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NEGOCIAÇAO COLETIVA TRAB

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NEGOCIAÇÃO COLETIVA TRABALHISTA
►INTRODUÇÃO:
A negociação coletiva é um dos mais importantes métodos de 
solução de conflitos existentes na sociedade porque é através dela que se 
encontram fórmulas para que seja mantida a paz social.
São distintos os métodos de solução de conflitos hoje 
conhecidos. Classificam-se em três grandes grupos: 
 Autotutela;
 Heterocomposição;
 Autocomposição.
A negociação coletiva enquadra-se no grupo dos 
instrumentos de autocomposição. A diferenciação essencial entre tais 
grupos encontra-se nos sujeitos envolvidos e na sistemática operacional do 
processo de solução do conflito.
A autocomposição ocorre quando o conflito é solucionado pelas 
próprias partes sem intervenção de outros agentes no processo de pacificação 
da controvérsia.
A autocomposição pode se dar de três maneiras:
 Renúncia – despojamento unilateral em favor de 
outrem;
 Aceitação – resignação de uma das partes ao interesse 
da outra;
 Transação – concessões recíprocas.
A negociação coletiva enquadra-se como sendo uma 
técnica de autocomposição a que se chega por meio de transação. 
A negociação tem por instrumentos fins a CONVENÇÃO 
COLETIVA DE TRABALHO e o ACORDO COLETIVO DE TRABALHO, que, 
ora, passamos a analisar.
A Constituição Federal de 1988 em seu art. 7º, inciso XXVI1, 
quando assegura o “reconhecimento das convenções e acordos coletivos de 
trabalho” visa, além de conferir validade a esses instrumentos negocias, 
reconhecer o poder inerente às pessoas, e pois, aos grupos por elas 
organizados de conduzirem e decidirem sobre o ordenamento de condições de 
trabalho, de protagonizarem a autocomposição de seus interesses coletivos 
1 Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
 XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
pela via do entendimento direto, valendo, o que restar pactuado, como lei entre 
as partes.
Portanto, a negociação coletiva é o processo democrático pelo 
qual as partes buscam, diretamente, uma composição para regência das 
relações de trabalho.
Princípios da Negociação Coletiva: 
 Princípio da inescusabilidade negocial – a finalidade das 
negociações é que se chegue a uma composição 
consensual, assim, negá-la de plano é desprestigiar o 
diálogo social previsto na Constituição.
É certo que a Constituição prevê o dissídio coletivo caso 
recuse qualquer das partes a negociação ou a 
arbitragem. Porém, essa recusa pressupõe uma 
negociação tentada.
 Princípio da boa-fé – deve a boa-fé estar presente na 
disposição da parte para negociar, analisar propostas e 
contrapor, como também, no modo pelo qual o acordo e 
a convenção coletiva de trabalho são redigidos e na fase 
de fiel execução do pactuado.
 Princípio da razoabilidade – consiste em agir com 
moderação, de modo justo, ponderado e sensato. Em 
oposição à razoabilidade está a arbitrariedade.
Compromete a eficácia do processo negocial o 
oferecimento de pleitos que não tem a mínima condição 
de serem atendidos, assim como a apresentação de 
contrapropostas pela empresa muito aquém das suas 
reais possibilidades.
É fundamental que as partes atuem moderadamente, 
com abertura para rever posições ao se defrontarem 
com um fundamento legítimo.
 Princípio da paz social – consiste na trégua 
implicitamente assumida pelas partes ao assinarem o 
instrumento normativo que compõe os interesses 
transacionados na negociação coletiva.
Negociação coletiva como fonte de Direito do Trabalho:
A negociação coletiva desempenha crescente papel de 
aprimoramento dos institutos previstos na CLT e de criações de condições de 
trabalho no vácuo da lei.
Naquela oportunidade fizemos a seguinte diferenciação:
 FONTE HETERÔNOMA PROVÉM DA VONTADE ESTATAL POR 
QUALQUER DE SEUS PODERES
 FONTE AUTÔNOMA PROVÉM DA VONTADE DOS PRÓPRIOS 
SUJEITOS DA RELAÇÃO DE TRABALHO
Vimos que os acordos e convenções coletivos do trabalho são 
considerados fontes autônomas do Direito do Trabalho.
Embora sejam normas de origem privada, as Convenções 
criam regras gerais, abstratas, impessoais, dirigidas a normatizar 
situações futuras. Correspondem à lei em sentido material.
O Acordo Coletivo tem abrangência mais limitada em 
comparação às Convenções Coletivas porque produz efeitos somente entre 
empresa ou empresas e os empregados envolvidos. No entanto, apesar do 
âmbito mais limitado ainda assim os Acordos consubstanciam normas 
gerais, abstratas e impessoais.
►CONVENÇÃO E ACORDO COLETIVO DE TRABALHO: Definição 
O art. 611 da CLT define convenção coletiva de trabalho como:
 “... o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais 
Sindicatos representativos de categorias econômicas e 
profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no 
âmbito das respectivas representações, às relações individuais 
de trabalho.” 
Por sua vez o §1º do mesmo art. 611 dispõe que:
“É facultado aos Sindicatos representativos de categorias 
profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais 
empresas da correspondente categoria econômica, que 
estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da 
empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho.”
Logo a única diferença entre convenção e acordo coletivo de 
trabalho é quanto aos signatários.
A convenção coletiva é o instrumento normativo pactuado 
entre o sindicato da categoria profissional (dos trabalhadores) e o sindicato da 
categoria econômica (patronal), com o objetivo de fixar condições de trabalho 
aplicáveis às relações de trabalho no âmbito das respectivas representações.
Já o acordo coletivo de trabalho é o instrumento normativo 
pactuado entre o sindicato da categoria profissional e uma ou mais empresas, 
objetivando estipular condições de trabalho aplicáveis às relações de trabalho, 
no âmbito da(s) empresa(s) acordante(s).
 - CONVENÇÃO COLETIVA -ENTRE SINDICATO PROFISSIONAL E SINDICATO 
DA CATEGORIA ECONÔMICA.
 - ACORDO COLETIVO -ENTRE SINDICATO DA CATEGORIA 
PROFISSIONAL E EMPRESA OU EMPRESAS. 
Várias teorias surgiram para definir a natureza jurídica da 
convenção coletiva de trabalho, dentre elas as de matizes contratualistas, 
normativas e mistas.
Prevaleceu na doutrina a teoria mista, indicando que a 
convenção coletiva tem dupla natureza: contratual e normativa.
É contratual, pois é fruto de um acordo de vontades entre 
os celebrantes do instrumento normativo. E é normativa, pois tem efeitos 
erga omnes, gerando direitos e obrigações para todos os integrantes das 
categorias profissionais e econômicas, mesmo não-associados.
No que tange a natureza jurídica dos acordos coletivos aplica-
se a mesma lógica acima, qual seja, traduzem acordo de vontades e 
consubstanciam regras jurídicas, gerais (em seu âmbito mais delimitado – 
empresa ou grupos de empresas).
►CONVENÇÃO E ACORDO COLETIVO DE TRABALHO: Distinções
Conforme já exposto, as duas figuras jurídicas examinadas 
distinguem-se em face dos sujeitos pactuantes e do âmbito de 
abrangência de suas regras jurídicas.
A Convenção Coletiva de Trabalho tem em seus polos 
subjetivos, necessariamente, entidades sindicais, representativas de 
empregados e empregadores, respectivamente. É pacto subscrito por 
sindicatos representativos de certa categoria profissional e sindicatos 
representativos da correspondente categoria econômica.
O Acordo Coletivo do Trabalho, ao revés tem em seus polos 
subjetivos empregadores não necessariamente representados pelo 
respectivo sindicato. As empresas, individualmente ou em grupo, podem 
subscrever, sozinhas, acordos coletivos com o correspondente sindicato 
representativo de seus empregados. A presença sindical somente é obrigatória 
quanto ao sindicato representativo dos trabalhadores vinculados à(s) 
empresa(s) que assina(m) o acordo coletivo de trabalho.
Em consequência dessa primeira distinção, surge a diferença 
no que tange ao âmbito de abrangência dos dois diplomas coletivos 
negociados.
A Convenção Coletiva incide em universo mais amplo, 
caracterizadopela base profissional e econômica representada pelos 
respectivos sindicatos. Respeitadas as fronteiras máximas da base territorial 
dessas representações, as convenções abrangem todas as empresas e 
respectivos empregados englobados nas respectivas categorias econômicas e 
profissionais.
Já o Acordo Coletivo de trabalho tem abrangência muito mais 
restrita. Atinge apenas os empregados vinculados à empresa ou conjunto 
de empresas que tenham subscrito os referidos diplomas. Não obriga 
empresas não convenentes, nem atinge os empregados destas, ainda que se 
trate da mesma categoria econômica e profissional.
CONTEÚDO DAS CONVENÇÕES E ACORDOS COLETIVOS DE 
TRABALHO:
Dispõe o art. 613 sobre o conteúdo das convenções e acordos 
coletivos de trabalho, que devem conter obrigatoriamente:
 “I - Designação dos Sindicatos convenentes ou dos 
Sindicatos e empresas acordantes” – nos termos exatos de 
seu registro, com a indicação da base territorial, além da 
razão social das empresas acordantes e da individualização 
de seus representantes legais;
 “II - Prazo de vigência”; 
 “III - Categorias ou classes de trabalhadores abrangidas 
pelos respectivos dispositivos”; 
 “IV - Condições ajustadas para reger as relações individuais 
de trabalho durante sua vigência” – durante a vigência não 
podem trabalhadores e empresas celebrar contratos 
individuais de trabalho estabelecendo condições contrárias 
ao que tiver sido ajustado, sendo os infratores sujeitos à 
multa;
 “V - Normas para a conciliação das divergências sugeridas 
entre os convenentes por motivos da aplicação de seus 
dispositivos”; 
 “VI - Disposições sobre o processo de sua prorrogação e de 
revisão total ou parcial de seus dispositivos”; 
 “VII - Direitos e deveres dos empregados e empresas”; 
 “VIII - Penalidades para os Sindicatos convenentes, os 
empregados e as empresas em caso de violação de seus 
dispositivos.” 
 “Parágrafo único. As convenções e os Acordos serão 
celebrados por escrito, sem emendas nem rasuras, em 
tantas vias quantos forem os Sindicatos convenentes ou as 
empresas acordantes, além de uma destinada a registro.”
►REQUISITOS DE VALIDADE E FORMALIDADES DAS CONVENÇÕES E 
ACORDOS COLETIVOS DE TRABALHO:
O principal requisito de validade desses instrumentos 
normativos é que sejam subscritos por entidades sindicais com existência 
legal , isto é, com registro sindical no Ministério do Trabalho e Emprego. Só as 
entidades regularmente constituídas estão legitimadas a vocalizar os interesses 
da categoria, prerrogativa constitucionalmente atribuída ao sindicato (art. 8º, VI 
da CRFB/882).
A convenção coletiva é ato formal, devendo, portanto, ser 
celebrada por escrito, sem emendas nem rasuras, em tantas vias quantos 
forem os sindicatos convenentes ou as empresas acordantes, além de uma 
destinada a registro (art. 613, parágrafo único, da CLT3).
É necessário que o sindicato receba autorização da 
categoria para que chancele o instrumento normativo. Essa autorização é 
colhida em assembleia geral específica, com quorum de 2/3 dos associados 
da entidade (em caso de convenção coletiva) ou dos interessados (em caso de 
acordo coletivo), em primeira convocação, e em segunda convocação 1/3 
deles, conforme preceitua o art. 612 da CLT4. Para sindicatos com mais de 
5.000 associados, o quórum será de 1/8 em segunda convocação.
Ressalte-se que a doutrina critica o rigor desse quorum da CLT 
que afrontaria o princípio constitucional da autonomia dos sindicatos.
Dentro do prazo de 8 dias, contado da assinatura do 
documento coletivo, determina a CLT seu depósito no órgão correspondente 
do Ministério do Trabalho. (art. 6145) Entretanto esse artigo parece, segundo 
doutrina majoritária, não ter sido recepcionado pela Constituição de 1988, vez 
que representaria ingerência estatal no âmbito dos sindicatos (a esse respeito, 
ler notícia do TST abaixo colacionada).
Outro requisito de validade é que as condições avençadas 
coletivamente pelas partes negociadoras tenham aplicação circunscrita 
ao “âmbito das respectivas representações” (art. 611 da CLT6). Carece de 
2 Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
3 Art. 613 -Parágrafo único. As convenções e os Acordos serão celebrados por escrito, sem emendas nem rasuras, em tantas vias quantos forem os Sindicatos convenentes ou as emprêsas acordantes, além de uma destinada a registro.
4 Art. 612 - Os Sindicatos só poderão celebrar Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho, por deliberação de Assembléia Geral especialmente convocada para êsse fim, consoante o disposto nos respectivos Estatutos, dependendo a 
validade da mesma do comparecimento e votação, em primeira convocação, de 2/3 (dois terços) dos associados da entidade, se se tratar de Convenção, e dos interessados, no caso de Acôrdo, e, em segunda, de 1/3 (um têrço) 
dos mesmos.
5 Art. 614 - Os Sindicatos convenentes ou as emprêsas acordantes promoverão, conjunta ou separadamente, dentro de 8 (oito) dias da assinatura da Convenção ou Acôrdo, o depósito de uma via do mesmo, para fins de registro e arquivo, 
no Departamento Nacional do Trabalho, em se tratando de instrumento de caráter nacional ou interestadual, ou nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social, nos demais casos.
6 Art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acôrdo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das 
respectivas representações, às relações individuais de trabalho. 
 § 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais emprêsas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito 
da emprêsa ou das acordantes respectivas relações de trabalho. 
valor jurídico estipulação que afete representados de outro sindicato, 
profissional ou patronal não participante do instrumento normativo.
O art. 617 da CLT7 esclarece que os empregados de uma ou 
mais empresas que decidirem celebrar acordo coletivo de trabalho com as 
respectivas empresas darão ciência de sua resolução, por escrito, ao sindicato 
representativo da categoria profissional, que terá o prazo de 8 dias para 
assumir a direção dos entendimentos entre os interessados, devendo igual 
procedimento ser observado pelas empresas interessadas com relação ao 
sindicato da respectiva categoria econômica.
Expirado o prazo de 8 dias sem que o sindicato tenha se 
desincumbido do encargo recebido, poderão os interessados dar conhecimento 
do fato à federação a que estiver vinculado o sindicato, e na falta dessa, à 
correspondente confederação para que, no mesmo prazo, assuma a direção 
dos entendimentos. Esgotado esse prazo, poderão os interessados prosseguir 
diretamente na negociação coletiva, até final.
►RELAÇÕES COM O CONTRATO DE TRABALHO E COM A LEI:
Muito se discute na doutrina se as cláusulas normativas 
somente mantêm eficácia no prazo de validade da convenção coletiva ou se 
elas se incorporam definitivamente ao contrato de trabalho.
Atualmente, prevalece o entendimento de que as cláusulas 
normativas fixadas em convenção ou acordo coletivo somente vigoram pelo 
período de validade do próprio instrumento normativo, não se incorporando 
definitivamente aos contratos individuais de trabalho, conforme descrito na 
Súmula 277 do TST, a seguir transcrita:
“Sentença Normativa. Vigência. Repercussão nos contratos de 
trabalho.
As condições de trabalho alcançadas por força de sentença 
normativa vigoram no prazo assinado, não integrando, de 
forma definitiva, os contratos.”
Vale frisar que a Súmula 277 do TST, embora se refira à 
sentença normativa, é aplicado analogicamente em relação aos acordos e 
convenções coletivas.
As convenções coletivas distinguem-se da lei 
principalmentepelas seguintes características:
 § 2º As Federações e, na falta desta, as Confederações representativas de categorias econômicas ou profissionais poderão celebrar convenções coletivas de trabalho para reger as relações das categorias a elas vinculadas, 
inorganizadas em Sindicatos, no âmbito de suas representações. 
7 Art. 617 - Os empregados de uma ou mais emprêsas que decidirem celebrar Acôrdo Coletivo de Trabalho com as respectivas emprêsas darão ciência de sua resolução, por escrito, ao Sindicato representativo da categoria profissional, 
que terá o prazo de 8 (oito) dias para assumir a direção dos entendimentos entre os interessados, devendo igual procedimento ser observado pelas emprêsas interessadas com relação ao Sindicato da respectiva categoria 
econômica.
 § 1º Expirado o prazo de 8 (oito) dias sem que o Sindicato tenha se desincumbido do encargo recebido, poderão os interessados dar conhecimento do fato à Federarão a que estiver vinculado o Sindicato e, em falta dessa, à 
correspondente Confederação, para que, no mesmo prazo, assuma a direção dos entendimentos. Esgotado êsse prazo, poderão os interessados prosseguir diretamente na negociação coletiva até final. 
 § 2º Para o fim de deliberar sôbre o Acôrdo, a entidade sindical convocará assembléia geral dos diretamente interessados, sindicalizados ou não, nos têrmos do art. 612.
 Processo de formação – pois as leis emanam de órgão 
estatal e as convenções coletivas resultam de 
negociações produzidas pelos interessados;
 Esfera de aplicação – a lei abrange toda a sociedade 
política, enquanto as convenções limitam-se ao âmbito 
econômico-profissional;
 Conteúdo – a lei apresenta conteúdo mais geral e 
diversificado, já as convenções têm conteúdo mais 
particular e restrito às condições de trabalho;
 Hierarquia – a lei prevalece, mas pode autorizar 
estipulações derrogatórias, ainda que in pejus, caso em 
que também nesse particular está sendo expressada a 
vontade geral. A convenção coletiva não pode derrogar a 
lei, pode, no entanto, mencionar disposições mais 
favoráveis que aquelas das leis e regulamentos que não 
estejam revestidos de caráter de ordem pública.
 Fonte de poder – enquanto a lei é imposta a convenção 
coletiva é uma regra consentida.
►APLICAÇÃO DA CONVENÇÃO SOBREPONDO O ACORDO COLETIVO 
DE TRABALHO 
Dispõe o art. 620 da CLT:
“As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho 
sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho.”
►CONVENÇÃO E ACORDO COLETIVO NO SETOR PÚBLICO 
Com relação aos empregados das empresas públicas e 
sociedades de economia mista que exploram atividade econômica, nos termos 
do art. 173, § 1º, II da CRFB/888, não há dúvidas de que as cláusulas fixadas 
em convenção ou acordo coletivo são válidas e aplicáveis aos respectivos 
empregados públicos, como por exemplo, aos empregados do Banco do Brasil, 
da Petrobrás, etc.
Por outro lado em relação aos servidores públicos estatutários 
dúvida também não há de que o disposto em convenção ou acordo coletivo 
não os alcança, uma vez que são regidos pela CLT. A Constituição, no art. 399, 
8 Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, 
conforme definidos em lei. 
 § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo 
sobre: 
 II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
§ 3º, não assegurou aos servidores públicos o reconhecimento às convenções 
e aos acordos coletivos.
A convenção e o acordo coletivo também não são aplicáveis ao 
empregados públicos da administração direta, autárquica e fundacional, 
principalmente porque a matéria relativa a vencimentos dos servidores públicos 
obedece ao princípio da legalidade, isto é, devem ser veiculados por lei.
►DURAÇÃO:
A lei trabalhista brasileira fixa não ser permitido estipular 
convenção ou acordo coletivo com duração superior a dois anos (art. 614, 
§ 3º da CLT10).
O art. 615 da CLT11 estabelece que as regras concernentes à 
prorrogação, revisão, denúncia, revogação total ou parcial de qualquer dos 
diplomas negociais serão as mesmas já estipuladas para a celebração original 
de tais diplomas. Portanto, observam-se os mesmos ritos, com as mesmas 
formalidades e prazos.
9 Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações 
públicas.
 § 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do 
cargo o exigir.
10 Art. 614 - § 3º Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acôrdo superior a 2 (dois) anos.
11 Art. 615 - O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação total ou parcial de Convenção ou Acôrdo ficará subordinado, em qualquer caso, à aprovação de Assembléia Geral dos Sindicatos convenentes ou partes 
acordantes, com observância do disposto no art. 612.
 § 1º O instrumento de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação de Convenção ou Acôrdo será depositado para fins de registro e arquivamento, na repartição em que o mesmo originariamente foi depositado observado o disposto no 
art. 614. 
 § 2º As modificações introduzidos em Convenção ou Acôrdo, por fôrça de revisão ou de revogação parcial de suas claúsulas passarão a vigorar 3 (três) dias após a realização de depósito previsto no § 1º.

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