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Teoria do delito e princípios constitucionais penais Unidade 2 - Especificações para a aplicação penal

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09/09/2022 17:06 MA_BL3_DIR_TEDECO_19_E_2
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Teoria do delito e princípios
constitucionais penais
Unidade 2 - Especificações para a aplicação
penal
Autor: Prof. Acácio Miranda Filho
Iniciar
Introdução
Em virtude consolidação das teorias e princípios anteriormente indicados,
especialmente o da Legalidade, surgiu a necessidade de estabelecerem-se os
elementos que compõe o crime, a �m de que a sua aplicação ao caso concreto não
esteja sujeita a interferências externas ou que não �que vinculada a “opinião
pessoal” do julgador.
Obviamente, até o perfazimento e a consolidação dos elementos atualmente
necessários para a con�guração do crime, muitas foram as teorias utilizadas,
devendo o aluno, à partir das informações à seguir transcritas, ter ciência que estes
são resultados de décadas de análises teóricas e práticas.
Ademais, a parte geral do Código Penal passou a vigorar em 1984, através da
vigência da Lei nº 7.209, o que demonstra que já houve tempo su�ciente para a sua
consolidação.
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1. Teoria do crime
Neste primeiro tópico de aprendizagem, abordaremos alguns conceitos e outros
conhecimentos teóricos que se demonstram fundamentais para a atuação no
interior da dinâmica da legislação penal.
Vamos então a eles:
Conceito Formal
Conceito Material
Conceito Analítico
Conceito Tripartido de Crime
Conceito Bipartido de Crime
Feita esta breve diferenciação entre as duas teorias existentes, cabe a dúvida acerca
da teoria adotada pelo Código Penal Brasileiro. Diversas são as indicações pelos
partidários de cada uma das teorias, prevalecendo à aceitação pelo segundo
conceito, mesmo que de forma tímida.
Os elementos existentes no Código Penal, aptos a indicar esta prevalência são:
Bons Estudos!
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a) O título II da Parte Geral é denominado “Do Crime”, ao passo que, o título seguinte,
de número III, trata exclusivamente “Da Imputabilidade Penal”. Os defensores do
conceito bipartido indicam que esta é a primeira evidência da adoção desta teoria,
a�nal, no título dedicado exclusivamente aos elementos do crime não há o
tratamento dos elementos relativos à culpabilidade, que são tratados em capítulo
posterior.
b) Além do elemento topográ�co acima explanado, há também a gra�a dos artigos
23 e 26, do Código Penal. Vejamos:
1.1 Exclusão de ilicitude
Art. 23 – “Não há crime quando o agente pratica o fato...” (grifo nosso)
Diante da leitura do artigo em comento, resta evidente que a exclusão da ilicitude (ou
antijuridicidade) ocasionará a inexistência do crime, concluindo-se, portanto, que
este é um elemento que obrigatoriamente o compõe.
Em contraposição, veri�camos o disposto no artigo 26, do Código Penal:
Art. 26 – “É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento
mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento” (grifo nosso).
A leitura do preceito legal evidência que, na hipótese de exclusão da culpabilidade do
agente, em virtude das causas mencionadas no seu conteúdo, não haverá a aplicação
de pena, contudo, o crime permanecerá existindo.
1.2 Dos elementos relativos ao conceito
analítico de crime
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Observação: Independentemente da distinção anteriormente realizada, faremos a
indicação de todos os elementos do crime, incluindo, entre os seus elementos
componentes, a culpabilidade.
A seguir vejamos listados tais elementos:
1.2.1 Conduta
Em apertada síntese, conduta é a ação ou omissão humana, consciente e voluntária,
perpetrada de forma dolosa ou culposa.
Em face destes elementos, pode-se concluir que a conduta decorre de um
comportamento exclusivamente humano, mediante a realização de um ato positivo –
comissiva -, ou negativo – omissiva -, de forma dolosa ou culposa.
1.2.2 Conduta Dolosa
O agente quer o resultado ou assume o risco de produzi-lo. Vide artigo 18, inciso I,
Código Penal.
Importante salientar que são vários os tipos de dolo existentes, sendo primordial a
menção ao dolo direto (modalidade mais tradicional, onde o agente quer o resultado.
Exemplo: art.121, CP), ao dolo especí�co (onde a conduta evidencia uma �nalidade
especi�ca que motiva o agente à prática da conduta. Exemplo: Art.159, CP), ao dolo
eventual (onde o agente não deseja diretamente a produção do resultado, mas
assume o risco de produzi-lo, denotando sua indiferença em relação a esta
circunstância) e, por último, ao dolo alternativo (onde o agente pratica a conduta, e,
por conta desta, há a possibilidade da produção de mais de um resultado, sendo
indiferente ao agente qual deles será alcançado).
1.2.2 Conduta Dolosa
A culpa consiste na obtenção de determinado resultado sem que tenha havido
intenção do agente. No direito penal o crime culposo será ocasionado pela não
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observância do dever de cuidado pelo agente, que levará a obtenção do resultado e
punição deste comportamento.
A punição dos crimes culposos depende de expressa previsão legal, disso, podemos
concluir, que só serão punidos a título de culpa aqueles crimes onde há expressa
indicação da lei sobre esta possibilidade. Como exemplo, podemos considerar o
homicídio culposo, disposto expressamente no artigo 121, parágrafo 3°, do Código
Penal. Em contrapartida, podemos concluir que o crime de furto não é punível a
título de culpa, pois não há expressa indicação desta possibilidade no artigo 155, do
Código Penal.
2. Modalidades de culpa
Neste tópico nos proporemos a analisar algumas das questões mais pertinentes
relacionadas ao conceito de culpa para o Direito Penal. Comecemos diferenciando as
modalidades.
Negligência
Imprudência
Imperícia
Atenção : A Culpa pro�ssional – imperícia -, é diferente do erro pro�ssional, que é o
praticado por quem devidamente habilitado.
2.1 Espécies de culpa
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Passemos agora a diferenciação quanto as espécies de culpa que podemos observar
no tocante ao delito.
Culpa inconsciente
Culpa consciente
Como exemplo de culpa consciente, temos o piloto pro�ssional que conduz veículo
automotor à velocidade de 200 km/h em rodovia cuja velocidade máxima é de 100
km/h. Apesar da previsibilidade do resultado, o sujeito acredita que sua habilidade –
é piloto pro�ssional – impedirá a consumação de um acidente. Já no dolo eventual, o
sujeito conduz veículo automotor à velocidade de 200 km/h em rodovia cuja
velocidade máxima é de 100 km/h, e mesmo prevendo o possível resultado, mostra-
se indiferente em relação a esta possibilidade. Na segunda hipótese, tanto faz se
houver ou não houver o acidente.
Preterdolo : Esta modalidade é composta pela soma de uma conduta dolosa e a
obtenção de um resultado diverso culposo. Simpli�cando: É o dolo na conduta
antecedente e a culpa no resultado conseqüente. O agente age dolosamente com
vistas a obtenção de um resultado, mas por circunstâncias alheias a sua vontade,
obtém um resultado mais grave.
Exemplo: Lesão corporal com resultado morte.
Lesão corporal
Lesão corporal seguida de morte
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Ação ou omissão: as condutas podem ser praticadas de forma positiva – ação -, ou
negativa – omissão.
2.2 Ação – crime comissivo
Os crimes comissivos são praticados mediante ação positiva do sujeito ativo,
consistem, portanto, no fazer determinada conduta. Importante salientar que a
maioria dos crimes dispostos na Parte Especial do Código Penal, ou nas demais Leis
Penais Especiais, con�guram crimes comissivos.
Como exemplos, podemos indicar:
● Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
● Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato de�nido como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
● Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
A simples leitura dos tipos penais indicados como exemplos, especialmente a dos
seus verbos núcleos do tipo grifados, indica que para a prática destas condutas
deverá o sujeito ativo tomar uma postura ativa, agindo positivamente para a prática
dos crimes.
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2.3 Omissão – crime omissivo
Os crimes omissivos são praticados mediante postura negativa do sujeito ativo, ou
seja, são praticados mediante a abstenção da ação devida. Simpli�cando: O sujeito
ativo deixa de tomar determinada atitude que lhe era devida naquele contexto fático.
Como exemplo, pode-se indicar:
● Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à
criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou
em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade
pública:
● Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa
Percebe-se através da leitura do verbo núcleo do tipo grifado que o sujeito ativo
deveria ter prestado assistência às pessoas indicadas no tipo penal, contudo, deixou
de fazê-lo. Sua postura negativa, expressa pelo verbo deixar, é indicativa da conduta
penalmente relevante.
Importante salientar que a hipótese de omissão até aqui explanada é classi�cada
doutrinariamente como crime omissivo próprio , porque o verbo núcleo do tipo
apresenta uma conduta negativa.
Há outra modalidade de crime omissivo, classi�cado doutrinariamente como crime
omissivo impróprio ou crime comissivo por omissão .
São modalidades de crimes omissivos praticados sob a forma omissiva. O verbo
núcleo do tipo penal expressa conduta comissiva, conduta, o sujeito ativo vai praticá-
lo de forma omissiva.
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Tome-se como exemplo o crime de homicídio. Referido crime já foi citado como
exemplo de crime comissivo, contudo, é possível matar alguém sob a forma
omissiva. Basta pensar em um salva-vidas de um clube que percebe que um dos
freqüentadores da piscina está morrendo afogado, e, por não gostar deste
freqüentador, não toma qualquer medida para salvá-lo.
O salva-vidas praticou um crime comissivo sob a forma omissiva.
Válido ressaltar, que as hipóteses de crime omissivos impróprios ou comissivos por
omissão estão indicadas no artigo 13, parágrafo 2°, alíneas a, b e c, do Código Penal.
Ademais, só quando o sujeito ativo estiver nestas condições era possível a
con�guração desta modalidade de conduta.
3. Causa
Neste tópico agora, veri�caremos uma teoria dentro do Direito Penal que especi�ca e
analisa o vínculo entre a conduta do agente e o resultado do ilícito.
3.1 Relação de causalidade
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado
não teria ocorrido.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
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3.2 Resultado
Para a veri�cação da ocorrência do resultado do direito penal deve-se dividi-lo em
duas espécies, o resultado naturalístico e o resultado jurídico.
No que diz respeito ao resultado jurídico, também classi�cado como resultado
normativo, leva-se em consideração a alteração da ordem jurídica, ou seja, a ruptura
do mundo do direito. Desta surge jus puniendi do Estado.
Todo crime apresenta um resultado jurídico, ou seja, todo crime apresenta uma
ofensa a norma vigente.
No que tange ao resultado naturalístico, ou seja, o resultado externo ao direito, a
alteração do mundo fático, os crimes são divididos em 03 (três) espécies:
a) Crime Material : São aqueles crimes que, para a sua consumação é necessária a
prática da conduta e a obtenção do resultado. A não ocorrência do resultado é
punível como tentativa.
Como exemplo, pode-se considerar o crime disposto no artigo 121, CP. Para a
consumação do crime de homicídio não basta à prática da conduta tendente a ceifar
a vida de terceiro, é necessário também que o agente logre êxito nesta empreitada,
ou seja, o homicídio só restará consumado com a morte da vítima.
b) Crime Formal : O tipo penal descreve um resultado, contudo, não é necessário
que este ocorra efetivamente para a sua consumação. Basta a prática da conduta,
não sendo relevante o alcance do resultado previsto.
Como exemplo, tem-se o crime disposto no artigo 159, CP. Para a consumação do
crime de extorsão mediante sequestro basta o sequestro da vítima, não sendo
necessária a obtenção da vantagem econômica indevida.
● Extorsão mediante sequestro
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Art. 159 - Sequestrar pessoa com o �m de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do resgate
O verbo núcleo do tipo, grafado sob a cor vermelha, corresponde à conduta, e o
resultado, grafado sob a cor verde, corresponde ao resultado. Para a consumação
deste, basta a prática da conduta, independentemente da obtenção do resultado
previsto no tipo penal.
c) Crimes de mera conduta: Nesta modalidade não há qualquer indicação do
resultado, portanto, para a sua consumação, basta a prática da conduta.
Como exemplo, tem-se o crime de violação de domicílio – art.150, CP-. A simples
leitura do referido tipo penal demonstra que não há qualquer indicação do
resultado, restando este consumado com a mera entrada ou permanência
clandestina ou astuciosa.
● Violação de domicílio
Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade
expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
3.3 Nexo causal
O nexo causal corresponde ao elo de ligação entre a conduta do agente e o resultado
naturalístico decorrente desta conduta.
Há previsão legal deste no artigo 13, do Código Penal. Neste artigo, resta evidente
que causa é toda ação ou omissão anterior, sem a qual o resultado não teria
ocorrido. Para a veri�cação da causa, aplica-se o método hipotético de eliminação,
devendo-se suprimir mentalmente uma a uma as situações. A partir desta supressão,
é possível veri�car aquela sem a qual o resultado não teria ocorrido.
● Relação de causalidade
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Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado
não teria ocorrido.
Segundo solidi�cado entendimento doutrinário, referido artigo 13 adotou a teoria da
equivalência dos antecedentes, expressa pelo brocardo conditio sine qua non .
Esta teoria expressa a já mencionada causa, ou seja, a ação ou omissão sem a qual o
resultado não teria ocorrido.
3.4 Espécies de causas
a) Dependente : É a causa originária da conduta, trata-se, portanto, de
desdobramento natural da conduta.
b) Independente : é a condição que atua paralelamente a conduta, sendo exterior
ao nexo causal, mas interferindo na obtenção do resultado.
Em suma: O surgimento do resultado não era, naquela circunstância fática, um
desdobramento natural e lógico da conduta anterior, mas um fenômeno
imprevisível.
Importante salientar que a doutrina indicada algumas espécies de causas
independentes, sendo elas as absolutamente independentes, e as relativamente
independentes. Estas também são sinônimas de concausas.
O artigo 13, parágrafo 1°, do Código Penal, faz a causa relativamente independente
superveniente.
3.5 Superveniência de causa independente
§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando,
por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os
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praticou.
Por concausa relativamente independente superveniente, pode-se entender como a
conduta paralela a conduta do agente, que, por si só, teve o condão de produzir o
resultado – TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA.
A expressão por si só indica a autonomia entre a conduta praticada pelo agente e a
concausa que motivou a ocorrência do resultado. Pode-se concluir: A concausa
produziu o resultado pela sua própria capacidade lesiva, e não pelos meios da
conduta anterior.
O exemplo clássico utilizado por grande parte dos doutrinadores é o do sujeito A,
que é socorrido por uma ambulância após ser baleado pelo sujeito B. Durante o seu
atendimento, após o disparo, �ca claro que este não tem o condão de matá-lo, por
ter acertado o seu dedão do pé. Contudo, no caminho para o hospital, a ambulância
capota, e, em virtude deste capotamento, o sujeito A morre.
Segundo a regra da causalidade adequada, disposta no já mencionado artigo 13,
parágrafo 1°, CP, o sujeito B não será punido pela morte do sujeito A, que foi
ocasionada pelo acidente, mas será punido pelo disparo efetuado.
4. Tipicidade
Corresponde à adequação entre o fato concreto e a norma jurídica, e sua
conseqüência será a imputação somente aqueles fatos descritos estritamente na lei
penal incriminadora.
Existem duas espécies de tipicidade, a formal e a material.
4.1 Consumação e tentativa
Antes do aprofundamento teórico da consumação e da tentativa, é importante que
se entenda as etapas do crime, a trajetória do crime, ou, como expresso pelo
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brocardo em latim, o iter criminis.
São 04 (quatro) as fases do crime:
a) Cogitação : é a fase interna, na qual o sujeito ativo mentalmente forma a
convicção de praticar o crime. Resta evidente que a formulação interna da idéia não
traz qualquer ofensa ao bem jurídico, não sendo punível esta fase;
b) Preparação : é a primeira das fases externas da trajetória do crime, corresponde à
realização dos atos preparatórios e necessários à prática do crime. É a preparação
que vai criar as condições necessárias para a prática do delito.
Em regra, os atos preparatórios não são puníveis, uma vez que ainda não se iniciou a
realização do núcleo do tipo penal. Apesar disso, em determinadas hipóteses, os atos
preparatórios serão incriminados de forma autônoma, ou seja, estes serão punidos
não como uma das fases da trajetória do crime, mas serão punidos por
con�gurarem, por si só, tipo penais dispostos na legislação penal.
c) Execução : são os atos executórios, é o momento onde se iniciam os atos lesivos
ao bem jurídico penal tutelado. Nesta fase o agente começa a praticar o verbo núcleo
do tipo, como por exemplo, efetua um disparo em outra pessoa.
Importante salientar que a punição pela tentativa ocorrerá nesta fase, porque o
agente praticou os atos executórios, mas não alcançou o objetivo, portanto, o crime
não restou consumado.
d) Consumação : esta fase corresponde à reunião de todos os elementos que
compõe a de�nição legal do crime. Por exemplo: no homicídio ocorrerá a
consumação quando uma pessoa morrer em virtude de uma conduta praticada por
outra pessoa.
Crime consumado : É aquele em que se reúnem todos os elementos da sua
de�nição legal – art.14, inciso I, CP . É também chamado de crime perfeito, porque a
conduta criminosa é integralmente realizada, alcançando-se o seu objetivo, qual seja,
a obtenção do resultado jurídico.
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● Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua de�nição legal;
Crime Tentado : ocorre quando, após o início da execução, o crime não se consuma
por circunstâncias alheias a vontade do agente. Em suma: o agente pratica o verbo
núcleo do tipo, contudo, não alcança seu intento criminoso por fatores externos à
sua vontade.
O artigo 14, inciso II e parágrafo único dispõe sobre a tentativa e a sua pena:
● Tentativa
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias
à vontade do agente.
Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena
correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
4.1.1. Espécies de tentativa
a) Perfeita ou acabada: o agente pratica todos os atos executórios necessários à
consumação, contudo esta não ocorre. Exemplo: acerta o tiro na vítima, mas esta
não morre;
b) Imperfeita ou inacabada: a conduta do agente é interrompida no meio dos atos
executórios, ou seja, ele não consegue, sequer, encerrar a execução. Exemplo: A
  pretende matar B através da utilização de arma de fogo. Quando iria efetuar o
primeiro disparo é surpreendido por policiais que efetuam a sua prisão;
c) incruenta ou branca: O objeto material não é atingido pela conduta criminosa.
Exemplo: Sujeito A efetua seis disparos contra B, mas não acerta nenhum deles.
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4.2 Desistência voluntária e
arrependimento eficaz
São espécies de tentativas abandonadas, ou seja, o agente desiste de alcançar o
resultado inicialmente almejado.
Desistência voluntária : O agente, de forma voluntária, interrompe a execução do
crime, impedindo a sua consumação. Está prevista no primeira parte do artigo 15, e
tem como objeto ser um estímulo legal ao agente que retroceder no seu intento
criminoso.
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que
o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados (grifo nosso).
Arrependimento E�caz: O agente encerra o processo de execução do crime,
contudo, evita que a consumação seja alcançada. O agente voluntariamente impede
que os atos executórios por si praticados produzam efeitos.
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que
o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados (grifo nosso).
Importante salientar que nas duas hipóteses só haverá a imputação pelos atos até
então praticados.
Arrependimento Posterior: Trata-sede causa objetiva de diminuição de pena,
aplicável aos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, onde o
agente, voluntariamente, repara o dano ou restitui a coisa até o recebimento da
denúncia ou queixa.
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano
ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do
agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
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4.3 Crime impossível: Dispõe o artigo 17,
do código penal
Não se pune a tentativa quando, por ine�cácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
Conforme o próprio tipo penal preleciona, ocorrerá o crime impossível quando o
objeto ou o meio empregado forem totalmente incompatíveis com o objetivo
almejado, circunstâncias que tornam impossível a consumação do crime.
A diferença entre o crime impossível e a tentativa diz respeito à possibilidade de
consumação do delito. Na tentativa era possível atingir a consumação, ao passo que,
no crime impossível era impossível atingi-la.
4.3.1 Espécies de crime impossível
a) Ine�cácia absoluta do meio : o meio empregado ou o instrumento utilizado para
a execução do crime jamais levará à consumação. Exemplo: Tentar matar alguém
utilizando uma faca de plástico;
b) Impropriedade absoluta do objeto : a pessoa ou a coisa sobre a qual recaí a
conduta é absolutamente inidônea à produção de um resultado lesivo Exemplo:
Atirar em quem já está morto.
4.3.2 Erro de Tipo
Dispõe o artigo 20, do Código Penal: “O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de
crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei”.
Esta modalidade de erro incide sobre os elementos constitutivos do tipo legal, ou
seja, sobre aqueles elementos que de�nem e compõe a conduta criminosa.
São duas as modalidades principais:
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a) Escusável (desculpável): é a modalidade que não deriva de culpa do agente, ou
seja, mesmo que este tivesse agido com a prudência e a cautela exigidas de um
homem médio, ainda assim não seria possível este evitar a falsa percepção da
realidade sobre os elementos constitutivos do tipo penal;
b) Inescusável (indesculpável): É a espécie de erro que provém da culpa do agente, ou
seja, caso este tivesse empregado toda a cautela e prudência do homem médio, seria
capaz de compreender o caráter ilícito e criminoso do fato.
4.3.2.1 Discriminantes putativas
Trata-se do erro de tipo inevitável ,e, sendo assim, haverá exclusão da punição por
dolo ou culpa. Há expressa previsão no artigo 20, parágrafo 1°, do Código Penal:
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justi�cado pelas circunstâncias, supõe
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena
quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.
4.3.2.2 Erro determinado por terceiro
Conforme disposição do artigo 20, parágrafo 2°, responde pelo crime o terceiro que
determina o erro.
Síntese
Nesta unidade pudemos perpassar por mais algumas questões referentes à teoria do
crime e que constituem elementos centrais para a atuação, compreensão e aplicação
da legislação penal.
Conhecemos os principais argumentos quanto à conceituação de crime, passando
pelas circunstâncias em que se consuma o excludente de ilicitude, assim como
elementos que condicionam a conceituação de um crime.
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Analisamos da mesma forma as diferentes modalidades que imputam culpa,
passando por suas espécies e diferenciando o crime comissivo do omissivo.
Compreendemos as questões referentes às relações de causalidade no Direito Penal,
que estabelece vínculo entre a conduta do agente e o resultado do ilícito.
Observamos a construção do resultado no processo penal, bem como o nexo causal
estabelecido jurisdicionalmente.
Por �m, nos detivemos no estabelecimento da tipicidade no interior da aplicação de
penas no contexto jurídico. Construímos a principal diferenciação, tratando-se da
separação entre a consumação e a tentativa.
Nesta unidade tivemos a oportunidade de:
Aprofundar os conhecimentos quanto à teoria do crime;
Compreender os elementos relativos ao conceito de crime;
Estabelecer as modalidades observáveis de culpa, elencando espécies e
diferenciando crime comissivo de omissivo;
Estudar as relações de causalidade no contexto do Direito Penal;
Entender as tipicidades observadas nas aplicações da legislação penal.
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Bibliografia
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LIMA, Alberto Jorge C. Barros. Direito Penal Constitucional: A imposição dos princípios
constitucionais penais, 1ª edição. São Paulo: Saraiva, 2012.