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Relatório de Estágio Ens. Fundamental, Flávia Drumond RU 2150630

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Centro Universitário Internacional Uninter
Flávia Carolina Moreira Drumond, RU 2150630
Produção Conceitual Estágio Supervisionado Híbrido de Ensino 2022
Ensino Fundamental
São João del-Rei, MG
2022
Sumário 
1. Introdução ..........................................................................................................	3
2. Desenvolvimento ...............................................................................................	4
	2.1 Estado da Arte ........................................................................................	4
	2.2 Campo externo remoto – Análise Imagética ...........................................	7
		2.2.1 Contexto ......................................................................................	7
		2.2.2 Roteiro .........................................................................................	8
		2.2.3 Ambiente/Espaço ........................................................................	8
		2.2.4 Personagens ................................................................................. 10
		2.2.5 Reflexões Interdisciplinares .......................................................... 10
		2.2.6 Relações com a formação acadêmica pedagógica ....................	11
		2.2.7 Ficha Técnica .............................................................................	12
	2.3 Material didático : Criação e reflexão (Plano de Ação) ...........................	13
	2.4 Prática do campo e as teorias: Práxis ...................................................	17
3. Considerações Finais ......................................................................................	21
4. Referências .....................................................................................................	22
		 
1. Introdução
	O estágio é a forma de consolidação entre a teoria e a prática. Ter a vivência em campo nos faz concretizar todo o aprendizado durante a formação acadêmica. Através do estágio, pude ter contato com o trabalho dentro da área de educação, proporcionando a construção de minha formação no curso de Licenciatura em Pedagogia. Lidar com situações adversas dentro da escola tornou possível aplicar o conhecimento adquirido de forma observativa, colaborativa e interdisciplinar.
	Realizei o estágio em uma escola da rede municipal no município de Santa Cruz de Minas, Minas Gerais, que atende alunos da educação infantil até 9º ano do Ensino Fundamental. Pude acompanhar o trabalho com os educadores do 1º ao 5º ano, no período da manhã. 
A escola fica em uma comunidade carente e com muitos problemas sociais. A estrutura é adequada para receber os alunos, ofertando 3 salas para cada ano de ensino, sendo no total 15 salas. As turmas de 1º ao 5º ano são atendidas no período da manhã, e as turmas de Educação Infantil e 6º ao 9º ano, atendidas no período da tarde. Também fazem parte da estrutura de ensino sala de informática, biblioteca, sala de artes e música, refeitório, quadra de esporte fechada, parque com brinquedos, pista de skate e pátio ao ar livre e fechado. Todos os locais são adequados também para alunos de inclusão pois contém rampas e banheiros e acessos adaptados. Todos os locais são utilizados pelos alunos sempre acompanhados pelos professores e educadores. Como os alunos são de famílias carentes, a alimentação é reforçada, pois muitos deles não se alimentam adequadamente em casa. 
	A escola proporcionou a mim todas as condições para realizar o trabalho pedagógico e educacional, sempre com acompanhamento e orientação da Direção, Supervisão Pedagógica, Secretárias e Professores. Dessa forma, o meu estágio estruturou-se com base nos objetivos de aprender, pesquisar e ensinar, utilizando concepções pedagógicas adquiridas na formação, reconhecendo e valorizando a diversidade cultural, social e étnico-racial, dentro e fora do ambiente escolar. 
	Pude observar, participar e atuar junto com a professora regente, na turma de 3º ano do ensino fundamental. Turma essa com muitos desafios pois estavam a dois anos aprendendo através de aulas online ou atividades impressas por causa da pandemia e distanciamento social. Apesar dos esforços dos professores e direção em transmitir todo o conhecimento pertencente ao ano letivo, muitos alunos não conseguiram acompanhar o andamento das atividades. Os principais motivos foram a falta de acompanhamento familiar ou não terem acesso aos itens tecnológicos utilizados nas aulas, ficando com deficiência na alfabetização. Estando em meio a essa realidade, atuei também junto a esses alunos, auxiliando nas atividades diferenciadas voltadas para a alfabetização, propostas pela professora e supervisão pedagógica. 
2. Desenvolvimento
	Durante a realização do estágio na sala de aula do 3º ano do Ensino fundamental, pude acompanhar alguns desafios durante a atuação do educador e aprendizado dos educandos. Os desafios envolvem o desenvolvimento dos alunos que não chegaram na alfabetização, a falta da participação da família na educação dos filhos e o difícil retorno à rotina escolar presencial pós pandemia. 
	Os alunos que hoje estão no 3º ano, iniciaram as aulas online estando no 1º ano, ou seja, no período mais importante para o desenvolvimento social, comportamental e o início da alfabetização. Com o retorno das aulas presenciais, muitos alunos se encontram perdidos no aprendizado, desmotivados e com problemas de socialização envolvendo a escola, professores e demais colegas de classe. 
	Presenciando a realidade da turma do 3º ano, pude analisar, pensar e elaborar formas de mudar a realidade desses alunos, buscando recuperar a aprendizagem que foi perdida durante a pandemia. 
2.1 Estado da Arte
	A partir da metodologia de pesquisa cientifica em busca de temas que se relacionam o Plano de Ação, analisei os trabalhos abaixo relacionados:
	Número total de Trabalhos Encontrados
	152
	Número de trabalhos analisados
	3
	Temas
	Ano de Pesquisa
	Análise
	A importância da contação de histórias e da leitura em voz alta para crianças em fase de alfabetização. 
Autor(a): Gabriela Duarte Cunha
Disponível em: http://www.filologia.org.br/xvii_cnlf/cnlf/06/14.pdf
	2013
	Conforme análise do trabalho e segundo o plano de ação é extremamente importante a tarefa do professor de inserir a contação de história e a leitura na vida dos alunos durante a alfabetização. A utilização de momentos de ludicidade traz encantamento e o interesse dos alunos na busca em aprender a ler e a escrever. 
	A contação de histórias nos processos de ensino e de aprendizagem em um terceiro ano do ensino fundamental. 
Autora: Katielle de Oliveira Felix de Sena. 
Disponível em: https://repositorio.unilasalle.edu.br/handle/11690/1387
	2019
	Conforme análise do trabalho e segundo o plano de ação, observa-se grande número de alunos que chegam ao 3º ano do ensino fundamental sem estarem alfabetizados. Com isso é fundamental repensar nas práticas pedagógicas para a transformação dessas crianças e utilizar a contação de histórias como ferramenta na formação dos educandos. 
	A contação de história como recurso para a alfabetização. 
Autores(as): Silvana Ribeiro Gonçalves; Dâniele Duarte Pinheiro; Edilma Machado de Lima.
Disponível em: http://pev-proex.uergs.edu.br/index.php/xsiepex/article/view/3630
	2021
	Conforme análise do trabalho e segundo o plano de ação, a contação de história se torna importante ferramenta para o desenvolvimento das crianças, ajudando a construir laços de confiança, afetividade e ludicidade entre o professor contador de histórias e o aluno. 
	A partir da análise dos trabalhos pesquisados observei vários pontos de interação com o Plano de Ação elaborado para os alunos do 3º ano do ensino fundamental, que se encontram com deficiência na alfabetização. 
	No trabalho “A importância da contação de histórias e da leitura em voz alta para crianças em fase de alfabetização”, a autora expõe a importância da contação de histórias na rotina das séries iniciais. Também aborda que muitos professoresainda não têm consciência dessa ferramenta como auxílio alfabetizador. Por esse motivo, é fundamental fazermos mudanças nas práticas pedagógicas, inserindo os livros de história bem cedo na vida dos alunos. E se os pais começarem este trabalho desde os primeiros tempos de vida da criança, ao chegar na escola, ela verá o livro como algo familiar, interessante e prazeroso. Segundo a autora “É comum vermos crianças com um livro na mão contando a história como se estivesse lendo, usando a imaginação e a memória.” (Cunha, 2013), e assim dando os primeiros passos rumo à alfabetização. No Plano de ação faço uso da contação de história como instrumento de aprendizado, trazendo o lúdico como ferramenta de alfabetização. Através da história “O monstro que adorava ler”, coloco em destaque o livro como instrumento mágico e enriquecedor. 
	Analisando o trabalho “A contação de histórias nos processos de ensino e de aprendizagem em um terceiro ano do ensino fundamental” a Autora Katielle de Oliveira Felix de Sena, coloca em destaque alunos que chegam ao 3º ano do ensino fundamental sem serem alfabetizados. Isso foi uma realidade observada por mim durante o estágio do ensino fundamental. Os alunos não concluem o processo de alfabetização nos primeiros anos de estudo, e acabam sendo reprovados no 3º ano. Por esse motivo é necessário mudanças nos processos de ensino e aprendizagem, onde os alunos tenham um papel ativo no processo de aprender a ler e escrever. Segundo a autora “As histórias possibilitam imaginar, viajar e experienciar. Quando a elas se está ouvindo tudo se transforma por meio das associações e conjunturas que são realizadas.” (Sena, 2019). No Plano de Ação desenvolvido para os alunos do 3º ano, utilizo a contação de história como instrumento de alfabetização e letramento. Após a apresentação da história “O monstro que adorava ler” a proposta foi uma roda de conversa com os alunos para recontarem a história e atividade de escrita com perguntas sobre o livro. 
	O trabalho “A contação de história como recurso para alfabetização”, as autoras Silvana Ribeiro Gonçalves, Dâniele Duarte Pinheiro, Edilma Machado de Lima, enfatizam o uso de instrumentos diversos para dar vida ao ato de contar histórias. Isso traz mais vida e emoção ao momento, fazendo com que os alunos entrem na história. Nesse sentido existem muitas possibilidades que o educador pode utilizar para tornar este momento uma realidade para a criança. No plano de Ação, usei a tecnologia como aliada na contação da história “O monstro que adorava ler”. A história foi contada através de um teatro com os personagens e um narrador. O teatro foi gravado em vídeo e animado com efeitos especiais aplicados através de programas de edição. No vídeo foram colocadas animações e sons interagindo com os personagens fictícios de monstros e dragões, interpretados por mim, utilizado fantasias e tornando mais realista a história. O narrador fez a leitura do livro e os personagens foram encenando conforme o decorrer da contação, sendo o vídeo, depois de editado, reproduzido para os alunos na televisão em sala de aula. Seguindo o roteiro lúdico, após as atividades de roda de conversa e escrita, os alunos fizeram um trabalho artístico de dobradura em papel, que se tornou um marcador de livro em forma de monstro. Conforme a autora relata no trabalho “...a contação de histórias traz corpo para a entrada de vários conteúdos, como: alfabetização, ciências, matemática, artes e outros.” (Gonçalves, Pinheiro, Lima, 2021)
2.2 Campo externo remoto - Análise Imagética
2.2.1 Contexto
	A partir da experiência vivida durante a realização do estágio em uma escola da rede municipal de educação, localizada em uma comunidade carente e com problemas sociais, busquei por um documentário falando sobre os desafios da alfabetização. 
	O documentário escolhido foi “Você vai me ensinar a ler e a escrever?”, criado em 2019, pelo aluno Álisson Galvão do curso de Rádio, Televisão e Internet, da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Falando sobre temas sociais, o vídeo foca na educação pública, gratuita e de qualidade. O documentário retrata a evolução da alfabetização na zona rural do município de Panelas, Pernambuco, contando sobre a educação entre 1970 e 1980, e panorama mais recente, ano de 2019. 	
2.2.2 Roteiro
	
	O documentário inicia mostrando um pouco dos cidadãos e espaços situados na zona rural do interior de Pernambuco. Seguindo por estradas de terra, paisagem rural com plantações, criação de animais, pessoas com barraquinhas para venda de produtos, moradores simples, mostrando a realidade da vida do interior. 
	A narrativa é feita através de entrevista feita pelo próprio criador do documentário, com professoras que atuaram nas escolas do município entre os anos de 1970 e 1980 e professoras que trabalham atualmente, especificamente no ano de 2019.
2.2.3 Ambiente/Espaço
	A história acontece no ambiente escolar, exatamente na mesma comunidade, e narrado pelas professoras que ali atuaram e atuam. Os espaços são relatados com detalhes físicos e emocionais, demonstrando a realidade observada e vivida pelas educadoras. 
As educadoras que atuaram entre 1970 e 1980, relatam como eram os espaços físicos para estudar da época. Não existiam escolas e sim espaços, que eram cedidos por agricultores para que as crianças da comunidade pudessem estudar. E essa realidade foi até o momento em que começaram a atuar como professoras. Com o grau de escolaridade até o 4º ano do ensino fundamental, elas começaram a educar outras crianças. 
	As crianças nessa época trabalhavam com os pais nas lavouras, sítios, e fazendas, e eram encaminhadas aos locais de aprendizado para aprender o básico que ajudasse a ler e escrever. Geralmente, estudavam e trabalhavam durante o verão e no inverno só trabalhavam. Os alunos se sentavam no chão ou em “tamburetes”. Não havia carteiras e cadeiras adequadas. O espaço era cheio de estudantes, geralmente quarenta alunos, de diversas idades. Uma das professoras relata que tinha que dividir o quadro em quatro partes pois os alunos estavam em níveis diferentes de idade e aprendizado. 
	O foco da educação era somente o aprendizado, não havia merenda, nem atividades de recreação. Com o tempo o espaço foi aumentando, mas ainda sem muita estrutura. Os pais começaram a mudar seus pensamentos e acreditar que a educação dos filhos era importante. O trabalho das professoras então foi ficando mais difícil e cansativo. Uma delas dava aula de manhã, a tarde trabalhava na agricultura, e a noite se dedicava a preparar material para aula do outro dia.
	O material escolar era precário, pois os alunos só tinham caderno se os pais comprassem. Material didático se chamava “cartilha”, e tinham poucos conteúdos. Depois de alguns anos a prefeitura foi tendo um novo olhar para os alunos da zona rural, as professoras participavam de reuniões com as demais professoras das escolas da cidade e foram chegando mais materiais didáticos. 
Os alunos tinham muito medo de não aprenderem a ler e escrever, pois se os pais descobrissem que os filhos não estavam aprendendo, tiravam eles da escola e colocavam eles na “roça” para trabalhar. Nesse contesto, a escola para eles era um refúgio, lugar de descanso do trabalho pesado nas lavouras. 
As educadoras que atuam na nova realidade, 2019, falam com empolgação da escola atual e alfabetização dos alunos. Hoje, a zona rural já tem um prédio com várias salas, considerada hoje como uma escola. A partir da nova estrutura, a escola atende alunos da educação infantil ao 9º ano do ensino fundamental. Com isso as crianças começam a ser preparadas para alfabetização bem pequenos. 
As professoras também relatam que hoje as crianças só estudam e não trabalhando mais na “roça” para ajudar os pais. Que a alfabetização melhorou muito, mas ainda tem muito a evoluir. Disseram que falta ainda a participação da família, auxiliando nas tarefas escolares em casa e incentivando os filhos a estudar. Acredito que , as famílias por crescerem em meio a dificuldades da zona rural,não são muito esclarecidas sobre as responsabilidades que uma criança tem que ter na escola.
Hoje a escola tem muitos recursos, disponibilizados pela prefeitura do município, para atender toda a comunidade. Os alunos recebem material didático, material escolar, uniforme e transporte escolar. As professoras relatam que utilizam jogos, livros de literatura, materiais concretos, e existem muitos projetos e dinâmicas voltadas para a alfabetização com incentivo da secretaria de educação do município. O que as educadoras consideram mais importante na alfabetização é quando o aluno consegue ler, compreender e interpretar o que foi lido. Consideram muito gratificante ver a evolução dos alunos e a alegria deles quando conseguem ter autonomia na leitura. 
2.2.4 Personagens
	Os personagens do documentário são professoras que viveram em diferentes épocas na área de educação de uma comunidade humilde da zona rural. As professoras que trabalharam nos anos de 1970 à 1980, apesar de todas as dificuldades enfrentadas, falam com muito carinho e saudade da época. Demonstram afeto pelo local trabalhado e pelos alunos que alfabetizaram, conseguindo vencer muitos desafios em busca da educação. As professoras que trabalham atualmente, também continuam rompendo barreiras, apesar de terem uma melhor estrutura para trabalhar. Demonstram comprometimento, emoção e felicidade por estarem educando os alunos de uma comunidade que já passou por tantas dificuldades na área da educação. O amor e comprometimento pelos alunos da comunidade são elementos de destaque na forma de ensinar dessas professoras.
2.2.5 Reflexões interdisciplinares
	Após assistir o documentário “Você vai me ensinar a ler e escrever?”, pude refletir sobre os desafios que um professor enfrenta na busca do ensinar. Apesar das mudanças e tecnologias que podem auxiliar e facilitar o trabalho, sempre haverá barreiras a serem ultrapassadas, dentro e fora da sala de aula. O apoio dos líderes governamentais, da comunidade e da família são imprescindíveis para uma educação de qualidade e transformadora. 
	Ao longo do documentário pude estabelecer relações com o livro do autor Mario Sergio Cortella, “Educação, Escola e Docência, novos tempos, novas atitudes”. Nele o autor fala sobre as novas práticas dentro da educação. Como no documentário, ele fala da importância dentro da sociedade atual de sermos escolarizados, representando um poder imenso para o ser humano. E o conhecimento é considerado por ele algo que reinventa, recria e renova. Cortella também fala da valorização do lugar onde está educando. As professoras e o autor do documentário demonstram valorizar a comunidade e as pessoas que ali habitam. Conforme Cortella, “... é preciso ter humildade para que possamos aprender a fazer melhor aquilo que fazemos. Você não precisa deixar o lugar em que está para fazer melhor. É fazer melhor onde você está.”(Cortella, 2014)
2.2.6 Relações com a formação acadêmica pedagógica.
	 Analisando o documentário, pude fazer uma relação com o meu curso de Licenciatura em Pedagogia. Pensando nos desafios e possibilidades que o professor tem durante a vida educacional, sem dúvidas, estar sempre atualizada com as novas possibilidades de ensino é a mais importante ligação. Durante o documentário se fala muito nas mudanças, tanto pedagógicas como estruturais que refletem na vida dos alunos, e consequentemente na rotina da comunidade. Essas mudanças não dependem somente de quem ensina, mas também dos governantes que são responsáveis pelo município. Ter uma boa estrutura escolar é o auxílio que todo educador precisa para fazer um bom trabalho educacional, com qualidade, podendo colher frutos no futuro. 
	Com relação ao meu estágio, que foi realizado em uma escola municipal localizada em uma comunidade carente, a história é muito parecida com a história do documentário. Antes de existir a escola estagiada, os alunos tinham somente uma escola estadual que acolhia todos as crianças da comunidade. A estrutura era muito deficiente, e muitos alunos desistiam de estudar no meio do caminho. Com a criação da escola municipal, tendo uma estrutura melhor para atender a comunidade, pude perceber as mudanças no município como um todo. Conheço a comunidade a alguns anos e pude acompanhar estas mudanças. Ainda serão necessários muitos outros projetos, voltados não somente para os alunos, mas também para as famílias. E com certeza o educador faz parte dessas mudanças e deve estar sempre preparado para os novos tempos. 
	O documentário contribuiu para minha formação docente mostrando que problemas de alfabetização existem em muitos outros lugares do nosso país. O tema também me fez refletir sobre novas formas de se trabalhar a alfabetização e o letramento. Estabelecer uma conecção entre alfabetização e vivência em sociedade é algo que pode transformar a visão dos alunos com relação a possibilidades de crescimento da zona rural. 
2.2.7 Ficha técnica 
	Nome/Título do documentário: Você vai me ensinar a ler e a escrever? 
	Ano do documentário: 2019
	País de origem: Brasil
	Palavras-chave: Educação, Alfabetização, Ensinar, Ler, Escrever, Escola, Professor, Pedagogia. 
	Idade recomendada do documentário: Todas as idades. 
	Gênero documentário: Educação 
	Cor documentário: Colorido
	Direção documentário: Álisson Galvão
	Idioma documentário: português
	Elenco principal: Professores que atuam na zona rural.
	Duração do documentário: 30 min.
	Sinopse do documentário: 
“Você vai me ensinar a ler e escrever?” é um documentário criado em 2019 explorando a evolução da alfabetização na zona rural de Panelas/PE. Intitulado como um dos documentários mais marcantes da educação pela Universidade Federal de Pernambuco, este documentário foi apresentado na disciplina de Estudos da Realidade Brasileira no curso de Rádio, Televisão e Internet da UFPE. O documentário conta a história da educação em 1970 e 1980 e logo após passa um panorama da alfabetização em 2019, mostrando como a evolução contribuiu para uma alfabetização mais igualitária e humanista. O documentário foca em aspectos de uma educação pública, gratuita e de qualidade.
	Conteúdos explícitos: Dificuldades na alfabetização dos alunos. 
	Conteúdos implícitos: Mudança na educação do município da zona rural.
	Interdisciplinaridade com outras áreas: Gestão educacional. 
2.3 Material didático: criação e reflexão 
	Acredito que a contação de histórias seja uma ferramenta importante para a alfabetização, contribuindo para o desenvolvimento intelectual das crianças. Ao ouvir histórias as crianças sentem e expressam emoções, tornando o momento prazeroso e divertido. A contação de história se comunica com várias áreas da de educação, principalmente a arte. A partir desse diálogo é possível criar várias atividades para desenvolver a leitura, a coordenação motora, a escrita, e interpretação. Através da contação de histórias é possível criar várias atividades para incentivar os primeiros passos dos alunos rumo a alfabetização. 
Dentro dessa percepção minha proposta de material didático são vídeo teatral da história, o origami e atividade escrita. O teatro em vídeo é um dos caminhos lúdicos para o aprendizado onde as crianças desenvolvem sua capacidade de pensar, estimula a imaginação e criatividade. Para as crianças, trabalhar com origami é produtivo, ajuda na coordenação motora e concentração. Já a atividade de escrita utilizada após a contação de história, ajuda a relembrar o que foi contado e reviver as emoções narradas pelo professor. 
Plano de Ação – Ensino
1.IDENTIFICAÇÃO
Disciplina/Área do conhecimento: Literatura (Língua Portuguesa)
Campo em que o plano foi aplicado: 3º ano do Ensino Fundamental. 
2.CONTEÚDO DA AULA/ATIVIDADE
Segundo a BNCC, o aluno “deve se envolver em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como formas de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial transformadore humanizador da experiência com a literatura.” 
A BNCC também relata que “As atividades humanas realizam-se nas práticas sociais, mediadas por diferentes linguagens: verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e, contemporaneamente, digital. Por meio dessas práticas, as pessoas interagem consigo mesmas e com os outros, constituindo-se como sujeitos sociais. Nessas interações, estão imbricados conhecimentos, atitudes e valores culturais, morais e éticos.”
3.OBJETIVOS
Os objetivos do plano de ação são voltados para os alunos do 3º ano do ensino fundamental, a partir de dificuldades apresentadas por eles após o retorno das aulas presenciais. Alguns demonstraram dificuldades na aprendizagem, alfabetização, socialização e coordenação motora fina. 
Através da atividade proposta, pretendo motivar o aprendizado de leitura e escrita, incentivar a interação entre os alunos através do diálogo e melhorar a coordenação motora. 	
4.SÍNTESE 
As propostas de leitura, contação de história e ludicidade são poderosos instrumentos para despertar nos alunos o aprendizado, a curiosidade e o desenvolvimento em todos os campos do conhecimento. Segundo Abramovich (1993, p. 23), "o ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo. Afinal, tudo pode nascer dum texto!"
O aluno quando ouve e participa de uma contação de história se identifica com os personagens e lugares, tornando aquele momento como parte da sua própria vida. Através da ludicidade a criança coloca em destaque seus sentimentos como alegria, medo, ansiedade e bem-estar. Segundo Coelho (2004, p. 12), “história é importante alimento para imaginação. Permite a autoidentificação, favorecendo a aceitação de situações desagradáveis, ajuda a resolver conflitos, acenando com esperança. Agrada a todos, de modo geral, sem distinção de idade, de classe social, de circunstâncias de vida.”
5.DESENVOLVIMENTO DA AULA/ATIVIDADE 
Iniciaremos a aula com a atividade de contação de história colocando um vídeo usando o aparelho de TV disponível na sala, que foi produzido por mim com o apoio de alguns amigos. No vídeo contamos a história “Monstro que adorava ler”. A história fala de um monstro que vive na floresta assustando as pessoas, e um dia, uma menina deixa cair um livro aterrorizada. O monstro fica curioso para saber para que serve aquele objeto e vai pedir ajuda da vovó dragão, que o ensina a ler o livro. Assim o monstro fica apaixonado pela leitura. Essa história mostra a importância da alfabetização e leitura, fazendo com que o aluno possa interagir, refletir, imaginar e criar possibilidades de conhecimento. 
Após assistirem ao vídeo, na primeira atividade vamos abrir uma roda de diálogo para conversarmos sobre a história, do que os alunos gostaram, se eles entenderam a importância da leitura e dos livros para o aprendizado. 
Na segunda atividade, vou entregar para eles uma folha impressa com perguntas sobre a história para responderem através da escrita, um desenho do monstro para colorir e um espaço para desenharem o personagem que eles mais gostaram. Darei um tempo para a realização da atividade e em seguida vou fazer a correção da atividade com eles escrevendo no quadro as respostas. Assim os alunos relembram a história contada e podem verificar se as respostas e a escrita estão corretas. 
A terceira atividade será de dobradura, onde os alunos vão confeccionar um marcador de páginas com papel branco, vão colorir e desenhar nele o rosto do monstro da história. Utilizando um pequeno número de dobraduras de formas variadas é possível fazer desde imagens simples a desenhos complexos. Para as crianças, trabalhar com origami é produtivo, ajuda na coordenação motora e concentração. Entregarei para cada aluno uma folha de papel A4 branca para a realização da atividade. Ficarei na frente da sala, fazendo a dobradura aos poucos no papel para os alunos acompanharem e reproduzirem no papel que eles têm em mãos. No término da dobradura, os alunos vão colorir, decorar com papel colorido e desenhar as características do monstro descrito na história. Neste momento eles terão a liberdade de criar o monstro conforme a imaginação. 
Após a realização das atividades vou reunir os alunos com seus marcadores de página em forma de monstro em mãos e tirar uma foto. Essa foto será impressa em forma de bilhete contendo também a explicação da atividade e será colado na agenda de cada aluno para que os pais e responsáveis se informem sobre as atividades realizadas pela criança na escola. Essa é uma forma de interação entre escola e família, buscando o aprendizado, motivação e bem-estar do aluno. 
6.RECURSOS
Os recursos tecnológicos educacionais utilizados foram câmera de vídeo, computador e programa de edição de vídeo, TV para reprodução da história áudio visual, impressora colorida e máquina de xerox. 
Os materiais manipuláveis e utilizados com os alunos foram a folha com atividade impressa, folha branca A4 para dobradura, retalhos de papel colorido, cola, tesoura e lápis de cor.
 
Imagens do Vídeo: 
Atividade Escrita e Dobradura: 
2.4 Prática do Campo e as teorias: práxis
	O estágio supervisionado foi de extrema importância para firmar toda a teoria aprendida durante o curso de formação. Experiências em campo com certeza são o complemento do aprendizado e o momento de colocar em prática as melhores maneiras de ensinar.
	Meu estágio foi feito no período da manhã, no horário de 07:00 às 11:00 horas. Fui muito bem recebida durante todo o estágio pela equipe escolar. A Diretora me apresentou todos os ambientes da escola, que por sinal, são muito bem organizados, limpos e estruturados. Após conhecer as instalações, fui direcionada para uma turma do 3º ano do ensino fundamental. A professora e os alunos me receberam com carinho, mostraram a sala de aula, e as crianças foram se apresentando falando os nomes. A professora me contou um pouco da característica da turma como um todo, e aos poucos foi me falando sobre cada aluno. 
A turma é desafiadora pois a maioria dos alunos não está alfabetizado. Eles iniciaram as aulas online, devido a pandemia, quando estavam no 1º ano e muitos não conseguiram acompanhar esse método de ensino em casa. Alguns por falta de material tecnológico, como celular e computador, outros por falta de acompanhamento e incentivo dos responsáveis. Com isso, pude ajudar a professora acompanhando de perto esses alunos com déficit de aprendizagem. 
Participei de reuniões de planejamento de aula, formada pelas três professoras das turmas de 3º ano e a Supervisora Pedagógica. Em uma dessas reuniões foi exposto as dificuldades dos alunos na alfabetização e na socialização. O retorno as aulas presenciais deixaram os alunos com dificuldades de interação com professores e colegas de turma. Foram discutidas algumas formas para melhorar, principalmente, a aprendizagem dos alunos, e algumas propostas apresentadas pelas professoras. A Supervisora também propôs fazer reuniões com os pais de alguns alunos para apresentar as dificuldades e propor parcerias para melhorar essa situação. 
Pude observar que alguns pais ou responsáveis, não tem muito interesse ou não se esforçam para ajudar a criança no aprendizado. Como exemplo, presenciei o esforço da Supervisora em agendar uma reunião com os pais de uma aluna e eles nunca apareceram e nem justificaram a falta. Essa situação é um grande agravante para o desenvolvimento do aluno na escola e em casa. Muitos casos como esse acontecem e são encaminhados para o conselho tutelar da cidade. 
A comunidade ao entorno da escola tem muitos problemas sociais, principalmente envolvendo drogas. Muitos alunos que estudam na escola moram com os avós, tios ou irmãos mais velhos, pois os pais estão presos. Essa situação torna a vida escolar do aluno ainda mais difícil. Nessa situação o professor tem que atuar com muito cuidado, pensando sempre no bem-estar do aluno. Os alunos demonstraram carênciasde cuidados pessoais e afeto. Alguns alunos chegavam na escola com roupas sujas e sem ter se alimentado, no caso, tomado o café da manhã.
Às 8:00 horas a escola serve um lanche na sala para os alunos, que geralmente é biscoito ou leite com achocolatado. Esse lanche já é servido pensando naqueles que vão para a escola sem se alimentar, sendo essa, uma situação constante. Na questão de afeto, observei que os alunos são muito carentes de elogios e abraços. Eles gostam de ficar sempre bem próximos da professora, querendo atenção e carinho, e passaram a agir assim comigo também. Elogiavam minhas roupas, meu cabelo, sempre chamando a minha atenção para eles contando casos e histórias. Esse contexto foi bem difícil de lidar pois ainda estamos em pandemia e precisando manter distanciamento social e uso de máscara, conforme protocolo de saúde. Mas consegui contornar buscando sempre estar informando a eles sobre esses procedimentos. 
Muitos alunos chegavam na escola sem a máscara de proteção, sendo necessário a supervisora providenciar uma máscara. Aconteceu, de não ter máscara para atender a todos os alunos pois foram muitos que chegaram sem à mesma. A responsabilidade de disponibilizar a máscara para o aluno é dos pais ou responsáveis, por isso a escola só tem uma quantidade mínima de máscaras voltadas para atender em caso de urgência. O uso da máscara é obrigatório em todos os ambientes da escola, sendo somente retirada na hora das refeições. 
Acompanhando os alunos nas atividades, com a orientação da professora pude conhecer um pouco de cada um e observar algumas características que prejudicam na aprendizagem como agitação, dispersão e provocação. As vezes um aluno provocava o colega do lado através de palavras, ou pegando o material sem pedir permissão, ou ainda criticando alguma característica física do outro. Alguns alunos também não conseguiam ficar por muito tempo com a atenção na atividade proposta pela professora. Nesses casos ela tinha sempre que estar chamando o aluno para fazer a atividade, para prestar a atenção na aula, e buscando novas formas de lidar com as situações adversas.
Os maiores problemas na aprendizagem dos alunos do 3º ano são na alfabetização. Muitos não sabem ler, conhecem as letras, mas não conseguem formar sílabas de forma correta, também apresentam dificuldades na escrita fina. Alguns até conseguem ler as sílabas, mas não conseguem formar a palavra, sendo necessário a professora escrever no quadro as palavras, impossível realizar um ditado. Essa situação é muito difícil para todas as professoras, supervisoras e direção, por isso o corpo docente tem se reunido muitas vezes para discutir e encontrar soluções. E o acompanhamento familiar nesses casos é imprescindível, pois para resgatar rapidamente um atraso de dois anos de aprendizado, é necessária a união de todos. 
Pensando em todos as peculiaridades da turma, organizei meu plano de ação (aplicado) baseado na vivência e observação dos alunos e suas dificuldades. Planejei então uma aula que chamasse a atenção deles despertando curiosidade, alegria, atenção e envolvimento. Usei então a contação de histórias como objeto para interagir, alfabetizar, despertar e alimentar o aprendizado. Foi um momento muito dinâmico, onde todos puderam interagir com a história do livro “O monstro que adorava ler”. Fiz uma atividade impressa para que eles treinassem a leitura e a escrita, e uma atividade de dobradura para treinarem a coordenação motora e a criatividade. Pude observar durante a contação de história que os alunos voltaram toda a atenção para o vídeo, interagindo com a história através de risadas, olhares e palmas. Durante a roda de conversa sobre a história, eles recontaram com detalhes tudo o que viram e escutaram. Na atividade impressa, puderam relembrar a história respondendo às perguntas, e colorindo o desenho do monstro e desenhando o personagem que mais gostaram. Depois que eles terminaram essa atividade, fiz a correção no quadro escrevendo as palavras e fazendo com que eles falassem as respostas em voz alta. Terminando esta atividade começamos a fazer a atividade de dobradura onde eles confeccionaram um monstro marcador de livro. Os alunos demonstraram muito interesse e alegria em fazer a atividade de dobradura, onde foram utilizados papel ofício, papel colorido, cola, lápis de cor e muita imaginação.
Os livros despertam muito interesse nos alunos do terceiro ano, pois a professora trabalha diariamente com literatura e contação de histórias. Eles conheceram através dela um livro onde a história fala de uma “peixinha autista”. A escola atende alguns alunos autistas que são muito bem acolhidos pelos educadores e alunos. Os professores sempre trazem o autismo como pauta para atividades, fazendo com que os alunos consigam lidar melhor com as diferenças e acolher os amigos autistas. Participei de uma atividade diversificada onde a professora trouxe até a escola o autor do livro “Doroteia, a peixinha autista”. Ele contou para os alunos a história e todo o processo de criação da personagem e do livro. Os alunos fizeram perguntas ao escritor sobre a história e sua vida, já que ele também é autista. Foi um momento muito rico de encantamento, aprendizado e acolhimento. 
A música também faz parte do aprendizado dos alunos da escola Luzia Ferreira. Eles têm aulas de música duas vezes por semana. Participei de uma atividade diversificada onde os alunos assistiram uma apresentação musical em comemoração à Páscoa organizada pela diretora da escola, juntamente com dois padres da igreja católica e um pastor da igreja evangélica. Eles falaram sobre a páscoa e cantaram algumas canções interagindo com as crianças. Os alunos cantaram, dançaram e se divertiram com a apresentação, tornando meu último dia de estágio em campo, um momento muito rico de alegria, descontração e interação.
3.Considerações Finais 
	O estágio híbrido no ensino fundamental foi importante para vivenciar na prática a rotina escolar dentro da sala de aula. Através dessa vivência, pude aplicar todo o conhecimento teórico que adquiri durante o curso acadêmico e exercitar a responsabilidade de ser um educador. 
	A prática realizada na turma do 3º ano do ensino fundamental ampliou as minhas descobertas dentro do processo dinâmico de trabalho em sala de aula. Ter contato com os alunos foi fundamental para aplicação dos conhecimentos teóricos e metodológicos, observar as diferenças de aprendizado e os desafios a serem vencidos. 
	Estar em contato com a professora, que já tem vários anos de profissão, me fez perceber o quanto é importante o educador estar sempre buscando novas formas para ensinar. Aprender não é só para os alunos, mas também para os professores que devem buscar o aprimoramento constante dentro prática pedagógica. 
	Dentro do estágio pude perceber o quanto é importante a participação da família na educação dos filhos, sendo a parceria entre pais, professor e gestão escolar, essencial para o desenvolvimento do aluno. Essa proximidade com os pais e responsáveis é um dos grandes desafios que a escola enfrenta, pois, a participação deles muitas vezes não é ativa. O resultado dessa falta de acompanhamento se observa através do número de alunos do 3º ano do ensino fundamental que ainda não foram alfabetizados. Sei que a pandemia foi um agravante para essa situação, mas com a participação da família, isso seria minimizado.
	Ter a oportunidade de estagiar me fez mudar muitas concepções e refletir sobre as ações da docência construídas através da prática. Entendo que o estágio é o ponto de partida para a construção do educador e o início de uma longa jornada na área da educação. 
7. REFERÊNCIAS
ABRAMOVICK, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 2009. 23 p.
COELHO, Betty. Contar histórias: uma arte sem idade. 10. ed. São Paulo: Ática, 2004. 12 p.
CUNHA, Gabriela Duarte. A importância da contação de histórias e da leitura em voz alta para crianças em fase de alfabetização. FEUC. Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: http://www.filologia.org.br/xvii_cnlf/cnlf/06/14.pdf. Acesso em: 23 de maio de 2022. 
SENA, Katielle de Oliveira Felix de. A contação de histórias nos processos de ensino e de aprendizagem em um terceiro ano do ensino fundamental. Universidade La Salle, Canoas, 2019. Disponível em: https://repositorio.unilasalle.edu.br/bitstream/11690/1387/1/kofsena.pdf . Acesso em: 25 de maio de 2022.
GONÇALVES, S. R. ; PINHEIRO, D. D. ; LIMA, E, M. A contação de história como recurso para a alfabetização. DERGS, Rio Grande do Sul, 2020, Disponível em: http://pev-proex.uergs.edu.br/index.php/xsiepex/article/view/3630/746 . Acesso em: 27 de maio de 2022.
CORTELLA, Mário Sérgio. Educação, Escola e Docência novos tempos, novas atitudes. São Paulo, 2014. 47 p. 
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br . Acesso em: 22 de março de 2022.
GALVÃO, Álisson. Você vai me ensinar a ler e escrever? – Documentário sobre alfabetização. Youtube, 17 de dezembro de 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EKYxALwcbcc . Acesso em: 03 de abril de 2022. 
	
	
	
	
	
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