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Teoria Geral do Direito Civil

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Estrutura Curso de Direito
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Prof. Dr. Wallace Ricardo Magri
 
Coordenador de EAD: 
Prof. Dr. Wallace Ricardo Magri
Assistentes de Diretoria: 
Daniela Espiñeira Gois 
Débora Guedes Cavalari
Teoria geral do 
direito civil i
Juliana leandra maria 
nakamura guillen desgualdo
Sou advogada e leciono na FMU desde 2003, inclusive 
no Ensino à Distância desde sua implantação. Ingressei como 
docente na FMU no final do curso de pós-graduação lato sensu 
do COGEAE – PUC/SP. Sou mestre em Direito pela FMU (título 
obtido em 2008) e doutoranda em Direito pela PUC/SP. Também 
sou professora convidada em diversos cursos de extensão e pós-
graduação nas áreas de Direito Civil, Imobiliário e Processo Civil, 
além de coordenadora de cursos de extensão e pós-graduação 
nas áreas de Direito Civil, Processo Civil e Digital.
Objetivos específicos da 
disciplina
Neste módulo, você terá o primeiro contato com o Direito em 
si, bem como suas bases, além de diferenciações fundamentais 
para que se possa compreender a importância de conceitos como, 
por exemplo, lei, vigência, interpretação, eficácia e integração. 
Além disso, você aprenderá os critérios que determinam algumas 
das principais classificações dos ramos do Direito. Após as primeiras 
noções acerca do Direito, da pessoa física, suas incapacidades e 
direitos da personalidade, você estudará a pessoa jurídica, bem 
como sua classificação. Você também entenderá a importância do 
domicílio, tanto das pessoas físicas, quanto das pessoas jurídicas, 
e, por fim, os bens em torno dos quais se concretizam as relações 
jurídicas. Desta forma, você compreenderá quem são os sujeitos 
da relação jurídica, bem como seu objeto. A parte geral do Direito 
Civil servirá como base para os estudos do Direito Civil até o fim 
do curso, com Direito das Sucessões. Portanto, é importante 
compreender bem essa matéria para permitir que você avance nas 
demais disciplinas correlatas. Os livros indicados para leitura podem 
ser encontrados na biblioteca da FMU (www.biblioteca.fmu.br).
5
FMU
Tema 1
Apresentação do conteúdo
Você já deve ter percebido que a sociedade na qual vivemos é pautada por regras de 
conduta, ou seja, é preciso agir conforme aquilo que foi estabelecido. O Direito trata exatamente 
dessas regras, que servem como um instrumento de controle social. Assim, o tema desta 
aula diz respeito às noções básicas de direito, bem como importantes aspectos classificatórios 
iniciais, como a divisão dos ramos do Direito em Direito Público e Direito Privado e as Fontes 
do Direito. Nesta leitura, você deverá compreender a necessidade da existência do Direito, 
como instrumento de controle social, bem como as distinções entre: normas morais e normas 
de direito; e direito objetivo e direito subjetivo. A partir da leitura, você também deverá 
compreender a diferença entre direito público e privado, bem como identificar as fontes do 
Direito e do Código Civil, estabelecendo uma visão geral do Direito.
Conteúdo
Neste Tema, você estudará:
• Noções básicas de direito;
• Direito Público e Direito Privado;
• Fontes do Direito.
Introdução ao tema
Você sabia que o Direito é uno? Mas, então, por quê se classifica o Direito em Direito Civil; 
Direito Penal; Direito Constitucional, etc? Sabia que as normas jurídicas devem ser cumpridas 
ainda que não seja essa a vontade de quem as deve cumprir? Esse tema ajudará a esclarecer 
essas e outras questões.
Leia o breve resumo, procurando aprofundar a matéria com base na doutrina.
Leitura digital
Direito é o conjunto de normas jurídicas que estabelecem regras a serem obedecidas de 
forma coercível por toda a sociedade.
O direito possui diversas acepções:
1-) fato social;
2-) faculdade;
6
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL I
3-) justo;
4-) norma;
5-) ciência.
Sua existência decorre da necessidade de controle social, na medida em que a família, a 
religião e a moral não são suficientes e, numa sociedade, é preciso ter regras para viabilizar a 
boa convivência.
Assim, surge o direito como meio de controle social, caracterizado pela imperatividade; 
bilateralidade-atributiva; heteronomia e coercibilidade. Esta última característica é fundamental, 
pois implica na possibilidade de se invocar o uso da força para cumprimento do direito.
A sanção é a penalidade imposta a quem descumpre uma norma jurídica prevista na lei. 
Assim, por exemplo, o motorista que trafega acima da velocidade permitida naquela via, sabe 
que poderá sofrer uma sanção, qual seja, a multa imposta pela infração à legislação de trânsito.
As normas de direito (normas jurídicas) distinguem-se das normas morais, na medida em 
que as primeiras são obrigatórias, heterônomas e coercíveis. As segundas são intrínsecas e 
dependem dos valores cultivados por cada indivíduo.
Direito objetivo é o conjunto de todas as normas jurídicas em vigor no ordenamento 
jurídico. Assim, por exemplo, as leis são normas do direito objetivo. Já o direito subjetivo é 
a faculdade de agir de quem lhe é titular. Desta forma, o direito ao recebimento de um valor 
pago a título de aluguel é um direito subjetivo do dono do imóvel.
Para fins didáticos, é preciso dividir o direito, a fim de estabelecer princípios e regras 
comuns a cada um de seus ramos.
Basicamente, o direito é dividido em público e privado, tomando-se por critérios a atuação 
e o interesse do Estado. Uma das principais regras, nesse sentido, diz respeito à prevalência do 
interesse público sobre o particular.
São ramos do direito público, por exemplo: direito constitucional; direito administrativo; 
direito financeiro; direito tributário, direito penal, dentre outros. Nesses ramos do direito, 
observa-se a atuação e/ou o interesse predominante do Estado. Para exemplificar, podemos 
mencionar o direito penal, que diz respeito aos crimes e penalidades aplicadas aos infratores. 
O direito penal é ramo do direito público por ser interesse do Estado manter afastadas da 
convivência social aquelas pessoas que, por suas condutas, representam ‘risco’. Também existe a 
atuação do Estado diretamente na investigação de crimes e em todo o curso do processo penal.
São ramos do direito privado, por exemplo: direito civil, direito comercial, direito do 
trabalho, dentre outros.
O direito civil é, por excelência, um ramo do direito privado, pois regula as relações 
entre pessoas. Assim, o direito civil estabelece critérios para identificar uma pessoa. Ainda, 
regulamenta as obrigações e contratos nos seus mais variados aspectos, bem como questões 
relativas a propriedade e posse e as relações de família e sucessórias.7
FMU
Nos ramos do direito privado, em princípio, não há atuação direta do Estado ou interesses 
diretamente por este protegidos.
Fontes do direito são aquelas que dão surgimento a novas normas jurídicas. As fontes 
podem ser materiais (fato social) ou formais (lei, costumes: diretas; jurisprudência, doutrina: 
indiretas). Para entender o que são as fontes do direito, é preciso ter noção da importância 
do direito para a sociedade. As normas do direito existem para impor limites à conduta do 
homem em sociedade. E tais normas são criadas por necessidade da sociedade. Tomemos por 
exemplo os crimes cometidos por meio da Internet. No Brasil, não há lei aprovada que regule 
todos os aspectos desses crimes. Porém, existe necessidade de se ter normas de direito sobre 
esse assunto. Isto é uma fonte do direito (no caso, o fato social).
O Direito Civil é o direito comum, o que rege as relações entre os particulares (pessoais 
e patrimoniais); disciplina a vida das pessoas desde a concepção até após a morte. No Brasil, 
sua fonte remonta a época da colonização por Portugal, a exemplo das Ordenações Filipinas.
Mais saber
Leia o artigo de Paulo Lôbo acerca da constitucionalização do Direito Civil, e que aborda um 
tema inerente a todas as áreas do Direito. Disponível em <http://jus.com.br/artigos/25361/
novas-perspectivas-da-constitucionalizacao-do-direito-civil>.
LÔBO, Paulo. Novas perspectivas da constitucionalização do direito civil. Jus Navigandi, 
Teresina, ano 18, n. 3754, 11.out.2013. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/25361>. 
Acesso em: 15 jan. 2014.
Questões
1) (PGE/GO) O Código Civil prescreveu que a liberdade de contratar será exercida em 
razão da função social do contrato. Assim, neste caso, o princípio da função social do contrato 
foi erigido como:
a) cânon de interpretação dos contratos;
b) limitação da autonomia privada;
c) elemento de validade do contrato;
d) requisito indispensável a eficácia do contrato;
e) maximização do “pacta sunt servanda”.
2) (Magistratura Federal/1ª Região) O fim típico do contrato:
a) constitui a sua causa de atribuição patrimonial;
b) representa o motivo da obrigação;
8
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL I
c) é representado pela sua causa, como função econômico-social;
d) não é elemento do negócio jurídico;
e) é irrelevante para o negócio.
3) (Ministério Público Federal) Assinale a alternativa correta:
a) a boa-fé objetiva corresponde ao dever geral de lealdade, isto é, a uma norma de 
conduta que deve nortear as relações contratuais ou mesmo pré-contratuais;
b) o fideicomissário transmite o direito a seus herdeiros, posto que se trata de substituição 
decorrente de disposição testamentária válida;
c) na revogação do mandato, a declaração de vontade é unilateral e não-receptícia;
d) trata-se de adenção a aceitação expressa ou tácita do legado;
e) a função social é princípio secundário na teoria geral dos contratos.
4) (Defensor Público/SP) No que se refere aos contratos, é correto afirmar:
a) os princípios de probidade e da boa-fé estão ligados não só à interpretação dos contratos, 
mas também ao interesse social de segurança das relações jurídicas, uma vez que as partes 
têm o dever de agir com honradez e lealdade na conclusão do contrato e na sua execução;
b) a liberdade de contratar no Direito Brasileiro é absoluta, pois há o princípio da autonomia 
da vontade, onde se permite às partes pactuar, mediante acordo de vontade, a disciplina de 
seus interesses;
c) o contrato de adesão é um contrato paritário, pois o aderente é tutelado pelos Códigos 
Civil e de Defesa do Consumidor em relação ao ofertante;
d) a compra e venda entre cônjuges, qualquer que seja o regime de casamento, está 
proibida para evitar a venda fictícia entre marido e mulher na constância do casamento, o que 
poderia levar à lesão de direitos de terceiros;
e) a pena convencional poderá ter efeito pleno iure, mas é necessário ter prova de que 
houve prejuízo com a inexecução do contrato ou inadimplemento da obrigação.
5) (Ministério Público/MT) No condizente aos contratos, aponte a alternativa incorreta:
a) o que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação;
b) o sinal ou arras dado por um dos contraentes firma a presunção de acordo final e torna 
obrigatório contrato;
c) a herança de pessoa viva pode ser objeto de contrato;
d) o contrato reputa-se celebrado no local em que foi proposto;
e) havendo superveniência de fato imprevisível, poderá haver revisão judicial do contrato.
9
FMU
Conclusão
Neste tema, você teve contato com as noções básicas de direito e pode compreender sua 
importância como instrumento de controle social. Viu, ainda, que o Direito, muito embora 
seja uno, é classificado, para fins didáticos, em Direito Público e Direito Privado, considerando 
o interesse do Estado, permitindo, assim, a identificação de características comuns e o 
estabelecimento de princípios e regras para viabilizar o estudo. Por fim, você verificou que o 
Direito tem origens, chamadas fontes, e que identificam o surgimento das normas jurídicas.
Referências
SENISE LISBOA, Roberto. Manual de Direito Civil, vol. 1: teoria geral do direito civil. São 
Paulo: Saraiva, 2013.
WALD, Arnoldo. Direito civil: introdução e parte geral. 11. ed. reformulada com a 
colaboração dos Professores Álvaro Villaça Azevedo, Rogério Ferraz Donnini, Paulo Hamilton 
Siqueira Jr. e Luiz Accácio Pereira. São Paulo: Saraiva, 2009.
Tema ii
Apresentação de conteúdo
O tema desta aula diz respeito à Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-
lei nº 4.657/42 - arts. 1º ao 6º), na qual constam critérios a serem observados pelo legislador 
e pelos profissionais do direito, no que se refere à criação, vigência, interpretação, eficácia e 
integração das leis.
Leia o breve resumo e procure conjugar com a doutrina e a própria Lei de Introdução às 
Normas do Direito Brasileiro.
Conteúdo
Neste Tema, você estudará:
• Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e seus principais aspectos:
• Vigência; obrigatoriedade;
• Integração do Direito; Interpretação do Direito.
Introdução ao tema
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro era chamada de Lei de Introdução ao 
10
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL I
Código Civil até o advento da Lei 12.376/2010, que alterou seu nome. Isso se deveu em razão 
da importância desta lei que estabelece, em verdade, regras gerais sobre o Direito em si, e 
não apenas o Direito Civil. Assim, é importante compreender como se dá a validade da lei, a 
resolução de casos omissos em lei, a eficácia e interpretação das leis. Você sabe a partir de 
quando uma lei é válida? Será que, mesmo não tendo lido a lei publicada em Diário Oficial, 
você é obrigado a cumpri-la? Esse tema ajudará a responder essas e outras perguntas.
Leitura digital
Lei é o instrumento decorrente da atividade legislativa, e que insere novas normas jurídicas 
a serem obedecidas por seus destinatários. Na acepção estrita, somente o Poder Legislativo 
cria e aprova leis.
Mas para que a seja exigível em seu cumprimento, é necessário que esteja em vigor. E a 
vigência encerra o aspecto formal da validade das normas jurídicas. O início da vigência pode 
vir previsto no próprio texto da lei ou, no silêncio, observar-se-á o prazo de 45 dias, nos termos 
do artigo 1º da LINDB, em razão da chamada vacatio legis. 
Para que uma lei seja aplicada corretamente, é preciso delimitar o seu sentido e alcance. 
Essas são as “tarefas” da interpretação da lei, que pode ser estrita, sistemática, teleológica, 
dentre outras.
A lei deverá ser aplicada nos limites territoriais da pessoa política que a criou. Assim, 
por exemplo, uma lei do Município de São Paulo não pode ter seu cumprimento exigível no 
Município de Santo André e vice-versa.
A lei é eficaz no tempo até queoutra lei posterior e de mesma hierarquia a revogue, ou 
até que se expire o prazo nela mesma previsto. Há, por último, a possibilidade de a lei perder 
a validade em razão de decretação de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal.
Muito embora a lei procure estabelecer regras para viabilizar a convivência do homem 
em sociedade, prevendo hipóteses e suas consequências, o fato é que a possibilidade 
de acontecimentos aos quais os homens estão sujeitos é mais ampla. Assim, por vezes, a 
lei se apresentará omissa em relação a determinada situação. Nesses casos, falaremos 
em “integração do direito”, ou seja, em supressão de lacunas. Isto porque o juiz, no caso 
concreto, não pode deixar de julgar sob pretexto de inexistência de lei específica para aquela 
determinada situação.
São métodos de preenchimento (supressão) de lacunas, nos termos do artigo 4º da LINDB:
1-) analogia;
2-) costumes;
3-) princípios gerais de direito;
4-) equidade.
11
FMU
Mais saber
Leia o artigo de Mário Luiz Delgado sobre a volta a era das codificações, e procure 
correlacionar com a sistemática atual no que tange ao conjunto de regras versadas na legislação 
em vigor. Disponível em: <http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI193342,91041-
A+era+das+codificacoes+voltou>. Acesso em: 15.jan.2014.
Questões
1) (FGV. OAB.) Suponha que tenha sido publicada no Diário Oficial da União, do dia 23 de 
abril de 2013 (terça-feira), uma lei federal, com o seguinte teor:
“Lei GTI, de 22 de abril de 2013.
Define o alcance dos direitos da personalidade previstos no Código Civil.
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º: Os direitos da personalidade previstos no Código Civil aplicáveis aos nascituros 
são estendidos aos embriões laboratoriais (in vitro), ainda não implantados no corpo humano.
Art. 2º: Esta lei entra em vigor no prazo de 45 dias.
Brasília, 22 de abril 2013, 192º da Independência da República e 125º da República.”
Ante a situação hipotética descrita e considerando as regras sobre a forma de contagem 
do período de vacância e a data em que a lei entrará em vigor, é correto afirmar que a contagem 
do prazo para entrada em vigor de lei que contenha período de vacância se dá
a) pela exclusão da data de publicação da lei e a inclusão do último dia do prazo, entrando 
em vigor no dia subsequente à sua consumação integral, que na situação descrita será o dia 
08/06/2013.
b) pela inclusão da data de publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia 
subsequente à sua consumação integral, passando a vigorar no dia 07/06/2013.
c) pela inclusão da data de publicação e exclusão do último dia do prazo, entrando em 
vigor no dia 06/06/2013.
d) pela exclusão da data de publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia 
09/06/2013.
e) pela exclusão da data de publicação e inclusão do último dia do prazo, entrando em 
vigor no dia 10/06/2013.
2) (ESAF/Assistente Jurídico) Assinalar a opção falsa
a) A L.I.N.D.B é uma norma sobre normas, servindo a outras diplomas legais, além do 
12
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL I
próprio Código Civil
b) A L.I.N.D.B é parte componente do Código Civil, de maneira que suas normas servem 
apenas a este diploma legal.
c) A L.I.N.D.B traz regras para solução de conflito de leis no espaço
d) A L.I.N.D.B disciplina o direito intertemporal, para assegurar a certeza, segurança e 
estabilidade do ordenamento jurídico-positivo, preservando as situações consolidadas em 
que o interesse individual prevalece.
e) A L.I.N.D.B trata da Vigência e Obrigatoriedade das Normas. 
3) Para a solução de conflitos no espaço, a L.I.N.D.B adotou:
a) O Princípio da Extraterritorialidade
b) O Princípio da Territorialidade motivada
c) O Princípio da Territorialidade mitigada
d) O Princípio da Extraterritorialidade como regra, e o da Territorialidade Mitigada apenas 
nas situações que envolvam direitos públicos
e) O Princípio da insignificância da lei alienígena
4) (Defensor Público/SP) No que se refere aos contratos, é correto afirmar:
a) os princípios de probidade e da boa-fé estão ligados não só à interpretação dos contratos, 
mas também ao interesse social de segurança das relações jurídicas, uma vez que as partes 
têm o dever de agir com honradez e lealdade na conclusão do contrato e na sua execução;
b) a liberdade de contratar no Direito Brasileiro é absoluta, pois há o princípio da autonomia 
da vontade, onde se permite às partes pactuar, mediante acordo de vontade, a disciplina de 
seus interesses;
c) o contrato de adesão é um contrato paritário, pois o aderente é tutelado pelos Códigos 
Civil e de Defesa do Consumidor em relação ao ofertante;
d) a compra e venda entre cônjuges, qualquer que seja o regime de casamento, está 
proibida para evitar a venda fictícia entre marido e mulher na constância do casamento, o que 
poderia levar à lesão de direitos de terceiros;
e) a pena convencional poderá ter efeito pleno iure, mas é necessário ter prova de que 
houve prejuízo com a inexecução do contrato ou inadimplemento da obrigação.
5) (Ministério Público/MT) No condizente aos contratos, aponte a alternativa incorreta:
a) o que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação;
b) o sinal ou arras dado por um dos contraentes firma a presunção de acordo final e torna 
obrigatório contrato;
13
FMU
c) a herança de pessoa viva pode ser objeto de contrato;
d) o contrato reputa-se celebrado no local em que foi proposto;
e) havendo superveniência de fato imprevisível, poderá haver revisão judicial do contrato.
Conclusão
Nessa aula você pode verificar os principais aspectos da Lei de Introdução às Normas do 
Direito Brasileiro, assim compreendendo como e quando se dá o início de validade de uma 
lei, bem como questões pertinentes a territorialidade e obrigatoriedade das leis. Viu, ainda, 
que a experiência humana é mais ampla do que o conteúdo da lei. Assim, se a lei for omissa, 
o juiz do caso concreto deverá se valer de métodos de supressão de lacunas, de integração 
do Direito. Por fim, você teve algumas noções acerca dos tipos de interpretação da norma 
jurídica.
Referências
SENISE LISBOA, Roberto. Manual de Direito Civil, vol. 1: teoria geral do direito civil. São 
Paulo: Saraiva, 2013.
WALD, Arnoldo. Direito civil: introdução e parte geral. 11. ed. reformulada com a 
colaboração dos Professores Álvaro Villaça Azevedo, Rogério Ferraz Donnini, Paulo Hamilton 
Siqueira Jr. e Luiz Accácio Pereira. São Paulo: Saraiva, 2009.
BRASIL. Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-lei nº 4.657/42 - arts. 
1º ao 6º).
Tema iii
Apresentação de conteúdo
O tema dos estudos desta aula é “pessoas físicas”, bem como os fatores que determinam 
seu início, a declaração de ausência, morte, morte presumida e comoriência. Você também 
estudará as “incapacidades da pessoa física”. Você compreenderá que, muito embora a 
pessoa física seja dotada de personalidade jurídica, nem sempre tem capacidade jurídica para 
exercer seus direitos e isso poderá comprometer a validade dos atos praticados por aquelas 
pessoas que a lei diz serem incapazes. Por fim, você estudará os “direitos da personalidade”. É 
importante compreender que se tratam de direitos pertinentes às pessoas físicas, bem como 
suas principais características.
Leia o breve resumo e procure compreender os conceitos envolvidos, de acordo com a 
doutrina e com o Código Civil.
14
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL I
Conteúdo
Neste Tema, você estudará:
• Pessoas físicas
• Incapacidades da pessoa física;
• Direitos da personalidade.
Introdução ao tema
Você sabe a partir de quando existe uma pessoa para os fins legais? Pois bem. Nessa aula 
você estudará conceitos pertinentes a pessoa física, assim consideradacomo sujeito natural 
de direitos. É importante saber quando se pode considerar a pessoa como tal, bem como 
eventuais restrições à prática de atos da vida civil. Você sabe por quê não pode realizar negócios 
antes dos 18 anos de idade? Juridicamente, isso tem uma explicação, que você verá nessa 
aula, bem como as implicações decorrentes das chamadas incapacidades da pessoa física. 
Você estudará, ainda, os direitos da personalidade, que são aqueles direitos indestacáveis, 
como a honra, a privacidade, temas esses atuais, especialmente em tempos de avanços da 
Internet e redes sociais.
Leitura digital
Pessoa é o ente, o sujeito de direitos e obrigações na órbita civil. A pessoa física é o 
sujeito natural de direitos.
Quando a pessoa física nasce com vida, tem início sua personalidade civil ou jurídica, ou 
seja, sua aptidão para ser titular de direitos e contrair obrigações.
De acordo com o art. 2º CC, a personalidade civil tem início com o nascimento com vida, 
mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Diversas teorias tratam da questão. Hoje, adota-se a teoria mista, segundo a qual a 
pessoa natural possui personalidade formal (direitos da personalidade) desde a concepção 
(ex.: possibilidade de pleitear, judicialmente, alimentos gravídicos) e personalidade material 
(para adquirir direitos patrimoniais) condicionada ao nascimento com vida.
É preciso que se diferencie “personalidade civil” de “capacidade jurídica”. A capacidade 
jurídica diz respeito à aptidão para exercer, por si só, os direitos de que é titular, bem como os 
atos da vida civil. Assim, por exemplo, uma pessoa menor de idade tem personalidade civil, 
pois tem aptidão para ser sujeito de direito, mas não tem plena capacidade jurídica, ou seja, 
não pode agir sem ser representado, ou assistido, por outra pessoa.
Sobre a capacidade jurídica, trataremos do assunto nas próximas aulas.
A personalidade jurídica da pessoa física tem fim com a morte. Esta pode ser:
15
FMU
i) real;
ii) civil;
iii) presumida – decorrente da ausência OU sem a decretação da ausência (art. 7º CC);
iv) comoriência.
É importante distinguir a morte real da morte presumida. Real é a morte de uma pessoa 
que foi constatada por meio do chamado ‘atestado de óbito’, firmado por médico ou pelo IML 
(Instituto Médico Legal), em razão da análise do corpo da pessoa falecida e das causas que 
conduziram ao falecimento.
Presumida é a morte assim declarada, porém, sem que haja o corpo da pessoa falecida. Daí 
se falar na ‘presunção’, ou seja, na conclusão lógica que se chega a partir do estabelecimento 
de determinadas premissas. Existem duas formas de morte presumida. Em regra, a declaração 
de morte presumida se dá após o processo judicial relativo à constatação de ausência da 
pessoa cuja morte se pretende declarar (é o clássico exemplo do marido que sai para comprar 
cigarro e nunca mais volta para casa, nem dá notícias a ninguém de seu relacionamento 
acerca de seu paradeiro). Porém, em casos excepcionais, a morte pode ser presumida, sem 
que observe esse processo relativo à constatação da ausência. São as hipóteses do artigo 7º 
do CC, que envolvem situações de extremo risco de morte em razão do perigo a que estava 
exposta a pessoa.
Incapacidade é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil. O legislador, no intuito 
de proteger as pessoas que ainda não têm pleno discernimento do que lhes é melhor, do 
que é certo ou errado, estabelece que estas, embora sejam titulares de direitos, não podem 
exercê-los por si só, necessitando de representação (incapacidade absoluta – art. 3º CC) ou 
assistência (incapacidade relativa – art. 4º CC). Assim, por exemplo, uma pessoa menor de 
idade, muito embora seja titular de direito à herança, não pode sequer administrá-la, ficando 
este ato restrito aos seus representantes até que o menor atinja a maioridade e, portanto, 
a plena capacidade jurídica. O objetivo das normas que ditam as incapacidades das pessoas 
físicas é proteger aqueles que são assim qualificados como ‘incapazes’.
A incapacidade da pessoa física pode ser absoluta (art. 3º CC) ou relativa (art. 4º CC). 
No primeiro caso, o direito despreza a vontade do incapaz, de modo que o representante 
é quem externa sua vontade, vale dizer, o incapaz é proibido de exercitar seus direitos; é o 
representante quem o faz. Na hipótese de ato praticado por pessoa absolutamente incapaz, 
este será considerado nulo de pleno direito, cuja eficácia é ex tunc, ou seja, como se nunca 
tivesse existido.
No segundo caso, o incapaz pode agir, desde que assistido por seu representante. O ato 
praticado por pessoa relativamente incapaz é anulável, cuja eficácia é ex nunc.
A incapacidade cessa (art. 5º CC) com:
a-) maioridade (18 anos);
16
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL I
b-) superação da deficiência ou causa temporária da incapacidade;
c-) emancipação (cessação quando o motivo da incapacidade é a idade).
A emancipação pode ser:
- voluntária (concedida por força da vontade dos pais ao menor relativamente incapaz);
- judicial (concedida pelo juiz ao menor relativamente incapaz, que esteja sob tutela);
- legal (decorre de lei, a exemplo do casamento e da independência financeira).
Direitos da personalidade são direitos subjetivos das pessoas de defenderem o que lhes 
é próprio, pelo simples fato de serem pessoas. São direitos inerentes ao ser humano e que 
surgem do nascimento com vida, sendo resguardados e protegidos pelo direito até a morte 
ou, em alguns casos, até depois da morte (a exemplo dos direitos morais do autor, da honra, 
dentre outros), daí falar-se que são vitalícios.
Atualmente, tais direitos são tratados pelo Código Civil de 2002, no entanto, o Código 
Civil de 1916, não tratava expressamente desses direitos, embora os protegesse de forma 
generalizada.
São características dos direitos da personalidade:
a-) intransmissibilidade;
b-) irrenunciabilidade;
c-) imprescritibilidade,
d-) vitaliciedade;
e-) extrapatrimonialidade, dentre outros.
A doutrina costuma elencar as seguintes espécies de direitos da personalidade:
(i) físicos: vida; integridade física; direito ao corpo; direito ao cadáver; imagem; voz;
(ii) psíquicos: liberdade; integridade psíquica; intimidade;
(iii) morais: honra; respeito; identidade; moral; nome e sua mudança.
Atualmente, fala-se numa cláusula geral de tutela da personalidade, fundada no artigo 
1º, III da Constituição Federal, que versa sobre a dignidade da pessoa humana, conferindo 
assim, fundamento de validade para a proteção dos direitos da personalidade.
Veja que o artigo 5º da Constituição Federal enumera direitos fundamentais individuais, 
muitos dos quais também são considerados direitos da personalidade (honra, intimidade, 
privacidade, imagem, dentre outros), do que se conclui que o primeiro fundamento a autorizar 
pretensão de indenização em caso de danos está na própria Carta Magna.
Sempre que um direito da personalidade for afrontado, aquela pessoa que o fez poderá 
17
FMU
ser condenada judicialmente a pagar uma indenização a fim de reparar o dano sofrido.
Existem, basicamente, duas ações judiciais que podem ser movidas para proteção desses 
direitos: a ação inibitória, que tem por objetivo fazer cessar ameaça ou lesão a direitos da 
personalidade; e a ação indenizatória, por meio da qual se busca ressarcimento por danos 
causados à vítima.
É importante a leitura dos artigos 11 a 21 do Código Civil. Confira as regras lá estabelecidas.
Mais saber
Leia o artigo de Cristiano Simão Miller sobre a função social, princípio basilar aplicado a 
todas as relações no âmbito do Direito Civil. Procure visualizar a aplicação prática – ou não 
– deste princípio nas mais variadas áreas do cotidiano. Disponível em: <http://jus.com.br/
artigos/20794/a-constitucionalidade-e-a-retroatividade-do-art-2-035-paragrafo-unico-do-codigo-civil>. Acesso em: 10.jan.2014.
MILLER, Cristiano Simão. A constitucionalidade e a retroatividade do art. 2.035, parágrafo 
único, do Código Civil. Jus Navigandi, Teresina, ano 17, n. 3110, 6 jan. 2012 . Disponível em: 
<http://jus.com.br/artigos/20794>. Acesso em: 10 jan. 2014
Questões
1) (FGV. OAB. VI EXAME UNIFICADO. 2012) Francis, brasileira, empresária, ao se deslocar 
do Rio de Janeiro para São Paulo em seu helicóptero particular, sofreu terrível acidente que 
culminou com a queda do aparelho em alto-mar. Após sucessivas e exaustivas buscas, feitas 
pelas autoridades e por empresas privadas contratadas pela família da vítima, infelizmente 
não foram encontrados os corpos de Francis e de Adilson, piloto da aeronave. Tendo sido 
esgotados os procedimentos de buscas e averiguações, de acordo com os artigos do Código 
Civil que regulam a situação supramencionada, é correto afirmar que o assento de óbito em 
registro público
a) independe de qualquer medida administrativa ou judicial, desde que seja constatada a 
notória probabilidade de morte de pessoa que estava em perigo de vida.
b) depende exclusivamente de procedimento administrativo quanto à morte presumida 
junto ao Registro Civil das Pessoas Naturais.
c) depende de prévia justificação quanto à morte presumida, sem necessidade de 
decretação judicial de ausência.
d) depende de prévia declaração judicial de ausência, por se tratar de desaparecimento 
de uma pessoa sem dela haver notícia.
e) depende de declaração do médico, por ser necessária a identificação da causa da morte.
2) (FGV OAB VII 2012) A proteção da pessoa é uma tendência marcante do atual direito 
18
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL I
privado, o que leva alguns autores a conceberem a existência de uma verdadeira cláusula geral 
de tutela da personalidade. Nesse sentido, uma das mudanças mais celebradas do novo Código 
Civil foi a introdução de um capítulo próprio sobre os chamados direitos da personalidade. Em 
relação à disciplina legal dos direitos da personalidade no Código Civil, é correto afirmar que
a) havendo lesão a direito da personalidade, em se tratando de morto, não é mais possível 
que se reclamem perdas e danos, visto que a morte põe fim à existência da pessoa natural, e 
os direitos personalíssimos são intransmissíveis.
b) como regra geral, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, 
mas o seu exercício poderá sofrer irrestrita limitação voluntária.
c) é permitida a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, com objetivo 
altruístico ou científico, para depois da morte, sendo que tal ato de disposição poderá ser 
revogado a qualquer tempo.
d) em razão de sua maior visibilidade social, a proteção dos direitos da personalidade das 
celebridades e das chamadas pessoas públicas é mais flexível, sendo permitido utilizar o seu 
nome para finalidade comercial, ainda que sem prévia autorização.
e) o nome é direito da personalidade que permite a individualização da pessoa natural, 
sempre podendo ser modificado, conforme a necessidade e conveniência de seu titular.
3) (CESPE) Assinale a opção correta acerca das pessoas naturais.
a) A personalidade civil da pessoa natural tem início a partir do nascimento com vida, 
independentemente do preenchimento de qualquer requisito psíquico.
b) O indivíduo de 16 anos de idade, ao contrair casamento, adquire a plena capacidade 
civil por meio da emancipação, voltando à condição de incapaz se, um ano após o casamento, 
sobrevier a separação judicial.
c) Na sistemática do Código Civil, não se admite a declaração judicial de morte presumida 
sem decretação de ausência.
d) O direito brasileiro não confere proteção ao nascituro, uma vez que é a partir do 
nascimento com vida que tem início a personalidade jurídica/civil da pessoa natural.
e) Somente a morte real põe fim a personalidade civil.
4) A emancipação do menor estará correta, se
a) o menor tiver 16 (dezesseis) anos completos.
b) por concessão dos pais, ao menor de 16 (dezesseis) anos completos, por instrumento 
público, homologado judicialmente.
c) o menor tiver 16 (dezesseis) anos completos, concedida por seus pais por instrumento 
público, independentemente de homologação judicial.
d) o menor tiver 16 (dezesseis) anos completos, por sentença do juiz, independentemente 
19
FMU
de ser ouvido o tutor.
e) o menor tiver 16 (dezesseis) anos completos, por sentença do juiz, independentemente 
de ser ouvido o menor.
5) Os direitos da personalidade são irrenunciáveis e
a) intransmissíveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
b) disponíveis, podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
c) absolutos, apesar de sua oponibilidade relativa;
d) relativos, apesar de sua oponibilidade ‘erga omnes’
e) prescritíveis, apesar do reconhecimento de sua perenidade quanto ao aspecto 
patrimonial
Conclusão
Nesta aula você pode aprender quem é a pessoa física, o sujeito natural de direitos, bem 
como seu início e fim. Você pode compreender por quê há restrições quanto a prática de 
certos atos da vida civil, dadas as incapacidades da pessoa física. Por fim, você pode constatar 
a existência dos chamados direitos da personalidade, que dizem respeito a aspectos inerentes 
a pessoa humana. Desta forma, nesta aula você teve um importante panorama geral relativo 
a pessoa física, o que é de fundamental importância para compreensão do Direito Civil como 
um todo em suas mais complexas relações.
Referências
SENISE LISBOA, Roberto. Manual de Direito Civil, vol. 1: teoria geral do direito civil. São 
Paulo: Saraiva, 2013.
WALD, Arnoldo. Direito civil: introdução e parte geral. 11. ed. reformulada com a 
colaboração dos Professores Álvaro Villaça Azevedo, Rogério Ferraz Donnini, Paulo Hamilton 
Siqueira Jr. e Luiz Accácio Pereira. São Paulo: Saraiva, 2009.
BRASIL. Código Civil Brasileiro (Lei 10.406/2002). Artigos: 1º a 39; 166, I; 171, I; 198, I; 
1.728; 1.767; 1.782.
Tema iv
Apresentação do conteúdo
O tema de estudo desta aula é “pessoas jurídicas”. É preciso que se compreenda o que 
20
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL I
é pessoa jurídica, bem como a distinção quanto a personalidade jurídica em relação a pessoa 
física. Também é preciso distinguir as pessoas jurídicas de direito público e privado e entes 
despersonalizados.
Leia o breve resumo e as indicações bibliográficas, bem como os artigos do Código Civil, 
pertinentes à matéria, conforme indicação.
Conteúdo
Neste Tema, você estudará:
• Pessoas jurídicas;
• Pessoas jurídicas de Direito Privado;
• Desconsideração da personalidade jurídica da pessoa jurídica.
Introdução ao tema
Você sabia que uma pessoa jurídica não pode ser confundida com uma pessoa física 
em termos de responsabilidade? Sabe dizer o por quê desta distinção? Nesta aula você 
estudará as pessoas jurídicas, atentando para os requisitos de sua constituição, bem como 
características principais. Você verá, ainda, que as pessoas jurídicas comportam classificação 
quanto ao âmbito de atuação e, dentre as chamadas pessoas jurídicas de Direito Privado, 
podem ser classificadas quanto a finalidade econômica também. Por fim, você verá que, 
excepcionalmente, em alguns casos é possível afastar a personalidade da pessoa jurídica para 
responsabilizar os sócios, desde que atendidos os requisitos da lei.
Leitura digital
Pessoa jurídica é um ente originado da reunião de mais de uma vontade humana, com 
objetivo de atingir uma finalidade comum a todas. Desde que atendidos os requisitos previstos 
na lei, este ente “moral” recebe personalidade jurídica emprestada para que possa ser titular 
de direitos e para que seja possível contrair obrigações.
As principais características das pessoas jurídicas são:
i) personalidade jurídica distinta da personalidade jurídica de seus integrantes;
ii) existênciadistinta da de seus sócios;
iii) patrimônio distinto.
É fundamental distinguir a personalidade jurídica da pessoa jurídica da personalidade 
jurídica das pessoas físicas que a integram, para que não haja confusão. Desta forma, a pessoa 
física possui direitos da personalidade, ao passo que a pessoa jurídica, em princípio, só possui 
21
FMU
os direitos da personalidade compatíveis (art. 52 CC), tal como ocorre com a “honra objetiva” 
(nome e reputação), reconhecida pela jurisprudência (Súmula 227 do Superior Tribunal de 
Justiça: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”).
O patrimônio é distinto. Assim, por exemplo, se João e Maria são sócios de uma padaria 
“Nova Pães” e esta tem uma dívida de R$ 10.000,00, quem responde por esta dívida é a pessoa 
jurídica “Nova Pães” e não João ou Maria.
São requisitos de constituição da pessoa jurídica:
i) vontade humana;
ii) ato constitutivo (contrato social, estatuto, por exemplo, preenchidos os requisitos 
mínimos do art. 46 CC) devidamente registrado no órgão competente;
iii) licitude do seu objetivo.
Somente após o registro do ato constitutivo no órgão competente é que a pessoa jurídica 
de direito privado passa a existir de forma regular, pois se dá publicidade a terceiros (art. 45 
CC). Em relação às pessoas jurídicas de direito público, estas têm seu início de acordo com a 
lei que as criou.
Em se tratando de pessoa jurídica de direito privado, sempre que houver qualquer 
modificação, é imprescindível que seja feita alteração do ato constitutivo, levando-a a registro, 
de modo a conferir publicidade.
Quanto a responsabilidade civil, importante destacar que a pessoa jurídica possui 
responsabilidade contratual e extracontratual, de modo que os atos praticados por seus 
representantes legais dentro dos poderes que lhes foram conferidos pelo ato constitutivo 
obrigam-na (art. 47 CC). E, no plano extracontratual, a pessoa jurídica responde objetivamente 
pelos atos praticados por seus prepostos e empregados, conforme o art. 932 CC.
São pessoas jurídicas de direito público interno: União Federal; Estados; Distrito Federal; 
Municípios.
São pessoas jurídicas de direito público externo aquelas reconhecidas pelo direito 
internacional (ONU, OMC, etc), bem como os Estados estrangeiros.
São pessoas jurídicas de direito privado (importantes para o Direito Civil):
i) Sociedades – simples ou empresariais
ii) Associações
iii) Fundações
iv) Entidades religiosas
v) Partidos políticos
Existem entes despersonalizados, a exemplo do condomínio e da cooperativa.
22
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL I
Se houver a prática de algum ato que revele o abuso por desvio de finalidade ou confusão 
patrimonial ou, ainda, com o intuito de fraudar a lei, a pessoa prejudicada pode ingressar 
com ação judicial, pleiteando a desconsideração da personalidade jurídica, para se atingir 
a pessoa física do sócio que deu causa (art. 50 CC). Nesse caso, é imprescindível que se 
cumpram os requisitos do art. 50 CC, de modo que é necessário requerer ao juiz do caso 
concreto, mediante apresentação de provas que demonstrem ter havido o incurso numa das 
hipóteses legais. São exemplos de hipóteses que vem gerando autorização judicial para a 
desconsideração da personalidade jurídica: dissolução irregular da pessoa jurídica; confusão 
patrimonial (exemplo do sócio que retira pro labore muito superior ao do contrato social pelo 
simples fato de se considerar “dono” com poderes irrestritos); alteração de domicílio sem 
alteração do ato constitutivo, dentre outras hipóteses.
A extinção da pessoa jurídica pode se dar por vontade dos sócios; por determinação 
judicial; por disposição legal ou administrativa. 
Mais saber
Leia o artigo de Renata de Lima Rodrigues, que explora algumas tendências da pós-
modernidade, procurando acompanhar a evolução do Direito até aqui. Disponível em: <http://
jus.com.br/artigos/6617/as-tendencias-do-direito-civil-brasileiro-na-pos-modernidade>. 
Acesso em: 10.jan.2014
RODRIGUES, Renata de Lima. As tendências do Direito Civil brasileiro na pós-modernidade. 
Jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 655, 23 abr. 2005 . Disponível em: <http://jus.com.br/
artigos/6617>. Acesso em: 10 jan. 2014.
Questões
1) (OAB/SP 125) No que diz respeito às pessoas jurídicas, é INCORRETO afirmar:
a) As pessoas jurídicas de direito público são civilmente responsáveis pelos atos de seus 
agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvando o direito regressivo contra 
os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo;
b) Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito público com a inscrição do ato 
constitutivo no registro pertinente, decaindo em cinco anos o direito do particular interessado 
pleitear a anulação de seus atos constitutivos;
c) São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as 
pessoas que forem regidas pelo direito internacional público;
d) obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores exercidos nos limites de seus 
poderes definidos no ato constitutivo;
e) As fundações são pessoas jurídicas de direito interno privado que não possuem 
23
FMU
finalidade econômica.
2) (OAB/SP 126) Relativamente às associações civis é INCORRETO afirmar:
a) As associações civis constituem um conjunto de pessoas que colimam fins ou interesses 
não econômicos, que podem ser alterados, pois seus membros deliberam livremente, já que 
seus órgãos são dirigentes;
b) O ato constitutivo da associação consiste num conjunto de cláusulas contratuais 
vinculantes, que unem seus fundadores e os novos associados que, quando nela ingressarem, 
deverão submeter-se aos seus comandos;
c) A associação deverá ser constituída, por escrito, mediante redação de um estatuto, 
lançado no registro competente, contendo declaração unânime da vontade dos associados 
de se congregarem para formar uma coletividade, não podendo adotar qualquer das formas 
empresárias, visto que lhe falta o intuito especulativo;
d) A associação é um contrato pelo qual um certo número de pessoas, ao se congregar, 
coloca em comum serviços, atividades, conhecimentos, em prol de um mesmo ideal, 
objetivando um fim não econômico ou econômico, com ou sem capital, com ou sem intuitos 
lucrativos;
e) Entre os associados não há direitos e obrigações recíprocos.
3) (OAB/SP 130) Segundo o Código Civil, a desconsideração da personalidade jurídica:
a) deve ser utilizada sempre que não for possível o ressarcimento de prejuízos pela pessoa 
jurídica;
b) significa dissolver a pessoa jurídica para – com o capital arrecadado – pagar os credores;
c) deve ser a regra nos casos de ações de cobrança de dívidas contra pessoas jurídicas;
d) significa estender – em determinados casos – os efeitos de certas obrigações da pessoa 
jurídica aos bens particulares dos sócios;
e) implica na despersonificação da pessoa jurídica e sua consequente extinção.
4) (OAB/SP 136) O conceito de pessoa jurídica pode ser entendido como o conjunto de 
pessoas ou de bens arrecadados que adquire personalidade jurídica própria por uma ficção 
legal. Entre as teorias que procuram justificar a existência da pessoa jurídica, a adotada no 
Código Civil de 2002 é a teoria
a) da ficção
b) negativista
c) da realidade objetiva ou orgânica
d) da realidade técnica
24
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL I
e) moderada mista
5) (Procurador do Tribunal de Contas AM) A proteção dos direitos da personalidade:
a) aplica-se somente às pessoas naturais e às pessoas jurídicas de direito público;
b) em nenhuma hipótese se aplica às pessoas jurídicas;
c) é aplicável indistintamente às pessoas naturais e jurídicas;
d) aplica-se no que couber às pessoas jurídicas;
e) aplica-se somente às pessoas naturais e às pessoas jurídicas constituídas na modalidade 
de associações ou fundações.
ConclusãoNesta aula, você verificou que, existe mais de uma pessoa regulamentada em lei: além da 
pessoa física, há também a pessoa jurídica, ente moral, a quem a lei empresta personalidade 
jurídica desde que atendidos os requisitos da lei, inclusive sob o aspecto moral, na medida 
em que o art. 52 CC, combinado com a Súmula 227 do STJ confere direitos da personalidade 
à pessoa jurídica, dentre aqueles compatíveis (honra objetiva). Você verificou, ainda, como 
se classificam as pessoas jurídicas. Também observou que, em casos excepcionais, podem 
os sócios responder por obrigações da pessoa jurídica, hipótese de desconsideração da 
personalidade jurídica, tratada pelo artigo 50 CC.
Referências
SENISE LISBOA, Roberto. Manual de Direito Civil, vol. 1: teoria geral do direito civil. São 
Paulo: Saraiva, 2013. (www.saraivajur.com.br).
WALD, Arnoldo. Direito civil: introdução e parte geral. 11. ed. reformulada com a 
colaboração dos Professores Álvaro Villaça Azevedo, Rogério Ferraz Donnini, Paulo Hamilton 
Siqueira Jr. e Luiz Accácio Pereira. São Paulo: Saraiva, 2009.
BRASIL. Código Civil Brasileiro (Lei 10.406/2002). Artigos: 40 a 69.
Tema v
Apresentação do conteúdo
Os temas de estudo desta aula são: “domicílio” e “bens”.
Domicílio é um assunto importante, na medida em que é um dos elementos que permitem 
a identificação da pessoa, tanto física, quanto jurídica.
25
FMU
Já os bens são considerados os objetos das relações jurídicas e, nessa visão inicial, serão 
trabalhados conceitos fundamentais que servirão de base para o estudo das classificações dos 
bens.
Leia o breve resumo e procure compreender a importância do assunto, a partir da leitura 
dos artigos do Código Civil indicados.
Conteúdo
Neste Tema, você estudará:
• Domicílio
• Bens
Introdução ao tema
Você sabia que o domicílio é um dos critérios de identificação da pessoa? Sabia que é 
importante para definir o lugar do cumprimento dos contratos, bem como eventual ajuizamento 
de ação judicial? Nesta aula você aprenderá noções básicas acerca do domicílio. Também 
iniciará o estudo dos bens, considerados como objeto das relações jurídicas.
Leitura digital
O domicílio da pessoa física é o lugar onde esta reside com ânimo definitivo, ou seja, com 
ânimo de exercer ali os atos da vida civil (art. 70 CC).
Havendo multiplicidade de domicílio, qualquer deles pode ser assim considerado para as 
correlatas relações jurídicas.
Em alguns casos, a lei especifica qual é o domicílio, como ocorre na hipótese da pessoa 
ser funcionária pública, por exemplo, pois o Código Civil estabelece o domicílio necessário 
(art. 76 CC).
Em regra, o domicílio é voluntário, escolhido pela pessoa (natural), mas há casos em 
que as pessoas podem eleger o domicílio, como se verifica em contratos, de modo que os 
contratantes escolhem o domicílio para fins de execução do contrato.
É importante saber o que é domicílio para que se possa localizar uma pessoa para os 
fins de direito, ou seja, para fins de cumprimento de contratos, para fins de abertura de 
inventário, na hipótese de falecimento, para fins de publicação de proclamas de casamento 
(estes antecedem o casamento civil, conforme será estudado em Direito de Família), para 
ajuizamento de ação judicial, dentre outras hipóteses.
Em se tratando de pessoa jurídica de direito privado, o domicílio será a sede, o local onde 
26
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL I
são exercidos os atos de gerência e administração. Se houver filiais, por exemplo, cada uma 
delas pode ser assim considerada quanto as relações pela filial contraídas. Nessa hipótese, a 
sede sempre poderá ser acionada judicialmente.
Quanto as pessoas jurídicas de direito público, o domicílio será observado conforme a lei 
(art. 75 CC).
Cabe uma observação importante: se houver alteração do domicílio da pessoa jurídica (de 
direito privado, nesta hipótese) e tal mudança não for objeto de alteração do ato constitutivo, 
o fato poderá dar ensejo, no futuro, a desconsideração da personalidade jurídica (art. 50 CC), 
o que vem sendo adotado pela jurisprudência atual.
Bens são espécies do gênero “coisa”.
Coisa é tudo aquilo externo ao homem, a exemplo da lua, do sol, do mar.
Os bens são coisas suscetíveis de valoração econômica em razão de sua raridade e 
utilidade. Contudo, esses critérios (raridade e utilidade) não são predominantes na atual 
doutrina brasileira. Importa, sim, a possibilidade de apropriação jurídica.
Os bens são de fundamental importância para que se defina o regime jurídico a ser 
observado, quer seja no âmbito das relações civis, ou mesmo no âmbito das relações processuais 
civis. Um exemplo para visualizar essa situação: se a ação judicial tem por objeto direitos 
reais imobiliários (exemplo: direito de propriedade sobre um bem imóvel), é necessário o 
consentimento do cônjuge do autor ou réu da ação, por exemplo (verifique, nesse sentido, o 
artigo 10 CPC).
Tudo aquilo que não é coisa sob o aspecto corpóreo, o direito equipara a bem para fins 
de tratamento jurídico. Assim, por exemplo, os direitos autorais sobre criações intelectuais 
(exemplo: direitos decorrentes da composição de uma música) são incorpóreos, mas 
equiparados a bens (no caso, bens móveis).
Portanto, é correto afirmar que todo bem é coisa, mas nem toda coisa é bem. Podemos 
dizer que são bens, por exemplo, quadros, computadores, rádios, automóveis, imóveis e assim 
sucessivamente.
Mais saber
Leia o artigo de José Rogério Cruz e Tucci sobre a interpretação judicial e o direito das partes, 
um tema que interessa a todas as áreas do direito. Disponível em: <http://www.conjur.com.
br/2013-nov-26/paradoxo-corte-interpretacao-judicial-nao-atropelar-direito-parte>. Acesso 
em 13.jan.2014.
Questões
1) (OAB Nacional 2009 – I) A respeito das regras de domicílio, assinale a opção incorreta:
27
FMU
a) A mera troca de endereço não caracteriza, por si só, mudança de domicílio;
b) O domicílio civil é formado pelo elemento objetivo, que consiste na residência, sendo 
despiciendo averiguar-se o elemento subjetivo;
c) Admite-se que uma pessoa possa ter domicílio sem possuir residência determinada, ou 
que esta seja de difícil identificação;
d) Caso um indivíduo possua diversas residências onde viva alternadamente, qualquer 
uma delas pode ser considerada o seu domicílio;
e) O preso, o incapaz e outras pessoas indicadas na lei possuem domicílio necessário.
2) (OAB/SP 136) Os bens jurídicos que, não constituindo partes integrantes, se destinam, 
de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro são classificados 
como:
a) acessórios;
b) pertenças;
c) imóveis por acessão física;
d) móveis;
e) imóveis por sua própria natureza.
3) (Delegado de Polícia/SP) Possuindo uma pessoa duas residências regulares, considera-
se seu domicílio:
a) aquela onde reside há mais tempo;
b) aquela que por último passou a ocupar;
c) qualquer delas;
d) aquela que for de sua propriedade;
e) aquela em que costuma ficar mais tempo.
4) (Magistratura/SP) O direito à sucessão aberta considera-se para os efeitos legais:
a) bem imóvel;
b) bem móvel;
c) bem incorpóreo;
d) bem móvel ou imóvel, conforme resulte de ser apreciado em si mesmo o que o integre, 
tendo em vista o fato de ser ou não suscetível de se mover;
e) bem complexo.
5) (Magistratura do Trabalho/4ª Região) O Código Civil vigente não considera como bens 
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TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL I
imóveis:
a) as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas 
para outro local;
b) o direito à sucessão aberta;
c) as energias que tenham valor econômico;
d) os direitos reais sobre imóveis;
e) os materiais provisoriamente separados de um prédio para nele se reempregarem.
Conclusão
Nesta aula você pode começar a compreender a importância do domicílio parao Direito. 
Viu que o domicílio comporta classificação, de modo a se observarem regras específicas para 
sua utilização. Quanto aos bens, você pode ter um primeiro contato com esse assunto, cuja 
classificação será estudada na próxima aula.
Referências
SENISE LISBOA, Roberto. Manual de Direito Civil, vol. 1: teoria geral do direito civil. São 
Paulo: Saraiva, 2013.
WALD, Arnoldo. Direito civil: introdução e parte geral. 11. ed. reformulada com a 
colaboração dos Professores Álvaro Villaça Azevedo, Rogério Ferraz Donnini, Paulo Hamilton 
Siqueira Jr. e Luiz Accácio Pereira. São Paulo: Saraiva, 2009.
BRASIL. Código Civil Brasileiro (Lei 10.406/2002). Artigos: 70 a 78.
Tema vi
Apresentação do conteúdo
Nesta aula, você continuará a estudar o tema “bens”, porém, no que tange às diversas 
classificações: (i) dos “bens considerados em si mesmos”, ou seja, independentemente de 
quaisquer outras circunstâncias; (ii) bens “reciprocamente considerados”, ou também chamada, 
“uns em relação aos outros”. Também importante para se determinar o regime jurídico a ser 
observado; (iii) “bens quanto a titularidade de domínio”. A partir destas classificações, você 
verificará o regime aplicável a cada uma delas, o que será aplicado não só na parte geral 
de Direito Civil, como também no Direito das Obrigações; Direito Contratual; Direitos Reais; 
Direito de Família e Direito das Sucessões. Leia o resumo, bem como os artigos 79 a 103 CC.
29
FMU
Conteúdo
Neste Tema, você estudará:
• Bens considerados em si mesmos;
• Bens reciprocamente considerados;
• Bens quanto a titularidade de domínio.
Introdução ao tema
Você sabia que a energia elétrica é equiparada a bem móvel para fins de direito? E sabe 
estabelecer as consequências jurídicas decorrentes da situação versada na questão anterior? 
Pois bem. Nesta aula você terá oportunidade de estudar as classificações de bens, assim como 
sua importância para definição de regime jurídico a ser observado. Você sabia que um bem 
considerado público não pode ser adquirido por usucapião (ou seja, pelo exercício da posse 
mansa, pacífica e incontestada pelo prazo e condições estabelecidos em lei)? Nesta aula você 
poderá verificar as regras aplicáveis aos bens, a depender de sua titularidade, ou seja, de 
quem lhe seja o dono.
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Os bens considerados em si mesmos podem ser:
i)móveis ou imóveis (quanto a sua mobilidade) – Aqui importa destacar que é imóvel por 
sua natureza, apenas o solo (art. 79 CC). Todo o mais que ao solo adere se considera imóvel por 
acessão, ou seja, por aderência. É o caso de construções, por exemplo. Já os bens móveis são 
aqueles que podem ser deslocados sem prejuízo de sua substância e finalidade (art. 82 CC). Os 
bens móveis podem se deslocar por força própria (animais que, no CC/16 eram classificados 
como semoventes, mas hoje são classificados como bens móveis – cuidado!) ou por força 
alheia. IMPORTANTE: como você já viu na última aula, tudo o que não for fisicamente móvel 
ou imóvel, a lei assim equipara para definição do regime jurídico (arts. 80 e 83 CC).
ii) fungíveis ou infungíveis (substituíveis ou não – art. 85 CC) – São fungíveis os bens que 
podem ser substituídos por outros de mesma espécie, qualidade, quantidade (exemplo: 1 litro 
de leite integral; dinheiro; determinada quantidade de açúcar, etc). São infungíveis os bens 
que não podem ser substituídos (exemplo: casa; tela de pintor famoso, etc). Essa classificação 
será importante quando você estudar Direito das Obrigações, pois os efeitos decorrentes de 
inadimplemento podem variar conforme a fungibilidade, ou não, do bem objeto do contrato.
iii) consumíveis ou inconsumíveis (sobrevivência à utilização ou não – art. 86 CC).
iv) divisíveis ou indivisíveis (comportam fracionamento sem alteração da substância 
ou não – arts. 87 e 88 CC). Essa classificação também será importante no estudo do Direito 
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das Obrigações, não só no que tange ao inadimplemento, como ao próprio adimplemento 
(cumprimento) da relação obrigacional. Vale frisar que a indivisibilidade pode derivar da 
depreciação econômica em caso de divisão (exemplo: um diamante dividido ao meio não 
valerá, proporcionalmente, o mesmo que o diamante inteiro, de modo que se considera o 
mesmo indivisível), de lei (exemplo: alimentos; hipoteca, que não comportam divisão) ou de 
vontade das partes contratantes.
Podem ser, ainda, singulares ou coletivos (arts. 89 a 91 CC). Exemplo de bem singular: 
carro. Embora seja considerado um só, o carro é formado pela reunião de outros bens, como 
os bancos de assento, o volante, os vidros, os pneus, dentre outros. Os bens coletivos são 
analisados em sua pluralidade. É considerada uma universalidade de fato aquela que tem 
destinação unitária dada por seu titular (exemplo: rebanho de ovelhas; matilha de cães; 
biblioteca de livros, etc). Já a universalidade de direito é disciplinada pelo direito, conforme 
estabelece o art. 91 CC. É o caso do chamado patrimônio da pessoa (física ou jurídica), assim 
entendido como conjunto de bens e relações jurídicas da pessoa.
É importante sabermos esta classificação, pois dela dependerá o regime jurídico a ser 
observado a fim de preservar ou reivindicar algo que seja pertinente à relação jurídica.
Quanto aos bens reciprocamente considerados, os mesmos podem ser classificados 
como principais ou acessórios, sendo que ambos possuem a mesma natureza (veja os artigos 
92 a 97 CC).
O bem principal é aquele que existe “de per si”, ou seja, não depende de nenhum outro. 
Já o bem acessório pressupõe a existência de um bem principal, do qual depende. Assim, 
imagine uma laranjeira e as laranjas e passe a analisá-las umas em relação as outras. Em 
relação a laranja, a laranjeira é principal, pois não depende da laranja para existir. Já na 
hipótese inversa, a laranja depende da laranjeira para existir, sendo considerada, portanto, 
um bem acessório. Essa mesma noção se aplica a todos os bens que venham a ser analisados 
em relação uns aos outros.
A regra fundamental a ser aprendida é a de que o “acessório segue a sorte do principal”. 
Assim, a destinação dada ao acessório será a mesma do principal.
Os bens acessórios são classificados em:
i) frutos (são rendimentos periódicos; os frutos podem ser naturais, como no exemplo 
anterior, ou artificiais, como é o caso do aluguel em relação ao imóvel, assim considerado um 
fruto civil);
ii) produtos (são rendimentos não periódicos, como é o caso do petróleo, do carvão, 
dentre outros);
iii) benfeitorias (melhoramentos feitos à coisa), que podem ser:
• necessárias (imprescindíveis, como é o caso da substituição de telhas quebradas no 
teto de uma casa);
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• úteis (melhoram a utilização do bem – exemplo: construção de um dormitório) ou
• voluptuárias (destinadas ao mero aformoseamento da coisa, exemplo de uma fonte 
de água colocada próxima da porta de entrada de uma casa).
Essa classificação será importante, também, nos estudos do Direito das Obrigações, 
Direito Contratual e Direitos Reais, além do Direito de Família e das Sucessões.
Existem ainda as chamadas “pertenças”, tratadas pelo artigo 93 CC. As pertenças não 
são bens acessórios, portanto, podem ser objeto de negócio a parte, mas estão relacionadas 
com o bem principal em razão de sua utilização, por exemplo. É o caso de um trator de uma 
fazenda. Em relação a fazenda, não é um bem acessório, mas em razão de sua utilização, é 
considerado como pertença.
Quanto a titularidade de domínio, os bens podem ser particulares, ou públicos (verifique 
os artigos 98 a 103 CC).
Os bens particulares, ou privados, são aqueles passíveis de circulação jurídica, pois não 
estão afetados, ou seja, não pende sobre estes nenhuma restrição a realização de negócios 
jurídicos. Esta é a regra, mas há exceções. Por exemplo: bem particulargravado com cláusula 
de inalienabilidade por determinado período. Ora, durante o período previsto nesta cláusula, 
o bem, mesmo pertencendo a particular, não pode ser vendido (alienado), mas nem por isso 
deixa de ser um bem particular.
Chamam atenção os bens públicos, uma vez que as regras aplicáveis a estes são mais 
rígidas, por envolver o interesse público e, neste sentido, recomenda-se rever os conceitos 
que determinam a divisão do direito em público e privado.
Sobre a alienação de bens públicos, atente para os artigos 100/101 CC. Os bens públicos 
não podem ser adquiridos por usucapião; são bens afetados, somente podendo ser alienados 
depois da desafetação, determinada por lei.
Os bens públicos podem ser:
I – de uso comum (praias, ruas, praças, etc);
II – de uso especial (prédios públicos nos quais funcionam instalações da Administração 
Pública);
III – de uso dominical (regem-se pelas normas aplicáveis aos negócios entre particulares).
Mais saber
Leia o artigo “Um brainstorming para aliviar a turbulência do Judiciário”, de Vladimir Passo 
de Freitas, que traz sugestões para melhorar a efetividade do Poder Judiciário. Disponível em 
<http://www.conjur.com.br/2013-nov-03/segunda-leitura-brainstorming-aliviar-turbulencia-
judiciario>. Acesso em 09.jan.2014.
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Questões
1) (OAB Nacional 2009 – I) No que se refere aos bens, assinale a opção correta.
a) Não podem ser considerados móveis aqueles bens que, uma vez deslocados, perdem 
a sua finalidade;
b) A regra de que o acessório segue a sorte do principal tem inúmeros efeitos, entre eles, a 
presunção absoluta de que o proprietário da coisa principal também seja o dono do acessório;
c) Um bem consumível pode tornar-se inconsumível por vontade das partes, o que 
vinculará terceiros;
d) A lei não pode determinar a indivisibilidade do bem, pois esta característica decorre da 
natureza da coisa ou da vontade das partes;
e) As plantações são bens imóveis por sua própria natureza.
2) (OAB/SP 129) Sobre as pertenças, é correto afirmar que:
a) são bens acessórios e por isso seguem a sorte do principal;
b) constituem parte integrante do bem principal e destinam-se ao seu aformoseamento;
c) são benfeitorias;
d) apesar de tratadas na parte do Código Civil destinada a bens principais e acessórios, 
não segue a sorte do principal;
e) não são bens acessórios, porém, seguem a sorte do principal.
3) (OAB/Nacional 2008 – III) De acordo com o dispositivo no Código Civil a respeito dos 
bens, assinale a opção correta:
a) Algumas espécies de bens imóveis podem ser fungíveis;
b) Pertenças são obras feitas na coisa ou despesas que se teve com ela, com o fim de 
conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la;
c) Para os efeitos legais, considera-se bem imóvel o direito à sucessão aberta;
d) As benfeitorias úteis são as que têm por finalidade conservar o bem ou evitar que se 
deteriore;
e) As benfeitorias nunca são indenizáveis.
4) (OAB/MG) São consideradas coisas fungíveis:
a) Os móveis que podem substituir-se por outros de mesma espécie, qualidade e 
quantidade;
b) Os móveis que não podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e 
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quantidade;
c) As coisas fora de comércio, as insuscetíveis de apropriação, e as legalmente inalienáveis;
d) As que se podem partir em porções reais e distintas, formando cada qual um todo 
perfeito;
e) As coisas indivisíveis.
5) (Procurador do Banco Central do Brasil). Uma galeria de quadros constitui:
a) universalidade de direito;
b) coisa singular composta;
c) coisa singular simples;
d) universalidade de fato;
e) coisa singular.
Conclusão
Nesta aula você verificou as principais classificações dos bens. Viu a importância 
das classificações para fins de regime jurídico a ser aplicado, bem como suas implicações. 
Assim, você trabalhou os conceitos pertinentes aos bens considerados em si mesmos, bens 
reciprocamente considerados e bens quanto a titularidade de domínio.
Referências
SENISE LISBOA, Roberto. Manual de Direito Civil, vol. 1: teoria geral do direito civil. São 
Paulo: Saraiva, 2013. 
WALD, Arnoldo. Direito civil: introdução e parte geral. 11. ed. reformulada com a 
colaboração dos Professores Álvaro Villaça Azevedo, Rogério Ferraz Donnini, Paulo Hamilton 
Siqueira Jr. e Luiz Accácio Pereira. São Paulo: Saraiva, 2009.
BRASIL. Código Civil Brasileiro (Lei 10.406/2002). Artigos: 79 a 103.
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