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Infecções do sistema respiratório MALT: tecido linfóide associado a mucosa. NALT: tecido linfóide associado a nasofaringe. BALT: tecido linfóide associado aos brônquios. Mucosa: porta de entrada para patógenos. Mucosa respiratória está exposta a diversos corpos estranhos e a microbiota facilita o combate destes. Importância da microbiota: secretam diversas substâncias que são tóxicas para as bactérias e estimulam o sistema imune Sistema respiratório e imunidade inata Epitélio pseudoestratificado colunar ciliado. Células justapostas/unidas, importante para que o patógeno não atravesse o epitélio. Comprometimento dos cílios e muco levam ao aumento da frequência de doenças respiratórias (ex: fumantes e fibrose cística) Presença de enzimas no muco – defensinas e catelicidinas. Os vírus podem infectar os pneumócitos A maioria das bactérias são extracelulares. Macrófagos alveolares: localiza nos espaços alveolares e são importantes na defesa do local. Mantém um fenótipo anti inflamatório. Não tem uma função tão eficiente de fagocitose, em relação a outros macrófagos porque expressam IL-10, óxido nítrico e TGF-beta. Sistema respiratório e imunidade adaptativa Na mucosa, tem grande quantidade de IgA. Vai ter linfócito B, que produzirá anticorpo da classe IgA. IgA faz transcitose, para atingir a região do lúmen Abundância de mastócitos Produção de IgE em indivíduos atópicos: alergias respiratórias – exemplo asma Ação de células dendríticas presentes da lâmina própria - captura de antígenos e apresentação de antígenos para linfócitos na lâmina própria. Umidade no inverno diminui e a mucosa fica ressecada e assim os cílios não se movimentam de forma efetiva. As infecções respiratórias são muito mais comuns nos extremos das faixas etárias. Questões norteadoras Quais são as principais bactérias que provocam infecções respiratórias? Streptococcus pneumaniae e streptococcus pyogenes, haemophilus influenzae, moraxella catarrhalis. Qual a porta de entrada dessas bactérias? Via inalatória Quais infecções do trato respiratório do imunorreversíveis? Tabela a seguir. Pyogenes e moraxella não possuem vacinas. Doença bacteriana do trato respiratório superior Faringite estreptocócica Laringite Tonsilite Escarlatina Difteria Otite Média Sinusite Doença bacteriana do trato respiratório inferior Coqueluche Pneumonia Tuberculose Muitas vezes todas essas doenças são causadas por um mesma bactéria e assim, quando você pega faringite por exemplo, você pode ter também uma otite média. Fatores de virulência Se o patógeno tem poder de invasão, tem grande capacidade de virulência. Toxinas: as vezes as toxinas que a bactéria produz é pior do que a própria bactéria. Adesão Escape do sistema imunológico Trato respiratório superior (faringite, escarlatina e difteria) Paciente, 6 anos, sexo masculino vinha bem até que na madrugada do dia 4 de janeiro apresentou “febre alta” (não aferida) e delírios, sem conseguir dormir. Foi-lhe administrado, por sua mãe, dipirona sódica em dose correta cessando após algumas horas os sintomas da síndrome febril. Pela manhã, procurou assistência médica. Ao exame físico não foi constatada nenhuma alteração, sua faringe não apresentava sinais de inflamação, não apresentava otite. Não havia linfonodomegalia. Em suma, nada atípico no momento anamnese, sendo a sua temperatura corporal normal (37,1 graus celsius). Foi recomendada dipirona sódica em caso de febre e dor e retorno em caso de algum novo sintoma. A febre retornou pela tarde (38,7 graus celsius), cessando após administração da droga. O paciente dormiu bem, porém, pela manhã do dia 5 apresentava febre novamente (38,1 graus), sendo repetida a dipirona. Ao redor das 13 h do dia 5 o paciente estava acompanhado por um parente com experiência médica que notou, ao exame físico, faringe hiperemiada e amidalite, mas sem exsudato amarelo. Notou também linfonodomegalia submandibular e um início de exantema eritematoso puntiforme na região infra-hioidea cervical de cerca de 1 cm de diâmetro. Por volta das 15h no mesmo dia, o paciente começou a queixar-se de prurido na região cervical e axilar. Constatou-se então que o exantema havia aumentado na região infra-hioidea (para cerca de 3 cm) propagara- se para a região do trígono supra-clavicular bilateralmente. Preocupado com a saúde do paciente, o referido parente levou o paciente para a assistência médica especializada. No exame físico, o pediatra constatou que o exantema estava já até o tronco. Verificou a presença de palidez peri-oral, pele do tronco com aspecto de lixa e pregas do cotovelo salientadas. Verificou-se exsudato amarelo na garganta, porém o paciente neste momento estava afebril. O paciente relatava dor de garganta sem relação com a deglutição Questões Quais são as doenças apresentadas no relato de caso e provável agente etiológico? Streptococcus pyogenes (produz pus) Defina as características morfológicas do agente etiológico. Morfologia: Coccus Arranjo: em cadei.a Qual a origem do patógeno associado às infecções no paciente relatado no caso? Quais os fatores de virulência apresentados pela bactéria? É possível prevenir a enfermidade através de vacinação? Estreptococo beta hemolítico lisa completamente as hemácias e o alo é amarelado. Estreptococo alfa hemolítico: não lisa totalmente as hemácias, forma um alo esverdeado. Estreptococo gama hemolítico: não lisa as hemácias. Streptoccocus pyogenes Bactéria piogênica Cocos Gram + Todo strepto e staphilo são gram positivas Anaeróbios facultativos São catalases negativas: é um teste que catalisa H22 em H20 e O2. Strepto: catalase negativa. Staphilo: catalase positiva. Fatores de virulência Toxinas eritrogênica: podem provocar o choque tóxico, aumento de citocinas pró inflamatórias (IL-1, IL- 6 e TNF), produzidas decorrente da estimulação excessiva de linfócitos T e macrófagos Invasinas - Hialuronidase – degrada ácido hialurônico do tecido conjuntivo - Estreptolisinas – formação do halo de hemólise no meio ágar sangue. Capacidade de lisar hemácias e leucócitos. - Estreptoquinase (fibrinolisina) – dissolve coágulos Evasinas: se liga aos componentes do sistema complemento e a porção FC dos anticorpos, bloqueando as interações com os fagócitos. Escape do sistema imunológico Adesinas: Proteina M é uma adesina e se encontra na superfície da bactéria, podemos formar anticorpos contra essa proteína e também podem se ligar na superfície. É um exemplo de mimetismo. Causa febre reumática. Superantígenos – SPE (Streptococcal Pyrogenic Exotoxins) Super antígenos tem a capacidade de estimular a síntese de citocinas pró inflamatórias. Na maioria das vezes, febre alta tem relação com infecções bacterianas. O choque tóxico estreptocócico caracteriza-se por: Febre, calafrios, mal-estar geral, náuseas; Hipotensão e choque; Falência múltipla de órgãos. Modo de transmissão: Transmissão por gotículas. Portador sintomático ou não sintomático Aglomerações humanas em ambientes fechados facilitam a transmissão Faringite e Streptococcus pyogenes Sinais e sintomas Inflamação de garganta Febre 38ºC Exsudatos tonsilares Adenopatia cervical As faringites podem ser acompanhadas de escarlatina, cujas manifestações aparecem em um a dois dias após o início da infecção, desaparecendo em cinco a sete dias. Escarlatina e Streptococcus pyogenes A escarlatina é uma doença infecciosa aguda, causada por uma bactéria chamada estreptococo beta hemolítico do grupo A Complicação das faringites Causadas por amostras de S. pyogenes lisogenizadas por fagos que carregam genes para a toxinas pirogênicas SPEA e SPEC - Duas toxinas que a bactéria produz A e C. danifica a membrana plasmáticados capilares Reação devido às toxinas eritrogênicas produzidas: danificam a membrana plasmática de capilares Não são todos os streptococcus pyogenes que causará escarlatina. Não necessariamente vai ter escarlatina porque a cepa pode não conter o gene. Sinais e sintomas Febre, mal estar, dores de garganta Erupções cutâneas - 1ª tronco e pescoço - 2ª face Língua em framboesa Descamação dos pés e mãos Diagnóstico laboratorial Confirmado através do esfregaço colhido por swab da garganta na regiao chamada nasofaríngea Tratamento da escarlatina Penicilina que elimina os estreptococos, evita as complicações da fase aguda, previne a febre reumática e diminui a possibilidade de aparecimento de glomerulonefrite; - Glomerulonefrite pode ser agravante devido aos imunocomplexos – hipersensibilidade III. Esse aglomerado se deposita em capilares e assim, o glomérulo é bem afetado quando eles se depositam ali. Nos pacientes alérgicos à penicilina o medicamento habitualmente utilizado é a eritromicina. Questões Defina Difteria. A difteria é uma infecção causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, transmitida de pessoa para pessoa através de contato físico e respiratório. Ela forma placas amareladas frequentemente nas amígdalas, laringe e nariz. Isso pode gerar dificuldade de respirar ou bloqueio total da respiração. Defina as características morfológicas do agente etiológico da difteria Bactérias bacilares (bacilo ou bastonete) gram-positivas, quimiorganotrópicas, catalase positivo, oxidase negativos, imóveis, anaeróbicos facultativos, não formadoras de esporos, que causam difteria. Arranjo em paliçada Qual é o principal fator de virulência apresentado pela bactéria e mecanismo de ação? O principal fator de virulência desta bactéria é a toxina diftérica (efeito sistemico, exotocina). Produzida no local da infecção, esta exotoxina é muito potente, capacidade de produção de biofilme Corynebacterium diphtheriae Bastonetes; Arranjo em paliçada; Gram-positivos irregulares; Anaeróbio facultativo; Imóveis; Incapazes de formar esporos; Catalase-positivos. Toxina diftérica Quando infectadas por bacteriófagos específicos portadores do gene tox; Produzem uma potente exotoxina toxina diftérica (TD) Tropismo para o miocárdio, sistema nervoso, rins e suprarrenais Fatores de virulência Toxina do tipo AB - Porção A - capaz de bloquear a síntese de proteínas pois interfere em um fator de transcrição (E2F) - ocorrendo o processo de morte celular por necrose. Tropismo: - Miocárdio - Sistema Nervoso - Rins - Suprarrenais Difteria ou Crupe – CID 10: A36 – notificação compulsória Doença toxi-infecciosa aguda, contagiosa, potencialmente letal e imunoprevenível; Porta de entrada Vias aéreas do hospedeiro Modo de transmissão Contato direto de pessoa doente ou portadores com pessoa suscetível, por meio de gotículas de secreção respiratória, eliminadas por tosse, espirro ou ao falar; Em casos raros, pode ocorrer a contaminação por fômites. Incubação: 1 a 6 dias Placas pseudomembranosas branco-acinzentadas Produção de toxinas Pescoço taurino Lesões cutâneas Sinais e sintomas Dor de garganta é discreta; Febre variando de 37,5 a 38,5°C; Pescoço taurino: Edema do pescoço, com grande aumento dos linfonodos; Dependendo do tamanho e localização da placa pseudomembranosa, pode ocorrer asfixia mecânica aguda no paciente, o que muitas vezes exige imediata traqueostomia para evitar a morte. Imunoprevinível Vacinação é feita com toxóide diftérico Tratamento Antibioticoterapia Imunização passiva artificial - SAD – soro anti-diftérico Trato respiratório inferior (coqueluche e pneumonia) Uma lactente de 12 meses apresenta tosse espasmódica, cianose ao redor dos lábios e dedos durante a tosse e vômito pós-tosse. Os pais relatam que ela está resfriada há aproximadamente 3 semanas e que houve diminuição do apetite. A mãe da lactente relata que ela também está tossindo há 6 semanas. Os registros de vacinação da lactente estão incompletos. A cultura da bactéria a partir das secreções nasais confirmou infecção por Bordetella pertussis. Questões: Como é nomeada a infecção por Bordetella pertussis? Coqueluche. Defina as características morfológicas deste agente etiológico Cocobacilo Qual é o principal fator de virulência apresentado pela bactéria e mecanismo de ação? Fator de virulência é a toxina É possível prevenir a enfermidade através de vacinação? Bordetella pertussis Bacilo (cocobacilo) Gram-negativo Aeróbio Não esporulado Imóvel e pequeno Catalase + Coqueluche e bordetella pertussis Doença infecciosa aguda; Alta transmissibilidade; Distribuição universal; Importante causa de morbimortalidade infantil; Compromete especificamente o trato respiratório inferior (traquéia e brônquios); Caracterizada por paroxismos de tosse seca; Em lactentes, pode resultar em complicações (parada respiratória, convulções, hemorragia de mucosa) e até em morte. Reservatório O homem é o único reservatório natural. Porta de Saída Vias aéreas superiores Modo de transmissão Pelo contato direto entre a pessoa doente e a pessoa suscetível, por meio de gotículas de secreção da orofaringe eliminadas durante a fala, a tosse e o espirro; Contato indireto com fômites – raro Porta de entrada Vias aéreas superiores Período de incubação Em média, de 5 a 10 dias, podendo variar de 4 a 21 dias, e raramente, até 42 dias. Coqueluche – tosse comprida CID 10: A37 - Notificação compulsória A toxina é responsável pelo agravo da difteria, coqueluche e tétano. Manifestações clínicas - Fases Catarral: Febre pouco intensa, mal estar, coriza, tosse seca. Inicia-se surtos de tosse paroxística (período de transmissibilidade); Fase paroxística: paróxismos de tosse seca, inspiração forçada, súbita, acompanhada de ruído (guincho), seguido de vômito (duração de 2-3 semanas). Presença de cianose; Fase de convalescença: tosse é comum (até 3 meses). Podem ocorrer outras infecções. Em indivíduos não adequadamente vacinados ou vacinados há mais de 5 anos, a coqueluche, com frequência, não se apresenta sob a forma clássica, podendo manifestar-se sob formas atípicas, com tosse persistente, porém, sem paroxismos, guincho característico ou vômito pós-tosse. Caso clínico Paciente do sexo masculino, 62 anos, casado, ambulante aposentado, natural de São Bento do Una e procedente de Jaboatão dos Guararapes-PE. Apresentou queixa de dificuldade para respirar, dor no peito há 5 dias e tosse com muito catarro há 2 dias, com piora progressiva. Refere início acompanhado de tosse seca e dor no peito que não era relacionada a esforço, mas que após o terceiro dia a tosse tornou-se produtiva e de coloração amarelo-esverdeada. Geral: fadiga, astenia, indisposição, nega febre. Tórax: taquidispnéia e dor. Exame Físico GERAL: orientado, hidratado, dispneico, cianótico (++/4+), anictérico, afebril. Ausculta pulmonar alterada, PA: 140x100 mmHg, FR: 30ipm RESULTADOS: Hemograma revelou leucocitose, 30.000 mm3 (Ref: 3.500- 10.500 mm3) PCR: 2 mg/dL (Ref: 0,01 – 0,50mg/dL) VHS: 15 mm/h (Ref: até 20mm/h) Radiografia de tórax alterada Hipótese diagnóstica: Pneumonia comunitária. Streptococcus pneumoniae Gram-positivo Residente normal do nariz e garganta Fatores de virulência Cápsula de polissacarídeo Adesinas Pneumolisinas Protease de IgA Diagnóstico Radiografia de tórax Amostras de escarro, aspiração transtraqueal, broncoscopia, lavado broncoalveolar, biópsia de pulmão Coloração de Gram Cultura com presença de alfa hemólise, catalase negativo Antibiograma Haemophilus influenzae Bacilos gram negativos curtos (cocobacilo), encontradosem pares ou cadeias curtas Gram-negativos Imóveis São anaeróbios facultativos, oxidase e catalase positivos Microbiota – colonização de nasofaringe Meningite em crianças Maioria das infecções em crianças entre 6 meses e 6 anos (maior incidência entre 6 meses e 1 ano) devido a diminuição dos anticorpos maternos na criança) Vacina contém polissacarídeo capsular conjugado. É administrada entre 2 e 15 meses. Fatores de virulência Adesinas - Pili ou fimbria- aderência às células epiteliais respiratórias e ao muco respiratório, auxiliando na colonização do trato respiratório superior do hospedeiro Sideróforos - Obtenção de ferro a partir da transferrina, da hemoglobina e da hemopexina, através de proteínas específicas localizadas na membrana externa; Escape do sistema imunológico - Encapsulado – polissacarídeos capsulares de 6 tipos (a-f) – característica que define o tipo de H. Influenzae – tipo b mais virulento, sendo associado a maioria das infecções. - Produz proteases que degradam IgA presente nas mucosas, permitindo sua fixação no epitélio respiratório; Pneumonia típica X atípicas Tipicamente caracterizada por infiltrado pulmonar na radiografia torácica, com febre, calafrios, tosse, produção de escarro, dispneia, mialgia, artralgia, dor pleurítica Agentes – Streptococcus pneumoniae; Staphylococcus aureus; Moraxella catarrhalis; Haemophilus influenzae Atípica é causada por organismos atípicos que não são detectáveis em coloração Gram. Os mais comuns são: Mycoplasma pneumoniae; Chlamydophila pneumoniae e Legionella pneumophila. Incluem cefaleia, febre baixa, tosse e mal-estar.
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