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Excipientes para forma farmacêutica sólida oral: Cápsula Excipientes ou substâncias adjuvantes são todas as substâncias adicionadas ao princípio ativo com a finalidade de melhorar a estabilidade ou a aceitação da forma farmacêutica. Possuem a função de estabilizar e preservar o aspecto e as características físico-químicas da fórmula, melhorar as características organolépticas, controlar a liberação do ativo e conferir maior precisão na dosagem. Os excipientes utilizados para cápsula são: *Diluente para cápsula Função- Substância inerte de preenchimento utilizada para conferir volume adequado, propriedade de fluxo ou características de compressão. Exemplo- Lactose, amido, fosfato de cálcio dibásico. *Absorvente Função- Agente capaz de captar outras moléculas no seu interior. São empregados para evitar a formação de misturas eutéticas e reduzir a higroscopia de algumas substâncias sólidas, evitando que a umidade atmosférica ou residual dos pós provoque a alteração dessas substâncias. Exemplo- caulim, talco farmacêutico, amido, dióxido de silício coloidal. *Lubrificantes Função- Reduzir a adesão entre os pós e as partes metálicas da encapsuladora. Também melhora o escoamento das misturas de pós. Exemplo- Estearato de magnésio, óleo mineral. *Deslizantes Função- Melhorar as as propriedades de fluxo das misturas em pó. Exemplo- Sílica coloidal, talco. *Agentes molhantes Função- Favorecer a penetração de água e a molhagem das partículas sólidas aumentando a desintegração e a dissolução de fármacos pouco solúveis. Exemplo- Lauril sulfato de sódio, docusato sódico. *Desagregantes Função- Promover ruptura da massa compactada em partículas menores que se dispersam ou dissolvem mais rapidamente. Exemplo- Amido, glicolato sódico de amido, crospovidona, croscarmelose sódica. *Estabilizantes Função- Melhorar a estabilidade física ou química do produto. Exemplo- Excipientes absorventes (óxido de magnésio leve, carbonato de magnésio leve, caulim), agentes antioxidantes (BHA, BHT, metabissulfito de sódio). *Excipientes para cápsulas com sistemas formadores de matrizes hidrofílicas Função- Reduzir a velocidade de liberação do fármaco. Exemplo- Hidroxipropilmetilcelulose ou alginato de sódio. *Excipientes semissólidos e líquidos para uso em cápsulas duras Função- Aumentar a biodisponibilidade de fármacos pouco solúveis. O fármaco é dissolvido antes do preenchimento da cápsula. Exemplo- Óleos fixos (amendoim, algodão, soja, milho,girassol, amêndoas) e polietilenoglicóis. As propriedades do excipiente influencia nas seguintes qualidades de formas farmacêuticas orais como a cápsula: uniformidade de peso e de conteúdo, desintegração e dissolução, dureza, estabilidade físico-química. Se o excipiente interage com o fármaco há alteração na eficácia do medicamento por meio de interações físicas (velocidade de dissolução, uniformidade de dose) e interação química (degradação de fármacos, formação de impurezas de degradação). Se há componentes higroscópicos, a umidade deve ser controlada para prevenir reações de degradação por hidrólise. Outro requisito para o desenvolvimento de formas farmacêuticas orais é o sistema elaborado em 1995 por Amidon e colaboradores denominado de Sistema de Classificação Biofarmacêutica (SBC). Este sistema classifica os fármacos com base na propriedade de solubilidade em meio aquoso e permeabilidade intestinal, correspondendo a fração real de fármaco absorvido, já que a absorção oral altera a biodisponibilidade e consequentemente a eficácia do fármaco. Os fármacos são divididos em 4 classes: I, II, III e IV: Classe I- Fármacos anfifílicos com solubilidade alta e permeabilidade alta. Poucos problemas de biodisponibilidade e sem muitos critérios para escolha do excipiente. Exemplo de princípios ativos: Enalapril e Prednisolona. Excipientes sugeridos: Lactose, estearato de magnésio e dióxido de silício coloidal. Exemplo de Formulação: Dose menor que 50 mg: Estearato de magnésio …………………………… 0,5% (lubrificante) Dióxido de silício coloidal ……………………….. 0,5-1% (deslizante) Lactose 75%/ Celulose microcristalina 25% q.s.p 100% Classe II- Fármacos lipofílicos com solubilidade baixa e permeabilidade alta. Problema na dissolução e portanto utilizado excipientes que auxiliam a dissolução (diluente), agentes molhantes e desintegrantes. Exemplo de princípios ativos: Carbamazepina e Sinvastatina. Excipientes sugeridos: Lactose, lauril sulfato de sódio, docusato de sódio, glicolato sódico de amido, polissorbato 80. Exemplo de Formulação: Dose de 50 mg e 100 mg Polissorbato 80 ……………………....……………. 3% (agente molhante) Glicolato sódico de amido ………………………… 8% (agente desintegrante) Dióxido de silício coloidal ………………………… 1% (deslizante) Lactose 50%/ Celulose microcristalina 50% q.s.p 100% Classe III- Fármacos hidrofílicos com solubilidade alta e permeabilidade baixa. A absorção é limitada pela permeabilidade. Exemplo de princípios ativos: Metformina e Hidroclorotiazida. Excipientes sugeridos: Lactose, estearato de magnésio, dióxido de silício coloidal e amido pré-gelatinizado. Exemplo de Formulação: Dose de 100 mg e 1000 mg Estearato de magnésio …………………………… 0,5% (lubrificante) Lactose 25%/ Celulose microcristalina 75% q.s.p 100% Classe IV- Fármacos hidrofóbicos com solubilidade baixa e permeabilidade baixa. Pode ocorrer na biodisponibilidade e é sugerido formular na forma de líquidos anidros e massa semissólida para posterior encapsulação. Exemplo de princípios ativos: Paracetamol e Teofilina. Excipientes sugeridos: polietilenoglicóis, óleos fixos e também excipientes sugeridos para a classe II. Exemplo de Formulação: Dose de 100 mg e 1000 mg Polissorbato 80 ……………………....……………. 3% (agente molhante) Glicolato sódico de amido ………………………… 8% (agente desintegrante) Amido pré-gelatinizado 75%/ Celulose microcristalina 25% q.s.p 100% Portanto, os fatores que influenciam a escolha de excipientes em formas farmacêuticas orais como cápsula são: características físico-química do fármaco (solubilidade, tamanho, polimorfismo, tamanho da partícula, higroscopia), tamanho da cápsula, compatibilidade entre o fármaco e o (os) excipiente (s) e a classificação biofarmacêutica baseada na dissolução e absorção do fármaco utilizado.
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