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Por: Julio Quaresma GINECOLOGIA & OBSTETRÍCIA HORMÔNIOS O eixo hipotálamo-hipófise-gonodal é o circuito de hormônios responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento das características sexuais, essencial na reprodução humana. Os órgãos envolvidos nesse eixo são o hipotálamo, hipófise e gônadas. Hipotálamo Localizado superior a hipófise, na região do diencéfalo. Atua na regulação da temperatura, sede, apetite, ciclo circadianos, controle das emoções e atividade sexual. Componente do sistema nervoso. ANATOMIA O hipotálamo é composto por múltiplos núcleos discretos de massa cinzenta no sistema nervoso central. Esses núcleos tem sido agrupados em quatro regiões. A região pré-óptica, ao nível do giro subcallosal, abriga o núcleo pré-óptico. Na região supraóptico está o núcleo supraquiasmática, supraóptico, paraventricular e anterior. O núcleo dorsomedial, ventromedial, arqueado, prémamilar e tuberal lateral pertencem a região tuberal. Por último, o núcleo mamilar e posterior reside na região mamilar. HORMÔNIOS O hipotálamo é responsável pela produção e secreção de GnRH (hormônio liberador de gonadotropina), os quais vão se ligar aos receptores nas células secretoras da adenohipófise. Em resposta ao GnRH, esse passará a produzir LH & FSH (gonadotropinas) que circularão na corrente sanguínea. O hipotálamo é o principal controlador da hipófise, utilizando alguns hormônios em loops de feedback positivo e negativo [feedback negativo = o aumento de um provoca a diminuição de outro; feedback positivo = o aumento de um provoca o aumento de outro]. Os hormônios estimulantes/inibitórias principais são: HIPOTÁLAMO HIPÓFISE RELAÇÃO GnRH LH & FSH Estimulados na adenohipófise PRH PRL Estimulado na adenohipófise GHRH GH Estimulado na adenohipófise GHIH GH Inibido na adenohipófise CRH ACTH Estimulado na adenohipófise TRH TSH Estimulado na adenohipófise DA PRL Inibido na adenohipófise ADH *** Liberado na neurohipófise Oxt *** Liberado na neurohipófise Esses hormônios são secretados para a corrente sanguínea e enviadas para a adenohipófise através do sistema porta hipofisário para estimular ou inibir a atividade secretora das células. Hipófise Localizado dentro da Sela Túrcica do osso esfenoide, superior ao seio esfenoide, inferior ao hipotálamo. É considerado a glândula mestre do sistema endócrina. Anatômica e funcionalmente é próximo ao hipotálamo, de onde retira suas principais precursoras hormonais (GnRH). ANATOMIA A hipófise se conecta ao hipotálamo pelo infundíbulo (pedúnculo hipofisário), e é dividido em duas glândulas principais: lóbulo anterior (adenohipófise) & lóbulo posterior (neurohipófise). A adenohipófise produz e secreta a maioria dos hormônios pituitárias, tendo sua função controlada pelos hormônios estimulantes do hipotálamo. A neurohipófise não produz hormônios, mas libera dois hormônios que são inicialmente produzidas no hipotálamo. A adenohipófise e neurohipófise possuem origens embrionários diferentes, e assim, aparências histológicas e funções diferentes. Adenohipófise A adenohipófise é a divisão da hipófise com maior atividade hormonal-secretora, subdivide se em parte anterior (distal ou glandular), parte tuberal & parte intermediária. A parte anterior da adenohipófise é composta por três tipos de células diferentes, células acidofílicas, basofílicas & cromofóbicas. As células acidofílicas se dividem em somatotrofos & lactotrofos, produzindo GH (hormônio de crescimento) & PRL (prolactina), respectivamente [somato = crescimento = GH; lacto = leite = PRL]. As células basofílicas se dividem em gonadotrofos, produzindo LH & FSH (hormônio luteinizante & hormônio estimulante de folículos), corticotrofos, produzindo ACTH (hormônio adenocorticotrópico) & tireotrópicos (hormônio tireoestimulante). As células cromofóbicas são de fraca coloração e são células progenitoras que não se diferenciaram em células secretoras de hormônio. A parte tuberal estende-se superiormente da parte anterior. A maioria de suas células são gonadotróficas, com uma pequena porção sendo tireotróficas. A parte tuberal envolve o infundíbulo (tronco/pedúnculo hipofisário), que é uma coleção de axônios que se projetam para a hipófise advindas do hipotálamo. Esses axônios são preenchidos de hormônios acumulados como ocitocina e vasopressina. A parte intermediária é localizada entre a parte anterior da adenohipófise e a neurohipófise. Contém folículos constituídas de matrizes coloidais. A maioria das células nessa parte são basófilos corticotrópicos, com uma menor abundância de células tronco hipofisários. As células corticotrópicas da parte intermediária produzem MSH (hormônio estimulante de melanócitos) & endorfinas. Neurohipófise A pituitária posterior, ou neurohipófise, localiza se diretamente posterior a adenohipófise. Diferente da adenohipófise, a neurohipófise não possui células secretoras, mas sim axônios não mielinizados originadas dos neurônios hipotalâmicos secretoras. Vale citar que a neurohipófise não possui tecido glandular, significando que não produz hormônios. Sua função principal é armazenar e secretar dois hormônios produzidos pelo hipotálamo: ocitocina e ADH (hormônio antidiurético). A neurohipófise se divide em algumas partes. O infundíbulo é constituído pelos axônios não mielinizados do trato hipotalamohipofisário. Esse trato serve para ligar a hipófise e o hipotálamo, transportando neuro-hormônios dos núcleos hipotalâmicos para a hipófise. O infundíbulo continua superiormente com a eminência mediana, a área onde os hormônios estimulantes advindos do hipotálamo são liberados para controlar a adenohipófise. O lóbulo neural, a parte mais volumosa e posterior à adenohipófise, é uma coleção de aproximadamente 100.000 axônios não mielinizados e suas terminações. Essas terminações de axônio contém os corpos neurosecretoras (corpos de Herring) que são preenchidas de grânulos contendo os hormônios hipotalâmicos destinados a serem liberados pela neurohipófise. Cada grânulo contém ou ADH (hormônio antidiurético) ou ocitocina. A ocitocina é um neuropeptídeo que participa principalmente nos processos relacionados a reprodução e parto, além do comportamento humano (relações interpessoais). O ADH, hormônio antidiurético, também chamado de arginina-vasopressina, é essencial no controle eletrolítico corporal, pressão arterial e funcionalidade renal. Gônadas As gônadas masculinas e femininas têm propriedades importantes na manutenção da homeostase hormonal e no crescimento e desenvolvimento sexual. São sítios de armazenamento e liberação de substâncias vitais na reprodução como os gametas. FEMININAS Anatomia As gônadas femininas são os ovários. Formados durante sexta e sétima semana gestacional, são um órgão bilateral, de forma oval e achatado, localizado dentro da pelve verdadeira. Possuem polos superior e inferior, e paredes anterior, posterior, lateral & médio. Os ovários são encapsulados por um tecido conectivo fibroso conhecido como a túnica albugínea, o qual reside profundamente numa bainha de epitélio cuboidal. Dentro da cápsula existe uma camada cortical onde os folículos ovarianos residem. Uma terceira camada, sob a camada cortical, é chamada de camada vascular. Hormônios Na anatomia feminina, os ovários são os principais órgãos responsáveis pela produção dos hormônios “femininos”, estrógeno (ou estrogênio) e progesterona. Esses dois hormônios não são exclusivos da biologia feminina pois também são sintetizadas no corpo masculino, porém em concentrações diferentes. Além desses dois hormônios, liberadas habitualmente, existem outros hormônios também liberadas pelos ovários, porém em situações específicas, como a relaxina durante o pré-parto e inibina para inibir a secreção de FSH. Os estrógenos são divididos em três tipos: estradiol (E2), o tipo de estrógeno mais comum em mulheres durante idade reprodutiva,estrona (E1), o único tipo de estrógeno produzido pós-menopausa, e estriol (E3), o principal estrógeno atuante durante a gestação. A progesterona é secretada pelo corpo lúteo, uma glândula temporária localizada nos ovários formada apenas durante a ovulação. MASCULINAS Anatomia A gônada masculina é constituída pelos testículos. São duas glândulas encontradas encapsuladas nas extensões saculares da parede abdominal anterior chamado de bolsa escrotal. Possuem forma ovoide, comparáveis aos ovários, porém maiores e mais lisos, geralmente assimétricos. Se mantém presos ao abdômen pelas cordas espermáticas e à bolsa escrotal pelo ligamento testicular. Hormônios Os testículos são análogos aos ovários em mulheres. Produzem hormônios sexuais chamados de andrógenos (principalmente testosterona em homens) no processo de esteroidogênese e são o local de espermatogênese (produção de esperma). A função dos testículos é controlada pela adenohipófise onde o LH estimula a produção de testosterona, e o FSH estimula a produção de esperma. Fisiologia hormonal Devido a variedade hormonal presente tanto no corpo feminino quanto masculino, é importante entender a interligação e interação entre cada hormônios em cada sexo respectivo. Alguns dos principais hormônios atuantes são GnRH, PRH, GHRH, CRH, TRH, DA, GHIH, ADH, Oxt, FSH, LH, PRL, GH, ACTH & TSH. PRODUÇÃO, FUNÇÃO & QUIMIOCINÉTICA O GnRH, hormônio liberador de gonadotropina, é sintetizado e liberador por neurônios de GnRH dentro do hipotálamo. Como o GnRH é um neurohormônio, ela é produzida em uma célula neural específica e liberada num terminal neural. Os neurônios de GnRH são regulados por vários neurônios aferentes diferentes utilizando transmissores diversos (tais como norepinefrina, GABA, glutamato). Sua função é a liberação de FSH, hormônio estimulante de folículos, & LH, hormônio luteinizante, ambos na adenohipófise. O GnRH é secretado no sistema porta hipofisário, localizado na eminência mediana, onde o fluxo sanguíneo porta o levará para a hipófise, o qual já contém as células gonadotrópicas, e ativa seu próprio receptor, consequentemente ativando as proteínas envolvidas na síntese e secreção de LH & FSH. Dentro da hipófise, o GnRH estimula a síntese e secreção de LH & FSH. Esse processo é controlado pela amplitude e frequência dos pulsos de GnRH, além do feedback dos andrógenos e estrógenos. Pulsos de baixa frequência são necessárias para a liberação de FSH, enquanto pulsos de alta frequência estimulam pulsos de LH de modo um para um. Os níveis de GnRH são baixos durante a infância e aumentam durante a puberdade. Durante a idade reprodutiva, atividade pulsátil é essencial para a função reprodutiva, controlado por loops de feedback. Porém, quando uma gestação é estabelecida, a atividade de GnRH não é mais necessária. Há diferenças na secreção de GnRH entre os sexos. Em homens, o GnRH é secretado em pulsos de frequência constante; porém, em mulheres, a frequência dos pulsos varia durante o ciclo menstrual e há um pico de GnRH que antecede a ovulação. A secreção de GnRH é pulsátil em todos os vertebrados, necessário para a função reprodutiva correta. Assim, esse único hormônio controla os complexos processos de crescimento folicular, ovulação & manutenção do corpo lúteo nas mulheres e espermatogênese nos homens. Altos níveis de prolactina decrescem os níveis de GnRH. Isso é chamado de hiperprolactinemia (excesso de prolactina no sangue), causável por algumas classes de medicamentos antipsicóticas. O PRH, hormônio liberado de prolactina, também abreviado como PRLH, é um hormônio hipotético no corpo humano. A única prova de sua existência seria seu próprio sintetizado, a prolactina. A existência desse hormônio tem sido altamente criticada pois a prolactina é um dos poucos hormônios que possui quase que exclusivamente inibidores como dopamina e algumas prostaglandinas, e nenhum sintetizador específico. Enquanto alguns fatores e hormônios como TRH (hormônio liberador de tireotrofina), Oxt (ocitocina), VIP (peptídeo intestinal vasoativo) & estrogênio são capazes de estimular a prolactina, essas possuem função principal além da estimulação e liberação da prolactina. O GHRH, hormônio liberador do hormônio de crescimento, é um hormônio autoexplicativo, cuja função é produzir GH, o hormônio de crescimento. O GHRH primeiro aparece no corpo humano entre a 18ª e 29ª semana gestacional que corresponde ao início de produção de GH e outro somatotrópicos nos fetos. O GHRH é liberado dos terminais neuras neurosecretoras e levado para a adenohipófise pelo sistema porta hipofisário onde estimula a secreção de GH ao estimular o receptor de GHRH. O GHRH é liberado de forma pulsátil, o que torna a liberação de GH também pulsátil. As ações de GHRH são opostas pela GHIH, hormônio inibidor do hormônio de crescimento, também chamado de somatostatina. A GHIH é liberada pelos terminais neurais neurosecretoras de neurônios de somatostatina, e é carregado para a adenohipófise pela circulação portal hipotálamo-hipofisário onde inibe a secreção de GH. A GHIH e GHRH são secretadas alternadamente, dando origem a secreção pulsátil de GH. O CRH, hormônio liberador de corticotrofina, é um hormônio hipotalâmico peptídico envolvidos em respostas de estresse. Além do hipotálamo, também é sintetizado em tecidos periféricos como linfócitos T, e altamente expressa na placenta. Sua função principal é a estimulação da síntese hipofisário de ACTH (hormônio adenocorticotrófico). O CRH é secretado pelo hipotálamo e liberado na eminência mediana onde o sistema porta hipotálamo-hipofisário o levará para a adenohipófise. Dentro da adenohipófise, sua principal função é estimular corticotrofos a secretarem ACTH. O ACTH estimula a síntese de cortisol, glucocorticoides, mineralocorticoides & DHEA. Em curto prazo, o CRH pode estimular o apetite, aumentar a ansiedade, e outras funções como melhorar a atenção. O CRH também é sintetizado pela placenta e é um determinante da duração gestacional. Os níveis aumentam próximo ao fim da gestação e periparto. O papel de CRH na parturição são sugeridos a serem três: aumentar os níveis de DHEA diretamente por ação nos adrenais fetais e indiretamente na hipófise materna haja visto que a DHEA possui papel na preparação das contrações cervicais; aumentar a disponibilidade de prostaglandina no tecido uteroplacentário, o qual ativa contrações cervicais; e, pré-parto, pode ter papel em inibir contrações através do aumento dos níveis de cAMP (monofosfato de adenosina cíclico) no miométrio. O TRH, hormônio liberador de tireotrofina, é um hormônio produzido por neurônios no hipotálamo que estimula a liberação do TSH e PRH na adenohipófise. Os neurônios sintetizadores de TRH do hipotálamo realizam a secreção na eminência mediana, por onde o sistema porta hipofisário permite a ligação com o receptor de TRH, estimulando assim a liberação de TSH através dos tireotrofos e PRL através do lactotrofos. A DA, dopamina, é, primariamente, um neurotransmissor de ações complexas e diversas, porém tem algumas interações hormonais importantes, como na inibição da PRL (prolactina). DA produzida por neurônios hipotalâmicos são secretados no sistema porta hipofisário na eminência mediana que suprirá a hipófise. As células lactotrópicas, que produzem PRL (prolactina), na ausência de DA, secretam PRL continuamente; a DA inibe essa secreção. No contexto dessa interação, a DA também recebe nomes como PIH (hormônio inibidor de prolactina) e prolactostatina [pro = mais; lacto = leite; statina = inibidor; prolacto+statina = inibidor de prolactina]. A GHIH, hormônio inibidor do hormônio de crescimento, também chamado de somatostatina entre vários outros nomes (SRIH, hormônio inibidor da liberação de somatotrofina), é um hormônio peptídico produzido por neurônios neuroendócrinos do hipotálamo [somato = crescimento; statina= inibidor; somato+statina = inibidor de crescimento]. Tais neurônios se projetam para a eminência mediana onde o GHIH é liberado de terminações nervosas neurosecretoras para dentro do sistema hipotálamo-hipofisário. Dalí, o GHIH é levado para a adenohipófise onde inibe a secreção de GH por células somatotrópicas. Os neurônios de GHIH mediam efeitos de feedback negativo de GH na sua própria liberação. Os neurônios de GHIH respondem às altas concentrações de GH ao aumentar a circulação de GH, assim, reduzindo a taxa de secreção de GH. O GHIH, além de inibir o GH, antagonizando o GHRH, também tem função de inibir outros hormônios como TSH (hormônio estimulante da tireoide) e a PRL (prolactina). O ADH, hormônio antidiurético, também chamado de vasopressina, é um hormônio peptídico sintetizado em neurônios do hipotálamo. Em resposta a hipertonicidade fluida extracelular, é liberado por neurônios hipotalâmicos para a neurohipófise e secretado por vesículas. Sua ação aumenta a quantidade de água reabsorvida na circulação, além de constringir arteríolas, causando resistência vascular periférica, aumentando pressão arterial. A Oxt, ocitocina, é um hormônio peptídico e neuropeptídeo. Normalmente, é produzido no hipotálamo e liberado pela neurohipófise. Seu papel principal tem relação com as relações interpessoais, reprodução, parturição e menstruação pós-parto. A Oxt é liberada na corrente sanguínea como hormônio em resposta ao amor e durante o trabalho de parto. A Oxt atua nas glândulas mamárias ao estimular a descida do leite pelos ductos lactíferos, estimulando a lactação. Na dilatação cervical pré-parto, a Oxt causa contrações durante o segundo e terceiro estágio do parto. Durante o orgasmo, ejaculação e estimulação sexual, tanto em homens quanto mulheres, a Oxt tem altos picos no plasma sanguíneo. O FSH, hormônio estimulante de folículos, é um gonadotrófico sintetizado e secretado por células gonadotrópicos na adenohipófise. O FSH regula o desenvolvimento, crescimento, maturação puberal e processo reprodutivos do corpo, além de também estimular a secreção de inibina B. Tanto em homens quanto mulheres, o FSH estimula a maturação de células germinativas primordiais. Em mulheres, o FSH inicia o crescimento folicular. Com o aumento concomitante de inibina B, os níveis de FSH declinam na fase folicular tardio. O mecanismo que controla a liberação de FSH na hipófise é desconhecido. O GnRH possui papel importante na secreção de FSH haja visto que seu interrompimento cessa a secreção de FSH, e sua administração leva ao retorno de secreção de FSH. Em homens, o FSH induz células de Sertoli a sustentarem a espermatogênese. O FSH também estimula espermatócitos primários a realizarem meiose para formar espermatócitos secundários. O FSH estimula o recrutamento de folículos ovarianos imaturos nos ovários. Na transição entre a fase lútea e folicular os níveis de progesterona e estrogênio diminuem e não mais suprimem a liberação de FSH, consequentemente levando a um pico aproximadamente três dias depois. O LH, hormônio luteinizante, é um hormônio produzido por células gonadotrópicas na adenohipófise. A produção de LH é regulado por GnRH advindo do hipotálamo. O LH age sinergicamente com o FSH. Em mulheres, picos de LH acarretam ovulação e o desenvolvimento do corpo lúteo. O LH apoia as células da teca nos ovários que providenciam andrógenos (testosterona, estrogênio, DHEA) e percursores hormonais para a produção de estradiol (E2). No período de menstruação, o FSH inicia o desenvolvimento folicular, afetando especificamente células granulosas. Com o aumento de estrogênios, os receptores de LH ficam expressos no folículo em maturação, o que causa mais produção de estradiol. Quando o folículo se maturar por completo um pico de progesterona produzido pelo folículo inibe a produção de estrogênios, levando a um feedback negativo mediado por estrogênio de GnRH no hipotálamo, o qual estimulará a liberação de LH da adenohipófise. O pico de LH engatilha a ovulação, liberando não só o óvulo do folículo, mas também iniciando a transformação do folículo residual em um corpo lúteo que, por sua vez, produz progesterona para preparar o endométrio para uma possível implantação. O LH é necessário para manter função lútea para segunda semana do ciclo menstrual. Se uma gravidez ocorrer, os níveis de LH declinam, e função lútea será mantida pela hCG (gonadotrofina coriônica humana), um hormônio similar ao LH, porém secretado pela placenta. Em homens, o LH estimula células de Leydig, localizada nos testículos, a produzirem testosterona e é regulado por GnRH. As células de Leydig produzem testosterona sob controle de LH. O início da puberdade é controlado por dois hormônios principais: o FSH inicia a espermatogênese e LH sinaliza a liberação de testosterona. O PRL, prolactina, também conhecido como LTH, hormônio luteotrópico, ou lactotropina, é um hormônio peptídico produzido na adenohipófise, decídua, miométrio, seios, linfócitos, leucócitos & próstata. O PRL pode ser estimulado de várias maneiras, em resposta a alimentação, acasalamento, ovulação e amamentação, por exemplo, porém a via principal de regulação é através de neurônios endócrinos no hipotálamo. Um fator essencial na produção de PRL são estrógenos que realçam o crescimento de células lactotrópicas. O PRL tem principal função de estimular as glândulas mamárias a produzirem leite, no processo chamado de lactação. Um aumento da concentração sérica de PRL durante a gravidez aumenta o tamanho das glândulas mamárias e as preparam para a produção de leite que normalmente acontece quando os níveis de P4 (progesterona) caem próximo ao final da gestação e um estímulo de amamentação está presente. Altos níveis de PRL (hiperprolactinemia) diminuem os hormônios sexuais (estrogênio nas mulheres; testosterona nos homens). O PRL é o único hormônio adenohipofisário que possui estímulos quase que exclusivamente inibitória, como o DA, entre outros. O TSH tem efeito estimulante na liberação do PRL. O GH, hormônio de crescimento, também chamado de somatotropina, é um hormônio peptídico sintetizado, armazenado e secretado por células somatotrópicos na adenohipófise. O GH tem principal ação nos tecidos corporais e pode ser descrito como anabólico. O GH age em receptores específicos nas superfícies celulares. O aumento da altura durante a infância é um dos efeitos mais conhecidos do GH. Além da altura, o GH também tem outros efeitos, tais como a retenção de cálcio, aumento da massa muscular, promover lipólise, aumentar síntese proteica, estimular o crescimento de todos os órgãos (exceto o cérebro), homeostase, entre outros. A secreção de GH ocorre na adenohipófise e é regulado pelo hipotálamo, o qual pode liberar hormônios como GHRH (hormônio liberador de hormônio de crescimento) e GHIH (hormônio inibidor do hormônio de crescimento) no sangue venoso portal hipofisário ao redor da hipófise. A liberação de GH na hipófise é determinado pelo equilíbrio entre esses dois hormônios, que, por sua vez, são afetados por outros estimuladores e inibidores fisiológicos da secreção de GH. O ACTH, hormônio adrenocorticotrófico, é um hormônio polipeptídico produzido e secretado pela adenohipófise. O ACTH é secretado em resposta à corticotróficos na adenohipófise, os quais foram liberados pelo CRH no hipotálamo. O ACTH é um componente importante do eixo hipotálamo- hipófise-adrenal e é produzido em resposta ao estresse. Seu principal efeito é o aumento de produção e liberação de cortisol pelo córtex das glândulas adrenais. O TSH, hormônio estimulante da tireoide, também chamado de tireotrofina, é um hormônio hipofisário que estimula a tireoide a produzir T4 (tiroxina) e T3 (triiodotironina), os quais estimulam o metabolismo de quase todos os tecidos no corpo. É um hormônio glicoproteico que produzido por células tireotróficos na adenohipófise,os quais regulam a função endócrina da tireoide. O hipotálamo é responsável por produzir TRH, o qual vai estimular a adenohipófise a produzir TSH. O GHIH (somatostatina), produzido no hipotálamo, tem efeito inibitório com o TSH. As concentrações de T3 e T4 regulam a liberação hipofisária de TSH, através de um loop de feedback negativo. MENSTRUAÇÃO Ciclo menstrual O ciclo menstrual é uma série de mudanças na produção hormonal e estrutura dos ovários e útero do sistema reprodutivo feminina que possibilitam a gestação. O ciclo ovarino controla a produção e liberação de óvulos e a liberação cíclica de estrogênio e progesterona. O ciclo uterino governa a preparação do útero para receber um óvulo fertilizado. Esses ciclos são concomitantes e coordenados que duram geralmente entre 21 a 35 dias, sendo a média 28 dias, por cerca de 30 a 45 anos após a menarca. Os impulsionadores desses ciclos são hormônios de ocorrência naturais: o aumento e declínio cíclico do FSH promove a produção e crescimento de ovócitos; o estrogênio estimula o endométrio a engrossar para poder acomodar um embrião em caso de fertilização pois o maior suprimento de sangue auxiliará na implantação de tal embrião. Em caso de não implantação, a escamação degenera e o sangue é liberado, engatilhado por uma queda dos níveis de progesterona, levando a menstruação, uma descamação do endométrio, também um sinal de que uma gestação não ocorreu. Cada ciclo ocorre em fases baseados em eventos nos ovários (ciclo ovariano) e útero (ciclo uterino). O ciclo ovariano consiste na fase folicular, ovulação & fase lútea; o ciclo uterino consiste na fase menstrual, proliferativa & secretora. O primeiro dia da menstruação marca o primeiro dia do ciclo menstrual que geralmente dura cinco dias. Durante o decimo quarto dia um óvulo é liberado pelo ovário. A menarca (primeira menstruação) geralmente ocorre por cerca dos doze anos. Como um todo, o ciclo menstrual é controlado pelo hipotálamo e hipófise, onde o hipotálamo libera GnRH que estimula a adenohipófise próximo a liberar FSH & LH. Antes da puberdade a GnRH é liberado em baixas quantidades em um ritmo estável; pós-puberdade o GnRH é liberado em grandes pulsos, e a frequência e amplitude desses pulsos determinam a quantidade de FSH & LH liberados pela hipófise. Ciclo ovariano Entre a menarca e menopausa os ovários alternam entre as fases lútea e folicular durante o ciclo menstrual mensal. Estimulados por aumentos gradativos de estrogênio na fase folicular, descargas de sangue encerram e o engrossamento do epitélio endometrial inicia. Os folículos ovarianos iniciam desenvolvimento sob interação hormonal e após alguns dias um, ou ocasionalmente dois, folículos se tornam dominantes enquanto os outros não dominantes encolhem e morrem. No meio do ciclo, 12 pós-pico de LH, o folículo dominante libera um ovócito, no evento denominado de ovulação. O ovócito vive cerca de 24 horas sem fertilização, enquanto o restante o folículo dominante no ovário se torna no corpo lúteo, um corpo cuja função principal é produzir grandes quantidades de progesterona. Sob influência de progesterona, o epitélio endométrio sofre mudança em preparação à possível implantação de um embrião. A espessura do endométrio continua a crescer em resposta ao estrogênio, liberado pelo folículo antral (folículo ovariano maduro) na corrente sanguínea. Se a implantação não ocorrer, o corpo lúteo se degenera no corpo albicans, que não produz hormônios, causando um declínio súbito de progesterona e estrogênio. Isso causa o útero a perder sua escamação na menstruação; o estrogênio atinge seu nível mais baixo nesse período. FASE FOLICULAR Início Os ovários contêm um número finito de células da granulosa, teca & oogônios (células-tronco de ovo), os quais, juntos, formam os folículos primordiais (fase fetal). Até a vigésima semana gestacional 7 milhões de óvulos imaturos no ovário, que cai para 2 milhões na época do parto, e cerca de 300.000 até a primeira menstruação. Cerca de um óvulo amadurece e é liberado durante cada mês após a menarca. Durante a puberdade, esses óvulos amadurecem em folículos primários independentemente do ciclo menstrual. O desenvolvimento de óvulos é chamado de ovogênese e apenas uma célula sobrevive a divisão para ser fertilizado enquanto os outros são descartados como corpos polares que não podem ser fertilizados. A fase folicular é a primeira parte do ciclo ovariano e termina com a formação dos folículos antrais. A divisão celular dos óvulos mantém se incompletos até a formação do folículo antral. Durante essa fase apenas um folículo ovariano se matura completamente para liberar um óvulo. A fase folicular diminui com a idade. Fisiologia Através do aumento de FSH durante os primeiros dias do ciclo, alguns folículos ovarianos são estimulados. Esses folículos competem entre si por dominância e apenas um vencerá, o folículo dominante, o qual tem maior quantidade de receptores de FSH, e maturará. Os restantes morrem no processo de atresia folicular. LH estimula a continuação do desenvolvimento desse folículo ovariano para um folículo antral, o qual conterá um óvulo maduro. As células da teca desenvolvem receptores que se ligam ao LH, e secretam grandes quantidades de androstenediona em resposta. Ao mesmo tempo, as células da granulosa que cercam o folículo em amadurecimento desenvolvem receptores que se ligam ao FSH, e em resposta iniciam secreção de androstenediona, que é convertido em estrogênio pelo aromatase. O estrogênio inibe a produção de FSH & LH pela hipófise por feedback negativo. O folículo dominante continua a secretar estrogênio, e os níveis crescentes de estrogênio torna a hipófise mais responsiva ao GnRH do hipotálamo. O aumento do estrogênio é um sinal de feedback positivo, o qual faz a hipófise secretar mais FSH & LH. Esse pico de FSH & LH geralmente ocorre um ou dois dias antes da ovulação e é responsável pela estimulação da ruptura do folículo antral e liberação do óvulo maduro. OVULAÇÃO Início Próximo ao décimo quarto dia, o óvulo é liberado do ovário no processo chamado de ovulação, quando um ovo maduro é liberado do folículo ovariano que segue para as trompas de falópio cerca de dez a doze horas após o pico de LH. O LH inicia a ovulação por volta do decimo quarto dia e estimula a formação do corpo lúteo. Com a continuação do estímulo de LH o corpo lúteo produz e libera estrogênio, progesterona, relaxina (o qual relaxa o útero ao inibir as contrações do miométrio), e inibina (o qual inibe a secreção de LH). Fisiologia A liberação de LH amadurece o ovócito e enfraquece o a parede folicular no ovário, causando o folículo desenvolvido a liberar seu óvulo. Se for fertilizado por um esperma, o óvulo se transforma em um oótide, que bloqueia outros espermatozoides e se torna um ovo maduro. Se não for fertilizado por um espermatozoide, o óvulo se degenera. Qual dos dois ovários ovulam é de condição aleatória. Ocasionalmente ambos os ovários liberam óvulos, resultando em gêmeos fraternos. Após a liberação do ovário, o óvulo é levado para as trompas de falópio pelas fímbrias. Após aproximadamente um dia um óvulo infertilizado desintegra ou se dissolve na trompa de falópio, e um óvulo fertilizado atinge o útero em cerca de três a cinco dias. A fertilização geralmente ocorre na ampola, a porção mais larga das trompas. Um óvulo fertilizado imediatamente inicia o processo de embriogênese. O embrião em desenvolvimento demora cerca de três dias para chegar ao útero, e mais três para se implantar no endométrio. Geralmente já tem se atingido o estágio de blastócito no momento da implantação: é aqui que a gestação inicia. A perda do corpo lúteo é prevenida pela fertilização do óvulo. O sinciciotrofoblasto (a camada externa do blastócito que virará a camada externa da placenta) produz hCG (gonadotropina coriônica humana), que é similar aoLH e preserva o corpo lúteo. Durante os primeiros meses da gestação, o corpo lúteo continua excretando progesterona e estrogênio em níveis mais altos do que durante a ovulação. Após esse período e para o restante da gestação, a placenta secreta altos níveis desses hormônios, além de hCG, o que estimula o corpo lúteo a secretar mais progesterona e estrogênios, bloqueando o ciclo menstrual. Esses hormônios também preparam as glândulas mamárias para a produção láctea. FASE LÚTEO Durando cerca de quatorze dias, a fase lútea é a fase final do ciclo ovariano e corresponde a fase secretora do ciclo uterino. Durante a fase lútea, os hormônios hipofisários FSH & LH causam os remanescentes do folículo dominante a se transformarem no corpo lúteo, o qual produzirá progesterona. O aumento de progesterona induz a produção de estrogênio, levando a supressão de FSH & LH que o corpo lúteo necessita para poder se manter. Os níveis de FSH & LH declinam subitamente e o corpo lúteo atrofia. Níveis declinantes de progesterona engatilham a menstruação no início do próximo ciclo. O tempo entre a ovulação e o declínio de progesterona iniciando a menstruação geralmente é de duas semanas. De mulher em mulher, a duração da fase folicular varia de ciclo em ciclo; em contraste, a duração da fase lútea geralmente é muito consistente de um ciclo para outro com lacuna de dez a dezesseis dias (em média quatorze dias). Ciclo uterino O ciclo uterino consiste em três fases: menses, proliferativa & secretora. MENSTRUAÇÃO A menses, também chamado apenas de menstruação, sangramento menstrual ou período, é o primeiro e mais evidente fase do ciclo uterino e tem sua primeira ocorrência na puberdade. A idade da primeira menstruação é geralmente entre doze a treze anos, mas precocemente pode ocorrer aos oito anos e ainda ser normal. A idade da menarca tende a ser menor nos países mais desenvolvidos e maior nos países subdesenvolvidos. Essa ocorrência é hipotetizado como uma vantagem biológica associado a fatores socioeconômicos; quanto mais cedo um organismo pode atingir capacidade de reprodução, melhor para a espécie; países desenvolvidos tem médias de saúde melhor e logo garantem nutrição melhor para atingir tal fase. A menstruação é iniciada a cada mês por níveis declinantes de estrogênio e progesterona e pela liberação de prostaglandinas, os quais constringem as artérias espirais (artérias temporárias que irrigam o endométrio durante a fase lútea), levando os a terem espasmos, contraírem e quebrarem, efetivamente descamando. A circulação para o endométrio é cortada e as células na camada superficial do epitélio (stratum functionalis, descamado mensalmente) sofrem hipóxia e morrem, restando apenas o stratum basalis (epitélio basal do endométrio, constante e regenerativo). Uma enzima chamada plasmina quebra coágulos no líquido menstrual, o que facilita o fluxo do sangue e epitélio descamado pelo útero. O sangramento tem duração de entre dois a seis dias e cerca de trinta a sessenta mililitros de sangue são perdidos, além de ser um sinal de que a gravidez não tem ocorrido. O fluxo de sangue normalmente serve como sinal de não gestação, mas não pode ser levado como certeza pois há vários fatores que podem causar sangramento durante a gravidez. O sangramento durante a implantação pode ser confundido como uma menstruação completa, quando na verdade o óvulo fertilizado se fixou a parede do útero. A movimentação desse óvulo pode levar a um leve sangramento que pode ser confundido com a menstruação típica. FASE PROLIFERATIVA A fase proliferativa é a segunda fase do ciclo uterino quando o estrogênio causa o epitélio do útero a crescer e proliferar. A parte posterior da fase folicular ovariano se sobrepõe com a fase proliferativa uterina. Enquanto amadurecem, os folículos ovarianos secretam quantidades crescentes de estradiol, os quais iniciam a formação de uma nova camada endometrial com as artérias espiralares. Enquanto os níveis de estrogênio aumentam, células no colo do útero produzem vários tipos de mucos cervicais, de caráter mais básico (pH mais alto que o normal), tornando o mais hospedável para esperma. Isso aumenta as chances de fertilização, que geralmente ocorre entre o decimo primeiro ao decimo quarto dia. FASE SECRETORA A fase secretora, última fase uterina, coincide e corresponde com a fase lútea do ciclo ovariano. Durante a fase secretora o corpo lúteo produz progesterona, o qual torna tem função importante em tornar o endométrio mais receptivo a implantação de um blastócito. Além disso, glicogênio, lipídios e proteínas são secretados no útero e o muco cervical engrossa. No início da gestação a progesterona também aumenta o fluxo sanguíneo e reduz a contratilidade da musculatura lisa do útero, além de aumentar a temperatura corporal basal. Em caso de uma não gestação os ciclos ovarianos e uterinos reiniciam. Picos hormonais Início do ciclo ovariano: O ciclo ovariano inicia com um leve aumento de FSH que estimula um folículo a se tornar dominante e maturar. O LH se mantém constante e continua o desenvolvimento desse folículo para um folículo antral capaz de conter um óvulo. As células da teca se ligam ao LH e as células da granulosa ao FSH, ambos levando a produção de androstenediona, que é convertido em estrogênio pela aromatase. O estrogênio diminui o FSH & LH por feedback negativo. O folículo dominante continua secretando estrogênio, levando a sensibilidade da hipófise ao GnRH do hipotálamo, o que leva a um pico de FSH & LH que romperá o folículo antral liberando o óvulo maduro um ou dois dias antes da ovulação. O LH continua estimulando estrogênio, progesterona, relaxina & inibina (o qual inibe a secreção de LH). Fertilização: Se for fertilizado, cerca de três dias depois do encontro com o esperma na ampola da trompa, atinge o útero já no estágio de blastócito. O sinciciotrofoblasto começa secretar hCG que preserva o corpo lúteo, que por sua vez continua excretando estrogênio e progesterona nos primeiros meses da gestação. Nos meses a seguir a placenta passa a secretar esses hormônios, além do hCG, que estimula o LH que faz o mesmo, bloqueando assim o ciclo menstrual. Não fertilização: Se não for fertilizado, o FSH & LH faz com que os folículos remanescentes se tornam em corpo lúteo que secretará progesterona, o qual induzirá a produção de estrogênio, diminuindo o próprio FSH & LH, e assim, atrofiando o corpo lúteo. A progesterona tem seu pico mais alto no meio da fase lúteo, e sua queda brusca inicia o próximo ciclo e a menstruação. Fase menstrual: Os níveis declinantes de estrogênio e progesterona na fase menstrual levam a produção de prostaglandina, o qual comprime as artérias espiralares, descamando o stratum funcionalis. Fase proliferativa: Durante o amadurecimento dos folículos ovarianos é liberado estradiol, o qual prepara o endométrio para a proliferação e formação de uma nova camada funcional com as artérias espiralares. Fase secretora: O aumento da progesterona, produzido pelo corpo lúteo, prepara o útero para a recepção de um blastócito, além de diminuir as contrações do útero. PUBERDADE Idade Em meninas, a puberdade tem tendência a iniciar dos dez aos onze anos e completam entre os quinze aos dezessete anos. Em meninos, a puberdade geralmente inicia dos onze aos doze anos, completando entre os dezesseis aos dezessete anos. O marco principal para as meninas é a menarca que geralmente ocorre entre doze a treze anos, e para meninos é o espermarca aos treze. Entre ambos os sexos, as mudanças fisiológicas mais notáveis são o tamanho, formato, composição e funcionalidade do corpo puberal e o desenvolvimento das características sexuais secundárias. A puberdade é atingida mais cedo em países mais desenvolvidos devido a qualidade nutricional e possivelmente a exposição a xenoestrógenos. Hormônios & mudanças ENDOCRINOLOGIAProcesso central Os processos neuro-hormonais são geralmente ditos como a puberdade verdadeira ou puberdade central pois iniciam como processos do sistema nervoso central. O reprodutivo endócrino consiste no hipotálamo, hipófise, gônadas e adrenais, utilizando inputs e regulação de outros sistemas. Os processos neuro-hormonais podem preceder as mudanças corporais visíveis por um ou dois anos. Fisiologia Em curto, a puberdade inicia com a liberação de pulsos de GnRH pelo hipotálamo. As células na adenohipófise respondem secretando LH & FSH na circulação. Os ovários ou testículos respondem aos níveis crescentes de LH & FSH crescendo e iniciando produção de estradiol e testosterona. Níveis crescentes de estradiol e testosterona iniciam as mudanças no corpo masculino e feminino. Hormônios atuantes Neurocinina B & kisspeptina: presente em neurônios hipotalâmicos, importantes no início da liberação de GnRH no começo da puberdade. GnRH: hormônio liberador de gonadotropinas, hormônio hipotalâmico que estimula as células gonadotrópicas da adenohipófise LH: hormônio luteinizante, secretado pela adenohipófise, atuam principalmente nas células de Leydig nos testículos, e nas células da teca nos ovários. O LH aumenta mais drasticamente com a puberdade comparado ao FSH. FSH: hormônio estimulador de folículos, secretado pelas células gonadotrópicas da hipófise, atuam principalmente nos folículos ovarianos, e nas células de Sertoli e tecidos espermatogênicos dos testículos. Testosterona: produzido primariamente pelas células de Leydig nos testículos, células da teca nos ovários e no córtex adrenal. Estradiol: hormônio esteroide produzido pela aromatização de testosterona. Estradiol é o principal estrógeno humano, a maior quantidade é produzida nas células da granulosa nos ovários, e também é derivado de testosterona testicular e adrenal em menores quantidades. Andrógenos adrenais: esteroides produzidos pela zona reticulosa no córtex adrenal em ambos os sexos. Os principais são desidroepiandrosterona & androstenediona (percursores da testosterona). Andrógenos adrenais contribuem para os eventos androgênicos no início da puberdade em meninas. MASCULINO Mudanças corporais As mudanças puberais iniciam com o aumento dos testículos e escroto. O pênis também aumenta de tamanho, e os pelos pubianos desenvolvem. Os testículos iniciam produção de esperma, a liberação de sêmen, o qual contém esperma e outros fluídos, é chamado de ejaculação. Durante a puberdade, os pênis de meninos são capazes de ejacular e engravidar mulheres. A primeira ejaculação, espermarca, é um marco importante no desenvolvimento. A ejaculação pode ocorrer durante o sono, esse fenômeno é chamado de emissão noturna. O aumento testicular é a primeira manifestação física da puberdade, chamado de gonadarca. Os testículos atingem tamanho adulto aproximadamente seis anos após o início da puberdade. Depois que os testículos tem desenvolvido já cerca de um ano, o comprimento e circunferência do pênis também aumenta, o que também aumenta a glande e o corpo cavernoso para tamanhos adultos. Os pelos pubianos também aparecimento logo após o início do crescimento da genitália, iniciando na base do pênis. Até o final da puberdade, homens possuem ossos mais pesados e o dobre de massa muscular. Homens possuem cerca de 150% da massa muscular comparado a mulheres e 50% da massa adiposa. Além dos pelos pubianos, os próximos locais a responderem a andrógenos e desenvolver cabelos androgênicos são, na sequência usual, as axilas, região perineal, lábio superior, região periauricular (costeletas), região periareolar e barba. Cabelos nos braços, pernas, peitoral, abdômen e dorso engrossam com o tempo. Sob efeito de andrógenos, a laringe também aumenta de tamanho, mudando o timbre da voz, algo mais perceptível nos homens. Mudanças hormonais Os estágios iniciais de maturação hipotalâmico em meninos são similares aos estágios iniciais da puberdade em meninas, porém ocorrendo cerca de um ou dois anos mais tarde. O LH estimula as células de Leydig dos testículos a produzirem testosterona e os níveis de sangue começam a subir. A regularidade de frequência e amplitude dos pulsos de gonadotropinas é menos importante para a progressão de puberdade em meninos. Uma porção significante de testosterona em meninos adolescentes são convertidos em estradiol. O estradiol regula o pico de crescimento, maturação óssea e fechamento epifisário tanto em meninos quanto meninas. O estradiol também induz um pequeno desenvolvimento do tecido mamário na maioria dos meninos. FEMININO Mudanças corporais O primeiro marco puberal físico nas meninas tende a ser um aumento diminuto subareolar ocorrendo por volta dos dez anos, chamado de telarca. O desenvolvimento continua seguindo os estágios de Tanner. O desenvolvimento de pelos púbicos, pubarca, segue logo após, geralmente visível primeiro nas lábias. O tecido perineal é queratinizado devido ao efeito de estrogênio, aumentando resistência a infecção. A superfície mucosa da vagina também muda em resposta aos níveis de estrogênio, tornando se mais grosso e de coloração mais muda. A mucosa muda para uma estrutura estratificada com uma camada superficial de células escamosas. O estrogênio aumenta a quantidade de glicogênio no epitélio vaginal, o qual futuramente terá papel na manutenção do pH vaginal. Durante os dois anos pós-telarca, o útero, ovários e folículos ovarianos aumentam de tamanho. Os ovários geralmente contêm pequenos cistos foliculares visíveis por USG. A primeira menstruação é chamada de menarca, e ocorre tipicamente dois anos pós-telarca. Mudanças hormonais Enquanto a amplitude dos pulsos de LH aumentam, as células da teca nos ovários começam a produzir testosterona e pequenas quantidades de progesterona. A maioria da testosterona se desloca para as próximas células da granulosa. Aumentos pequenos de FSH induzes um aumento na atividade de aromatase nas células da granulosa, o que converterá a maior parte da testosterona em estradiol para secreção na circulação. A testosterona remanescente, junto a andrógenos adrenais, são responsáveis por as mudanças androgênicas típicas no corpo feminino: pelos pubianos, pelos androgênicos, odor corporal & acne. A bioatividade da testosterona é limitada na sua maior parte pela SHBG (globulina ligante de hormônios sexuais), o qual, por sua vez, é controlado principalmente pelos níveis de estradiol e prolactina (estradiol estimula, prolactina diminui). Níveis crescentes de estradiol produzem as mudanças corporais características da puberdade feminina: pico de crescimento, aceleração da maturação e fechamento ósseo, crescimento mamário, maior composição adiposa, crescimento do útero, espessamento do endométrio e mucosa vaginal & alargamento da pelve inferior. Durante o aumento dos níveis graduais de estradiol e outros processos autoamplificantes ocorrem, um ponto de maturação é atingido quando o feedback hipotalâmico se torna positivo. Esse feedback positivo é o marco da maturidade sexual feminina, pois permite o pico de LH necessário para a ovulação. CONCEPÇÃO A concepção, objetivo da fertilização humana, consiste na união do óvulo com um espermatozoide. Processo de concepção CONCEPÇÃO O encontro do óvulo e o espermatozoide ocorre na ampola das trompas de falópio. O resultado dessa união é um zigoto, ou óvulo fertilizado, iniciando o desenvolvimento pré-natal. A sequência mais comum inicia com a ejaculação durante a copulação, seguida da ovulação, e finalizando com a fertilização. Há exceções como inseminação artificial, fertilização in vitro, etc. Anatomia & fisiologia A fertilização ocorre na ampola das trompas de falópio, a porção mais larga do órgão que se curva por volta do ovário. Espermatozoides capacitados são atraídos a progesterona, o qual é secretado por células da granulosa que cercam o ovócito.A progesterona se liga ao canal catiônico da membrana do espermatozoide aumentando os níveis de cálcio, levando a motilidade hiperativa. O espermatozoide nada em direção às concentrações mais altas de progesterona, sendo assim guiado até o ovócito. O espermatozoide se liga através da coroa radiada, uma camada de células foliculares na superfície do ovócito. A fusão dos núcleos do espermatozoide e ovócito fundem e se tornam uma célula diploide, o zigoto. Porém, antes do espermatozoide poder se fundir com o núcleo do ovócito, terá que passar pela zona pelúcida, a camada estrutural mais rígida do ovócito. O espermatozoide penetra a zona pelúcida ao fundir a sua membrana com o a própria zona pelúcida através de enzimas, no que é chamado de reação acrossômica. No momento de fusão nuclear, ocorre uma reação cortical, liberando grânulos que acarretam a impermeabilidade da célula, não mais permitindo a entrada de esperma. Produção de sêmen Durante o processo de ejaculação, o esperma passa pelos ductos ejaculatórios e se mistura com fluídos das vesículas seminais, da próstata, e das glândulas bulbouretrais (Cowper) para formar o sêmen. As vesículas seminais produzem um fluído amarelado viscoso rico em frutose e outras substâncias que compõem cerca de 70% do sêmen. A secreção prostática é um fluído branco, às vezes hialina, e ralo contendo enzimas proteolíticas, ácido cítrico, fosfatase ácida e lipídios. A glândula de Cowper secreta uma secreção transparente no lúmen da uretra para lubrificar a passagem. A produção do espermatozoide em si tem sua produção inicial nos túbulos seminíferos dos testículos que depois passam pelos dúctulos eferentes onde sobem para o epidídimo para ser armazenado. Durante a ejaculação o esperma flui da cauda do epidídimo, o qual funciona como reservatório, para o vaso deferente onde são propelidos por ação peristáltica das paredes musculares do vaso deferente e logo misturado com os fluídos da próstata, vesículas seminais, glândulas de Cowper etc. e ejetados via uretra. SINAIS & SINTOMAS Um dos primeiros sinais de gestação é uma menstruação perdida ou irregular pois o hCG produzido pelo embrião e placenta em desenvolvimento inibem o ciclo menstrual através da ação de alguns hormônios. Além disso, náuseas com ou sem vômito, sensibilidade e inchaço dos seios, aumento da urinação e fadiga são outros sintomas devido aos picos hormonais. GEMELARIDADE A gestação gemelar ocorre quando um ou mais embrião é desenvolvido durante uma única gestação. A gestação gemelar é possível de acontecer em duas situações principais: a liberação de dois óvulos durante a ovulação fecundados por dois espermatozoides distintos, chamados de gêmeos fraternos; a divisão do zigoto durante alguma fase antes da implantação, chamados de gêmeos idênticos. Gêmeos heterozigóticos, ou fraternos, ocorrem quando os ovários liberam dois ou mais óvulos durante a ovulação e consequentemente são fertilizados por dois espermatozoides diferentes. Os gêmeos possuem apenas 50% de semelhança genética. São dicoriônicas e diamnióticos, não compartilhando nem placenta nem líquido amniótico. Gêmeos monozigóticos, ou idênticos, ocorrem quando há a divisão do zigoto antes da sua implantação no endométrio. Se o zigoto se dividir durante a divisão morular, dois blastócitos se formam e são implantados, resultando em gêmeos monozigóticos que não compartilham placenta ou líquido amniótico (dicoriônicos & diamnióticos). Se o zigoto se dividir durante a incubação, dois blastócitos se formam dentro de um mesmo trofoblasto, resultando em gêmeos monozigóticos que compartilham placenta (monocoriônicos), mas não líquido amniótico (diamnióticos). Se o zigoto se dividir até uma semana após a implantação, os dois blastócitos formados estão muito próximos de si, resultando em gêmeos que compartilham placenta e líquido amniótico (monocoriônicos & monoamnióticos). Idade A idade avançada pode aumentar o risco de levar a uma gestação gemelar por ação do FSH que aumenta o tamanho dos ovários e os estimula a produzir estrogênio. Com o decorrer do tempo, menos folículos permanecem a serem estimuladas, e assim os níveis de estrogênio declinam. Com tal declínio em estrogênio, o FSH não tem mais inibição, o que leva a uma maior estimulação dos folículos restantes, o que pode acarretar no amadurecimento de múltiplos óvulos e liberação dessas com o pico de LH. Idade gestacional & DPP A idade gestacional usa como ponto inicial a data de última menstruação antes do evento de fertilização, e não o dia da própria fertilização. A data provável de parto é uma estimação que pode ser feita de múltiplas maneiras, todas possíveis de variar. DUM & REGRA DE NAEGELE A DUM, data da última menstruação, é utilizado em vários métodos de estimação da data provável do parto. O método de estimação mais utilizado é a regra de Naegele, onde é acrescentado sete ao número do dia e subtraído três do número do mês para obter a data provável do parto, o qual corresponde a aproximadamente quarenta semanas após a última menstruação. ULTRASSONS O saco gestacional é visualizável através da ultrassonografia a partir da quarta a quinta semana de gestação, de três a quatro semanas após a ovulação. A imagem ultrassonográfica permite a criação de imagens a partir dos quais são feitas medidas biométricas que auxiliam na estimação da idade gestacional, como o tamanho do saco gestacional, comprimento cabeça-nádega, diâmetro biparietal, comprimento do fêmur. Durante a primeira gestação, há alguns marcos de visualização ultrassonográfica: na quinta semana é possível ver o saco gestacional, na sexta, a vesícula vitelina, e na decima segunda a cabeça fetal e placenta. Complicações & dificuldades IDADE Os óvulos utilizados durante a concepção possuem a mesma idade biológica que a mulher que a carrega. Assim, a idade avançada aumenta a chance dos riscos de defeitos e má formações fetais. A idade limite sugerida pelo ministério da saúde é de trinta e cinco anos. Algumas das complicações são o parto prematuro, baixo peso ao nascimento, aborto espontâneo & parto natimorto, defeitos cromossômicos, complicações durante o parto, necessidade de cesárea, pressão alta & pré-eclâmpsia/eclampsia, diabetes gestacional e gestação gemelar. DOENÇAS Endometriose Condição onde o tecido normalmente produzido no endométrio cresce em estruturas fora do útero como nas trompas, ovários, miométrio, entre outros locais. Síndrome de ovário policístico Condição onde há baixa produção de FSH e alta produção de andrógenos devido a ação de cistos desregulando a função ovariana, o qual poderá levar a anovulação. Polispermia A polispermia resulta da fertilização de um óvulo por mais de um esperma, levando a uma diferença cromossômica no embrião, uma condição letal para o zigoto humano. Desordens autoimunes Desordens autoimunes podem acarretar a uma resposta imunológica fatal ao embrião se implantando na parede uterina ao ser reconhecido como corpo estranho. ÓRGÃOS REPRODUTORES Anatomia, fisiologia & histologia feminina ANATOMIA Bacia obstétrica A ossatura do canal de parto é constituída dos dois ossos ilíacos, o sacro e o cóccix, ligados pelas articulações da sínfise púbica, sacroilíacas & sacroccígea. Existem quatro variações principais na bacia classificadas a partir dos seus diâmetros e medidas estreitas. Entre elas são a pelve ginecoide, antropoide, androide & platipeloide em ordem de frequência. A bacia androide tem a maior chance de apresentar distocias devido ao canal de parto comparativamente menor. Vulva Coloquialmente, o termo vagina é utilizado para se referir a genitália externa, o qual na verdade é chamado de vulva. O monte de vênus, grandes & pequenos lábios (terminado posteriormente pela fúrcula) são de função tegumentar; o vestíbulo (abertura que abriga tudo interno aos pequenos lábios), meatouretral (abertura externa da uretra) e orifício vaginal (coberto pelo hímen & terminado posteriormente pela fossa navicular) são as estruturas interlabiais; o clitóris, órgãos parauretrais (de Skene) & bulbovestibulares (de Bartholin) possuem importância durante o estímulo sexual e copulação. O clítoris (também ortografado como clitóris) é o principal centro de prazer feminino, capaz de ereção tal como o pênis; as glândulas bulbovestibulares (de Bartholin) servem para lubrificar a vagina; e os parauretrais (de Skene) incha com sangue durante a excitação e secreta fluidos próximo a uretra durante o orgasmo. O hímen é um tecido mucosa fina que cobre total ou parcialmente a entrada vaginal. É geralmente rompido após a primeira copulação causando leve sangramento, porém, dependendo do biótipo, o hímen pode ser elástico e voltar a integridade inicial após cada relação ou apresentar se já perfurado sem estímulo penetrante. Útero O útero, também chamado de ventre, é um órgão oco e alongado formado por músculo liso, possuído de múltiplas conexões e tecidos que lhe permite abrigar um embrião. Estruturalmente, o útero divide se em corpo, colo e fundo uterino; e em perimétrio, miométrio e endométrio. O perimétrio é a parede mais externa do útero, adjacente aos demais órgãos peritoneais. O miométrio, parede muscular do útero, é responsável pelas contrações durante o parto e menstruação. O endométrio, revestimento interno do útero, responsável por prevenir a adesão entre as paredes do miométrio, produzir a decídua, e agir na fixação do embrião e placenta. Vagina, trompas & ovários O canal vaginal possui cerca de oito a dez centímetros e se estende desde o orifício vaginal na vulva até o colo do útero, servindo como canal de parto e via de excreção de fluido menstrual. As trompas de falópio, também chamado de tubas uterinas, possuem cerca de dez centímetros e se projetam lateralmente da parte superior do útero. Divide se em parte uterina, istmo, ampola, infundíbulo e fímbria. A ampola é a parte mais larga das trompas, onde geralmente ocorre a fertilização, e as fímbrias se ligam aos ovários. Os ovários são ligados a cada lado do útero através dos pedículos ovarianos, compostos pelas trompas, mesovário, ligamento ovariano e vasos sanguíneos. São de forma ovoide, responsáveis principalmente pela liberação de óvulos e hormônios. FISIOLGIA Estímulo sexual O início do estímulo sexual feminino é marcado pela lubrificação sexual providenciado pelas glândulas bulbovestibulares, inchaço da genitália externa e alongamento e alargamento do canal vaginal. O estímulo é continuado com a ereção clítoris e escurecimento da região devido ao aumento do fluxo sanguíneo. Concepção (briefly) Após o pico de LH no período de ovulação, ocorre o rompimento dos folículos ovarianos, o qual liberará um óvulo. Esse óvulo é liberado do óvulo e logo captado pela fímbria da trompa, onde inicia sua jornada até o útero. Se houver esperma dentro da vagina, que passará pelo colo do útero e entrar no útero. O local mais comum de ocorrer é dentro da ampola das trompas, porção mais larga. Ao fertilizar, o zigoto inicia sua jornada até o útero para poder se fixar no tecido do endométrio e se fundir para poder formar a decídua. Parto (briefly) O sinal mais comum do parto são contrações miometriais forte e repetitivas. No primeiro estágio o colo do útero inicia sua dilatação para poder acompanhar a saída do feto sendo ejetado pelas contrações uterinas. Após a saída do neonato, a placenta segue ejetado logo depois e assim encerra o ciclo gestacional. HISTOLOGIA Útero gravídico, secretora & proliferativa Dentro da diferenciação histológica uterina, a visualização das artérias espiraladas é de suma importância para a identificação da fase uterina no qual o tecido em questão se encontra. Estrutura funcional O útero possui três divisões histológicas funcionais na forma do endométrio, miométrio e perimétrio. O endométrio é constituído de duas camadas: a camada basal & funcional. A camada basal é a camada permanente que não se desintegra após cada menstruação, servindo como epitélio secretora. A camada funcional utilizada para a fixação da placenta e formação da decídua; essa camada é produzida com cada fase proliferativa e liberada após ovulação com cada fase secretora, e excretado na fase menstrual com contrações miometriais em casos de não fertilização. Gravidez Durante a gravidez, o estradiol leva a hipertrofia e hiperplasia do miométrio. As células do miométrio têm um aumento no número de junções de lacuna para permitir contrações uterinas coordenadas. O peso uterino aumenta de ~75g para ~1300g. No endométrio, quando ocorre a fertilização, o zigoto começa sua jornada até o útero. Até o momento em que encontre o útero já tem se tornado um blastócito. O endométrio em si nessa fase já está na fase secretora, preparada para receber tal blastócito, com a camada funcional em produção total. Ao implantar, a camada funcional se torna em decídua, epitélio que revestirá internamente o útero e abrigará a placenta. Anatomia, fisiologia & histologia masculina ANATOMIA Pênis & uretra O pênis masculino é o órgão sexual primário do homem, altamente vascularizado e composta de múltiplas camadas e tecidos funcionais diferentes. Além da função reprodutiva, também atua na excreção da urina. O pênis agrega a glande (cabeça), corpo esponjoso (reveste a uretra), corpo cavernoso (função eretora) & bulbo. A uretra inicia se na bexiga urinária, e de lá segue divido na porção prostática, membranosa, ampola & esponjoso (peniano). Próstata, glândula bulbouretral & vesículas seminíferas A próstata, glândula bulbouretral (glândula de Cowper) e vesículas seminíferas auxiliam na produção de do líquido espermático e no processo de ejaculação. A próstata é um órgão arredondado, situado entre a bexiga e a glândula de Cowper. A glândula de Cowper por sua vez sita se entre a próstata e o ducto ejaculatório. As vesículas seminíferas situam se posteriormente entre o nível da bexiga e próstata, compartilhando um ducto com a próstata, o ducto ejaculatório. Testículo, epidídimo, vaso deferente & dúctulos eferentes Encontram se dentro do saco escrotal os dois testículos, os quais internamente apresentam os dúctulos eferentes, e sobre elas pousa o epidídimo que segue com o vaso deferente. O vaso deferente continua e une se com ductos das vesículas seminais, glândulas de Cowper, e próstata até o ducto ejaculatório para a ejeção do sêmen. FISIOLGIA Estímulo sexual O estímulo sexual masculino é caracterizado pela ereção, o qual inicia se com a vasodilatação e aumento do fluxo sanguíneo para os corpos cavernosos e o corpo esponjoso. O pênis aumenta de tamanho e fica firme, a bolsa escrotal encolhe e os testículos são puxados mais próximos do corpo. A glande também aumenta de tamanho e a coloração da genitália como um todo escurece e envermelhece. Orgasmo é atingido quando a musculatura do assoalho pélvico, vasos deferentes, vesículas seminais e próstata contraem de forma a estimular a forçar o sêmen pela uretra. Produção & caminho do esperma A produção do esperma inicia se nos testículos com a formação e maturação dos espermatozoides. O FSH, liberado pela adenohipófise, estimula as células de Sertoli, o epitélio seminífero, a produzir espermatozoides. Esses espermatozoides progridem do epitélio seminífero para o epidídimo, através dos dúctulos eferentes, para ser guardado. Durante a ejaculação, o epidídimo realiza um movimento peristáltico que empurra os espermatozoides pelos vasos deferentes. O espermatozoide segue o caminho dos vasos deferentes e se une com líquidos secretados pelas vesículas seminíferas antes de passar pelo ducto ejaculatório, onde entrará para a uretra e se unir com mais líquidos secretados pela próstata e glândulasde Cowper para formar o sêmen. HISTOLOGIA Células de Leydig & células de Sertoli As células funcionais principais dos testículos são as células de Leydig & Sertoli, responsáveis pela produção de testosterona e espermatozoide, respectivamente. As células de Leydig produz testosterona na presença de LH secretado pela adenohipófise. As células de Sertoli, ativados pelo FSH secretado pela adenohipófise, são unidades funcionais dentro dos túbulos seminíferos que auxiliam na maturação e desenvolvimento do espermatozoide. GESTAÇÃO Semanas 1-2: Durante a primeira semana após a fertilização o zigoto formado passa pelas trompas de falópio enquanto sofre múltiplas divisões. Após passar pela fase de mórula próximo ao quarto dia, aproxima se ao endométrio onde se implantará na fase de blastócito até o sétimo dia. O trofoblasto da blástula começa a se diferenciar em citotrofoblastos, que se fundem e formam sincíciotrofoblastos que facilita a implantação estabelecendo uma conexão com o endométrio. Os sincíciotrofoblastos secretam hCG que auxiliam na manutenção do corpo lúteo. 3-8: Até a terceira semana a blástula já se diferenciou em gástrula, no qual aparece o mesoderma. Coincide com a primeira falsa menstruação. Nessa semana já inicia se a formação do tubo neural (fase de neurula) e surgimento dos celomas intraembrionários que irão marcar a organogênese, a diferenciação dos órgãos. Tubo neural -> Sistema nervoso Notocorda -> Coluna vertebral Arquêntero -> Tubo digestório Endoderme -> Sistema respiratório, fígado e pâncreas Mesoderme -> Esqueleto, músculos, sistema cardiovascular, sistema excretor e sistema reprodutor Ectoderme -> Sistema nervoso, órgãos do sentido e epiderme 9-12: Na nona semana, o feto apresenta face larga, olhos muito separados, orelhas baixas, pálpebras fundidas, pernas e coxas relativamente pequenas e sem diferenciação da genitália externa. Na decima e decima primeira semana, as alças intestinais já são visíveis e o intestino retorna para o abdômen. Na decima segunda semana já inicia a ossificação primária (ossos longos e cranianos), os membros superiores quase alcançam tamanho final, mas os inferiores ainda não, a genitália externa assume forma fetal madura, e a formação de urina já tem se iniciado. 13-16: Na decima quarta semana os movimentos fetais já são coordenados e visíveis ao US, os olhos movimentam se lentamente e a genitália externa já pode ser reconhecida. Da decima sexta semana os ossos já estão visíveis, os ovários já se diferenciaram contendo folículos primários, e a face fetal torna se mais humano com os olhos ocupando uma posição mais anterior e orelhas estarem mais próximo a posição definitiva. 17-20: Os movimentos fetais geralmente são perceptíveis a partir da decima sexta para decima sétima semana. O crescimento começa a ficar mais lento, os membros alcançam proporção relativa final e a pele do feto é recoberto pelo verniz caseoso. Na decima oitava semana o útero já se formou e iniciou a canalização da vagina, os folículos terminam seu desenvolvimento em folículos primários. Até a vigésima semana as sobrancelhas e cabelos são visíveis. 21-25: Há um ganho de peso significativo nessa época, além da pele ficar mais enrugada, translúcida e corado por visualização dos capilares. Na vigésima primeira iniciam movimentos rápidos dos olhos, na vigésima segunda a vigésima terceira, os olhos seguem estímulos vibro acústicos, e na vigésima quarta os pneumócitos II já começam a secretar surfactante e as unhas aparecem. 26-29: Nessa época, caso o feto nasça prematuramente, tem chance de sobreviver visto que os pulmões já são capazes de respirar o ar e realizar trocas gasosas, além do SNC conseguir coordenar os movimentos respiratórios e a temperatura. 30-34: O reflexo pupilar pode ser induzido. A pele fica é rosada e lisa. 35-38: O feto orienta-se espontaneamente com a luz e o seu sistema nervoso está suficientemente maduro. Na trigésima sexta semana a circunferência cefálica e circunferência abdominal são quase iguais, após essa semana a circunferência abdominal pode ser maior que a cabeça. Na trigésima sétima semana o tamanho do pé é um pouco maior que o comprimento do fêmur, constituindo um parâmetro para avaliar a idade fetal. Termo: um feto normal chega a ter um comprimento cabeça-nádega (CCN) de 360mm e um peso por volta de 3400g. A gordura amarela representa cerca de 16% do peso corporal e durantes as últimas semanas o feto ganha cerca de 14g de peso por dia. A pele normalmente rosa-azulada, e os fetos masculinos tendem a ser mais compridos e pesarem mais que fetos femininos. Acompanhamento PRIMEIRO TRIMESTRE USG diagnóstico & morfológico (TN & osso nasal) A imagem por ultrassonografia é capaz de confirmar uma gravidez a geralmente a partir da sexta semana gestacional. O saco gestacional pode ser visto a partir quatro semanas e meio após a DUM, e a batida cardíaca fetal pode ser auscultado a partir de cinco, mas nem sempre é possível. Geralmente é utilizado apenas o ultrassom abdominal, porém, o ultrassom transvaginal pode ser utilizado caso não fornecer informações suficientes. Alguns ultrassons, como a transluscência nucal e medida de osso nasal utilizados na metade do primeiro trimestre e o morfológico utilizado ao final, são capazes de detectar certas anomalias fetais, além de observar a posição e desenvolvimento. O ultrassom morfológico, geralmente realizado entre a decima oitava e vigésima semana, é capaz de confirmar a frequência cardíaca, detectar gestações múltiplas, medir o tamanho do feto, visualizar a posição placentária, verificar a quantidade de líquido amniótico e perceber alguma anormalidade física. Anomalias como spina bífida, anencefalia, gastroquise e deformidades nos membros são algumas anormalidades detectáveis. A transluscência nucal e medida do osso nasal são realizados entre a decima primeira semana e terceiro dia da gestação e decima terceira semana e sexto dia, ambos são capazes de detectar síndromes genéticos como trissomia 21 (síndrome de Down). A transluscência nucal é considerado um sinal não específico de anormalidades generalizadas. Relacionada a dilatação dos vasos linfáticos, a espessura menor que 2.2 a 2.8mm não é associado a risco, porém, precisa ser relacionado com a idade gestacional exato. O risco de trissomia 21 aumenta diretamente proporcional ao valor da transluscência nucal: <2mm <1%; 3.4mm 7%; 3.5-4.4mm 20%; 5.5-6.4mm 50%; ≥8.5mm 75%. A ausência osso nasal, visualizável no mesmo ultrassom da transluscência nucal, tem sido associado as chances de trissomias. Alterações físicas Durante o primeiro trimestre o corpo sofre diversas mudanças em preparo ao recebimento do feto e pós-parto. Os seios, próximos a data da concepção, podem ficar inchados devido a mudanças hormonais que diminui nas semanas subsequentes quando o corpo se acostumar com tais mudanças hormonais. Náuseas com ou sem vômitos também são comuns devido ao aumento de progesterona, o qual limita os movimentos peristálticos intestinais. A urinação também aumenta devido ao aumento de sangue e subsequentemente quantidade de líquido sendo processado pelos rins. Fadigas, queimações e constipações também são consequência do aumento de progesterona, lentificando a digestão e causando sonolência. Corpo lúteo vs. Placenta O corpo lúteo é essencial no estabelecimento da gravidez e fixação da placenta. O corpo lúteo secreta progesterona, responsável pela decidualização do endométrio e sua manutenção. Quando um óvulo não é fertilizado, o corpo lúteo degenera para um corpo albicans em cerca de dez dias. Quando um óvulo é fertilizado e ocorre a implantação, os sincíciotrofoblastos do blastócito secretam hCG que sinaliza o corpo lúteo a continuar a produção de progesterona, mantendo assim a camada funcional do endométrio, contribuindo para a formação da decídua. A introduçãode prostaglandinas nesse ponto causa a degeneração do corpo lúteo e subsequente aborto do feto. A placenta, quando formada, eventualmente ultrapassa o corpo lúteo em produção de progesterona, e o corpo lúteo degrada para um corpo albicans sem perda do feto/embrião. Ácido fólico & tubo neural O ácido fólico, a forma fabricada de folato ou vitamina B9, é essencial na formação e fechamento do tubo neural durante a fase embrionária de neurulação. O folato é necessário para a produção e manutenção de novas células como na síntese de DNA e RNA. A deficiência de folato durante a gestação pode levar a defeitos do tubo neural resultando do seu não fechamento como spina bífida, anencefalia, encefalocele e iniencefalia. A suplementação de ácido fólico na gestação é recomendada pelo ministério da saúde. Abortamentos precoces O abortamento espontâneo precoce, definido antes das vinte a vinte e duas semanas de gestação, é a época de aborto mais comum clinicamente, cerca de dois terços dos abortos espontâneos ocorrem durante o primeiro trimestre. Após a vigésima a vigésima segunda semana, um abortamento é considerado parto natimorto e não aborto. Cerca de trinta a quarenta porcento de todos óvulos fertilizados são abortados espontaneamente, antes mesmo da detecção da gravidez. O embrião tipicamente morre antes da gravidez ser expelida; sangramento na decídua basal e necrose tecidual causa as contrações miometriais a expelirem a gravidez. Abortamentos precoces se devem geralmente a más formações durante o desenvolvimento da placenta ou outros tecidos embrionários. O zigoto geralmente se implanta do oitavo ao décimo dia pós fertilização, passando desse tempo as chances de implantação declinam subsequentemente. Em algumas instâncias, todos os tecidos se desenvolvem, exceto o embrião, esse é chamado de gravidez anembrionária ou anembrionada. A gravidez química é aquela que é detectada e confirmada em testes, porém termina em aborto durante a data da próxima menstruação. Anormalidades cromossômicas são encontrados em mais da metade de todos os embriões abortados antes da decima terceira semana. Metade dos abortos embrionários (vinte e cinco porcento de todos os abortos) possuem algum tipo de aneuploidia (número anormal de cromossomos). Problemas genéticos são mais comuns em pacientes mais velhas; o que é relacionado com a frequência de aborto espontâneo no primeiro trimestre em gestantes com idade mais avançada. Deficiência de progesterona durante a fase lútea também é um fator que contribui para abortos espontâneos. Recomendações MS O Ministério da Saúde, a partir do caderno de atenção básica de atenção ao pré-natal de baixo risco, a suplementação vitamínica durante a gestação. A suplementação de ferro é recomendada a partir de 200mg de sulfato ferroso por dia, uma hora antes da refeição, mantida diariamente até três meses pós- parto e pós-aborto. Além disso, o folato, ácido fólico, vitamina B9 é recomendado utilização rotineira durante pelo menos dois meses antes e durante os dois primeiros meses da gestação para evitar deformações do tubo neural. SEGUNDO TRIMESTRE USG 20-24 semanas Entre a vigésima e vigésima quarta semana, o ultrassom indica é o morfológico. Oitenta porcento das anomalias genéticas e malformações estruturais podem ser identificadas e eliminadas no diagnóstico por imagem. Os membros superiores e inferiores também são visíveis detalhadamente. Além disso, é possível também visualizar a placenta, auxiliando na detecção das condições como placenta prévia, onde a placenta se encontra em uma posição desfavorável para o parto. TERCEIRO TRIMESTRE Sintomas fisiológicas As contrações de Braxton-Hicks é o principal sintoma fisiológico do terceiro trimestre. Além dessa, tem ainda a expansão anatômica do útero que comprimirá outras estruturas como a bexiga e estômago, causando urinação frequente e azias, além da alteração de centro de massa causando lombalgias. As contrações de Braxton-Hicks, ou falsas contrações, são descritos como um ensaio para o parto. São contrações miometriais que podem aparecer no início da gestação, porém ficam mais frequentes no terceiro trimestre. São contrações irregulares, arrítmicas, sem qualquer tipo de coordenação, que vem e vão. As contrações de Braxton-Hicks diferem das contrações do parto na medida em que as contrações do parto são rítmicas, possuem coordenação de todos os músculos do miométrio, e se mantém constante até a saída do feto. Edema fisiológico vs. Edema DHEG O edema é um dos sintomas mais comuns durante a gestação. Ocorre devido ao aumento de líquido intersticial, tendo diversas causas como aumento de pressão, processos inflamatórios, entre outros. A classificação do edema presente na gestação é de extrema importância pois é capaz de diferenciar entre um achado meramente fisiológico ou um indício de uma doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG), como a hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia, eclampsia ou síndrome HELLP. O edema é visualizado durante o exame físico nas consultas de pré-natal (cacifo). A ausência de edema não necessita de qualquer atenção. Edema em +1, localizado apenas nos tornozelos, sem hipertensão ou aumento de súbito de peso pode estar relacionado apenas com a postura, ao fim do dia, o tipo de calçado ou aumento da temperatura. Edema em +2, limitada aos membros inferiores, porém com presença de hipertensão e/ou ganho de peso, é necessário verificar os sinais de pré-eclâmpsia e movimentos fetais, além de encaminhar para um serviço de alto risco. Edema em +3/+4, generalizado (face, tronco & membros) que já se mostra quando acorda, considera a gestante de risco devido a suspeita de pré-eclâmpsia, entre outras intercorrências como processos trombóticos, e deve ser encaminhada imediatamente ao serviço de alto risco. Complicações fetais Oligodramnia & polidramnia A oligo e polidramnia são condições onde a quantidade de líquido amniótico se encontra abaixo ou acima da quantidade esperada para a idade gestacional, respectivamente. A oligodramnia não tem causa exata estabelecida, porém é associada a morte fetal, aneuploidias, anormalidades renais e rupturas membranosas precoce. Pode levar a RCIU, hipoplasia pulmonar e pé torto congênito (PTC). A sequência ou síndrome de Potter é uma condição causada pela oligodramnia, geralmente advinda da agênese renal bilateral (não formação dos rins). A polidramnia também não possui causa exata na maioria dos casos, podendo ser atribuído a infecções intrauterinas (TORCH), isoimunização Rh e diabetes. Os riscos associados são a dispneia materna, ruptura de membrana precoce, parto pretermo, apresentação fetal anormal, prolapso do cordão umbilical e hemorragia pós-parto. RCIU A restrição de crescimento intrauterina é caracterizada como o desvio do padrão de crescimento de um feto durante o período em observação. Ela é diagnosticada a partir da comparação da taxa de crescimento do feto em observação com o padrão esperado, sendo confirmado quando esse crescimento estiver abaixo do decimo percentil. Para definir o crescimento, são utilizadas diversas medidas, como a altura uterina (medida do osso púbico até o fundo do útero, sendo cada centímetro (±2) condizente com a semana gestacional a partir da vigésima), comprimento do fêmur ou circunferência do abdômen e cabeça (visualizados na USG). Com essas medidas, estima se o peso do feto. A RCIU pode levar a nascer PIG. A RCIU pode ser resultado de condições maternas como o tabagismo, consumo de álcool, desnutrição ou doenças vasculares, pode ser resultado de insuficiência placentária, pode ser resultado de condições fetais como gestação gemelar, infecções intrauterinas, anormalidades cromossômicas, entre outros. PIG, GIG & AIG O feto considerado pequeno para a idade gestacional (PIG) é aquele que tem um peso ao nascimento inferior