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Diabetes Mellitus Tipo II

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1 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Diabetes Mellitus 
Tipo II 
O diabetes tipo 2 é responsável pela maioria 
do diabetes encontrado na prática clínica. Os 
pacientes mantêm certa capacidade de secreção 
de insulina; contudo, seus níveis insulínicos são 
baixos em relação a suas concentrações de 
glicose ambientais e magnitude da resistência à 
insulina. 
Obs.: Os pacientes do tipo 2 não são dependentes de 
insulina para a sobrevivência imediata e raramente 
desenvolvem cetose, a não ser sob condições de grande 
estresse físico. Apesar disso muitos dos pacientes farão 
controle insulínico para controle glicêmico ideal com o 
tempo. 
O diabetes tipo 2 apresenta alto índice de 
penetrância genética não relacionada aos genes 
HLA (antígeno leucocitário humano) e está 
associado à obesidade e falta de atividade física. 
Enquanto a patogênese da hiperglicemia 
em pacientes com diabetes tipo 1 é 
razoavelmente clara (falta de insulina devido à 
destruição da célula β), as bases para o diabetes 
tipo 2 são comparativamente mais variadas e em 
grande grau obscuras, envolvendo defeitos tanto 
na ação como na secreção da insulina. 
Sabidamente, a própria hiperglicemia 
prejudica a secreção e ação insulínicas; níveis 
elevados de ácidos graxos livres também têm 
importante papel patogênico. No momento da 
detecção da hiperglicemia, quase todos os 
pacientes de tipo 2 mostram tanto secreção 
defeituosa como sensibilidade à insulina. 
Apesar de identificados os fatores 
monogênicos do diabetes (p. ex., tipos de MODY), 
em sua maioria é provável que os casos sejam de 
natureza poligênica. 
As mutações genéticas candidatas para as 
formas poligênicas do diabetes tipo 2 incluem as 
mutações do fator de transcrição 7 com 2 
(TCF7L2), a região de codificação do gene de 
insulina, receptor ativado por proliferadores de 
peroxissomos-γ (PPAR-γ), canal de potássio 
sensível à adenosina trifosfato da célula β, 
proteína ligante 2 a ácido graxo intestinal, 
calpaína 10 e receptor β3-adrenérgico. 
Atualmente é aparente que a força 
impulsionadora na progressão da tolerância à 
glicose normal para a IG, manifestando-se em 
diabetes tipo 2, é a perda progressiva da 
capacidade secretória de insulina. 
Obs.: o defeito da secreção de insulina geralmente está 
ligado à gravidade da hiperglicemia persistente. 
Em sua forma mais leve, o defeito de 
células β é sutil, envolvendo a perda da resposta 
insulínica de “primeira fase” e um padrão normal 
oscilatório de secreção de insulina. Ainda que a 
resposta geral da insulina pareça estar quase 
intacta, essa resposta “normal” na realidade é 
totalmente inadequada para manter a tolerância 
à glicose, quando vista no contexto de resistência 
à insulina concomitante. 
Estudos com roedores sugerem que a perda 
de secreção de insulina estimulada por glicose 
esteja associada à diminuição da expressão de 
GLUT 2, a proteína primária de transporte de 
glicose da célula β pancreática. 
Na DM2, a curva de dose-resposta da 
insulina para aumentar a captação de glicose nos 
tecidos periféricos desvia-se para a direita, 
representando diminuição da sensibilidade à 
insulina, enquanto a resposta máxima está 
reduzida, particularmente no quadro de 
hiperglicemia grave. 
Outros processos dependentes de insulina, 
como a inibição da produção de glicose hepática 
e da lipólise, também mostram redução da 
sensibilidade à insulina. 
Estudos sugerem que um importante fator 
contribuinte seja a função mitocondrial 
prejudicada e o resultante acúmulo de ácidos 
graxos livres e seus metabólitos nos tecidos 
2 
Khilver Doanne Sousa Soares 
responsivos à insulina (“teoria de gordura 
ectópica”). 
Embora os receptores insulínicos possam 
ser anormais em alguns pacientes do tipo 2, os 
defeitos em vias “pós-receptor” mais distais 
desempenham importante papel na resistência à 
insulina. Um aspecto importante da resistência à 
insulina é a reduzida capacidade de translocação 
de GLUT 4 para a superfície das células 
musculares. 
Os depósitos intra-abdominais de gordura 
visceral, detectados por tomografia 
computadorizada ou imagem por ressonância 
magnética, têm índice lipolítico maior que a 
gordura periférica e são mais resistentes à 
insulina. O resultante aumento no nível de ácidos 
graxos livres circulantes promove depósitos de 
gordura dentro do fígado e do músculo, piorando 
a resistência à insulina. Os metabólitos de ácido 
graxo livre intracelular parecem promover a 
resistência à insulina por meio de mecanismos 
complexos que envolvem a fosforilação em serina 
(e não da tirosina) das moléculas sinalizadoras de 
insulina. 
Tratamento 
O tratamento do DM visa a manutenção do 
controle glicêmico e metabólico, sendo 
fundamental a fidelidade do paciente a ele para 
o controle de complicações associadas. O 
paciente com DM precisa ser orientado a seguir 
tanto a prescrição de medicamentos como as 
mudanças de estilo de vida, que compreendem o 
seguimento de dieta específica e a prática de 
atividade física. 
No caso de uso de medicamentos existem 
duas opções de tratamento: os antidiabéticos 
orais e a insulinoterapia. 
A insulinoterapia é a aplicação 
intramuscular de insulina exógena diária para 
manutenção dos níveis glicêmicos. Pode ser 
prescrita tanto para pessoas com DMT1 ou com 
DMT2 que tenham resistência insulínica ou 
comprometimento nas células beta. A prescrição 
da insulina ao paciente se dá em unidades de 
insulina (UI) por mililitro e cada UI equivale a 
36 ug de insulina. 
Os antidiabéticos orais são medicamentos 
que têm por finalidade diminuir a glicemia 
plasmática e mantê-la em níveis normais. Esta 
terapia é indicada para pessoas com DMT2 
quando a dieta e a atividade física não forem 
capazes de obter o controle adequado da 
glicemia. Associado ao tratamento 
medicamentoso há a necessidade de seguimento 
de dieta e a atividade física, que são fatores que 
contribuem significativamente para o controle da 
doença, principalmente no DM tipo 2. 
Síndrome Plurimetabólica 
A SM é abordada como resultado da 
confluência de diversos fatores fisiopatológicos 
com alto grau de interação relacionados a uma 
disfunção primária do tecido adiposo e que se 
manifesta em resistência à insulina, dislipidemia 
e hipertensão arterial. 
O NCEP-ATP III prediz como critério de 
definição da SM a inclusão de pelo menos 3 
alterações dos 5 fatores de risco descritos: 
circunferência abdominal > 102 cm para homens 
e > 88 cm para mulheres; pressão arterial 
sistólica ≥ 130 mmHg e/ou diastólica ≥ 85mmHg; 
glicose plasmática ≥ 110 mmHg/dL; triglicérides > 
150 mg/dL e HDL-Colesterol < 40 mg/dL para 
homens e < 50 mg/dL para mulheres. 
Ter três ou mais dos fatores acima é um 
sinal da presença da resistência insulínica. Esta 
resistência significa que mais insulina do que a 
quantidade normal está sendo necessária para 
manter o organismo funcionando e a glicose em 
níveis normais. 
O aumento da atividade física e a perda de 
peso são as melhores formas de tratamento, mas 
pode ser necessário o uso de medicamentos para 
tratar os fatores de risco. Entre eles estão os 
chamados “sensibilizadores da insulina”, que 
ajudam a baixar a açúcar no sangue, os 
medicamentos para pressão alta e os para baixar 
a gordura no sangue. 
3 
Khilver Doanne Sousa Soares 
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REFERÊNCIAS
KUMAR, V.; ABBAS, A.K.; FAUSTO, N.; ASTER, 
J.C. Bases Patológicas das Doenças. 9. ed. Rio 
de Janeiro: Elsevier, 2016. 
BERTONHI, Laura Gonçalves; DIAS, Juliana 
Chioda Ribeiro. Diabetes mellitus tipo 2: 
aspectos clínicos, tratamento e conduta 
dietoterápica. Revista Ciências Nutricionais 
Online, Bebedouro, v.2, n.2, p.1-10, 2018.

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