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RESUMO 4p - SOCIOLOGIA CRÍTICA

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AULA 1 - COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DA SOCIEDADE – CAPÍTULO 1 LIVRO
· SOCIOLOGIA – A sociologia é uma ciência COMPREENSIVA e INTERPRETATIVA, não é apenas uma ciência descritiva e explicativa. Em alguns momentos a Sociologia descreve uma determinada realidade e explica alguns elementos da vida social, mas como seu objeto de estudo não é um ser passivo, mas um agente ativo (objeto/sujeito) a sociologia tem por objetivo compreender e interpretar o papel desses sujeitos nas transformações sociais.
Assim, a sociologia procurou estudar a sociedade em suas relações sociais cotidianas utilizando, nesse primeiro momento, os mesmos métodos das ciências naturais, se diferenciando apenas em seu objeto de estudo para também ser reconhecida como uma ciência legítima. A ciência social estava engatinhando. Sua primeira tarefa era descrever a sociedade.
· A SOCIOLOGIA DE FATO PODE SER PENSADA COMO UMA CIÊNCIA?
Os cinco princípios utilizados por Charon (1999) para definir ciência:
1º O objetivo da ciência é compreender o universo de um modo cuidadoso e disciplinado. A sociologia tenta entender o homem como ser social de um modo cuidadoso e disciplinado, evitando olhares casuais.
2º A prova é a condição para a aceitação das idéias na ciência, a prova deve ser empírica (palpável, concreta). Na sociologia testes são cuidadosamente desenvolvidos, experimentos, levantamentos e etc.
3º A ciência deve ser entendida como uma comunidade de estudiosos que verificam o trabalho uns dos outros, criticam, debatem, e, juntos, constroem lentamente um conjunto de conhecimento. Os sociólogos frequentemente discutem entre si sobre como abordar o estudo do comportamento humano e sobre a interpretação dos resultados.
4º A ciência é uma tentativa de generalização. A ciência quer ir além da situação concreta que ela investiga e estabelecer ideais que se relacionem a situações diversas. A sociologia faz generalizações sobre papéis, classes sociais, poder, família, religião e etc. Está sempre buscando a generalização dos aspectos sociais dos seres humanos.
5º A ciência é uma tentativa de explicar eventos. A sociologia explica (indica o que influencia) o crime, os estudos, o conflito social... Também mostra os efeitos do racismo, da pobreza. Enfim, faz relação entre causa e efeito.
Portanto, podemos afirmar que a sociologia é uma ciência que possui suas características particulares. Essa característica particular é sua relação com o objeto de estudo. Nas ciências naturais o OBJETO é diferente do SUJEITO. O objeto é aquilo que se pesquisa (gravidade, corpo humano, ciclos do ano) Esses objetos não elaboram nenhuma explicação de suas funções e características, quem faz isso é o sujeito do conhecimento: o pesquisador. No caso da sociologia, o objeto de estudo e o sujeito do conhecimento são da mesma natureza. Daí a pergunta: qual deve ser o ponto de partida da análise sociolótica? É necessário partir do sujeito (indivíduo) ou do objeto (sociedade)? É a sociedade que explica o indivíduo ou é o indivíduo que explica a sociedade? Os sociólogos que partem da sociedade para explicar os fenômenos sociais são classificados como CONSERVADORES, os que partem do indivíduo fazem uma SOCIOLOGIA CRÍTICA.
· SOCIOLOGIA CONSERVADORA – Parte da sociedade, isto é, do objeto, para compreender os fenômenos sociais. Fazem parecer que os indivíduos possuem pouca ou nenhuma influência sobre os fenômenos sociais. A sociologia conservadora é uma sociologia sem sujeito. O método utilizado por esses sociólogos é o “empirista/objetivista” que utiliza procedimentos parecidos com o das ciências naturais para compreender o meio social. O positivismo é taxado como conservador, pois dá uma grande importância a coesão sociais e as instituições sociais. O indivíduo apenas ocupa seu espaço dentro da estrutura social e auxilia as instituições a que está vinculado a cumprir sua função social.
Alguns autores franceses e ingleses tiveram uma abordagem CONSERVADORA, por isso eram chamados de “profetas do passado” por defender um retorno aos valores tradicionais. Eles criticavam à sociedade moderna e às mazelas que ela produziu. Seus estudos têm um caráter DESCRITIVO, eles não pensavam na ciência como ciência crítica. Eles produziram obras que afirmavam que A SOCIEDADE TEM PREEMINÊNCIA SOBRE O INDIVÍDUO e que o indivíduo deve encontrar o seu lugar na sociedade se ajustando a estrutura existente. Vejamos os principais autores:
· EDMUND BURKE; JOSEPH DE MAISTRER; LOUIS DE BONALD;
· Esses autores ansiavam por uma sociedade estável, hierarquizada, fundada em valores familiares, religiosos e comunitários, valores estes que poderiam manter a coesão social. Este era o modelo das sociedades medievais que começou a declinar com o renascimento.
· Criticavam a sociedade moderna dizendo que é fruto do homem alienado e desprovido de virtudes morais e espirituais. Ao mesmo tempo que rejeitavam o moderno, glorificavam a tradição.
· SAINT-SIMON – FISIOLOGIA SOCIAL
· Apoiando-se no sucesso das ciências naturais, construiu o que chamou de “FISIOLOGIA SOCIAL”. Para ele a sociedade é muito mais que um aglomerado de indivíduos, ela é um ser animado onde cada parte possui uma determinada função.
· Para ele era necessário uma ciência social positiva que revelasse as leis do desenvolvimento da história. O termo “CIÊNCIA POSITIVA” está ligado à idéia de uma ciência experimental. A ciência positiva estuda as relações extrínsecas, ou seja, as relações verificáveis experimentalmente.
· AUGUSTE COMTE – SOCIOLOGIA POSITIVA
· É tradicionalmente considerado o pai da sociologia (séc XIX) e sintetizador do “MÉTODO POSITIVISTA”, uma corrente filosófica que surgiu com o desenvolvimento do Iluminismo a partir da teoria de Comte, que pretendia realizar por meio da ciência uma reforma social, afirmando que a sociologia é a única ciência capaz de reformar a sociedade. Ele afasta radicalmente a teologia e a metafísica dando preferência as ciências experimentais, logo o positivismo tem por base teórica a observação.
 
· Foi o primeiro a utilizar o termo “sociologia”. Chamou primeiro de “FÍSICA SOCIAL” e depois mudou para “SOCIOLOGIA”, uma combinação de duas palavras: “socius” do latim que significa: sociedade, associação, união ou companheirismo; e “logos” do grego que significa: falar sobre ou palavra, no entanto geralmente é entendido como estudo. Assim na definição etmológica, sociologia é o estudo da sociedade, ou falar sobre sociedade.
· Para ele o papel da ciência era “CONHECER PARA PREVER, PREVER PARA PROVER”, ou seja, a ciência deveria ser capaz de prever os fenômenos racionalmente para agir com eficácia. O mesmo serve para as ciências sociais, estas também deveriam poder prever os fenômenos sociais porque o mundo social, tal qual o mundo natural, é regido por leis que podem ser conhecidas pelo cientista.
· A ciência da sociedade se constituiria, em termos metodológicos, de forma semelhante às CIÊNCIAS NATURAIS (matemática, física, biologia, química).
· Com o sucesso cada vez maior das ciências naturais começou a estabelecer analogias entre a sociedade e os organismos vivos. A sociedade passou a ser vista como um sistema vivo organizado, onde a diferenciação produz a harmonia. O corpo humano possui diversos órgãos com suas especificidades e funções, o corpo só funciona em equilíbrio ou harmonia, na medida em que todos esses órgãos agem de acordo com suas caracterísitcas. Da mesma forma na sociedade cada parte possui uma função e a medida que essas funões vão sendo realizadas para atender o todo a sociedade produz harmonia.
· HERBERT SPENCER – ORGANICISMO
· Foi o maior representante da corrente de pensamento chamada de ORGANICISMO (lei do processo orgânico). Esta lei constróiuma visão de mundo baseado em modelos orgânicos. A sociedade passa a ser vista como um organismo vivo, organizado, ordenado.
 
· Para ele a lei do progresso orgânico é a lei de todo progresso que transforma o simples em complexo por meio de diferenciações sucessivas e da especialização das funções. Para ele a tendência do social é evoluir das formas simples para formas complexas é a evolução da sociedade para a era industrial.
· Os organismos complexos possuem vários órgãos com funções diferentes (dessemelhanças) que, quando funcionam adequadamente, estão em função do todo. O arranjo social estaria submetido às mesmas leis do mundo natural, ou seja, cada parte da sociedade possui determinada função e à medida que essas funções vão sendo realizadas para atender o todo a sociedade produz harmonia. Assim é a diferença em uma estrutura que produz harmonia.
· Para ele a sociedade está em constante crescimento e este crescimento provoca dessemelhança entre as partes, passando cada parte a ter uma função dessemelhante. Estas diferenças tornam as partes interdependentes entre si. Estas partes mutuamente dependentes, agregando-se, constituem um organismo individual complexo.
· ÉMILE DURKHEIM – O FATO SOCIAL
· Importante nome na sociologia, ele atribuiu método e objeto a sociologia. O objeto para ele é a sociedade e seus fatos sociais. Para Durkheim a sociedade está acima dos indivíduos, dispondo de certas regras, normas, costumes e leis que asseguram a sua continuidade. Essas regras e leis independem do indivíduo e pairam sobre todos, formando uma CONSCIÊNCIA COLETIVA que dá o sentido de integração entre os membros da sociedade. Desta forma, para Durkheim, o coletivo predomina sobre o comportamento do indivíduo. A sociedade está o tempo todo pressionando as nossas condutas, seja no modo de ser, de pensar, de sentir, de vestir e etc.
· Seu principal objeto de estudo foi o FATO SOCIAL que é toda maneira de agir, sentir e pensar que pode provocar uma coerção sobre os indivíduos de uma sociedade. Mesmo sendo exteriores, eles são introjetados no indivíduo, exercendo um poder de coerção. São fatos sociais o modo de vestir, de agir, de falar, a religião, as leis e etc. Para Durkheim o objeto da sociologia são os fatos sociais, esses mecanismos de coerção, de imposição, são fundamentais para preservar a ordem social.
· Uma regra fundamental é que OS FATOS SOCIAIS DEVEM SER ESTUDADOS COMO “COISA”, UM DADO A SER OBSERVADO. O sociólogo deve observar o fato social como dado a ser coletado, como coisa que deve ser observada e interpretada como ponto de partida da ciência. Jamais o ponto de partida da ciência deve ser aquilo que as pessoas pensam a respeito de determinado fato social, o sociólogo deve afastar-se das pré- noções, ou seja, deixar de lado seus preconceitos ideológicos, morais, religiosos e filosóficos. Significa que a ciência deve ser neutra para que seus resultados não sejam contaminados pela opinião pessoal. Os fatos sociais devem falar por si mesmos. A abordagem sociológica deve ser OBJETIVA (empírico, comprovado, concreto) e nunca subjetiva.
· CARACTERÍSTICAS DOS FATOS SOCIAIS: 
1º) EXTERIORIDADE – O fato social é externo ao indivíduo, existe independentemente da sua vontade. As normas e regras não estão nos indivíduos e sim na coletividade, quando nascemos as tais normas e regras já exisitiam, portando, deve cumpri-las independente de sua vontade.
2º) GENERALIDADE – O fato social é comum a todos aos membros de um grupo.
3º) COERCITIVIDADE – Os indivíduos se sentem obrigados a seguir o comportamento estabelecido. Caso isso não ocorra haverá coerção, ou seja, punição por não cumprir as determinações do grupo.
· PRINCÍPIOS PARA ANALISAR OS FATOS SOCIAIS
1º) Afastar sistematicamente todas as pré-noções. O pesquisador não pode imprimir seu próprio juízo de valor, não entra em questão o que você acha ou pensa, fazer ciência é fazer questionamentos imparciais e buscar explicações.
2º) Tomar sempre como objeto de investigação um conjunto de fenômenos previamente definidos por certas características exteriores que lhe sejam comuns e incluir na investigação todos os que correspondem a essa investigação. Por exemplo, quando falamos de família, precisamos definir do que se trata por família.
3º) Afastar-se dos dados subjetivos. A ciência deve ser empírica, dado concreto. 
· SOCIEDADE E INDIVÍDUO EM UMA PERSPECTIVA CRÍTICA – Como vimos, na perspectiva conservadora (teoria funcionalista/positivista) a sociedade prevalece sobre o indivíduo. A falta de protagonismo do indivíduo é uma característica desse pensamento. O MATERIALISMO HISTÓRICO possui uma cosmovisão diferente, trabalha com a dinâmica dos grupos sociais, chamados também de classes sociais. Vejamos seus pensadores:
· KARL MARX – MATERIALISMO HISTÓRICO DIALÉTICO 
· Na teoria marxista, a relação do homem com a sociedade não é reduzida a um ou outro pólo, como faziam as teorias anteriores. Ou seja, o homem não é fruto exclusivo da sociedade, nem esta resulta apenas da ação humana. Na perspectiva dialética, existe uma eterna relação entre indivíduo e sociedade, que faz com que tanto a sociedade quanto o homem se modifiquem, desencadeando o processo histórico social. A possibilidade de transformação social no materialismo histórico de Marx é uma nova forma de compreender a relação indivíduo/sociedade, ou melhor, a relação sujeito/objeto. Não há em Marx um protagonismo do indivíduo como ente isolado, mas o protagonismo das classes que agem no processo histórico de construção da sociedade.
· O processo dialético materialista mostra que é pelo TRABALHO que o homem transforma o mundo, mas ele não o faz da maneira como quer, mas sob as condições que ele recebe em determinado momento histórico. Há portanto, dentro da sociedade, um peso significativo das estruturas sociais sobre os indivíduos, mas há também a possibilidade de transformação social, pois ainda são os homens que fazem a história. Fazer a história é tornar-se sujeito da história, portanto, responsável pelo desenrolar do processo histórico atuando na transformação da realidade material.
· A teoria de Marx e a teoria da REVOLUÇÃO SOCIAL, ele esta preocupado em transformar a sociedade. Revolução para ele significa uma transformação profunda da totalidade social. Para isso existe a necessidade de conscientização da classe oprimida em relação ao processo histórico e formação da sociedade burguesa.
· A crítica de Marx se insere num período de ascensão do capitalismo e da hegemonia burguesa. A burguesia se apropria dos meios de produção, e força o trabalhador a vender o seu trabalho em troca de um salário. Começa a exploração do homem pelo homem. O capitalista paga a força de trabalho e não todo o trabalho realizado naquele período. Marx vai criticar o que ele chama de MAIS VALIA, a EXPLORAÇÃO SOBRE O TRABALHADOR NO CAPITALISMO, o trabalho não pago. O salário representa apenas uma parcela do que o trabalhador desenvolveu durante o mês. Quando o proprietário dos meios de produção extrai e se apropria do excedente produzido pelo trabalhador, pagando-lhe apenas por uma parte das horas trabalhadas acontece o que o autor chama de Mais Valia.
· UMA LEITURA DE MARX – O modo de produção (sociedade) que compõe a realidade social é regido por leis dialéticas (tese, antitese e sintese) objetivas, como as derivadas das contradições entre as forças produtivas (trabalhador) e as relações de produção (trabalho assalariado – capital), determinada em última instância pela infra-estrutura (base real, concreta, da sociedade - economia) e movida concretamente pela luta de classes (conflito).
· MATERIALISMO HISTORICO DIALETICO.
 - MATERIALISMO: as relações sociais são ligadas às forças produtivas de uma sociedade, ou seja, as relações humanas estão ligadas a forma como a gente produz a vida material de uma sociedade.
 
- HISTÓRICO: a história de todas as sociedades é marcada pela luta de classes. Burguesia x proletariado.
- DIALÉTICO: As contradições presentes na sociedade, os antagonismos produzidos a partirdas relações materiais de produção. As construções culturais e ideológicas são produtos das relações sociais que constituem uma esfera do comportamento social determinado, que identifica as leis da realidade.
· GEORG SIMMEL – SOCIEDADE E SOCIAÇÃO
· Atuou com Durkheim para que a sociologia fosse reconhecida como uma ciência autônoma. Publicou em 1908 o livro: “Sociologia, investigação sobre as formas de sociação”. Para o autor a SOCIEDADE É UMA SOCIAÇÃO. “A SOCIAÇÃO só começa a existir quando a coexistência isolada dos indivíduos adota formas determinadas de cooperação e de colaboração que caem sob o conceito geral de interação.” Sociação é a interação entre indivíduos. O que faz uma sociedade ser sociedade, segundo Simmel, são as maneiras diversas de interação entre indivíduos. Simmel disse: “Vejo uma SOCIEDADE em toda parte onde homens se encontram em reciprocidade de ação e constituem uma unidade permanente ou passageira”. Nesse sentido o termo sociedade opera como uma síntese das ações recíprocas dos indivíduos. A sociedade é algo que os indivíduos fazem e sofrem ao mesmo tempo, portanto, Simmel não aponta como sendo desejo da sociologia a transformar o mundo, mas também não propõe o desaparecimento do indivíduo dos aspectos sociais. 
· Se a sociedade se constrói a partir da sociação de indivíduos, a SOCIOLOGIA, como ciência da sociedade, é a ciência que estuda as formas de socialiazação. Portanto, a realidade que é formada a partir da vida dos indivíduos é objeto de estudo da sociologia. Para ele fazer sociologia é fazer ver a cultura humana do ponto de vista das interações. Há interações duradouras que já se cristalizaram em unidades perfeitamente caracterizadas: Estado, família, igreja...
· SOCIOLOGIA E OUTRAS CIÊNCIAS – Simmel compara a sociologia com a geometria e a biologia. A geometria analisa o espaço, a área matemática, a sociologia estuda as formas cristalizadas de sociação. A biologia estuda o ser humano, é preciso observar a sociação como uma microscopia social. Só assim é possível enxergar novos segmentos do real e perceber como eles interagem com as formas cristalizadas da sociação.
· MAX WEBER (1864-1920) – SOCIOLOGIA COMPREENSIVA
· Weber apresenta uma novidade na relação indivíduo/sociedade. O autor questiona a proeminência da sociedade sobre o indivíduo ao mesmo tempo em que constrói um método que valida a sociologia como uma ciência. Ele identifica a sociologia como uma ciência distinta das ciências naturais. Os fenômenos naturais são exteriores aos indivíduos e acontecem por necessidade. Os fenômenos sociais ocorrem por finalidade, por escolhas dos sujeitos que realizam as ações sociais. Por isso, as ciências sociais são, para essa corrente de pensamento, uma CIÊNCIA COMPREENSIVA.
· O método da Sociologia deveria se voltar para compreensão das mudanças sociais mediadas a partir do conjunto das ações individuais. A sociologia se dedica ao estudo das interações significativas de indivíduos que formam uma teia de relações sociais, seu objetivo é a compreensão da conduta social. Portanto, trabalha com a SOCIOLOGIA INTERPRETATIVA ou COMPREENSIVA (compreender, interpretar, explicar).
· Para Weber o objeto da sociologia é a AÇÃO SOCIAL, que é qualquer ação que o indivíduo pratica orientando-se pela ação de outros. Ao se estabelecer uma relação significativa, teremos relações sociais. Nem toda ação será social, apenas aquelas que impliquem alguma orientação significativa visando o outro. A ação social pode ser passada, presente ou futura. Exemplo: vingança pelo que aconteceu (ações passadas); Replicação por ataque (ações presentes), Precaução diante de possíveis ataques (ação futura).
· DIFERENTES TIPOS DE AÇÃO SOCIAL: 
1) TRADICIONAL – Aquela determinada por um costume ou um hábito arraigado.
 
2) AFETIVA – Aquela determinada por afetos ou estados emocionais (sentimentos).
 
3) RACIONAL COM RELAÇÃO A VALORES – Determinada pela crença consciente num valor considerado importante, independentemente do êxito desse valor na realidade (ética).
 
4) RACIONAL COM RELAÇÃO A FINS – Determinada pelo cálculo racional que estabelece fins e organiza os meios necessários.
ATENÇÃO: FATO SOCIAL (Durkheim) é centrado no coletivo; AÇÃO SOCIAL (Weber) é centrado no indivíduo.
· ESCOLA DE FRANKFURT – A TEORIA CRÍTICA DA SOCIEDADE 
· Este Instituto de Pesquisa Social surge em 1924 vinculado à Universidade de Frankfurt e presidido por HORKHEIMER dedica-se a uma análise crítica dos problemas do modo de produção capitalista, privilegiando o olhar para a superestrutura, em especial ao componente ideológico.
· Para HORKHEIMER não era possível pensar em uma ciência social que apenas descrevesse como as sociedades funcionavam, mas era preciso uma racionalidade voltada para emancipação, para construção de uma sociedade em que todos pudessem viver em liberdade e igualdade. A escola faz uma crítica a racionalidade que não pensa sobre suas conseqüências. Ela aponta a existência de 2 tipos de racionalidade:
1) RAZÃO INSTRUMENTAL – Uma razão técnico científica preocupada em conhecer para controlar, portanto, está a serviço da violência e da exploração.
2) RAZÃO CRÍTICA – Reflete sobre as contradições e os conflitos sociais, bem como os conflitos políticos, estabelecendo que essa razão possui uma força liberadora advinda da própria crítica.
· Uma das importantes contribuições da escola são as reflexões de HORKHEIMER e ADORNO sobre a INDÚSTIA CULTURAL ou CULTURA DE MASSA. A indústria cultural se utiliza do entretenimento para viabilizar a ideologia da classe dominante. Filmes, novelas, músicas e desenhos são canais de propagação da ideologia dominante. Definições de certo ou errado, padrões de beleza, padrões de comportamento, todos ditados por essa indústria que se tornou cada vez mais presente na sociedade contemporânea. É uma imposição vinda de cima, organizada por quem controla o capital e a tecnologia. Essa produção cultural visa o lucro e é subserviente a quem detém o poder. Não pretende desenvolver a consciência crítica, mas sim a reprodução dos valores e ideologias dos grupos dominantes. Para a teoria crítica é importante revelar o modo operante da indústria cultural para emancipação do sujeito.
· JÜRGEN HABERMAS – 2ª Geração da Escola de Frankfurt
· Desenvolve suas temáticas dentro da perspectiva crítica com especial atenção no impacto da cultura na sustentação do modo de produção capitalista. Ele estuda as formas de desenvolvimento da mídia e o desenvolvimento na esfera pública. A ESFERA PÚBLICA é a arena de debates públicos onde se discutia temas de interesse geral e se formava opiniões. A esfera pública surge nos cafés, nos salões e foi ampliada pelo aparecimento da mídia impressa (jornais). Esse espaço entra em declínio com o avanço da indústria cultural que sufoca o debate público. 
· A difusão da mídia de massa e do entretenimento de massa basicamente transforma a esfera pública em fraude. A política é encenada no parlamento e na mídia, enquanto os interesses comerciais triunfam sobre o interesse público. A “opinião pública” não é formada por meio de uma discussão racional aberta, mas através da manipulação e do controle – como no caso da publicidade.
· JOHN THOMPSON – ANÁLISE DE IDEOLOGIA E MÍDIA
· Sua produção indica que há uma influência da mídia no cotidiano dos indivíduos, mas rejeita a idéia de que os indivíduos são meros receptores passivos dos conteúdos midiáticos. Para estudar os efeitos da mídia ele desenvolve um método chamado de HERMENÊUTICA DE PROFUNDIDADE.
· A HERMENÊUTICA DE PROFUNDIDADE propõe sentidos que muitas vezes são interpretados como ideológicos, mas para que isso não aconteça é necessário argumentar e debater racionalmente de forma argumentativa e comunicativa. 
· REFERENCIAL METODOLÓGICO DA HERMENÊUTICA DE PROFUNDIDADE EM TRÊS FASES:
1º) ANÁLISE SÓCIO-HISTÓRICA – Abrange a estrutura social, política, econômica e histórica da sociedade em que o texto foi produzido.
2º) ANÁLISE FORMAL E DISCURSIVA – Trabalha com a analise semiótica, sintática, narrativa e argumentativa3 º) A INTERPRETAÇÃO E REINTERPRETAÇÃO – Uma interpretação construída a partir dos resultados da analise sócio-histórica e da analise discursiva.
· Para John Thompson IDEOLOGIA pode significar “sistemas de pensamento”, “sistemas de crença” ou “sistemas simbólicos”. O estudo da ideologia exige investigação dos contextos sociais dentro dos quais essa forma simbólica [e empregada e articulada. Para o autor FORMAS SIMBÓLICAS referem-se a uma ampla variedade de fenômenos significativos, desde ações, gestos e rituais ate manifestações verbais, textos, programas de televisão, obras de arte e etc. As forma simbólicas servem para estabelecer e sustentar relações de poder e dominação nos contextos sociais em que elas são produzidas, transmitidas e recebidas.
· Thompson define 5 modos que a ideologia pode operar mobilizando os sentimentos do individuo para estabelecer ou sustentar relações de poder na sociedade.
1) LEGITIMACAO – As relações de dominação podem ser estabelecidas e sustentadas pelo fato de serem apresentadas como legitimas, isto e, justas, dignas de apoio, baseadas em fundamentos racionais , tradicionais e carismáticos.
2) DISSIMULACAO – Pode ser uma relação de dominação estabelecida e sustentada pelo fato de ocultar, negar ou obscurecer a verdade.
3) UNIFICACAO – As relações de dominação podem ser estabelecidas e sustentadas através da construção, no nível simbólico, d euma forma de unidade que interliga os indivíduos numa identidade coletiva.
4) FRAGMENTACAO – As relações de dominação podem ser estabelecidas e sustentadas não unificando as pessoas numa coletividade, mas segmentando indivíduos e grupos.
5) RETIFICACAO – As relações de dominação podem ser estabelecidas e sustentadas pela retratação de uma situação transitória e histórica, como se essa situação fosse permanente, natural e atemporal.
· ANTONIO GRAMSCI – HEGEMONIA – CULTURA SOCIOLOGICA DO SEC XX
· Devido ao seu pertencimento ao partido comunista, Gramsci foi preso pelo regime fascista. Neste contexto escreveu os Cadernos do Cárcere. Ele propõe a transformação do capitalismo e da relação de exploração. Gramsci acreditava ser possível uma ampla transformação social pelo bloco dominado, que deveria ser motivada pelos próprios trabalhadores a partir de uma consciência construída. Surge a figura do INTELECTUAL ORGÂNICO, que seria o agente social capaz de explicar as contradições presentes na hegemonia capitalista.
· O autor cria o conceito de HEGEMONIA, uma estrutura ideológica burguesa predominante na sociedade, articulada com o Estado, utilizada como meio de dominação. É o exercício de dominação burguesa, presente na sociabilidade cotidiana. A hegemonia dominante educa a hegemonia subalterna formando uma coesão entre as classes sociais. Para ele Hegemonia é a forma como a classe dominante se impõe ideologicamente com valores, regras de comportamento, mídia, leis, forma de conduta, e os dominados acabam se sujeitando. Isso fica velado, o INTELECTUAL ORGÂNICO é responsável por revelar esse processo e trabalhar a consciência de classe. 
· CONTRA HEGEMONIA – É a Reflexão crítica das contradições do capitalismo que deveria surgir no interior das massas contra a hegemonia como projeto burguês de sociedade.
· Gramsci esta preocupado com a dominação burguesa, por causa das mudanças trazidas com o AMERICANISMO e FORDISMO na Europa. Ocorreram mudanças organizacionais com vista à produção e consumo em massa. O FORDISMO é um processo de inovação no sentido de racionalizar a produção, onde o trabalhador foi pensado para além do espaço físico e temporal da fábrica. São caracateristicas do fordismo
- Aprimoramento do processo produtivo. Ford introduz métodos e técnicas de trabalho que propiciam a produção em massa. Ele pega a idéia de Taylor (Taylorismo) e aplica na sua fabrica de carros. Cria uma esteira de produção, o trabalhador não vai ate o veiculo, o veiculo vai ate a baia que o trabalhador tem para encaixar a peca, com isso ele produz mais em menos tempo. Acontece então a intensificação do trabalho e da produção.
- Preocupação com os aspectos psicológicos do trabalhador
- A noção de hegemonia propõe uma nova relação entre estrutura e superestrutura.
· LOUIS ALTHUSSER – APARELHOS IDEOLOGICOS DO ESTADO
· Buscava compreender as estruturas da sociedade capitalista pela REPRODUÇÃO e não pela produção (Marxismo estrutural). Gramsci se preocupa a esfera produtiva na era do Fordismo, Althusser se preocupa com a esfera reprodutiva que e a maneira com o capitalismo domina ideologicamente fazendo a reprodução das condições de produção e da força de trabalho.
· A qualificação da força de trabalho é a condição necessária para a reprodução das forças produtivas, mas o que assegura a reprodução da força de trabalho? Os APARELHOS IDEOLÓGICOS DE ESTADO. O Aparelho Ideologico do Estado consiste num “certo número de realidades que se apresentam ao observador imediato sob a forma de instituições distintas e especializadas”. Esses aparelhos trabalham com a força de consenso e são responsáveis por legitimar a dominação da classe burguesa. A família, a justiça, o sistema político, o sindical, os meios de comunicação e o cultural, a escola e as religiões: são os mantenedores, os legitimadores das idéias dominantes.
· Para o autor A INSTITUIÇÃO ESCOLAR é um dos principais aparelhos ideológico do Estado, pois molda a vida social do trabalhador desde cedo. Ensina normas do bom comportamento e a sujeição ideológica que assegura a reprodução da qualificação da força de trabalho. A emergência do capitalismo é a hegemonia escolar. A instituição escolar é que abarca todas as crianças, adolescentes de todas as classes sociais, ou seja, a escola desempenha um silencioso papel dominante. A escola, portanto, representa o órgão responsável, pois é o cerne da estrutura ideológica de dominação da classe capitalista, uma vez que reproduz os valores e princípios norteadores de uma sociabilidade burguesa.
· A METÁFORA DO EDIFÍCIO DE ALTHUSSER – INFRAESTRUTURA – Base econômica (unidade das forcas produtivas e das relações de produção). SUPER-ESTRUTURA – Ideológica (diferentes ideologias, religiosa, ética, legal, política e etc) Jurídico-Política (o direito e o estado). Sobre esse edifício o autor faz duas considerações? I. Há uma autonomia relativa da superestrutura em relação à base. II. Há uma ação recíproca da superestrutura sobre a base.
· Para o autor os agentes PRODUÇÃO, EXPLORAÇÃO e REPRESSÃO são os “PROFISSIONAIS DA IDEOLOGIA DOMINANTE” e atuam no sentido de unir as tarefas e desenvolver um exercício de dominação política e econômica de forma conjunta. O APARELHO REPRESSIVO DO ESTADO é composto por: polícia, tribunais, presídios, exército que atua como força repressora contra o proletariado. O objetivo da classe trabalhadora é substituir o aparelho de Estado capitalista, em seguida, constituir um aparelho de Estado com os interesses da classe trabalhadora, e, por fim, destruí-lo.
· FLORESTAN FERNANDES
· Oriundo das camadas subalternas, jamais deixou de se perguntar sobre as razoes objetivas da desigualdade social. Em meio às dificuldades criou-se um intelectual que esta o tempo todo dialogando com a própria historia. Ele afirma que iniciou sua aprendizagem sociológica aos 6 anos quando precisou ganhar a vida como se fosse um adulto.
· A sociologia Critica no Brasil tem em Florestan seu fundador. A produção intelectual de Florestan esta impregnada de um estilo de reflexão que questiona a realidade social e o próprio pensamento.
· Para ele é possível definir a SOCIOLOGIA como a ciência que tem por objeto estudar a interação social dos seres vivos nos diversos níveis de organização da vida. São interações sociais que não as exclusivamente humanas, mas que se referem às interações sociais entre outros animas e até mesmo entre as plantas. No entanto, apesar dessa possibilidade, o autor evidencia que as interações humanas são muito mais complexas e interessantes o ponto de vista sociológico.
· Para ele a SOCIOLOGIA POSSUI DOIS ALVOS TEORICOS. 1) Descobrirformas de explicar e interpretar os fenômenos sociais em suas manifestações. 2) Deixar evidentes as relações dinâmicas da ordem social. Ou seja, a sociologia como uma jovem e complexa ciência, precisa discutir como abordar os fenômenos sociais da melhor forma.
· AS FONTES E INFLUÊNCIAS SOBRE FLORESTAN:
1) O diálogo com autores da sociologia clássica e moderna, dentre eles, Karl Mannheim;
2) O pensamento marxista. Incorporou o pensamento dialético tanto em relação a escolha dos temas quanto a abordagem.
3) A corrente crítica do pensamento social brasileiro, dentre eles, Caio Prado Junior;
4) Contexto da década de 1940 – A sociologia do tempo presente;
5) A influência de grupos e classes sociais: O negro, o trabalhador braçal do campo ou da indústria, o migrante, o indío.
· SOCIOLOGIA CRÍTICA E O SOCIÓLOGO COMO CRÍTICO. Florestan vê no sociólogo o tipo de cientista que utiliza o método cientifico rigorosamente, mas que o comportamento vai para alem de observadores do meio social, sendo observadores participantes. Assim, a sociologia para ele pode ser definida como consciência cientifica da sociedade de classes, pois explica de maneira objetiva o cenário social.
· A idéia de uma ciência neutra, de um tipo de estudo que não gera mudança, não é apenas neutralidade, é conformação a uma determinada conjuntura histórica que conduz – à superexploração dos trabalhadores. A tradição sociológica esta intimamente ligada a mudança social. O intelectual deve se colocar a serviço do povo, na produção de uma consciência de si próprio e a sua condição. Que leve a uma consciência que possa desencadear uma revolução que conduza a nação à uma ordem social democrática de fato.
· No livro “A Revolução Burguesa no Brasil”, Florestan aponta para a emergência daquilo que chamou de ORDEM SOCIAL COMPETITIVA. A ordem social competitiva no Brasil deriva da condição colonial anterior e do tipo de atuação que a burguesia interna terá no processo de adesão do Brasil ao sistema capitalista mundial. A burguesia interna se submete a burguesia internacional criando uma lógica dependente de nossa intenção no capitalismo. A forma de dependente se conjuga com o imperialismo típico da fase monopolista. Marcas desse conceito 
- Introdução do capitalismo antes de uma ordem social competitiva;
- As estruturas da sociedade colonial moldam a sociedade independente e determinam a forma como é absorvida no mercado mundial;
- O burguês moderno ressurge das cinzas do senhor antigo;
- A revolução burguesa ocorreu de maneira “ideal”, o burguês é a antítese dos antigos estamentos;
- A emergência do modelo autocrático burguês de transformação do capitalismo;
- A burguesia brasileira não soube conciliar transformação econômica com a revolução nacional e o Estado passa a ser a entidade central;
- A Revolução burguesa no Brasil: passagem da ordem do senhor para a estrutura do Estado ordenado juridicamente;
· Em “A Revolução Burguesa” Florestan mostra que o legado histórico do país em função do colonialismo foi um CAPITALISMO DEPENDENTE. As articulações para a expansão do capitalismo envolveram o Brasil e afetaram sua formação. Há casos, sobretudo na América Latina, em que o capitalismo não surge das revoluções burguesas e não conduz ao Estado representativo democrático ou à autonomia do país. Marcas do CAPITALISMO DEPENDENTE
- Uma economia de mercado capitalista duplamente polarizada;
- A forma dependente e periférica do capitalismo;
- As relações de dependência dentro da fase monopolista do capital corresponde a uma luta de classe.
- A burguesia interna se submete a burguesia internacional criando uma lógica dependente de nossa inserção no capitalismo. A forma dependente se conjuga com o imperialismos típico da fase monopolista
- O imperialismo impele ao trabalhador uma condição de superexplorado. E por que há esta superexploração nos países dependentes? Porque há a necessidade de aumentar o excedente produzido para dividir entre as frações da burguesia que estão envolvidas no processo (burguesia interna e externa).
· ALAIN TOURAINE – SOCIEDADE POS-INDUSTRIAL
· Touraine vai pensar numa sociedade em processo de transformação. Refiro-me a mudança social iniciada na década de 1960 e que esta presente hoje. Esta nova conjuntura, segundo o autor, defini-se como PÓS-INDUSTRIAL. A sociedade industrial estaria perdendo forças, pois do ponto de vista econômico, a indústria como meio de producao de bens, perde espaço para o setor de serviços e o poder reside, deste modo, na informação e não mais no capitalista.
· BAUMAN também fala sobre o período pós-industrial e desenvolveu o conceito de MODERNIDADE LÍQUIDA: vivemos em um mundo cujas relações entre os indivíduos são superficiais, líquidas e os vínculos são questionados. Uma prova disso esta no desaparecimento de espaços sociais onde fluiam buscas em prol dos interesses coletivos. Segundo eele a coletividade perdeu espaço para o individualismo, ou seja, na sociedade atual o individuo se tornou inimigo do cidadão. Os projetos coletivos da nação deixam de ser importantes e os interesses individuais passam a se a pauta política.
· O CONCEITO DE HISTORICIDADE em Touraine e pano de fundo de suas discussões. Para o autor, e a capacidade que as sociedades tem de agir sobre si mesmas, redefinindo um projeto societal. A historicidade e o campo de reconstrução permanente da realidade social.
· SOCIEDADE TECNOCRATA – Representa um modo de organização orientado pela maior racionalização do capitalismo, decorrente do avanço de seu desenvolvimento (Weber). 
· SOCIEDADE PROGRAMADA – representa uma sociedade mediatizada pelo mercado. Segundo o autor, na contemporaneidade a sociedade e programada e comandada pela lógica do mercado. As necessidades dos seres humanos estão em sintonia com as necessidades do mercado e produção cada vez mais racionalizada. As lutas históricas não são mais as lutas contra o sistema capitalista, pois o trabalho, como instrumento de conscientização, perde a centralidade, a sociedade passa a lutar pelos direitos da existência das identidades culturais, dos direitos sociais, políticos e civis.
· Os “NOVOS SUJEITOS SOCIAIS” atuam na luta contra a alienação das relações sociais no cenário da historicidade;
· SUJEITO: uma categoria fundamental, constitui e posiciona indivíduos na história dos processos sociais, culturais e políticos de uma sociedade;
· ATORES SOCIAIS: protagonismo e ativismo dos indivíduos e grupos sociais. 
· As LUTAS SOCIAIS segundo Touraine ficam reduzidas ao plano da cultura, o movimento de classe perde espaço para os movimentos culturais que brigam pelos direitos e liberdades. Os movimentos culturais na sociedade pós-industrial: Negros; Feministas; Ecológicos/ambientalistas; Homossexuais; As religiões de matrizes africanas.
· RETOMANDO O CONCEITO DE TRABALHO: AINDA EXISTE CENTRALIDADE?
- Durkheim: o trabalho possui uma função moral de coesão social, nos diferentes modos de organização social;
- Marx: trabalho como dominação econômica, mas também, é o modo como os indivíduos se relacionam com a natureza;
- Weber: o trabalho passa pela esfera da cultura, da ação social do indivíduo; e, sua base, da ordem capitalista, se encontra na ética religiosa protestante.
O TRABALHO TEM PAPEL FUNDAMENTAL NAS RELAÇÕES SOCIAIS, SEGUNDO OS AUTORES DA SOCIOLOGIA CLÁSSICA;

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