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EMERGENCIAS TOXICOLÓGICAS EMERGÊNCIAS TOXICOLÓGICAS • São Frequentes? • Como devo proceder? • Desconhecimento do princípio que levou ao quadro - Quanto mais tarde ocorrer o atendimento, pior o diagnóstico PASSOS A SEREM SEGUIDOS o Instituição de uma terapia de emergência para manutenção da vida. Ex: paciente foi picado por uma cobra, chega na clínica em parada cardíaca. Primeiro você estabiliza o paciente para depois tratar com o soro antiofídico. ESTABILIZAR -> TRATAMENTO TOXICOLÓGICO o Determinação de um diagnóstico clínico -> terapia racional o Empregos de antídotos ou recursos adequados o Determinação da fonte de exposição ou agente tóxico – medidas de prevenção INSTRUÇÕES AO PROPRIETÁRIO o Quadros agudos na maioria dos casos - Proprietário busca contato telefônico (whats) -Instruções devem ser claras. (auxiliar o proprietário em como proceder com o caso toxicológico) o Confirmar se é um quadro de intoxicação - Presenciou o animal entrando em contato com o agente? - Qual produto? (foi um xampu? Lavar sempre em água corrente gelada para não ocorrer vasodilatação) - Via de exposição - Quantidade - Sintomas - Há quanto tempo? Outros animais? Instruções: - Tópico: lavar em água corrente em temperatura ambiente - Proteção quando fizer o procedimento, pois pode ser também tóxico aos seres humanos - Esclarecer quanto a não indução do vômito, pois pode causar mais lesões internas - Não administrar medicamentos -> Água a vontade se o nível de consciência não estiver alterado - Levar o animal imediatamente com todo o conteúdo suspeito junto. • Início: restabelecimento das funções vitais - Garantir o bem-estar e assegurar a sobrevida • Avaliação da dor, reposição de líquidos • Origem do paciente – gatil, canil... - Mais animais intoxicados • Sinais não são patognomônicos - Desenvolvimento de raciocínio clínico é importante, informações da anamnese nem sempre são conclusivas. ESTABILIZAÇÃO DAS FUNÇÕES VITAIS o Funções Vitais: uso de antídotos quando disponíveis o Deve ser abordado de maneira semelhante a outras emergências ABCD ➔ Airway – vias aéreas ➔ Breathing – respiração ➔ Circulation – circulação ➔ Disability – défictis neurológicos o Vias Aéreas - Respira sem aparelhos? INTUBAR IMEDIATAMENTE - Taquipneia - Bradipneia - Dispneia - Apneia - Oxigenação – Atentar para a PAS CAUSA? - Broncodilatadores ➔ Aminofilina – 10 mg/kg/TID (VO, IM, IV) – CÃES - 6,6 mg/kg/BID ou 4 mg/kg/TID – GATOS ➔ Estimulantes respiratórios o Alterações cardíacas – arritmias (como identificar? 1ª auscultação, 2º Eletro) - Bradi ou taquiarritmias - Fibrilação ventricular -> Parada Cardíaca - Uso de antiarrítmicos (lidocaína, amiodarona) o Alterações Neurológicas - Coma - Depressão - Excitação -> tremores musculares - Convulsão (interromper a convulsão o mais rápido possível) -> Benzodiazepínicos – Diazepam 0,25 a 1 mg/kg/IV – ação imediata -> Infusão contínua com barbitúricos quando não há o controle (caso o diazepam não funcione e o animal pare e volte a convulsão constante, faça a infusão contínua, ou seja, induz o paciente a anestesia, depois começa a fazer o desmame e vendo se o paciente volta ao normal) - Acompanhar função renal e hepática o Controle da temperatura - Hipertermia X Hipotermia -> em geral os pacientes chegam com temperaturas mais altas - Imersão em água? -> Jamais água quente, sempre em temperatura ambiente. - Aquecer ou resfriar o paciente dependendo da situação - Animais com temperatura baixa: colchão térmico, bolsas com água quente (normalmente coloca água em luva cirúrgica e esquenta no micro-ondas), secador de cabelo. ATENÇÃO -> Tomar cuidado para não queimar o paciente - Animais com temperatura alta: compressas com gelo, álcool nas extremidades, imersão em água na temperatura ambiente Eliminação dos Tóxicos o Anamnese – auxílio no diagnóstico o Fase Precoce - Eliminação/Descontaminação - Desintoxicação o Tóxicos Não Absorvidos: - Indução da Êmese -> indicada em casos muito precoces - Eficiência máxima em até 1 ou 2 horas pós intoxicação -> remoção de até 60% do conteúdo gástrico -> Substâncias da mucosa ou que tenham ação no centro emético -> Substâncias Irritantes . Solução hipersaturada de NaCl: 3 colheres das de chá de sal + 1 copo de água morna . Água Oxigenada 3% (10 vol.): 5 a 10 ml por vez – repetir até 3 vezes. *Não ultrapassar 50 ml para cães e 10 ml para felinos* . Monitorar paciente – ocorrência de gastrite e ulceração gástrica: Metoclopramida (Ondasetrona, Plasil, Serenia) 0,5mg/kg Omeprazol (Gaviz) 1mg/kg Sucralfato 35mg/kg/VO . Sempre são indicados? **Intoxicações por hidrocarbonetos voláteis, destilados do petróleo e corrosivos Pneumonia por aspiração Alcançam o pulmão com muita facilidade Ácidos e álcalis fortes Ruptura do estômago e lesões no esôfago e faringe . Animais com nível de consciência diminuído: ausência do reflexo de tosse Tóxicos ainda não absorvidos X Tóxicos Absorvidos . Ex: estricnina, ácido monofluoracético, organofosforados, carbamato, chumbo. → Tremores musculares e incapacidade de tossir. -> SUBSTÂNCIAS DE AÇÃO CENTRAL Apomorfina 0,02 a 0,4 mg/kg/IV 0,8 mg/kg/SC Morfina 0,5 mg/kg/IM – cães 0,25 mg/kg/IM – felinos ** efeito rápido – 4 a 6 min Xilazina 1,1 mg/kg/IV ou IM – cães 0,44 mg/kg/IV ou IM – felinos ** Emese 5 a 10 minutis após administração ** Apomotfina e Morfina -> Depressão/estimulação do SNC, depressão respiratória, Êmese excessiva. Reversor -> Naloxona ** Xilazina -> Efeitos adversos de acordo com a dose: Depressão respiratória, bradicardia, sedação intensa. Reversor -> Ioimbina - Lavagem Estomacal -> eliminação mecânica do tóxico ingerido -> Fase precoce da ingestão: . Imediatamente – até 54% do conteúdo estomacal . Após 30 minutos – até 26% do conteúdo estomacal . Após 60 minutos – até 8% do conteúdo estomacal -> Procedimento emergencial . Risco X Benefício -> Animal inconsciente ou anestesia breve -> Vantagens . Indução da êmese ineficaz ou contraindicada . rápida remoção do conteúdo gástrico . utilizada para remoção de materiais corrosivos (será diluído e o esôfago não será reexposto . Possibilita a administração de carvão ativado intraestomacal -> Desvantagens . Anestesia geral . risco de trauma no esôfago/estômago (está relacionado com a técnica, ou seja, tomar cuidado) . aspiração de carvão ativado, fluidos utilizados na lavagem (paciente não entubado) . Não faz a remoção de partículas grandes, insolúveis e não digeridos. -> Contraindicações . Via respiratória desprotegida . Substância que tenha alto risco de aspiração . Ingestão de objetos pequenos . Risco de hemorragia ou perfuração gástrica . Animais pequenos ou muito jovens (tomar cuidado principalmente com animais filhotes, pois muitas vezes não existe uma sonda com calibre pequeno) -> Procedimento . Anestesia dissociativa geral Tiletamina + Zolazepam Quetamina + Diazepam Propofol ou Barbitúricos . Sonda de calibre suficiente para a passagem do conteúdo estomacal (ponta do nariz até a cartilagem xifóide) . Cuff do tubo endotraqueal inflado . Decúbito lateral, cabeça mais baixa que o nível do estômago . Água morna ou solução salina: tomar cuidado com o volume utilizado -> de 5 a 10 ml/kg. Administrar e retirar o conteúdo por gravidade até que o aspecto esteja límpido ou repetir de 15 a 20 vezeso procedimento. . Carvão ativado de 2 a 5 g/kg VO – 1g a cada 5 ml de água -> aumento na eficiência da remoção dos resíduos ->Adsorventes . Carvão ativado – mais seguro ❖ Após indução da êmese ❖ Lavagem estomacal ❖ Isoladamente ❖ Liga-se ao carbono -> interrompe a absorção (interrompe a circulação êntero-hepática) Curta duração ❖ Intoxicação por derivados de petróleo (efeito muito baixo ou inexistente ALTA ADSORÇÃO BAIXA ADSORÇÃO Organofosforados Inseticidas/Rodenticidas . Carvão ativado – Apresentações ❖ Comprimido, suspensão, cápsulas, grânulos ❖ Pó e suspensões -> maior eficácia ❖ Dosagem pode ser repetida a cada 4 a 6 horas – 2 ou 3 dias ❖ Hidratação – constipação: fezes enegrecidas até 3 dias após administração . Outros adsorventes – Caulim e Botonita -> menor eficácia -> Catárticos Salinos Sulfado de Sódio (Sal Glawber) 250 a 500 mg/kg – cães (diluído 10 vezes o volume de água) 200mg/kg – gatos Sulfato de Magnésio (Sal Amargo) 250 a 500 mg/kg – cães (diluir 5 a 10 ml/kg VO Animais com depressão do SNC – hipermagnesemia Hidróxido de magnésio Cães: 5 a 10 ml VO/BID Gatos: 2 a 6 ml VO/BID ou SID -> Catárticos a base de açúcar Lactulose (Lactulona) 1 ml/4,5 kg BID ou TID Lactose (Lactopurga) - Sorbitol (Minilaz) de uso retal (cuidado com o animal desidratado ** Catárticos salinos são mais eficazes -> Catárticos . Auxiliam na descontaminação do tóxico – aceleram o trânsito gastrointestinal . Eficiência máxima quando utilizados em 1 hora . Eficazes na remoção de partículas sólidas . Utilizar 30 minutos após eméticos, lavagem gástrica e carvão ativado ->Catárticos - Contraindicações . Intoxicação por substâncias corrosivas . Trauma abdominal . Obstrução/perfuração intestinal . Hipertensão/hipovolemia . Distúrbios hidroeletrolíticas . Diarreia o Eliminação de tóxicos já absorvidos - Aborção -> distribuição -> Metabolização -> Eliminação (in natura ou metabólitos) - Maioria das substâncias – eliminação renal -> Uso de diuréticos Furosemida 2 a 4 mg/kg a cada 4 ou 6 horas Manitol 1 a 2 g/kg a cada 6 horas/IV Espironolactona (ela não é tão bacana) 1 a 2 mg/kg BID NaCl 7,5% Até 4 mg/kg, máx de 1 ml/kg/min Outros Fluidos (fluidoterapia) - ** Cuidado com animais CARDIOPATAS – sobrecarga de volume e ICC ** Pode fazer diuréticos se meu paciente estiver HIDRATADO. -> Alteração do pH urinário - Alcalinização . Ácidos Fracos ❖ Tornam-se mais ionizados ❖ Diminuição da reabsorção pelos túbulos Organofosfatos Carbamatos Ácido monofluoracético Organoclorados Piretróides Ácido Acético . Bicabornato de sódio – 3 a 5 mEq/kg/IV -> 1 colher das de chá em um copo de água/VO por 7 dias. **Se houver hemogasometria: mEq = Déficit X 0,3 X peso ->Alteração do pH urinário – Acidificação . Bases Fracas ❖ Anfetamina ❖ Amitraz ❖ Estricnina . Cloreto de amônio 200 mg/kg – doses individuais o Expansores de Volemia. - Hipovolemia -> Choque hipovolêmico ->Sangue total ->Cristaloides (prova de carga) - Causa + Exames complementares Fase Tardia o Alimentação (assim que possível administrar alimentos, nutrição é fundamental para a recuperação do paciente. Se não for oral, passa com sonda) o Medicação (avaliar as necessidades dos pacientes) o Retorno seriados para acompanhamento da evolução do quadro Diagnóstico o Não é fácil o Desconhecimento do proprietário o Semelhança entre muitos quadros toxicológicos o Listar os diagnósticos diferenciais o Exames complementares que possam auxiliar o Resposta à terapia instituída o Exames toxicológicos o Achados de necropsia Tratamento Específicos o Antídotos - Nem sempre estão disponíveis o Descontaminação do animal antes do uso -> aumento da eficiência o Diferença entre as espécies, raças, idade. PROGNÓSTICO o Muito variável o Tempo desconhecido entre a intoxicação e o atendimento o Dose o Sucesso na eliminação do tóxico o Resposta do paciente o Sempre é um caso grave
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