é conhecido por taxa de 
metabolismo basal (TMB). 
A intensidade metabólica pode ser determinada de duas formas: 
Calorimetria direta- No geral, em um indivíduo em repouso, a intensidade 
metabólica pode ser determinada pela medida da quantidade de calor liberado pelo 
organismo em um determinado momento. A quantidade de calor liberado pelo 
organismo é medida em um calorímetro bastante grande e especialmente construído, 
que consiste de uma câmara de ar bem isolada, onde não ocorre perda de calor pelas 
paredes. Assim, o calor que o corpo produz aquece o ar da câmara. Mas a temperatura 
da câmara é mantida constante, forçando o ar através de encanamentos para um 
recipiente que contém água fria. A velocidade do ganho de calor pela água (medida 
por termômetro), é igual a velocidade de liberação de calor pelo corpo do indivíduo. 
Usado em experimentações. 
Calorimetria indireta- A TMB costuma ser inferida pelo consumo de oxigênio. 
Aumentos no consumo de oxigênio representam aumentos na TMB, e quedas na 
captação de oxigênio representam diminuição da taxa metabólica. Como mais de 95% 
da energia consumida no organismo se origina de reações dos nutrientes com o 
oxigênio, o metabolismo pode ser calculado com elevado grau de precisão, a partir da 
velocidade de utilização do oxigênio. 
O metabolismo basal pode ser afetado por diversos fatores. Aqueles que 
aumentam a atividade química das células intensificam o metabolismo. 
 
Exercício: O exercício intenso causa um grande efeito sobre o metabolismo. 
Períodos curtos de contração muscular máxima podem liberar por poucos segundos, 
até cem vezes mais calor do que no estado de repouso. Considerando-se todo o 
Prof: Alessandra Gimenez Mascarenhas 
 7 
organismo, exercício muscular pode elevar a produção total de calor para cerca de 50 
vezes o normal em poucos segundos ou se mantido por muitos minutos, para cerca de 
20 vezes em um atleta bem treinado, o que representa um aumento de 2000% em 
relação ao metabolismo normal. 
O tipo de atividade executada influencia a necessidade de energia consumida 
diariamente, por exemplo, um homem de 70 kg dormindo consome 65 calorias/hora 
sentado em repouso 100 cal/hora subindo escadas 1100 cal/hora. 
 
Consumo de Alimentos: Após o consumo de alimentos o metabolismo aumenta. 
Isso devido em parte as reações químicas associadas com os processos de digestão e ao 
armazenamento no organismo. Após consumo de carboidratos ou gorduras, o 
metabolismo costuma aumentar apenas aproximadamente 4% , mas após consumo de 
proteínas o metabolismo aumenta até 30% e persiste por até 3 a 12 horas. 
 
Idade:Crianças possuem um metabolismo quase duas vezes maior que de um 
adulto considerando seu tamanho. Isso devido as altas velocidades das reações 
celulares, incluindo, em parte a síntese rápida de materiais celulares e o crescimento 
do corpo, que necessitam de quantidades moderadas de energia. 
 
Hormônio da tireóide: A tiroxina quando secretada em altas quantidade pode 
elevar o metabolismo em 50 a 100% do seu normal. Ao contrário, se a secreção da 
tireóide diminui o metabolismo cai para 40 a 60% abaixo do normal. Isso se explica 
pela função básica da tiroxina que é a de aumentar a velocidade de quase todas as 
reações químicas em todas as células do organismo. 
 
Estimulação Simpática (termogênese sem calafrios): A estimulação do sistema 
nervoso simpático, com liberação de epinefrina e norepinefrina, eleva o metabolismo 
de muitos tecidos do organismo. Esses hormônios exercem efeito sobre células 
musculares e hepáticas, provocando glicogenólise, isso junto com outros efeitos 
intracelulares elevam a atividade celular. 
A estimulação simpática sobre o tecido adiposo marrom causa uma acentuada 
liberação de calor. Esse tecido contém um grande número de mitocôndrias e glóbulos 
pequenos de gordura, em lugar de um só grande glóbulo de gordura. A fosforilação 
oxidativa nas mitocôndrias é principalmente desacoplado. Ou seja, quando as células 
são estimuladas pelos nervos simpáticos, suas mitocôndrias produzem uma grande 
quantidade de calor, mas quase nenhum ATP, de modo que a energia oxidativa 
liberada transforma-se imediatamente em calor. O recém nascido (depende da espécie) 
possui um número considerável dessas células adiposas, e a estimulação simpática 
máxima pode aumentar o metabolismo do filhote até mais de 100%, constituindo a 
denominada termogênese sem calafrios. 
 
Hormônio Sexual Masculino: Pode acelerar o metabolismo basal em quase 10 a 
15 %, embora o hormônio o sexual feminino talvez contribua com uma pequena 
porcentagem, mas geralmente não o suficiente para adquirir algum significado. 
 
Hormônio de Crescimento: Pode aumentar o metabolismo basal por até 15 a 
Zootecnia Nutrição de Monogástricos 
 8 
20%, em conseqüência da estimulação direta do metabolismo celular. 
 
Sono: O metabolismo diminui 10 a 15% abaixo do normal durante o sono. Isso 
devido a diminuição do tônus da musculatura esquelética e pela redução da atividade 
do sistema nervoso simpático. 
 
O metabolismo basal refere-se à velocidade de utilização de energia pelo 
organismo durante o repouso absoluto, enquanto a pessoa está acordada. 
Se um indivíduo é maior do que outro, a quantidade total de energia utilizada 
pelos dois será muito diferente, simplesmente devido as diferenças de tamanho 
corporal. Experimentalmente, entre pessoas normais, a média do MB varia em 
proporção da área de superfície corporal. 
O MB é influenciado pelas perdas de energia radiante através da pele e, portanto, 
superfície corporal. 
A superfície corporal é medida pelo escalpamento do animal (dissecação 
cuidadosa da pele) com determinação de sua área. Pode ser determinada em humanos a 
partir de tabelas de altura e peso. 
Área de pele está relacionada com o peso vivo (PV) do animal (sem o conteúdo 
do TGI), elevado a ¾ ou 0,75. Essa potência varia com a espécie, função e idade do 
animal. Por isso sempre é citado. 
O uso do PM permite comparação entre animais de pesos e tamanhos diferentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof: Alessandra Gimenez Mascarenhas 
 9 
6. Esquema dos nutrientes 
 
São chamados nutrientes todos compostos presentes nos alimentos ou de forma 
livre que são utilizados para a nutrição das células do organismo animal e são 
classificados de acordo com o esquema seguinte: 
 
A) Compostos Orgânicos 
 
1- Carboidratos 
1.1-Solúveis (Extrato não nitrogenado) 
1.1.1-Monossacarídeos: glicose, frutose, galactose e manose 
1.1.2-Dissacarídeos: sacarose, lactose e maltose 
1.1.3-Pollissacarídeos: amido e gllicogênio 
1.2- Insolúveis (Fibra Bruta): celulose, hemicelulose e lignina 
 
2- Nitrogenados 
2.1-Protéicos 
2.1.1-Aminoácidos Essenciais: fenilalanina, leucina, valina, histidina, 
lisina, arginina, treonina, metionina, triptofano, isoleucina 
2.1.2-Aminoácidos Não Essenciais: alalnina, asparagina, 
glutamina,ácido aspártico, ácido glutâmico, gllicina, prolina, 
OH-prolina, serina, cistina e tirosina 
2.2-Não Protéicos: Aminas, aminoácidos llivres, uréia, etc. 
 
3- Lipídios (Extrato etéreo) 
3.1- Simples: Ácidos graxos e esteróis 
 
3.2- Compostos 
3.2.1-Triglicerídeos: ácidos graxos + glicerol 
3.2.2-Fosfolipidios: Leucina, cefalina e esfingomielina 
3.2.3-Ceras: ácidos graxos + álcool de cadeia longa 
 
4- Vitaminas 
4.1- Lipossolúveis: A, D, E e K 
4.2- Hidrossolúveis 
4.2.1-Complexo B(B1-tiamina, B2-riboflavina, B6-piridoxina, B12-
cianocobalamina), biotina, colina, folacina, inositol, niacina, 
ácido pantotênico e ácido paraminobenzóico 
4.2.2-Vitamina C: ácido ascórbico 
 
B) Compostos Inorgânicos 
1-Macrominerais: Cálcio, cloro, magnésio, fósforo, potássio, sódio, 
enxofre 
2-Microminerais: cobre, cobalto, iodo, ferro, zinco, manganês, selênio, 
molibidênio e flúor 
3- Água (H2O) 
Zootecnia Nutrição de Monogástricos 
 10 
7. Consumo Voluntário e Fatores Fisiológicos que afetam o Consumo 
 
Os animais monogástricos dependem do consumo alimentar para assegurar sua 
subsistência, devendo então conseguir através do alimento consumido todos os 
nutrientes indispensáveis e em uma forma disponível. Assim a formulação deve ser 
completa considerando-se todas as exigências do animal e todas as características do 
alimento (composição e utilizações digestivas e metabólicas). 
Os alimentos devem fornecer, então, todos os constituintes que permitam a 
renovação da matéria viva, um eventual acréscimo (crescimento e gestação) e a síntese 
de produtos (leite e ovos). 
As quantidades de elementos nutritivos assimiláveis necessários a todas essas 
atividades definem as exigências: exigências hídricas, de constituintes energéticos, de 
proteínas e aminoácidos indispensáveis e de minerais e vitaminas. Estas exigências 
variam, então, em função do estado fisiológico do animal e em função do seu estado 
sanitário. O indivíduo adulto não produtivo é considerado como em “manutenção” 
(mantença). Os gastos gerados com produção ou desenvolvimento são freqüentemente 
contados como uma adição simples à manutenção. As exigências diárias totais de um 
animal jovem em crescimento serão derivadas em: exigência de mantença e exigência 
de crescimento. Para que a produção zootécnica seja racional devemos conhecer de 
maneira bastante apurada as exigências dos animais, os fatores que influenciam o 
consumo voluntário de alimento e fatores que influenciem na digestibilidade e 
utilização metabólica. 
A importância do consumo voluntário do animal está no fato de que quando 
desenvolvemos um programa nutricional é preciso prevermos a quantidade de 
alimento que serão ingeridas diariamente pelo animal. Assim, estimaremos o consumo 
das categorias animais durante os diferentes períodos do ano. 
Não adianta a dieta ser balanceada e atender as exigências do animal se ele não a 
consumir. 
Várias tórias buscam elucidar os mecanismos de controle do consumo de 
alimentos, assim como suas formas de predição.Uma vez conhecendo os dados de 
consumo e os fatores que o influenciam, podemos propor mudanças nas formulações e 
alternativas de manejo que contornem eventuais quedas no consumo de alimentos. 
Essa flexibilidade no programa nutricional é importante para se alcançar bons 
resultados de produção, atendendo as exigências e minimizando os custos de 
produção. 
 
7.1- Mecanismos Fisiológicosdo Controle da Ingestão de Alimentos 
 
Antes de tudo, alguns conceitos devem estar claros: 
FOME: é a sensação manifestada pelo animal que se encontra em déficit energético. 
SACIEDADE: É a sensação manifestada pelo animal quando satisfaz suas 
necessidades energéticas. 
APETITE: É a disposição fisiológica de um animal que manifesta o desejo de 
comer. 
CONSUMO VOLUNTÁRIO: É o limite máximo do apetite, quando o alimento é 
fornecido à vontade (ad libitum). 
Prof: Alessandra Gimenez Mascarenhas 
 11 
7.1.1- O sistema nervoso central e o controle da ingestão de alimentos 
 
Não se conhece a localização exata nem o papel das estruturas nervosas centrais 
que controlam a ingestão de alimentos. Existem provas conclusivas de que o centro 
visceral dos vertebrados é o hipotálamo e que partes bem localizadas desta parte do 
cérebro participam de modo fundamental no controle quantitativo da ingestão de 
alimentos nas aves e nos mamíferos. 
Duas áreas bilaterais do hipotálamo controlam a ingestão de alimentos: o núcleo 
hipotalâmico ventromedial (VMN) e a área hipotalâmica lateral (LHA). A destruição 
bilateral do VMN provoca hiperfagia, consumo excessivo e obesidade. No homem, a 
lesão do VMN devido a tumores na hipófise produzem o mesmo resultado. Por outro 
lado a estimulação elétrica do VMN como contraposição da sua destruição provoca 
afagia, inibe a ingestão. Por isso o VMN é chamado centro da saciedade. A destruição 
bilateral do LHA determina afagia até a morte em ratos e gatos, e sua estimulação 
provoca hiperfagia. Por isso o LHA é denominado centro da fome. 
Mas deve-se lembrar que essas estruturas não atuam independentemente de 
outras áreas do hipotálamo no controle da ingestão de alimentos. 
Em resumo o hipotálamo lateral (Centro da fome) e o hipotálamo ventromedial 
(Centro da saciedade) possuem ações complementares. Quando o animal demonstra 
apetite, o centro da fome é dominante e o centro da saciedade é inibido. Por outro lado, 
à medida em que o animal se alimenta, o centro da saciedade vai inibindo o da fome. 
 
O hipotálamo pode receber informações de diversas formas: os estímulos 
periféricos que afetam e controlam a ingestão de alimentos nos animais são de 
natureza física (mecânica) ou química. 
 
A) Sinais Quimiostáticos 
São informações químicas ou hormonais enviadas pela corrente sanguínea e 
relacionadas com os diferentes nutrientes absorvidos pelo trato digestivo durante as 
refeições. Esses sinais constituem a base de algumas teorias (glicostática, aminostática, 
lipostática, ionostática). 
 
Teoria Glicostática – baseada nos teores de glicose sanguínea. 
Existe evidência que a elevação progressiva dos níveis sanguíneos de glicose 
glicose em monogástricos, (AGV em ruminantes especialmente acetato e propionato) 
são diretamente relacionados com saciedade. Esse mecanismo é chamado glicostático. 
Mas níveis desses metabólitos no sangue não atingem o pico no momento que a 
alimentação para. Talvez o limiar seja abaixo desse pico. 
Provas conseguidas com animais monogástricos indicam que a glicose circulante 
pode controlar a ingestão de alimentos à curto prazo. Em várias espécies se tem 
comprovado a existência de receptores de glicose orais e hepáticos e do sistema 
nervoso. 
Tanto o centro da fome como o da saciedade intervém na regulação dos níveis de 
glicose no sangue. O centro da saciedade inibe a secreção de insulina e o centro da 
fome a estimula (insulina favorece a utilização da glicose pelas células). 
Zootecnia Nutrição de Monogástricos 
 12 
Teoria Aminostática – Essa teoria é baseada na quantidade de aminoácidos 
circulantes como a tirosina, que parece aumentar o consumo de poedeiras e o 
triptofano, que parece reduzir a ingestão de frangos de corte e poedeiras. Estes 
aminoácidos são precursores de catecolaminas e de serotonina, dois 
neurotransmissores envolvidos na regulação do consumo. 
Ao se consumir rações normais, parece que a função dos aminoácidos na 
regulação da ingestão de alimentos é menor. 
Segundo se tem mostrado, ao receber rações ligeiramente deficientes em alguns 
aminoácidos, frangos e ratos podem inicialmente aumentar ligeiramente a ingestão 
tentando compensar a deficiência. Ao receber rações muito desequilibradas, a ingestão 
de alimentos se reduz drasticamente. As deficiências e os excessos graves de algum 
aminoácido na ração pode reduzir bastante a ingestão. 
Rações com muita proteína equilibrada levam a redução no consumo da maioria 
das espécies. Esse fato é atribuído ao alto incremento calórico da proteína e ao menor 
ritmo de esvaziamento do estômago dos monogástricos. 
As rações deficientes em proteína também reduzem o consumo de ração. Em 
todas as espécies, a deficiência de proteína reduz a produção de enzimas digestivas e 
origina a depleção protéica dos tecidos. 
A gordura fornece mais energia por unidade de peso que os carboidratos e as 
gorduras. Os monogástricos toleram grandes quantidades de gordura, porém rações 
ricas em gorduras reduzem a ingestão de matéria seca, devido ao ajuste pelo conteúdo 
energético. 
 
Teoria Lipostática – Baseada nos lipídios circulantes que podem agir inibindo o 
consumo de animais obesos, por exemplo, em vacas recém paridas. 
Tem-se sugerido uma relação inversa entre gordura corporal e consumo 
voluntário, e ainda que o alimento consumido em uma única refeição é inversamente 
relacionado com a osmolaridade gástrica contida em ruminantes e não ruminantes. 
 
Teoria Ionostática – Baseada nos íons circulantes. O cálcio, por exemplo, parece 
atuar no hipotálamo, mas ainda não se sabe se sua ação á direta ou indireta, pois ele 
induz a liberação de norepinefrina, um mediador que atua no sistema nervoso central 
aumentando a ingestão de alimentos. Em ruminantes, a concentração de acetato e de 
hidrogênio no rúmen-retículo parece influenciar o consumo, assim como o teor de 
propionato na veia ruminal ou no fígado. 
 
B) Sinais de Distensão ou de Repleção do Trato Digestivo 
 
São informações neurais sobre as condições de enchimento da luz intestinal 
transmitidas através de receptores do trato digestivo (osmorreceptores, 
tensorreceptores...). 
O controle físico da ingestão de alimentos foi comprovado pela primeira vez no 
homem, fazendo chegar um globo inflável até o estômago. A pressão no estômago 
inibia as contrações de fome e reduzia o desejo de comer, o que sugeria a presença de 
receptores no estômago. 
Prof: Alessandra Gimenez Mascarenhas 
 13 
Depois ratos alimentados com rações diluídas com substâncias inertes 
demonstraram ser capazes de manter um nível de ingestão de energia bastante 
constante, dentro de certos limites. Com diluições maiores o volume dos alimentos se 
tornaram um fator limitante e diminuiu a ingestão de energia. Portanto o controle da 
ingestão de alimentos a curto prazo pelo volume físico dos alimentos é um fato 
comprovado. 
Em ruminantes e não ruminantes o consumo voluntário de energia é diretamente 
relacionado a densidade energética da dieta. Isto é, quando os animais são alimentados 
com dietas contendo grandes porções de energia metabolizável (EM), eles tendem a 
consumir mais EM que quando consumindo um alimento volumoso. Isso sugere que 
uma maior distensão gástrica que ocorre quando o animal se alimenta com volumosos 
reduzem o consumo voluntário de EM significativamente. 
Se a densidade calórica da dieta é muito baixa, como no caso de certas forragens, 
o volumoso extra, pode simplesmente limitar fisicamente a habilidade do animal para 
ingerir uma quantidade suficiente de EM para suprir suas necessidades. 
 
7.1.2- Consumo de Alimento como Mecanismo Homeostático 
 
O balanço energético do organismo é dado ela diferença entre a energia ingerida 
e a perdida (fezes, urina, calor), mais a energia gasta para mantença, produção, 
reproduçãoe movimentação. 
Os monogástricos são capazes de ajustar seu consumo de alimento de modo a 
manter um consumo de energia constante. 
O animal possui ao longo do seu trato digestivo uma série de receptores que 
enviam sinais ao sistema nervoso central, constituindo o sistema detector. A 
sinalização vinda dos órgãos do sentidos também tem grande importância na regulação 
do consumo. 
Alguns pontos devem ser considerados: 
 
Receptores no palato anterior e posterior – Sistema trigeminal que controla a 
apreensão e deglutição; 
 
Circuito neural gustativo – Constituído de uma série de bulbos gustativos, 
localizados no epitélio dos palatos anterior e posterior e na porção mandibular da 
língua; 
 
Interação hipotálamo e núcleo motor dorsal do vago – Que atua ativando o 
sistema nervoso parassimpático na preparação do organismo para digestão. 
 
Embora existam interações complexas entre as exigências e o consumo, os 
fatores que influenciam o consumo de alimento podem ser decompostos em fatores 
relacionados ao alimento, fatores relacionados ao animal e fatores relacionados com o 
meio. 
 
 
7.1.3- Variação na Quantidade de Alimentos Ingeridos 
Zootecnia Nutrição de Monogástricos 
 14 
 
A) Fatores Ligados ao Alimento 
 
Concentração Energética 
Já é sabido que os animais monogástricos regulam sua ingestão de alimentos de 
modo a atender primeiramente suas necessidades energéticas. Assim, a concentração 
de energia na dieta é o principal fator que determina a taxa de sua ingestão pelos 
animais. Então, o aumento do conteúdo de energia nas dietas leva a uma redução no 
consumo de modo que a quantidade de energia metabolizável ingerida varia pouco. 
Mas essa regulação é mais ou menos estreita de acordo com as espécies. 
 
Odor, Sabor, Textura e Temperatura 
O próprio sabor e cheiro do alimento pode influenciar no consumo do alimento. 
Espécies como os suínos são muito mais seletivas que aves quanto ao sabor dos 
alimentos. Isso é devido a presença de maior número de botões gustativos na boca dos 
mesmos. 
Os sentidos químicos (gosto e olfato) tem grande importância na identificação 
dos alimentos adequados para algumas espécies. A visão e o tato também são 
empregados na seleção dos alimentos. Os sentidos químicos tem mais importância na 
seleção de alimentos pelos mamíferos do que pelas aves. 
O uso de palatabilizantes e flavorizantes é um fator obviamente relacionado com 
o consumo de alimento pelos animais. 
No caso das aves, a cor do alimento é um importante atrativo, sendo preferidas 
aquelas do espectro laranja. 
A Temperatura e umidade do alimento também podem afetar sua ingestão. Por 
exemplo, nos mamíferos recém nascidos a visão não intervém na seleção de alimentos, 
dependendo a alimentação fundamentalmente do tato. Ao mesmo tempo procuram 
calor. 
 
Forma de Apresentação dos Alimentos 
A forma de apresentação do alimento também influencia no consumo. A 
granulação, por exemplo, aumenta a ingestão do alimento pelas aves, principalmente 
se o nível de energia for baixo. 
A estrutura física, características de textura, forma e tamanho das partículas de 
alimentos servem para identificá-los e podem ter efeitos fisiológicos no aparelho 
digestivo, assim como afetar a quantidade de alimento ingerido. 
 
Equilíbrio Nutritivo da Dieta 
O teor de proteínas influencia o consumo, embora de uma maneira menos 
acentuada. Se a dieta é deficiente em proteína, ou seja, com uma relação 
energia:proteína alta ocorre um desequilíbrio nutritivo que se traduz por diminuição no 
consumo. 
 
 
 
B) Fatores Ligados Ao Animal 
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 15 
 
Individualidade 
A observação diária dos animais se alimentando nos mostra que nem todos os 
indivíduos comem da mesma forma, sendo que slguns podem demonstrar preferência 
maior ou menor por determinados alimentos. 
 
Genótipo/Raça 
O apetite tem sido uma característica genética muito explorada no melhoramento 
de aves, principalmente nas linhagens produtoras de carne. A seleção associada aos 
avanços na nutrição levaram a uma diminuição no período de crescimento para o 
abate. Muito desse melhoramento é atribuído ao aumento da ingestão de alimento. 
 
Estádio Fisiológico 
A lactação costuma levar a um maior consumo voluntário, pois existem um 
aumento nas exigências nutricionais. 
Na gestação os monogástricos tendem a aumentar o consumo voluntário de alimento. 
Em porcas existe uma relação inversamente proporcional entre o consumo de 
ração na gestação e o consumo na lactação subseqüente. Por isso, existe a preocupação 
em não se elevar excessivamente a quantidade fornecida por dia (no terço final da 
gestação), como normalmente é feito pelos produtores. 
Nas fases de crescimento e engorda o consumo varia com a produção. Animais 
jovens, de crescimento rápido apresentam uma supressão nos mecanismos inibitórios 
do apetite, ligados às altas taxas de glicose e lipídios no sangue. 
 
C) Fatores Ligados Ao Ambiente 
 
Clima/Temperatura Ambiente 
A temperatura ambiental tem uma grande influência sobre o comportamento dos 
animais, principalmente quando se trata de consumo de alimentos. Portanto ela pode 
afetar o metabolismo de energia por mudanças na taxa de consumo de alimento pelo 
animal. Quando em condições adequadas de manejo e nutrição, o animal consome de 
acordo com suas necessidades para mantença e produção; Se em condições 
inadequadas a eficiência de utilização do alimento é prejudicada, principalmente da 
energia e da proteína. 
A elevação da temperatura em geral leva a uma redução quase linear da ingestão 
de alimentos. 
Na maioria das vezes a redução da energia ingerida é um pouco mais rápida que 
o decréscimo da exigência energética; ficando então o animal em equilíbrio energético 
cada vez menos positivo à medida que a temperatura se eleva, o que na maioria das 
vezes leva a uma redução no crescimento. 
Acima da temperatura de termoneutralidade, o apetite do animal se reduz 
acentuadamente e o déficit alimentar do animal aumenta cada vez mais. Esse déficit é 
uma das causas da redução dos desempenhos em clima quente. Para tentar minimizá-lo 
deve-se aumentar a concentração energética das rações. Assim, numa menor 
quantidade ingerida de alimento o animal consome a energia necessária. 
Teoria Termostática 
Zootecnia Nutrição de Monogástricos 
 16 
A teoria termostática da regulação da ingestão de alimentos prega que os animais 
comem para manter-se aquecidos. O consumo e a absorção de nutrientes aumenta 
bastante a produção de calor nos animais. A maior produção de calor ligada ao 
consumo de alimentos se denomina incremento calórico. 
Os receptores sensíveis a temperatura estão distribuídos por todo o corpo, 
incluindo órgãos internos e o hipotálamo. 
Em algumas espécies ao esfriarmos o hipotálamo se induz a um consumo de 
alimento e se o esquentarmos inibe-se o consumo. Isso indica que a temperatura 
intervem no controle da ingestão de alimentos, e que seu efeito é somente um 
componente de um sistema multifatorial. 
Também existe uma relação entre a temperatura ambiente, ingestão de alimentos 
e temperatura corporal. Ao aumentar a temperatura ambiente, a ingestão de alimentos 
tende a diminuir e vice-versa. A temperaturas inferiores a zona de conforto o consumo 
de alimentos aumenta, possivelmente por duas razões: A perda de calor para o meio 
ativa reflexos termorreguladores que precisam de energia e o balanço energético do 
animal se modifica. O controle a longo prazo se ativa e a ingestão de alimento se 
eleva. Ao mesmo tempo a temperatura periférica do animal cai drasticamente e pode 
ativar-se o controle a curto prazo da ingestão de alimentos através de termorreceptores 
hipotalâmicos. 
Se a temperaturaambiente se eleva a cima da zona de conforto, a ingestão de 
alimentos se reduz mesmo que o gasto energético aumente em conseqüência da 
ativação do mecanismo termorregulador. 
A longo prazo a exposição ao frio aumenta a quantidade de tecido adiposo nos 
animais e a exposição ao calor o reduz. Conseqüentemente o efeito empírico da 
temperatura ambiente sobre o controle da ingestão de alimentos está bem comprovado. 
 
Condições de Fornecimento das Rações 
Instalações, disponibilidade de cochos, comedouros e bebedouros, facilidade de 
acesso. 
Condições Higiênico-Sanitárias 
Limpeza das instalações, dos cochos etc. 
Densidade Populacional 
A competição e o estresse podem reduzir o consumo. Por outro lado, quando a 
densidade populacional é adequada há um estímulo a ingestão, como no caso de aves, 
por exemplo. 
 
Conteúdo de Fibra e Consumo Voluntário de Alimento em Não Ruminantes 
Dietas de alta energia e baixa fibra estimulam o crescimento de frangos e 
produção de ovos em ambientes quentes. Pode-se esperar que dietas de alta energia 
melhorem a tolerância ao calor porque resultam em menor IC. 
O IC do alimento adiciona calor no animal em estresse de calor, no frio é usado 
para esquentar o corpo. O IC adicional dos alimentos fibrosos pode ser usado como 
vantagem para monogástricos em estresse de frio. 
Suínos tem pouca habilidade para utilizar fibra e aumentam o consumo na 
tentativa de manter constante o consumo de ED. O trato gastrintestinal aumenta para 
acomodar o maior volume de alimento e a taxa de passagem da ingesta aumenta 
Prof: Alessandra Gimenez Mascarenhas 
 17 
resultando em diminuição da digestibilidade dos nutrientes. 
 
Os Hormônios e o Controle da Ingestão de Alimentos 
Como se tem assinalado os numerosos estímulos produzidos pela alimentação se 
transmitem diretamente até o sistema nervoso central mediante receptores, ou 
indiretamente por trocas nas secreções endócrinas. 
No próprio aparato digestivo se produzem vários hormônios (secretina, cck etc). 
Os hormônios mais importantes que afetam a ingestão de alimentos parecem ser 
a insulina, tiroxina, testosterona, progesterona e estrógeno. 
A insulina, que estimula a utilização da glicose e a lipogênese, se produz no 
pâncreas endócrino e estimula a ingestão de alimentos nos monogástricos. 
A tiroxina exógena aumenta o metabolismo do animal e indiretamente o 
consumo de alimento. 
Os hormônios sexuais naturais afetam o consumo de alimentos possivelmente 
atuando sobre o hipotálamo. A testosterona é anabolizante e tende a aumentar a 
ingestão de alimentos. Nas fêmeas a progesterona produzida pelo corpo lúteo durante a 
gestação, também é anabolizante e tende a aumentar o consumo. O estrógeno, 
hormônio da ovulação reduz o consumo de alimento. 
Como estimulantes de crescimento se empregam grandes quantidades de 
esteróides sintéticos comerciais com certa atividade hormonal; o mecanismo de ação 
pode ser como anabolizantes, reduzindo o gasto energético ou aumentando a ingestão 
de alimentos. 
 
 
 
 
 
Consumo Voluntário e Fatores Fisiológicos que afetam o Consumo 
Controle do Consumo Voluntário 
 
 
1- Influência do alimento 
Já é sabido que os animais monogástricos regulam sua ingestão de alimentos de modo a 
atender primeiramente suas necessidades energéticas. Daí o aumento do conteúdo de energia 
nas dietas leva a uma redução no consumo de modo que a quantidade de energia 
metabolizável ingerida varia pouco. Mas essa regulação é mais ou menos estreita de acordo 
com as espécies. 
O teor de proteínas também influencia sobre o consumo, embora de uma maneira 
menos acentuada. No caso de deficiência, algumas espécies têm seu apetite 
aumentado, como se tentassem na média assegurar uma ingestão adequada de 
aminoácidos. No caso de excesso de proteínas o contrário é observado. Ocorre uma 
redução no consumo do alimento, sem modificação do crescimento. 
A forma de apresentação do alimento também influencia no consumo. A 
granulação, por exemplo, aumenta a ingestão do alimento pelas aves, principalmente 
se o nível de energia for baixo. 
O próprio sabor e cheiro do alimento pode influenciar no consumo do alimento. 
Espécies como os suínos são muito mais seletivas que aves quanto ao sabor dos 
Zootecnia Nutrição de Monogástricos 
 18 
alimentos. Isso é devido a presença de maior número de botões gustativos na boca dos 
mesmos. 
2- Temperatura Ambiente 
A temperatura ambiental tem uma grande influência sobre o comportamento dos 
animais, principalmente quando se trata de consumo de alimentos. Portanto ela pode 
afetar o metabolismo de energia por mudanças na taxa de consumo de alimento pelo 
animal. Quando em condições adequadas de manejo e nutrição, o animal consome de 
acordo com suas necessidades para mantença e produção; Se em condições 
inadequadas a eficiência de utilização do alimento é prejudicada, principalmente da 
energia e da proteína. 
A elevação da temperatura em geral leva a uma redução quase linear da ingestão de 
alimentos. 
Na maioria das vezes a redução da energia ingerida é um pouco mais rápida que 
o decréscimo da exigência energética; ficando então o animal em equilíbrio energético 
cada vez menos positivo à medida que a temperatura se eleva, o que na maioria das 
vezes leva a uma redução no crescimento. 
Acima da temperatura de termoneutralidade, o apetite do animal se reduz 
acentuadamente e o déficit alimentar do animal aumenta cada vez mais. Esse déficit é uma 
das causas da redução dos desempenhos em clima quente. Para tentar minimizá-lo deve-se 
aumentar a concentração energética das rações. Assim, numa menor quantidade ingerida de 
alimento o animal consome a energia necessária. 
 
3- Alimentação com ração 
A ingestão diária de alimento talvez se limite a um nível pré-determinado e abaixo ao 
de um consumo à vontade (“ad libitum”). Essa prática é utilizada com reprodutores (evitar 
excesso de peso), porcas em gestação e em alguns casos suínos em terminação. 
O uso de rações permite ao criador controlar o processo de ganho de peso, 
melhorar a fertilidade e algumas vezes a saúde dos animais, além disso, permite ajustar 
melhor o consumo de nutrientes além da energia de modo a atender plenamente as 
exigências. 
A alimentação com rações deve ser calculada em função da espécie, idade e 
categoria do animal, além de se considerar a genética e o meio ambiente. 
 
O sistema nervoso central e o controle da ingestão de alimentos 
Não se conhece a localização exata nem o papel das estruturas nervosas centrais 
que controlam a ingestão de alimentos. Existem provas conclusivas de que o centro 
visceral dos vertebrados é o hipotálamo e que partes bem localizadas desta parte do 
cérebro participam de modo fundamental no controle quantitativo da ingestão de 
alimentos nas aves e nos mamíferos. 
Duas áreas bilaterais do hipotálamo controlam a ingestão de alimentos: o núcleo 
hipotalâmico ventromedial (VMN) e a área hipotalâmica lateral (LHA). A destruição bilateral 
do VMN provoca hiperfagia, consumo excessivo e obesidade. No homem, a lesão do VMN 
devido a tumores na hipófise produzem o mesmo resultado. Por outro lado a estimulação 
elétrica do VMN como contraposição da sua destruição provoca afagia, inibe a ingestão. Por 
isso o VMN é chamado centro da saciedade. A destruição bilateral do LHA determina afagia 
até a morte em ratos e gatos, e sua estimulação provoca hiperfagia. Por isso o LHA é 
denominado centro da fome. 
Prof: Alessandra Gimenez Mascarenhas 
 19 
Mas deve-se lembrar que essas estruturas não atuam independentemente de outras áreas 
do hipotálamo no controle da ingestão de alimentos. 
 
 
Fig: Núcleos hipotalâmicos destacando os núcleos ventromedial (HVM) e lateral (HL), principais 
envolvidos na regulação do comportamento alimentar. As lesões destas estruturas resultam nas 
alteraçõesassinaladas na ingesta de alimentos. O esquema menor indica a altura do corte coronal 
do cérebro mostrado na figura principal. (fonte internet). 
 
Seleção Qualitativa de Alimentos 
A seleção qualitativa dos alimentos está baseada em aspectos sensoriais e varia muito 
entre as espécies. Os sentidos químicos (gosto e olfato) tem grande importância na 
identificação dos alimentos adequados para algumas espécies. A visão e o tato também são 
empregados na seleção dos alimentos. Os sentidos químicos tem mais importância na seleção 
de alimentos pelos mamíferos do que pelas aves. 
A estrutura física, características de textura, forma e tamanho das partículas de 
alimentos servem para identificá-los e podem ter efeitos fisiológicos no aparelho 
digestivo, assim como afetar a quantidade de alimento ingerido. 
Temperatura e umidade do alimento também podem afetar sua ingestão. Por 
exemplo, nos mamíferos recém nascidos a visão não intervém na seleção de alimentos, 
dependendo a alimentação fundamentalmente do tato. Ao mesmo tempo procuram 
calor. 
Dentro das espécies a seleção dos alimentos pode variar entre os indivíduos. 
 
Controle Físico e Químico da Ingestão de Alimentos 
Os estímulos periféricos que afetam e controlam a ingestão de alimentos nos animais são de 
natureza física (mecânica) ou química. 
A distensão do trato gastrintestinal tem um limite que frearia a ingestão. Além disso, 
receptores sensíveis a diferentes produtos da digestão transmitem sinais ao hipotálamo e 
controlam a ingestão de alimentos. Os centros da fome e da saciedade do hipotálamo também 
parecem controlar diretamente as concentrações de certos metabólitos no sangue. 
A importância relativa do controle físico e químico da ingestão de alimentos varia 
muito entre as diferentes espécies e com a ração. Uma generalização importante é a de que as 
rações de baixa energia e volumosas tendem a afetar a ingestão de alimentos fisicamente, de 
Zootecnia Nutrição de Monogástricos 
 20 
tal forma que ao consumir rações de alta energia e pouco volume o controle da ingestão é 
basicamente químico. 
Várias teorias tem sido propostas para descrever o mecanismo pelo qual um animal 
controla o consumo de alimento. 
 
Teoria da Distensão do Trato Digestivo (Controle Físico) 
O controle físico da ingestão de alimentos foi comprovado pela primeira vez no 
homem, fazendo chegar um globo inflável até o estômago. A pressão no estômago inibia as 
contrações de fome e reduzia o desejo de comer, o que sugeria a presença de receptores no 
estômago. 
Depois ratos alimentados com rações diluídas com substâncias inertes demonstraram 
ser capazes de manter um nível de ingestão de energia bastante constante, dentro de certos 
limites. Com diluições maiores o volume dos alimentos se tornaram um fator limitante e 
diminuiu a ingestão de energia. Portanto o controle da ingestão de alimentos a curto prazo 
pelo volume físico dos alimentos é um fato comprovado. 
Em ruminantes e não ruminantes o consumo voluntário de energia é diretamente 
relacionado a densidade energética da dieta. Isto é, quando os animais são alimentados com 
dietas contendo grandes porções de energia metabolizável (EM), eles tendem a consumir mais 
EM que quando consumindo um alimento volumoso. Isso sugere que uma maior distensão 
gástrica que ocorre quando o animal se alimenta com volumosos reduzem o consumo 
voluntário de EM significativamente. 
Se a densidade calórica da dieta é muito baixa, como no caso de certas forragens, o 
volumoso extra, pode simplesmente limitar fisicamente a habilidade do animal para ingerir 
uma quantidade suficiente de EM para suprir suas necessidades. 
 
Teoria Quimostática (Controle Químico) 
Existe evidência que os níveis sanguíneos na circulação dos principais metabólitos 
energéticos (glicose em não ruminantes, AGV em ruminantes especialmente acetato e 
propionato) são diretamente relacionados com saciedade. Mas níveis desses metabólitos no 
sangue não atingem o pico no momento que a alimentação para. Talvez o limiar seja abaixo 
desse pico. 
Algumas substâncias que tem se considerado intervir na produção de estímulos 
que afetam o comportamento alimentar são a glicose, aminoácidos, ácidos graxos, íons 
minerais, pressão osmótica e pH. 
A atividade do centro da saciedade provavelmente é controlada, pelo menos em 
parte, pelo nível de utilização de glicose pelas células do centro. A elevação do nível 
sangüíneo de glicose aumenta a atividade elétrica medida no centro da saciedade e ao 
mesmo tempo reduz a atividade elétrica no centro da fome nos núcleos laterais. A 
administração intraventricular de compostos que provocam diminuição na utilização 
da glicose pelas células, como a 2-desoxiglicose, e a hipoglicemia estimulam o apetite. 
A polifagia também é observada nos casos de diabetes melito, onde, mesmo com 
ocorrência de uma hiperglicemia, a utilização da glicose pelas células é baixa pela 
deficiência na quantidade de insulina (o núcleo ventromedial diferentemente do resto 
do cérebro necessita de insulina). Estudos químicos mostram que o centro da 
saciedade concentra glicose, ao passo que outras áreas do hipotálamo não, supõe-se, 
então, que a elevação das reservas de glicose no corpo limita a ingestão de alimento 
por aumentar o grau da saciedade. 
Prof: Alessandra Gimenez Mascarenhas 
 21 
Provas conseguidas com animais monogástricos indicam que a glicose circulante 
pode controlar a ingestão de alimentos á curto prazo. Em várias espécies se tem 
comprovado a existência de receptores de glicose orais e hepáticos e do sistema 
nervoso. 
Tanto o centro da fome como o da saciedade intervém na regulação dos níveis de 
glicose no sangue. O centro da saciedade inibe a secreção de insulina e o centro da 
fome a estimula (insulina favorece a utilização da glicose pelas células). 
Tem-se sugerido também uma relação inversa entre gordura corporal e consumo 
voluntário, e ainda que o alimento consumido em uma única refeição é inversamente 
relacionado com a osmolaridade gástrica contida em ruminantes e não ruminantes. 
Muitos fisiologistas acham que a regulação á longo prazo da ingestão de alimentos é 
controlada principalmente por metabólitos lipídicos cuja natureza ainda não ficou 
determinada. O grau de fome ou de saciedade pode ainda ser temporariamente aumentado ou 
diminuído pelo hábito. 
Quando o tubo gastrintestinal é distendido, sinais inibitórios suprimem 
temporariamente o centro da alimentação, reduzindo o desejo de alimento. Esse efeito 
depende de sinais sensoriais vagais e sensoriais somáticos. Foi demonstrado que a 
colecistocinina (CCK) diminui o apetite envolvendo locais periféricos e centrais. 
Receptores periféricos para CCK (receptores CCK-A) diferem dos receptores 
para CCK no cérebro (receptores CCK-B) e recentemente mostrou-se que antagonistas 
CCK-A e CCK-B, inibem a saciedade. Contudo antagonistas CCK-B são 100 vezes 
mais potentes como inibidores da saciedade do que antagonistas CCk-A. Assim, os 
receptores centrais parecem ser mais importantes. 
A gordura fornece mais energia por unidade de peso que os carboidratos e as 
proteínas. Os monogástricos toleram grandes quantidades de gordura, porém rações 
ricas em gorduras reduzem a ingestão de matéria seca, devido ao ajuste pelo conteúdo 
energético. 
Os aminoácidos também parecem intervir ativamente no controle do consumo de 
alimentos. Segundo se tem mostrado, ao receber rações ligeiramente deficientes em alguns 
aminoácidos, frangos e ratos podem aumentar ligeiramente a ingestão tentando compensar a 
deficiência. Ao receber rações muito desequilibradas, a ingestão de alimentos se reduz 
drasticamente. As deficiências e os excessos graves de algum aminoácido na ração pode 
reduzir bastante a ingestão. 
A tirosina, fenilalanina e triptofano servem como precursores de 
neurotransmissoresespecíficos e as rações deficientes nestes aminoácidos parecem 
reduzir a ingestão de alimentos pelo seu efeito sobre a disponibilidade de 
neurotransmissores no cérebro. Ao se consumir rações normais, parece que a função 
dos aminoácidos na regulação da ingestão de alimentos é menor. 
Rações com muita proteína equilibrada levam a redução no consumo da maioria das 
espécies. Esse fato é atribuído ao alto incremento calórico da proteína e ao menor ritmo de 
esvaziamento do estômago dos monogástricos. 
As rações deficientes em proteína também reduzem o consumo de ração. Em 
todas as espécies, a deficiência de proteína reduz a produção de enzimas digestivas e 
origina a depleção protéica dos tecidos. 
Os transmissores nos circuitos nervosos que controlam o apetite parecem incluir 
as catecolaminas e o neuripeptídeo Y. No hipotálamo medial, a ativação de receptores 
Zootecnia Nutrição de Monogástricos 
 22 
alfa adrenérgicos aumenta o apetite, e no hipotálamo lateral, a ativação de receptores 
beta adrenérgicos e dopaminérgicos diminui o apetite. 
A anfetamina e as drogas correlatas reduzem o apetite por ação no hipotálamo 
lateral. Injeção de neuropeptídeos Y nos ventrículos ou nos núcleos paraventriculares 
aumenta a ingestão de alimento. Neurônios que contêm neuropeptídeos Y projetam-se 
dos núcleos arqueados, ao nível, dos núcleos ventromediais, para os núcleos 
paraventriculares. 
O aumento na concentração sangüínea de aminoácidos também reduz a ingestão 
de alimento e vice-versa. 
 
Teoria Termostática 
A teoria termostática da regulação da ingestão de alimentos prega que os animais 
comem para manter-se aquecidos. O consumo e a absorção de nutrientes aumenta 
bastante a produção de calor nos animais. A maior produção de calor ligada ao 
consumo de alimentos se denomina incremento calórico. 
Os receptores sensíveis a temperatura estão distribuídos por todo o corpo, 
incluindo órgãos internos e o hipotálamo. 
Em algumas espécies ao esfriarmos o hipotálamo se induz a um consumo de 
alimento e se o esquentarmos inibe-se o consumo. Isso indica que a temperatura 
intervem no controle da ingestão de alimentos, e que seu efeito é somente um 
componente de um sistema multifatorial. 
Também existe uma relação entre a temperatura ambiente, ingestão de alimentos 
e temperatura corporal. Ao aumentar a temperatura ambiente, a ingestão de alimentos 
tende a diminuir e vice-versa. A temperaturas inferiores a zona de conforto o consumo 
de alimentos aumenta, possivelmente por duas razões: A perda de calor para o meio 
ativa reflexos termorreguladores que precisam de energia e o balanço energético do 
animal se modifica. O controle a longo prazo se ativa e a ingestão de alimento se 
eleva. Ao mesmo tempo a temperatura periférica do animal cai drasticamente e pode 
ativar-se o controle a curto prazo da ingestão de alimentos através de termorreceptores 
hipotalâmicos. 
Se a temperatura ambiente se eleva a cima da zona de conforto, a ingestão de 
alimentos se reduz mesmo que o gasto energético aumente em conseqüência da 
ativação do mecanismo termorregulador. 
A longo prazo a exposição ao frio aumenta a quantidade de tecido adiposo nos 
animais e a exposição ao calor o reduz. Conseqüentemente o efeito empírico da 
temperatura ambiente sobre o controle da ingestão de alimentos está bem comprovado. 
 
Conteúdo de Fibra e Consumo Voluntário de Alimento em Não 
Ruminantes 
Dietas de alta energia e baixa fibra estimulam o crescimento de frangos e produção de 
ovos em ambientes quentes. Pode-se esperar que dietas de alta energia melhorem a tolerância 
ao calor porque resultam em menor IC. 
O IC do alimento adiciona calor no animal em estresse de calor, no frio é usado para 
esquentar o corpo. O IC adicional dos alimentos fibrosos pode ser usado como vantagem para 
monogástricos em estresse de frio. 
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 23 
Suínos tem pouca habilidade para utilizar fibra e aumentam o consumo na tentativa de 
manter constante o consumo de ED. O trato gastrintestinal aumenta para acomodar o maior 
volume de alimento e a taxa de passagem da ingesta aumenta resultando em diminuição da 
digestibilidade dos nutrientes. 
 
Os Hormônios e o Controle da Ingestão de Alimentos 
Como se tem assinalado os numerosos estímulos produzidos pela alimentação se 
transmitem diretamente até o sistema nervoso central mediante receptores, ou 
indiretamente por trocas nas secreções endócrinas. 
No próprio aparato digestivo se produzem vários hormônios (secretina, cck etc). 
Os hormônios mais importantes que afetam a ingestão de alimentos parecem ser 
a insulina, tiroxina, testosterona, progesterona e estrógeno. 
A insulina, que estimula a utilização da glicose e a lipogênese, se produz no 
pâncreas endócrino e estimula a ingestão de alimentos nos monogástricos. 
A tiroxina exógena aumenta o metabolismo do animal e indiretamente o 
consumo de alimento. 
Os hormônios sexuais naturais afetam o consumo de alimentos possivelmente 
atuando sobre o hipotálamo. A testosterona é anabolizante e tende a aumentar a 
ingestão de alimentos. Nas fêmeas a progesterona produzida pelo corpo lúteo durante a 
gestação, também é anabolizante e tende a aumentar o consumo. O estrógeno, 
hormônio da ovulação reduz o consumo de alimento. 
Como estimulantes de crescimento se empregam grandes quantidades de 
esteróides sintéticos comerciais com certa atividade hormonal; o mecanismo de ação 
pode ser como anabolizantes, reduzindo o gasto energético ou aumentando a ingestão 
de alimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8- Revisão sobre Fisiologia da Digestão 
 
8.1- Introdução 
 
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 24 
Embora existam várias diferenças anatômicas entre as espécies de animais 
domésticos, os princípios da digestão, absorção e metabolismo são muito similares em 
termos fisiológicos. 
A maioria dos alimentos é consumida na forma de macromoléculas, que devido 
ao seu grande tamanho, não podem ser absorvidas. O alimento é então degradado a 
pequenas partículas através de um processo onde participam o HCl secretado pelo 
estômago, a bile secretada pelo fígado e várias enzimas digestivas secretadas por 
glândulas exócrinas. Portanto, a digestão abrange uma série de atividades no trato 
digestivo pelas quais os alimentos são decompostos em partículas reduzidas e 
finalmente tornadas solúveis para absorção. 
 
8.2- Funções Gerais do Trato Gastrintestinal 
 
Resumidamente, pode se dizer que as funções primárias do trato gastrintestinal 
são a digestão e absorção de nutrientes. Os eventos motores e secretores fornecem o 
meio ambiente necessário para essas duas funções. 
Portanto, a principal função é fornecer ao corpo um contínuo suprimento de 
água, eletrólitos e nutrientes. 
As células epiteliais que revestem o lúmen têm enzimas capazes de digerir 
açúcares e peptídios (digestão luminal), além de realizarem processos de transporte 
que promovem a captação de conteúdos luminais específicos. 
A digestão luminal é importante, pois proporciona o desdobramento de vários 
constituintes da dieta em substâncias que podem interagir com as enzimas das células 
gastrintestinais ou com as de transporte. Podendo, dessa maneira, serem absorvidos. 
A digestão luminal requer um meio ambiente luminal específico, que é 
proporcionado pelas secreções de órgãos acessórios (Gl. Salivares, pâncreas, fígado) e 
pela mucosa gastrintestinal (ácidos e bases  pH ideal para as enzimas). 
O trânsito dos alimentos pelo trato está associado a eficiência dos processos de 
digestão e absorção. A regulação do trânsito é feita pela função motora do TGI. 
 
8.3- Aspectos Comparativos da Digestão 
 
Os sistemas digestivos dos mamíferos apresentam grandediversidade estrutural e 
funcional devido aos hábitos alimentares das diferentes espécies, que podem ser 
divididas em três grupos: carnívoros, onívoros e herbívoros. 
Por convenção, essa classificação é feita com base nos seus hábitos alimentares 
no estado natural, mesmo que quando domesticados as suas dietas possam ser 
consideravelmente diferentes das ingeridas em condições naturais. 
Carnívoros A digestão é principalmente enzimática, sendo a digestão 
microbiana mínima. 
Herbívoros  Existem dois grupos: 
1) Ruminantes: fermentação microbiana é grande e ocorre antes da enzimática. 
2) Estômago simples (cavalo): a fermentação microbiana ocorre na parte distal 
do trato digestivo. 
Onívoros  (suínos) Têm digestão principalmente de natureza enzimática. 
 
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 25 
3.1- Diferenças Estruturais no TGI 
 
A estrutura do trato digestivo varia muito em diferentes espécies devido às 
adaptações necessárias em relação à dieta. 
CÃO O trato digestivo do cão é relativamente curto e simples, existe uma 
válvula íleocecal e um pequeno ceco. 
PORCO Têm um estômago simples, mas o comprimento relativo do ID e do 
IG é consideravelmente maior que o do cão. O ceco e parte do cólon são saculados 
(faixas de músculos longitudinais). 
PÔNEI Estômago semelhante ao do porco, mas muito mais curto em seu 
comprimento relativo e o ceco e o cólon são mais volumosos. Os eqüinos tem uma 
capacidade do cólon máxima. 
COELHO O estômago tem estrutura simples, o ceco é bastante volumoso, o 
cólon não é saculado nem longo. 
 
As principais diferenças entre espécies nas relações estruturais-funcionais são 
mais facilmente relacionadas à velocidade de passagem do bolo alimentar através dos 
órgãos do TGI. A eficiência da digestão e da absorção é altamente dependente da 
velocidade com que o bolo alimentar se desloca pelo trato, e isso é particularmente 
verdade na digestão por fermentação. 
A passagem do bolo alimentar também pode ser retardada por áreas de 
constrição, como na junção entre o ceco e o cólon do coelho e nas junções das espirais 
centrípeta e centrífuga do cólon do porco e no cólon ventral e dorsal (flexura pélvica) 
do pônei. 
A passagem prolongada do bolo alimentar possibilita um tempo maior tanto para 
absorção como para a digestão microbiana. 
 
8.4- Controle e Integração da Função Gastrintestinal 
 
A integração dos eventos motores, secretores e de absorção no TGI é promovida 
por ações e interações complexas dos sistemas endócrino e neural. 
 
8.5- Revisão dos Processos da digestão 
 
Para que ocorra o processamento ótimo do alimento no tubo digestivo, o tempo 
que ele deverá permanecer em cada segmento do tubo é de suma importância. 
 
BOCA 
Na boca ocorrem três processos físicos: preensão, mastigação e deglutição. 
As aves são notadamente diferentes dos mamíferos na área da boca por não tê-la 
bem delimitada e as aves não tem palato mole. 
 
1) Preensão 
Consiste na captura e transporte do alimento até a boca. Os métodos ou maneira 
variam entre as espécies, mas sempre nos animais domésticos, os principais órgãos 
destinados a essa função são os lábios e a língua. 
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 26 
* O cão usa os membros anteriores para segurar o alimento, mas ele é passado ao 
interior da boca principalmente pelo movimento da cabeça e mandíbula. 
* O porco escava o solo com o focinho, e o alimento é levado à boca pela ação 
do pontiagudo lábio inferior. 
*Os cavalos usam os lábios móveis para alimentação em manjedouras, e os 
retraem para que os incisivos cortem o alimento pela base quando no pasto. 
* A anatomia do bico é importante na regulação da ingestão, seleção do alimento. 
Aves tem dificuldade para consumir partículas que são maiores ou menores do que a 
dimensão anatômica do bico, e este pode ser um fator importante, que influencia a 
preferência pelo tamanho de partículas. 
 
2) Mastigação 
A mastigação é o desdobramento mecânico dos alimentos na boca. 
Sua principal função é degradar os alimentos fornecendo uma maior área de 
superfície para ação dos sucos digestivos, mas também serve para misturar o alimento 
com a saliva de modo adequado. Essa mistura proporciona uma lubrificação ao bolo 
alimentar para sua passagem ininterrupta através do esôfago. 
Os dentes anteriores (incisivos) tem forte ação de corte, por isso são usados para 
obtenção ou remoção do alimento e os dentes posteriores (molares) tem ação 
trituradora, transformando os alimentos em partículas menores. 
A mastigação é de importância fundamental para a digestão dos alimentos pelo 
seguinte: 
1) Como as enzimas digestivas só atuam na superfície das partículas alimentares; 
a velocidade de digestão depende, em grande parte, da área total de superfície exposta 
as secreções intestinais; 
2) A trituração do alimento a partículas muito finas evita escoriação do tubo 
digestivo e aumenta a facilidade com que o alimento é lançado do estômago para o 
intestino delgado e daí para os segmentos sucessivos. 
 
3) Deglutição 
A deglutição é a passagem dos alimentos da boca, através da faringe e do 
esôfago, até o estômago, e envolve uma série coordenada de eventos em todas 
diferentes regiões. 
Esse processo pode ser dividido em três fases: voluntária, faringea e esofágica. 
A Língua é uma estrutura muscular que auxilia o mecanismo da deglutição além 
da percepção do gosto (botões gustativos). 
 
Botões gustativos  São estruturas de importante significado funcional, 
presentes na boca. As aves tem  316 receptores o que é muito pouco se comparado 
com os suínos que tem 15.000. Por isso as aves são menos seletivas em rejeitar um 
alimento que os suínos (palatabilidade). A rejeição de um alimento nas aves ocorre em 
função de altas concentrações de substâncias químicas. 
 
Antigamente pensava-se que o número de botões gustativos nas aves fosse de 
apenas 24. No entanto, posteriormente verificou-se ser esse o número de botões na 
língua, sendo que a maioria está localizada no palato superior e inferior. 
 
Quadro 43.1- Número de botões gustativos em vários animais 
Animal Botões Gustativos Referências 
Galinha 24 Lindenmaier e Kare (1959) 
Pombo 37 Moore e Elliot (1946) 
Pato 200 Bath (1906) 
Cão 1.706 Olliday (1940) 
Ser Humano 9.000 Cole (1941) 
Porco e caprino 15.000 Moncrieff (1951) 
Coelho 17.000 Moncrieff (1951) 
 
SECREÇÃO SALIVAR 
 
A saliva é composta de água, eletrólitos e enzimas. 
As glândulas salivares fornecem os fluidos digestivos para a primeira parte do 
trato digestivo: a boca. 
O termo glândulas salivares se refere às três principais glândulas salivares, todas 
elas pares, e também às numerosas pequenas glândulas encontradas na membrana 
mucosa da boca. 
Saliva é o nome dado a secreção mista de todas essas glândulas. 
Os três pares principais são: 
- Parótidas  secretam o tipo seroso; 
- Submaxilares (mandibulares)  secretam o tipo seroso e mucoso; 
- Sublinguais  secretam o tipo seroso e mucoso. 
 
Nas aves as principais Gl. Salivares são: maxilares, palatinas, lingual e 
submandibulares. 
A secreção protéica da saliva pode ser: 
1- Serosa  contém ptialina (-amilase), para a digestão de carboidratos e lipase 
salivar para a digestão de lipídios. 
2- Mucosa  contém mucina (lubrificação). 
 
A saliva tem pH entre 6,0 e 7,4 que é favorável para a ação digestiva da ptialina. 
Contém grandes quantidades de íons K+ e HCO3-, já as concentrações de Na+ e 
Cl- são consideravelmente menores na saliva do que no plasma sangüíneo. 
Funções da Saliva (emulsificação, proteção e digestão) 
Nutrição de Monogástricos 
 28 
 
1- Ajuda a deglutição 
2- Efeito de lubrificação que auxilia na fala 
3- Higiene oral; Contem a lizosima que ataca células bacterianas 
4- Mantença de um meio adequado para a ação enzimática; 
Regulação Nervosada Secreção Salivar 
É controlada principalmente por sinais nervosos parassimpáticos. 
A estimulação simpática também pode aumentar a salivação, porém em grau bem 
menor do que a estimulação parassimpática. 
Não ocorre estímulo hormonal para a liberação da saliva. 
 
ESÔFAGO 
É um tubo muscular que conduz o alimento da faringe ao estômago. 
Nas aves é um segmento longo, que possui um divertículo (Papo), que separa as 
porções superior e inferior do esôfago. É uma distensão da parede ventral do esôfago, 
função de armazenamento. Controla o consumo de alimento e o armazenamento 
propicia uma digestão microbiana- AGV. 
O esôfago está normalmente fechado na junção faringoesofagiana pelo esfíncter 
esofagiano superior e, embora não esteja anatomicamente definido na junção 
gastroesofagiana em algumas espécies, estudos tem mostrado um esfíncter funcional 
nessa região, o esfíncter esofágico (gastroesofágico) que tem como função o 
espessamento da musculatura circular esofágica 2 a 5 cm acima da junção do esôfago 
com o estômago. A contração tônica do esfíncter esofágico ajuda a impedir a 
ocorrência de refluxo significativo do conteúdo gástrico para o esôfago, exceto em 
condições anormais. 
O esôfago possui movimentos peristálticos (primário e secundário). A contração 
peristáltica iniciada por um movimento de deglutição é a peristalse primária, e a 
estimulação esofagiana local pela entrada do bolo alimentar ou um corpo estranho 
inicia a peristalse secundária. 
As secreções esofagianas são inteiramente de caráter mucóide e funcionam 
proporcionando lubrificação, facilitando a deglutição e protegendo a parede esofágica. 
Nas aves o esôfago se esvazia diretamente dentro do papo, onde o alimento é 
armazenado e umedecido. O papo secreta muco e pode secretar amilase. 
 
ESTÔMAGO 
As funções do estômago são : 
- Armazenamento de grandes quantidades de alimento até que possam ser 
acomodadas no duodeno; 
- Mistura desses alimentos com as secreções gástricas até formar uma mistura 
semilíquida (quimo); 
- Esvaziamento lento do quimo do estômago para o ID, a uma velocidade 
adequada para a digestão e absorção eficientes no ID. (esfíncter pilórico). 
 
O estômago pode ser dividido em três zonas: 
1- A porção dorsal ou fundo está envolvida com a recepção e armazenamento 
do conteúdo e na adaptação do volume até que não possa mais se desenvolver pressão 
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 29 
excessiva; 
2- O corpo ou corpus  serve como um tanque para a mistura de saliva e suco 
gástrico com os alimentos; 
3- O antrum  é a bomba gástrica, regula a propulsão do alimento em direção 
ao duodeno através do esfíncter pilórico. As contrações antrais também servem para 
retroceder o conteúdo, para misturá-lo e retardar a passagem das partículas sólidas. 
Essa última função feita pelo esfíncter pilórico. 
 
* Regulação do Esvaziamento Gástrico* 
Existem consideráveis diferenças na velocidade do esvaziamento gástrico entre 
as espécies. Líquidos saem do estômago a uma velocidade maior que os alimentos em 
partículas, assim o estômago fornece tempo para a solubilização e digestão parcial de 
seu conteúdo particulado. 
O tempo necessário para que os marcadores de conteúdo líquido e de vários 
tamanhos de conteúdo particulado deixem o estômago do cão e do porco é mostrado a 
baixo. O fluido é liberado mais rapidamente e as partículas são retidas de modo 
proporcional aos seus tamanhos. 
 
Quadro 17.1 - Tempo médio de esvaziamento gástrico no cão e no porco (em 
horas) 
 Marcadores de partículas (diâmetro X 
comprimento em mm) 
Espécie Dieta Líquido Marcador 2 X 2 2 X 10 2 X 20 
Cão Cereal 1,7 3,1 9,4 10,0 
Cão Carne 1,8 10,1 10,7 11,1 
Porco Peletizada 2,0 8,8 12,6 14,2 
 
A velocidade de esvaziamento gástrico é controlada por sinais provenientes do 
estômago e do duodeno. 
 Sinais Gástricos: 
- Sinais nervosos causados pela distensão do estômago pelo alimento. 
- O hormônio gastrina liberado pela mucosa antral em resposta a presença de 
certos tipos de alimentos no estômago. 
 Sinais Duodenais: 
Os sinais provenientes do duodeno deprimem a bomba pilórica, aumentando o 
tônus pilórico. 
Quando um volume grande de quimo entram no duodeno, fortes sinais de 
feedback negativo nervosos e hormonais, aumentam o tônus do esfíncter pilórico. 
Permite a entrada do quimo no duodeno com igual velocidade a de seu 
processamento. 
*Aves tem o estômago glandular proventrículo, cuja mucosa é rica em Gl. 
Secretoras e o estômago muscular  moela, que tem função de trituração dos 
alimentos. 
*Em aves ocorre o refluxo do material do estômago muscular para o glandular 
que posteriormente retorna ao muscular. Ocorre também um refluxo do conteúdo do 
duodeno e íleo superior para o estômago muscular permitindo a remistura do bolo 
Nutrição de Monogástricos 
 30 
alimentar com as secreções gástricas. 
 
Secreção Gástrica 
O estômago secreta HCl e pepsinogênio para o lúmen e o hormônio gastrina para 
o sangue. 
Além das células secretoras de muco que revestem toda a superfície do 
estômago, a mucosa gástrica possui 2 tipo de glândulas importantes: oxínticas e 
pilóricas. 
Há variações entre as espécies na distribuição e composição do epitélio que forra 
o estômago. 
 
Glândulas Oxínticas (gástricas ou fúndicas) 
Localizam-se na superfície interna do corpo e do fundo do estômago, ocupando 
os 80% proximais do estômago. 
Nessas glândulas existem três tipos de células: 
a) Células mucosas -secretam muco 
b) Células pépticas - (Principais ou Chief) Secretam pepsinogênio, pro-
quimosina ou pró-renina. 
Pepsinogênio = É a forma inativa da pepsina. Quando entra em contato com o 
HCl (pH ótimo de 1,6 a 3,2) é imediatamente ativado, resultando na formação da 
pepsina ativa. O processo se inicia com um pH em torno de 5,0.A presença de pepsina 
também ajuda na ativação do pepsinogênio 
Pepsina = é uma enzima proteolítica ativa em meio altamente ácido (1,8 a 3,5), 
em pH acima de 5,0 exibe pouca atividade proteolítica. Endopeptidase, hidrolisando 
preferencialmente aas aromáticos. O pH ótimo da pepsina é 2. 
Pró-Quimosina = É ativada pelo HCl em quimosina (renina). É importante para 
mamíferos jovens porque atua na coagulação do leite (coagula a caseína e permite a 
passagem das imunoglobulinas). 
A coagulação permite uma liberação mais lenta para o intestino, evitando a 
diarréia. PH ótimo é de 3,0 a 5,0. 
 
c) Células parietais - Secretam ácido clorídrico e o fator intrínseco. 
HCl = hidrolisa quantidade limitada de PB, e tem função principal de manter o 
pH ácido que permite ação das enzimas, além de estimular a secreção de CCK no 
duodeno. 
Fator intrínseco = É uma mucoproteína, essencial para a absorção de vitamina 
B12 no íleo, é secretado pelas células parietais juntamente com a secreção de HCl. 
Interage com a Vit B12 na proporção de 1:1, formando um complexo que se liga 
aos receptores no íleo e facilita a absorção dessa vitamina. 
Quando as células gástricas produtoras de ácido são destruídas, ocorre além da 
acloridria a anemia perniciosa, devido a insuficiência de maturação dos eritrócitos na 
ausência da estimulação da medula óssea pela vitamina B12. 
Glândulas Pilóricas 
Localizam-se no antro do estômago e secretam principalmente muco para a 
proteção da mucosa pilórica. Secretam também a gastrina, que desempenha importante 
papel no controle da secreção gástrica. 
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* Ácido e pepsina iniciam a digestão das proteínas. 
* Ácido mata um grande número de bactérias no estômago, diminuindo o número 
de microorganismos no intestino. Se HCl diminui muito, aumentam as infeções 
intestinais. 
O suco gástrico de muitos mamíferos tem 3 grupos de proteases: pepsina, 
gastricsina e quimosina. 
Em suínos adultos a pepsina é a predominante, mas encontra-se pequena 
quantidade de gastricsina. 
Todas as enzimas tem atividade de coagular o leite, mas

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