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INTRODUÇÃO É um tumor com origem de células gliais, que são as células que protegem, nutrem e dão suporte aos neurônios. ● Podem acometer: encéfalo, medula espinhal ou junto a nervos periféricos. ● Aproximadamente 30% de todos os tumores do SNC; ● 80% dos tumores malignos iniciados no cérebro; ● Células da glia incluem microglia e macroglia (oligodendrócitos, astrócitos, células de Schwann, células ependimárias). Oligodendrogliomas Histologicamente: núcleo redondo e homogêneo com halo claro perinuclear. Em geral: tumores macios, cinzentos ou rosados, que frequentemente comprimem parte do cérebro. OBS: os oligodendrogliomas crescem na camada cortical → vão para substância branca. Já os astrocitomas fazem o inverso. Os estudos imunoistoquímicos são necessários para diferenciar oligodendroglioma de um astrocitoma. Isso porque algumas neoplasias “marcam” carboidratos, alterações genéticas expostas no núcleo e etc. Para diagnóstico: exame de imagem (só indica que há um tumor glial) → histopatológico → biologia molecular. É comum nas amostras serem encontrados depósitos minerais (calcificações), áreas de hemorragia e/ou cistos. Os oligodendrogliomas clássicos costumam ter deleção do braço p do cromossomo 1 em 83% dos casos; deleção do braço q do cromossomo 19 em 72% dos casos; as duas deleções juntas em 69% dos casos. ● Deleção: troca de braço curto e braço longo de cromossomos ⇒ resulta em 2 cromossomos normais e 2 misturados. Dos 4, um se perde, que é formado pela metade “p” cromossomo 1 e pela metade “q”do cromossomo 19 = 1p19q.⇒ é um bom prognóstico, é melhor de tratar!!!! Sintomatologia: ● Primeiro sintoma de 50 a 80% das vezes: atividade convulsiva; ● Com o crescimento do oligodendroglioma (aumento da pressão intracraniana): dores de cabeça e náuseas; ● A depender da localização: déficit neurológico focal como perda visual, fraqueza motora ou declínio cognitivo. ● Ocasionalmente, pode causar isquemia e hemorragia intracranial. Epidemiologia: ● Duas vezes mais comuns em homens; ● Mais comuns em jovens e adultos de meia idade, mas tem média de diagnóstico aos 40-50 anos; ● Entre 5 e 19% dos tumores intracranianos no mundo; ● Sobrevivência é em média de 4 a 10 anos quando é um tumor de baixo grau e 3 a 4 anos quando é de alto grau. Tratamento: ● Se indolores, pode ser acompanhado sem precisar de neurocirurgia, quimioterapia e radioterapia; ● Tratamento é sintomático: anticonvulsivantes para convulsões e esteróides para o inchaço cerebral; ● Regime mais utilizado para oligodendrogliomas de alto grau: quimioterapia com procarbazina, CCNU e vincristina (PCV). Porém, tal esquema tem sido substituido pela Temozolomida devido aos efeitos adversos. É observado: processo de vascularização, halo branco. Astrocitoma Tumores do SNC originado de um astrócito, célula em forma de estrela que sustenta e nutre os neurônios. ● Crescem preferencialmente na substância branca para depois invadir a região cortical. ● Tipo de glioma mais comum!!! ● Podem ser benignos ou malignos; ● Menor grau ⇒ mais tempo de sobrevida! >10 anos (Grau I); < 1 ano (Grau IV); ● Afetam 5 em cada 100.000 pessoas. Graduação da OMS: ● GRAU I: Baixo grau, não malignos, bom prognóstico após excisão cirúrgica. Reservado para variantes histológicas especiais do astrocitoma que acontecem principalmente na infância. INCLUEM: astrocitoma pilocítico juvenil, astrocitoma subependimário de células gigantes e xantoastrocitoma pleomorfo. ● GRAU II: relativamente de baixo grau, mas às vezes recorrem como de alto grau. Podem ser malignos ou benignos. ● GRAU III: são malignos! frequentemente recorrem como de alto grau! outro nome: astrocitoma anaplásico. ● Grau IV: alta taxa de mitose. Muito agressivos e malignos. Outro nome: glioblastoma. Graduação de Kernohan (progressão para astrocitoma maligno): ● GRAU I: astrocitoma benigno; ● GRAU II: astrocitoma de baixo grau; ● GRAU III: astrocitoma anaplásico; ● GRAU IV: glioblastoma. Glioblastoma multiforme (GBM) Também pode ser chamado de glioblastoma e astrocitoma grau IV. ● Tipo mais comum e agressivo de tumor maligno cerebral; ● Representam 15% dos tumores cerebrais, podendo ter origem a partir de células da glia normais ou de um astrocitoma de baixo grau já existente. ● Mais comum em pacientes de idade avançada; Epidemiologia: ● 3.000 a 100.000 pessoas desenvolvem a doença anualmente; ● Manifesta sobretudo em maiores de 60 anos; ● Principalmente em homens; ● Mais frequente entre os 35 a 70 anos, mas não é incomum em outras idades; Sintomatologia: ● Sinais e sintomas inespecíficos; ● Mas podem incluir: cefaléia, alterações de personalidade, náuseas e sintomas parecidos ao de um AVC; ● Agravamento rápido, pode evoluir para inconsciência; Diagnóstico: ● TC ● Ressonância magnética ● Biópsia da lesão Tratamento: ● não existe forma de prevenção! ● Ressecção cirúrgica do tumor ou parte dele + quimioterapia + radioterapia. ● Agente mais utilizado na terapia adjuvante: temozolomida; ● Para ajudar no edema e alívio de sintomas: doses elevadas de esteróides; ● Estudos recentes: resultado promissor com imunoterapia. Prognóstico: tempo de sobrevida após diagnóstico: 12 a 15 meses (3 a 5% dos pacientes sobrevivem mais de cinco anos). Sem tratamento: sobrevida de 3 meses; Lesões com realce em anel. Patogênese: ● Glioblastoma é um tipo de astrocitoma e seu grau de malignidade é o mais avançado (grau Iv), é extremamente agressivo; ● Tem rápido crescimento ⇒ mesmo após operação, ele volta ao tamanho inicial em 30 dias; ● Há infiltrações de células tumorais isoladas no tecido cerebral aparentemente normal a 7 cm de profundidade além da periferia da lesão. São sugestivos de glioblastoma: ● Camada 1: diagnóstico integrado (incorporando todas as informações baseadas em tecido); ● Camada 2: classificação histológica; ● Camada 3: alterações naturais (refletindo a história natural); ● Camada 4: formação molecular. GRADUAÇÃO TUMORAL Consenso de 2007 (apenas histológico), depois 2016 (com marcadores) e depois 2020 (importância do perfil genético). Em síntese: alterações genéticas mudam o prognóstico dos tumores e alterações moleculares sobrepõem a graduação histológica, mesmo estando no mesmo grau histológico. Hipótese: paciente com tumor, foi feita ressecção cirúrgica: há um glioma difuso - com mutação no IDH. Classificação desse glioma: ★ Teve codelação do IDH? oligodendroglioma; ★ Teve mutação do IDH, mas sem codelação? astrocitoma; ★ IDH é selvagem/natural/sem mutação: glioblastoma. Codelação 1p19q = mantém bom prognóstico; Mutação 1DH1/2 = diminui prognóstico Sem mutação no IDH1/2 = diminui prognóstico. GLIOMA INFILTRATIVO ➔ ATRX: negativo nas células neoplásicas (com perda do ATRX); ➔ IDH1 R13H: positivo; ➔ p53: negativo; ➔ Ki67: 2%. Isso significa que é um astrocitoma. OBS: ATRX positivo (oligodendroglioma). É um astrocitoma: substância branca. Área bem expansiva. Corte e coração: células com núcleos alterados (observar lado esquerdo inferior). Há células com núcleo com halo esbranquiçado, e células que não. Ou seja, você pode ter um glioma difuso. Oligodendroglioma com vasos ramificados. Oligodendroglioma com halo esbranquiçado. Inmunohistoquímica: positiva para IDH-1 R132H ATRX em oligodendroglioma - sem perda ATRX em astrocitoma - com perda (células normais também podem corar para ATRX, mas as células nessa imagem, com núcleo grande, alterados, não está corada. P53 - positivo no Astrocitoma KI 67 alto índice de proliferação celular Casos clínicos ➔ IDH1: positivo; ➔ Ki67: índice de proliferação celular de 5% (hot spots); ➔ Conclusão: astrocitoma difuso (OMS grau II); Cursor vermelho: processo neoplásico. Casos clínicos ➔ IDH1 R132H: positivo; ➔ ATRX: negativo nas células neoplásicas (com perda do ATRX); ➔ p53 (clone DO7): positivo em cerca de 60% das células neoplásicas ➔ Ki67. ➔ Conclusão: astrocitoma com mutação do IDH1 R132H (Grau II); asos clínicos ➔ IDH1 R132H: positivo nas células neoplásicas; ➔ ATRX: positivo (sem perdado ATRX) em várias celulas neoplásicas; ➔ p53 (clone DO7): positivo em várias células neoplásicas; ➔ Ki67: índice de proliferação celular de 5%; ➔ Conclusão: Oligodendroglioma (OMS grau II).; NOVA FORMA DE CLASSIFICAR OS GLIOMAS Objetivo: pacientes receber diagnóstico a partir do nível de metilação do DNA. Passam por um filtro ⇒ forma-se 6 grupos em que cada um tem uma perspectiva de vida ⇒ apenas um grupo mistura prognósticos melhores e piores (nesses pacientes são separados pela forma tradicional) ⇒ a histopatologia diferencia os tumores de baixo grau e os de grau IV (os glioblastomas). Essa divisão dos gliomas pela metilação consegue também separar outras características moleculares. Exemplo: ➔ 4 subtipos não tem mutação do gene IDH: isso significa que são IDH selvagem → são os pacientes com mais idade e menor perspectiva de vida após o diagnóstico. ➔ 3 subtipos com gene IDH1 mutado: tumores em pessoas mais jovens e com maior sobrevida. Individualmente: - Primeiro subtipo tem melhor cenário (IDH mutante e tem codelação de cromossomo 1p19q - CODEL) → oligodendroglioma; - Segundo subtipo chamado de G-COMP-high e terceiro subtipo chamado de G-CIMP-low → são astrocitomas (gliomas com metilação alta ou baixa ilhas de CPG); falam que o high pode progredir para o low. - O quarto subtipo parece biologicamente com os astrocitomas pilocíticos, que são os cânceres de grau I mais comuns em crianças. São chamados de PA-like ⇒ pacientes sobrevivem por mais tempo do que o esperado para os que têm tumor IDH selvagem. - 5 subtipo é o LGm6-CBM, é formado de glioblastomas com prognóstico melhor que o previsto para histopatologia; - Os dois últimos subtipos são os mais graves ⇒ Classic-like e mesenchymal-like (são os mais resistentes ao tratamento) → juntos são 45% dos gliomas. Essas pessoas possuem um tempo de vida baixo.
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