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Organização sindical brasileira

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ORGANIZAÇÃO SINDICAL BRASILEIRA 
 
História 
Com a Revolução Francesa de 1789, as corporações de ofício foram aos poucos 
sendo extintas na Europa por serem consideradas órgãos limitativos aos princípios da 
liberdade individual. 
No Brasil, sob a influência dos ideais europeus, a Constituição de 1824 proibiu a 
existência de corporações de ofício, que foram suprimidas e substituídas por 
estruturas associativas. O direito de associação sempre foi assegurado no Brasil, 
como se constata das Constituições de 1891(art. 72, $ 8º), que estabelecia:’’ a todos 
é lícito associarem – se e reunirem – se livremente, sem armas´´, e das Constituições 
de 1934, 1937, 1946 e de 1967, com a Emenda Constitucional de 1969 (art. 153, $ 
27), que mantiveram o princípio, assim como a atual Constitucional Federal (art. 5º, 
XVII e XVIII) 
A expressão sindicato foi utilizada de maneira geral a partir de (1903), porém as 
associações mantiveram as denominações anteriores, como: liga operárias, uniões, 
sociedades etc. 
A história do direito sindical no Brasil é pontuada por tradição legislativa, iniciando-se 
com a disciplina legal dos sindicatos rurais (1903) e dos urbanos (1907). 
Em 1930, o governo criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio com o 
objetivo de colocar em prática a sua política trabalhista e controlar o processo de 
formação dos trabalhadores como força de cooperação com o Estado. Nesta época, 
observa-se a influência, no Brasil, do corporativismo italiano e sua forma autoritária 
de organizar a atividade sindical. 
Os sindicatos, antes de política corporativa adotada pelo governo, eram pessoas de 
direito privado, criados pelos interessados, livremente, com administração e estatutos 
próprios. 
Entretanto, a partir de 1930, passaram a servir o governo, perderam sua autonomia, 
sendo que seus estatutos foram padronizados pelo Ministério do Trabalho, Indústria e 
Comércio, que atribuiu aos sindicatos funções delegadas ao poder público. 
A Constituição de 1934, por sua vez, declarou como princípio a pluralidade sindical. 
O art. 120 mencionava que ´´ os sindicatos e associações profissionais serão 
reconhecimentos de conformidade com a lei´´. Além do mais, o parágrafo único 
explicitava que a ´´ Lei assegurará a pluralidade sindical e a completa autonomia dos 
sindicatos´´. 
 
 
 
 
Dessa forma, poder-se-ia dizer que o sindicato, teoricamente, passou a ser pessoa de 
constituição, administração e ação. 
Contudo, ainda nesta fase, não foi respeitada a plena autonomia sindical, pois nas 
assembleias sindicais havia a presença permanente de um delgado do Ministério do 
Trabalho, Indústria e Comércio. 
A Constituição de 1937 restabeleceu o modelo sindical de 1931. Acabou com o 
modelo de pluralismo e intensificou a interferência na ordem sindical. 
Referida Carta Constitucional, em seu art. 140, dispunha que ‘’ a econômica da 
produção será organizada em corporações e estas, como entidades representativas 
das forças do trabalho nacional, colocadas sob a existência e proteção do Estado, são 
órgãos e exercem funções delegadas de poder público.’’ 
Inspirada no modelo fascista italiano o art. 138 da mesma Carta estabeleceu que: ´´ a 
associação profissional ou livre. Somente, porém, o sindicato regulamente 
reconhecido pelo Estado tem o direito de representação legal dos que participarem da 
categoria de produção para que foi constituído, e de defender-lhes os direitos perante 
o Estado e a outras associações profissionais estipular contratos coletivos de trabalho 
obrigatórios para todos os seus associados, impor-lhes contribuições e exercer em 
relação a eles funções delegadas de poder público’’. Além do mais, o direito de greve 
era considerado como recurso antissocial e nocivo ao trabalho. 
A Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto Lei nº 5.453, de 
1º/5/1943, acolheu as regras jurídica existentes à época mantendo por base o sistema 
fascista de organização sindical, por meio de categoria as regras de autorizações para 
constituição administração e atuação sindical, com inspeção do Ministério do Trabalho 
bem como a obrigatoriedade do pagamento de contribuições. 
A Constituição de 1946 manteve o sindicato como órgão exercente de função 
delegada de poder público. Estabelecia no art. 159 que ‘’ é livre a associação 
profissional ou sindical, sendo reguladas por lei a forma de sua constituição, a sua 
representação legal nas convenções coletivas de trabalho e o exercícios de funções 
delegadas pelo poder público’’. 
A Lei Maior de 1967 estabelecia em seu art. 159 ‘’ ser livre a associação profissional 
ou sindical, mantendo por lei funções delegada do poder público’’. O sindicato poderia 
ainda cobrar contribuições para o custeio de suas atividades e para executar 
programa de interesse da categoria. A Emenda Constitucional nº1, de 1969, não 
modificou a situação anterior. 
 
 
 
 
Assim sendo, até o advento da Constituição Federal de 1988, a estrutura sindical 
brasileira estava inteiramente regulada pelos art. 511 e seguintes da CLT. A lei 
ordinária exigia a comprovação da formação de associação profissional ou patronal, 
cujo objeto haveria de ser o exercício de atividade idênticas, similares ou conexas. 
Somente as associações constituídas em conformidade com a lei e cujos estatutos 
obedecessem a tais normas poderiam obter o reconhecimento do Estado, 
transformando-se em sindicatos. 
Estes, contudo, estavam sujeitos ao controle, interferência, fiscalização e intervenção 
estatal, mas, em compensação, tinham a prerrogativa de cobrança de contribuições 
de todos os ingredientes da categoria, fossem ou não associados do sindicato. Os 
dirigentes sindicais deviam satisfações e prestação de contas somente aos 
associados, não obstante representassem toda a categoria no processo de 
negociação coletiva. 
Atualmente, diante do texto do art. 8º da Constituição Federal demos um passo no 
sentido da democratização da estrutura sindical brasileira, se comparamos com a 
estrutura constante dos arts. 511 a 610 da CLT, de inspiração corporativa, calcada no 
modelo italiano. 
 
Princípio da liberdade sindical e a Convenção nº 87 
Liberdade sindical consiste no direito conferido aos trabalhadores e empregadores de 
ser agruparem e constituírem de forma livre entidades sindicais representativas. A 
liberdade sindical permite aos trabalhadores aos também aos empregadores 
organizarem-se de forma autônoma, sem qualquer intervenção ou interferência do 
Estado, podendo se associar ou não a um sindicato. 
A convenção nº 87 da Organização Internacional do Trabalho de 1948, que entrou em 
vigor em 4/7/1950, ocupa-se da liberdade sindical, consagra o direito dos 
trabalhadores e empregadores de constituir sindicatos, bem como de livre escolha de 
filiação, sem interferência estatal. Ademais, as entidades sindicais devem ter liberdade 
de organização, gestão e atuação. 
O Brasil não ratificou a Convenção nº 87 da OIT, porque, à época, a Constituição 
Federal de 1946 manteve a regra da CLT que colocava os sindicatos como exercentes 
de funções delegadas do Poder Público. A Constituição Federal de 1967 e a Emenda 
Constitucional de 1969 mantiveram tal situação, e a Carta atual, como se verá, 
mantém a unicidade (sindicato único) e a contribuição sindical, daí por que permanece 
a incompatibilidade entre o direito interno e a Convenção nº 87 da OIT. 
 
 
 
 
 
Modelo sindical brasileiro 
O art. 8º, caput, da Carta Magma de 1988 estabelece que é livre a associação 
profissional ou sindical, mantendo o que já dispunham as Constituições de 1937, 
1946, 1967 e a EC nº 1/69. 
A grande inovação trazida pela Norma Ápice diz respeito à proibição da interferência 
e intervenção estatal na criação de sindicato, conforme dispõe o inciso I do art. 8º. 
Esta mudança consagra a ideia de liberdade sindical, proporcionando aos sindicatos 
maior autonomia. 
Ao declarar que o Poder Públiconão poderá interferir ou intervir na organização 
sindical, a Carta Magna retira do Estado o poder de determinar de que maneira os 
sindicatos deverão agir ou deixar de agir no exercício de suas funções. Também 
vedou expressamente a intervenção do Ministério do Trabalho, que tinha o poder de 
destituir dirigentes sindicais e substituí-los por delegados nomeados pelo Poder 
Público, de acordo com seu arbítrio. 
Com o novo comando constitucional, qualquer norma infraconstitucional que autoriza 
a interferência ou intervenção do Ministério do Trabalho na estrutura sindical brasileira 
está revogada. 
Deste modo, é proibida qualquer exigência de autorização do Estado para a criação 
de sindicatos. Apenas haverá necessidade de se proceder ao registro no órgão 
competente, como veremos adiante. 
Ademais a Carta Magna não consagrou amplamente a liberdade sindical prevista na 
Convenção nº 87 da OIT, uma vez que o inciso II do art. 8º proíbe a criação de mais 
um sindicato da mesma categoria na efetiva liberdade, os próprios interessados 
decidiriam sobre a adoção do regime, o sistema da unicidade – um único sindicato na 
mesma base de atuação – ou o da pluralidade sindical – mais um sindicato 
representando um grupo de pessoas ou empresas na mesma base territorial 
(NASCIMENTO, 2000, p. 122-123). 
Com relação à base territorial, o inciso II do art. 8º determina ainda que a base de 
atuação sindical não pode ser inferior a área de um município possibilitando criar 
sindicatos municipais, estaduais e nacionais. Contudo, é vedada a fundação de 
sindicato por empresa ou bairro. 
A estrutura sindical, molde da Constituição de 1988, manteve a organização de 
trabalhadores por categorias, como se infere da leitura do art. 8 º, II (proíbe a criação 
de um sindicato, da mesma categoria, na mesma base territorial ) e III (estabelece que 
 
 
 
 
o sindicato tem a função de defender os interesses coletivos os individuais da 
categoria). 
Esse conceito, portanto, não reconhece a organização de trabalhadores por outras 
formas senão a de categoria. 
Permanecer também o sistema confederativo da representação sindical, prevendo o 
pagamento da contribuição que irá custear esse sistema (inciso IV do art. 8º). 
O sistema confederativo brasileiro é representado por uma organização piramidal, 
onde no ápice situam – se as confederações, no meio as federações e na base os 
sindicatos. 
Além da contribuição confederativa prevista no inciso IV do art. 8º, a Constituição 
tornou obrigatório o pagamento de contribuições para o custeio do sindicato. Na parte 
final do referido inciso está estabelecido que, independentemente da contribuição que 
irá custear o sistema confederativo, é lícita a cobrança da contribuição prevista em lei 
(o antigo imposto sindical, agora denominado contribuição sindical). 
Dessa forma, o sindicato continua sendo mantido por contribuições exigidas da 
categoria, quando deveria ser custeado apenas por seus associados. 
No que diz respeito à filiação sindical, atual Constituição introduziu uma novidade, 
consagrando o princípio da liberdade de associação. O art. 8º, V estabelece que 
ninguém pode ser obrigado a filiar – se ou a manter a manter – se filiado a sindicato. 
Assim, o empregado ou empresa pode ingressar ou desligar – se do sindicato, 
dependendo unicamente de sua vontade. 
Outro ponto de destaque é o disposto no inciso VI do art. 8º da Lei Maior que prestigia 
a atuação sindical, obrigando a participação dos sindicatos nas negociações coletivas 
de trabalho. 
Constata – se esta obrigatoriedade pelas hipóteses previstas nos incisos VI, XIII e XIV 
do art. 7º - ‘’ VI (redução de salários através de acordo ou convenção coletiva)’’ ; XII 
(redução de salários através de acordo ou convenção coletiva)’’, XII (redução ou 
compensação da jornada e trabalho sem acréscimo da remuneração, mediante 
acordo ou convenção coletiva de trabalho); ‘’, XIV (aumento da jornada de trabalho 
em turnos ininterruptos de revezamento através do acordo ou convenção coletiva de 
trabalho)’’. Referidos dispositivos demonstram o nível de importância que a 
Constituição atual atribui às negociações coletivas e o prestígio da atuação sindical. 
No tocante à representação dos interesses da categoria, o inciso III do mecanismo art. 
8º evidencia que o sindicato representa a categoria, judicial ou extrajudicialmente, 
quanto a direitos individuais e coletivos. 
 
 
 
 
Num primeiro plano, parece ser contraditória a ordem imposta, uma vez que, se o 
sindicato representa a categoria, não há como vislumbrar sua atuação em nome de 
interesses individuais. 
Contudo, como ensina Eduardo Gabriel Saad (2003, p. 367), o sindicato tem a 
prerrogativa de representar, perante órgãos administrativos e judiciais, os 
interessantes da categoria ou profissão liberal ou ainda interesses individuais dos 
filiados relativos à atividade ou profissão que exercem. 
Mesmo esclarecendo, quando o sindicato atua em nome dos interesses gerais da 
categoria, está representando não somente seus associados, mas também todos os 
membros que integram a categoria. No momento em que o sindicato atua 
representando interesse individual agirá em nome de seu associado. 
Quanto à garantia no emprego de seus membros, o art. 8º, VIII, estabelece que fica 
proibida a dispensa do empregado sindicalizado do momento do registro de sua 
candidatura a cargo de dirigente ou representante sindical e, se eleito, ainda que 
suplente, até um ano após o final de seu mandato, salvo se cometer falta grave. 
O art. 9º da Constituição garante o direito de greve, sem qualquer limitação estipulado 
a lei apenas, quanto aos serviços ou atividades essenciais e sobre o atendimento das 
necessidades inadiáveis da sociedade. 
Por fim, o art. 11 da Lei Magna assegura a eleição de um representante dos 
empregados nas empresas com mais de 200 empregados, com a finalidade exclusiva 
de promover o entendimento direito com os empregadores. 
Em resumo, este é o molde da estrutura sindical brasileira traçado pela Constituição 
Federal de 1988. Muito embora esta estrutura não atinja o plano da liberdade sindical 
consagrada na Convenção nº 87 da OIT, é justo reconhecer que houve um avanço 
importante no processo da autonomia privada coletiva. 
 
Entidades Sindicais 
Sindicato e sua natureza jurídica 
Considerando que o sindicato tinha função delegada pelo Estado, era possível dizer 
que até a Emenda Constitucional de 1969, o sindicato tinha personalidade jurídica de 
direito público. 
Porém, com o advento da Constituição Federal de 1988, é certo afirmar que o 
sindicato é pessoa jurídica de direito privado afirmar que o sindicato é pessoa jurídica 
de direito privado pois não há mais interferência ou intervenção do Estado (art. 8º, II 
da CF). 
 
 
 
 
O sindicato participa de negociações coletivas e elabora normas coletivas, que não 
têm natureza pública, mas sim privada. 
 
Unidade e pluridade sindical 
Como já abordado no capítulo 20, a Constituição Federal de 1988 é contraditória, pois 
prevê o Estado Democrático de Direito, com o pluralismo político, partidário, 
educacional e associativo; no entanto, manteve o sistema de unicidade sindical, 
representação por categoria e obrigatoriedade de pegar contribuições. 
O modelo da unicidade sindical ocorre quando a lei proíbe a criação de mais de um 
sindicato na mesma base de atuação. 
O Brasil, no inciso II do art. 8º da nossa Carta Magna, adota o sistema da unicidade 
sindical, com representação por categoria e base territorial não inferior a um município. 
Isto significa que nosso sistema é o de sindicato único e não o do pluralismo sindical, 
que é preconizado pela Convenção nº 87 da OIT, a qual determina que deve ser livre 
a criação de tantos sindicatos quantos desejarem os interessados, sem quaisquer 
limitações. 
A unicidade sindical decorre da lei e não da vontade dos interessados na criação do 
sindicato. Como sistema de sindicato único, não há como vislumbrar o princípio da 
liberdade sindical. 
Nos dias de hoje, proibir, por lei, mais de um sindicato na mesma categoria é resquício 
corporativista de um autoritarismo que não tem espaço em uma sociedade 
democrática. Num sistema de liberdade, os interessados escolhem como se 
organizam e os sindicatos se unem como, quando e onde quiserem. A lei não cria 
qualquer impedimento e a auto-organização dependerá da vontade dos interessados 
de suas conveniências, inciativas e entendimentos com os demais sindicatos. 
 
Registro e personalidade jurídica 
No Brasil, o registro do sindicato é um requisito necessário para a sua existência. A 
Convenção nº 87 da OIT determina que as entidades sindicais podem ser constituídas 
sem autorização prévia do Estado. 
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 8º, I, mantém esta disposição; no entanto, 
ressalva o registro no órgão competente da carta de reconhecimento, emitida pelo 
Ministério do Trabalho, para a existência de um sindicato, mas foi mantido o registro 
no órgão competente. Também não há mais necessidades de criar primeiro uma 
 
 
 
 
associação para depois pleitear junto ao Ministério do Trabalho a transformação em 
sindicato. 
Porém, até o momento inexiste lei que defina o órgão para registro do ente sindical. 
O Ministério do Trabalho, com o advento da Constituição de 1988, deixou de conceder 
a carta de reconhecimento de sindicatos, mas como não havia definição legal que 
determinasse o órgão competente, baixou instruções normativa, fixando as regras 
para procedimento do registro, e criou o Cadastro Nacional das Entidades Sindicais. 
É importante ressaltar que a finalidade do registro no Ministério do Trabalho é dar 
pluricidade ao pedido de constituição das entidades sindicais, objetivando possibilitar 
a outros sindicatos da mesma categoria e base territorial a impugnação daquele 
registro, caso se sintam prejudicados pela invasão de base territorial ou por outras 
categorias. 
Surgindo disputas sindicais de representação, o Ministério do Trabalho deve abster-
se de acolher o pedido do registro diante de uma impugnação. Somente o poder 
Judiciário terá competência para decidir a quem caberá o efetivo registro. A 
personalidade jurídica do sindicato é obtida através do registro de seu estatuto de 
constituição no cartório de registro de títulos e documentos, e, assim, terá existência 
jurídica. Aliás, um dos requisitos solicitados pelo Ministério do Trabalho a fim de 
efetivar o registro para fins cadastrais é o registro perante o cartório civil que outorga 
personalidade jurídica aos sindicatos. 
 
Representação sindical por categorias 
Constata-se, assim. que a Lei Maior recepcionou a CLT, mantendo a organização 
sindical através do sistema de categorias, profissional e econômica. 
Sergio Pinto Martins (2003, p. 682) define categoria como sendo ‘’ o conjunto de 
pessoas que têm interesses profissionais ou econômicos em comum, decorrentes de 
identidade de condições ligadas ao trabalho’’. 
Nosso sistema legal adota as expressões categoria econômica e categoria 
profissional, permitindo, ainda, a formação de categorias diferenciadas. 
 
Categoria econômica 
Categoria econômica é constituída de empregadores que, em razão da solidariedade 
de interesses econômicos, desenvolvem atividades idênticas, similares ou conexas. É 
o que dispõe o $ 1º do art. 511 da CLT. 
 
 
 
 
Ocorre similaridade das empresas quando, embora a atividade empresarial não seja 
idêntica, ao menos se parece. Assim é possível o agrupamento de empresas por ramo 
de negócios que guardam certa identificação, como, por exemplo, bares e 
restaurantes. 
Atividades conexas as atividades exploradas por um grupo de empregadores que não 
são identificas e semelhantes, mas que se integram. Como por exemplo, citamos o 
ramo da construção civil que implica a execução de várias atividades, como pintura, 
hidráulica, marcenaria etc. 
 
Categoria profissional 
A categoria profissional, por sua vez, está definida no $ 2º do art. 511 do diploma 
consolidado. Compreende como tal a união de trabalhadores que têm similitude de 
condições de vida em razão da profissão do trabalho que exercem em comum. 
Assim, do exercício da mesma atividade laboral surge a similitude de condições de 
vida que proporcionará o agrupamento de trabalhadores e a formação da categoria 
profissional. 
A legislação trabalhista dispõe que ‘’ a similitude de condições de vida surge da 
profissão ou trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade 
econômica ou em atividade laboral surge a similitude de condições de vida que 
proporcionará o agrupamento de trabalhadores e a formação da categoria profissional. 
A legislação trabalhista dispões que ‘’ a similitude de condições de vida surge da 
profissão ou trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade 
econômica ou em atividade econômicas similares ou conexas’’, ou seja, a 
identificação de condições profissional, depende da atividade econômica 
desenvolvida pela empresa onde os empregados estão prestando serviços. 
Portanto, se determinado empregado presta serviços para uma empresa metalúrgica, 
pertencerá a categoria profissional dos metalúrgicos, enquanto mantiver o contato de 
trabalho com aquela empresa. 
Caso tenha a empresa várias atividades, o empregado será enquadrado de acordo 
com a atividade preponderante. Assim, se a empresa exerce atividade da indústria e 
comércio, o empregado será enquadrado na categoria correspondente à atividade 
principal exercida pela empresa. 
Por outro lado, os trabalhadores que têm interesses profissionais específicos poderão 
criar um sindicato que represente sua categoria. 
 
 
 
 
Desse modo, a formação de categoria profissional poderá observar dois critérios: o 
critério da representação em razão do setor econômico e a representação por 
profissão. 
 
Categoria profissional diferenciada 
Categoria profissional diferenciada está conceituada no $ 3º do art. 511 da CLT como 
sendo ´´ a que se forma dos empregados que exerçam profissões ou funções 
diferenciadas por força do estatuto profissional especial ou em consequência de 
condições de vida singulares. ´´ 
Portanto, pessoas que estão submetidas e estatutos profissional próprio, ou que 
realizam trabalho que os distingue completamente de todos os outros da mesma 
empresa, podem constituir um sindicato diverso dos demais empregados, pois 
pertencem a uma categoria diferenciada. 
Assim, profissionais liberais, como engenheiros, advogados, contadores etc., estão 
autorizados por lei a forma categorias diferenciadas, pois suas profissões estão 
reguladas por estatuto profissional próprio e porque também exercem, em 
determinados casos, condições de vida singulares. 
A primeira parte do $ 3º, do art. 511, parece-nos de fácil aplicação prática, pois basta 
verificar se determina profissão tem estatuto profissional próprio e, então, está 
autorizada a formação de categoria diferenciada. O problema ocorre na segunda 
condição imposta pela lei, ou seja, a de condições de vidas singulares. 
Como não há definição específica do significado jurídico da expressão condições de 
vida singulares, o entendimento é de que um grupo de trabalhadores mantém as 
mesmas condições de vida em versão da identidade de profissão. Assim ocorre com 
secretárias, motoristas, enfermeiros etc. 
 
Enquadramento sindical 
Os arts. 570 e 577 da CLT estabelecem uma ordem de categorias, denominada 
enquadramento sindical. Referido art. 577 fala de um quadro onde são pontuadas as 
atividades das categorias profissionais e econômicas. 
Após a promulgação da Constituição Federal de 1988, os sindicatos deixaram de ser 
obrigados a respeitar o antigo enquadramento, desde que obedeçam ao sistema de 
representação por categorias. 
Assim, atualmente, estar ou não previsto no quadro oficial das categorias, antigo 
enquadramentosindical, não é condição para a criação de um sindicato. O estatuto 
 
 
 
 
do sindicato é o documento que irá indicar a categoria representativa e sua base 
territorial. 
 
Dissociação de categoria 
O art. 571 da CLT que trata da dissociação das categorias estabelece: 
“Qualquer das atividades ou profissões concentradas na forma do parágrafo único do 
artigo anterior poderá dissociar-se do sindicato principal, formando um sindicato 
específico, desde que o novo sindicato, a juízo da Comissão de Enquadramento 
Sindical, ofereça possibilidade de vida associativa regular e de ação sindical eficiente.” 
Dissociação é o desmembramento de uma categoria que representa vários setores, 
que não são idênticos, mas similares ou conexos. Umas das partes desta categoria, 
a similar ou conexa, pode desmembrar-se e formar uma categoria própria. 
O aludido dispositivo legal prevaleceu na nova ordem sindical, pois admite a formação 
de sindicatos por desmembramento. 
Contudo, devem respeitados os requisitos legais de sua constituição, como 
obediência ao princípio constitucional da unicidade na base territorial, convocação da 
categoria e deliberação etc. 
Ressalte-se que, conforme já explanado a atual Constituição Federal veda a 
interferência do Estado na organização sindical; portanto os interessados não 
necessitam mais de autorização da extinta Comissão de Enquadramento Sindical para 
desmembrar a categoria. 
 
Órgãos sindicais de grau superior 
A Constituição Federal, no inciso IV do art. 8º, manteve o sistema confederativo e, 
com isso, foi recepcionando o art. 533 da CLT que reconhece como associações 
sindicais de grau superior as federações. Portanto as entidades sindicais de grau 
superior são as federações e as confederações. 
 
Centrais sindicais 
As centrais sindicais são consideradas a maior unidade representativa de 
trabalhadores na organização sindical. Situam se, na estrutura sindical, acima das 
confederações, federações e sindicatos. 
São organizações Inter categoriais abrangentes de diversas categorias, com a 
finalidade de unir, num momento necessário, forças dispensas para agir perante os 
 
 
 
 
empregadores e o Governo, objetivando fixar diretrizes econômicas e sociais para o 
país. 
Portanto, a organização não é estável e permanente, mas sim ocasional e passageira. 
Cada entidade sindical mantém sua independência de organização, que continuará 
de forma autonomia. 
As centrais sindicais distinguem – se das confederações pois estas, no modelo 
brasileiro, são entes de cúpula numa categoria. 
A Constituição Federal de 1988 não proibiu e tampouco autorizou a criação de centrais 
sindicais. A Medida Provisória nº 293 de 8 de Maio de 2005, dispunha sobre o 
reconhecimentos das centrais sindicais e estabelecia suas atribuições e prerrogativas. 
Contudo, em 4 de setembro de 2006 referida Medida Provisória foi rejeitada pela 
Câmara dos Deputados Federais. 
Dessa maneira até o presente momento as centrais sindicais não têm personalidade 
jurídica sindical, pois não são reconhecidas por lei. 
 
Confederações 
 As confederações são entidades sindicais de grau superior e tem 
representação nacional. Atuam como órgão representativo situado no âmbito de uma 
categoria. 
Foram criadas no período corporativas. Organizam – se por um número de federações 
da respectiva categoria, sendo pelo menos três federações, com sede na Capital da 
República, conforme dispõe o art. 535 da CLT. 
No Brasil, existem diversas: Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, 
Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio, na Agricultura etc. 
As confederações coordenam as atividades das entidades das entidades de grau 
inferior e, em alguns casos, podem celebrar convenções coletivas, acordos coletivos 
e instaurar dissídios coletivos, quando as categorias não forem organizadas em 
sindicatos nem em federações, conforme estabelece o parágrafo único do art. 857 da 
CLT. 
 
Federações 
As federações são constituídas por Estado e consideradas entidades sindicais de 
segundo grau, acima dos sindicatos da respectiva categoria. O art. 534 da CLT 
estabelece um número mínimo de cinco sindicatos representando a maioria absoluta 
conexas para a formação da federação. 
 
 
 
 
As federações também poderão participar de negociação coletiva ou instaurar 
dissídios, quando as categorias não forem organizadas em sindicatos. 
Assim, no nosso sistema legal não é função principal das federações ou 
confederações negociar convenções coletivas. Essas associações sindicais só 
aparecerão nas negociações para suprir lacunas sindicais, cobrindo os espaços 
representativos quando não há sindicato constituído. 
Mas há setores que promovem acordos nacionais, apesar das restrições legais, como 
é o caso do setor financeiro, com o acordo nacional dos bancários negociado por 
comissões de empregados de duas centrais sindicais. O instrumento coletivo 
resultante é assinado por todos os presidentes de sindicatos de bancários, o que lhe 
dá validade nas respectivas bases territoriais, mas não terá validade na base territorial 
do sindicato que não o assinar. 
 
Funções das entidades sindicais 
Há divergência quanto às ações dos sindicatos. Neste capítulo, são as abordadas as 
principais funções, tais como: funções de representação, negocial e assistencial. 
 
Função de representação 
A principal função dos sindicatos é a representar a categoria. Os sindicatos podem 
exercer as funções de representação, tanto no plano coletivo, como no individual. 
No plano coletivo, atuam como representante dos interesses da categoria nas suas 
relações como outros órgãos e grupos. 
No campo individual, o sindicato cumpre funções representativas, participando de 
processos judiciais, prática atos homologatórios de rescisões contratuais etc. 
O art. 513 da CLT, alínea a, estabelece que é prerrogativa dos sindicatos representar, 
perante as autoridades administrativas e judiciárias, os interesses gerais da categoria 
os interesses individuais dos associados relativos à atividade ou profissão exercida. 
Portanto, o referido art. 513 foi recepcionado pela Constituição Federal, pois o inciso 
III do art. 8º estabelece que os sindicatos representam a defesa dos direitos e 
interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou 
administrativas. 
 
Função negocial 
A Convenção nº 98 da OIT incentiva a atuação negocial dos sindicatos. 
 
 
 
 
Através da negociação coletiva, o sindicato cria normas coletivas (acordos e 
convenções coletivas de trabalho), agindo como fonte produtora de direito positivo, 
promove a solução dos seus conflitos complementa as lacunas da lei, detalha a 
legislação, criando direitos. 
A Constituição Federal prestigia a função negocial do sindicato. O art. 7º, XXVI, 
reconhece as convenções e os acordos coletivos do trabalho; os incisos VI, XIII e XIV, 
por sua vez condicionam a concretização de alguns direitos à participação dos 
sindicatos através de negociação coletiva. 
 
Função assistencial 
Muito embora alguns entendam que não é função própria do sindicato, é certo afirmar 
que as entidades sindicais podem oferecer aos seus representados a prestação de 
outros serviços, como assistência médica, jurídica educacional, hospitalar etc. 
O art. 514 da CLT elenca os deveres do sindicato. 
Pode – se observar que alínea b, do refeitório dispositivo, estabelece que o sindicato 
deverá manter serviços de assistência judiciária para os associados. O parágrafo 
único, alínea b, por sua vez, dispõe que é dever do sindicato fundar e manter escolas 
de alfabetização e pré-vocacionais. 
Assim conclui-se pela análise da própria CLT, que o sindicato tem a obrigação de 
atuar prestando serviços assistenciais a seus associados. 
 
Receitas do sindicato 
As contribuições pagas pelo representados constituem a principal fome de custeio das 
despesas do sindicato. 
As receitasadvêm das seguintes arrecadações: (a) contribuição sindical: (b) 
contribuição confederativas: (c) taxa assistencial; e (d) mensalidade dos sócios. 
 
Contribuição sindical 
É a Contribuição obrigatória a todos os membros da categoria associado ou não é 
prevista na Constituição Federal inciso IV do art. 8º bem como na CLT nos arts. 578 
a 610. 
A contribuição sindical era antigamente denominada imposto sindical e foi criada na 
Constituição Federal de 1937, quando ao sindicato era conferida função delegada pelo 
Poder Público. 
 
 
 
 
Tem natureza jurídica tributária, fixada em lei sendo portanto, obrigatória 
independente da vontade dos contribuintes. 
Correspondente a um dia de trabalho para empregados (art. 580, I da CLT) Para os 
empregadores é calculada sobre o capital da empresa (art. 580, III da CLT, para os 
trabalhadores autônomos e profissionais liberais, toma – se por base um percentual 
de 30% do maior valor de referência fixado pelo Poder Executivo (art. 580 II da CLT). 
A contribuição é devida por todos os pertencentes à categoria, independentemente de 
sindicalização, por se tratar da prestação compulsória, que independe da vontade dos 
contribuintes. 
A contribuição sindical será repartida entre as entidades que compõem o sistema 
confederativo, conforme disciplina o art. 589 da CLT: 
a) 5% para a confederação; 
b) 15% para a federação; 
c) 60% para o sindicato respectivo; 
d) 20% para a conta especial de emprego e salário. 
O percentual de 20% destinado a conta especial de emprego e salário é discutível, 
pois, se o Estado não pode interferir no funcionamento do sindicato, não há motivos 
para destinar parte dos recursos ao Poder Executivo. Assim, o percentual deve ser 
rateado proporcionalmente entre o sindicato federação e confederação. 
A parcela dos empregados deve ser descontada na folha de pagamento do mês de 
março de cada ano, e recolhida em abril. 
Para as empresas o recolhimento é efetuado no mês de janeiro. 
Os profissionais liberais que exerçam suas profissões na empresa onde trabalham 
poderão optar pelo pagamento da contribuição sindical da respectiva profissão, desde 
que estejam registrados como tal. É o que estabelece o art. 585 da CLT. 
Assim, se determinado empregado é engenheiro, mas não exerce a função na 
empresa foi contratado não poderá optar pelo reconhecimento ao sindicato da sua 
categoria. Neste caso deverá contribuir ao sindicato profissional da atividade 
econômica explorada pela empresa. 
 
Contribuição confederativa 
A Constituição Federal estabelece no art. 8º, IV, que a assembleia geral fixará 
contribuição para custeio do sistema confederativo da representação social. Assim, 
além da contribuição sindical, a Carta Magna prevê outra arrecadação, denominada 
contribuição confederativa. Muito se discute se a referida contribuição é 
 
 
 
 
obrigatória a todos trabalhadores pertencentes a uma categoria ou somente aos 
associados do sindicato. O Supremo Tribunal Federal proferiu várias decisões a 
respeito e limitou a cobrança apenas aos sindicalizados, proibindo a cobrança de não 
– associados. 
O TST, por sua vez, editou o Precedente Normativo nº 119, adotando a mesma 
posição da Corte Suprema. 
“Contribuições sindicais. Inobservância de preceitos constitucionais. A Constituição da 
República, em seus arts. 5º, XX, e 8º V, assegura o direito livre associação e 
sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade cláusula constante de 
acordo, convenção ou sentença normativa estabelecendo contribuição em favor da 
entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema confederativo assistencial 
revigoramento ou fortalecimento sindical e outros da mesma espécie, obrigando 
trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que inobservem tal 
restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente descontados.” 
 
Taxa assistencial 
A taxa assistencial, também denominada contribuição assistencial, é facultativa, e 
deste modo somente os sócios do sindicato é que devem pagar. 
É estabelecida por meio de convenção coletiva de trabalho, após negociado coletiva 
entre os sindicatos patronais e profissionais. 
O art. 545 da CLT autoriza o empregado a opor-se ao desconto do valor da taxa 
assistencial efetuado em seu salário, porque não é obrigado a concordar como tal 
desconto. 
A jurisprudência do TST é no sentido da não – obrigatoriedade do pagamento pelos 
não – sindicalizados, conforme Orientação Jurisprudência nº 17 da Sessão de 
Dissídios Coletivos. 
 
Garantias dos dirigentes sindicais 
O art., 8º, VII da Lei Maior, bem como o disposto no art. 543, § 3º, da CLT, conferem 
ao dirigente sindical, ainda que suplente, estabilidade no emprego desde o registro da 
candidatura até um ano após o término da gestão. Se o candidato não foi eleito, cessa 
a estabilidade. 
Assim, aqueles trabalhadores que ocupam cargo efetivo de direção no sindicato e, 
portanto, defendem os interesses dos empregados de sua categoria, têm garantia 
provisória no emprego. 
 
 
 
 
O objetivo é permitir a total independência do representante para atuar em defesa dos 
interessantes dos empregados representados. Como agentes de reivindicações e de 
promoção na solução de interessantes divergentes, o dirigente sindical fica exposto 
perante o empregador e sujeito a retaliações. 
Deste modo, a estabilidade no emprego reconhecida pela lei é o meio que possibilita 
a liberdade de exercício das funções sindicais. 
Contudo, o representante perde o direito a estabilidade se cometer falta grave. 
Neste caso, o contrário de trabalho pode ser suspenso com o seu afastamento do 
serviço para responder a inquérito judicial para apuração de falta greve. Se a ação for 
procedente, a extinção do vínculo de emprego se dá desde o afastamento; julgado 
improcedente o feito, o representante terá direito à reintegração no emprego com as 
vantagens do período em que o contrato do trabalho permaneceu suspenso. 
Além da estabilidade, o dirigente sindical tem outra garantia, a inamovibilidade, que 
consiste na proibição da mudança do local de trabalho do representante. O art. 543 
da CLT reza que o empregado eleito pelo cargo de representação não pode ser 
transferido para local onde sua atuação sindical fique prejudicada. 
Por outro lado, caso haja extinção da empresa ou estabelecimento, a CLT autoriza a 
cessação do contrato de trabalho do empregado estável. 
Um ponto que merece destaque é o que diz respeito ao número de diretores eleitos 
pelos sindicatos, que gozam do direito à estabilidade. 
O art. 522 da CLT estabelece que a administração do sindicato será exercida por uma 
diretoria constituída, no máximo de sete e, no mínimo, de três membros, eleitos pela 
assembleia geral. 
A Constituição Federal de 1988 (art., 8º, I) veda ao Poder Público a interferência e a 
intervenção na organização sindical. 
Assim, a questão jurídica que se estabelece é saber se o art. 522 da CLT foi 
recepcionado ou revogado pela Constituição Federal. Isso porque, para alguns a 
limitação preconizada na CLT do número de dirigentes sindicais fere frontalmente o 
princípio constitucional de não – interferência do Estado na organização sindical. 
Por outro lado, é fato que a indeterminação legal do número de dirigentes levou a 
abuso de alguns sindicatos, com o propósito de dar estabilidade no emprego ao maior 
número possível de dirigentes. 
Em razão desse impasse, a jurisprudência trabalhista concluiu que houve a recepção 
do art. 522 da CLT. É a diretriz estabelecida pelo Tribunal Superior do Trabalho 
através da Súmula 369, item II: “O art. 522 da CLT, que limita a sete o número de 
 
 
 
 
dirigentes sindicais, foi recepcionado pela Construção Federal de 1988” (ex – OJ nº 
266 – Inserida em 27/9/2002). 
 
Legitimidade Processual dos Sindicatos 
A Constituição Federal dispõe no art. 8º, III, que ‘’ ao sindicato cabe a defesa dosdireitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões 
judiciais ou administrativas’’. 
A dúvida jurídica recorrente é saber se o dispositivo constitucional vista tão-somente 
estabelecer uma das funções do sindicato ou sé é instrumento jurídico que autoriza 
as entidades sindicais a atuar em juízo na qualidade de substituto processual, 
independentemente da ausência de seus representados. 
Ressalte-se que representação processual não se confunde com substituição 
processual. A primeira exige autorização do interessado para o ingresso do sindicato 
em juízo, enquanto a substituição processual confere poderes para o sindicato está 
em juízo em nome próprio, defendendo interesse alheio independentemente de 
autorização. 
O art. 513 da CLT permite ao sindicato ingressar com ação judicial na defesa dos 
interesses dos seus representados, na qualidade de representante processual. Nesta 
hipótese, é imprescindível o instrumento procuratório. 
O questionamento diz respeito desse dispositivo da CLT pela Norma Constitucional 
de 1988. 
O TST, inicialmente, conclui que o art. 8º, III da Constituição Federal não assegura a 
substituição processual pelo sindicato (Súmula 310). 
Pelo entendimento da corte trabalhista, somente nos casos previstos em lei é que o 
sindicato poderia atuar como substituto processual, limitado aos associados. 
Este posicionamento prevaleceu até 2003, quando houve revisão pelo Tribunal 
Superior do Tribunal de suas Súmulas. Assim é que, através da Resolução nº 
119/2003, publicada no Diário Oficial em 1º/10/2003, a Súmula 310 foi cancelada. 
Não somente o cancelamento da referida Súmula, a insegurança no meio jurídico 
permanece, no que tange ao verdadeiro alcance do precitado inciso III do art. 8º da 
Carta Manga. 
 Entende-se que o texto constitucional, quando atribui ao sindicato a função de 
defender coletivos ou individuais da categoria, transferiu para a norma 
infraconstitucional a incumbência de estabelecer as hipóteses em que a entidade 
sindical poderá atuar como substituto ou representante processual. 
 
 
 
 
 
Representação dos Trabalhadores na Empresa 
A Constitucional Federal de 1988 introduziu no texto a figura da representação dos 
trabalhadores no interior da empresa, disciplinando no art. 11 que: ´´ Nas empresas 
de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante 
destes com a finalidade exclusiva de promover –lhes o entendimento direto com os 
empregados. ´´ 
De fato, a Constitucional de 1988 é inovada no que tange à representação dos 
trabalhadores na empresa, uma vez que o art. 11 permite a participação dos 
empregados na vida da empresa na busca de entendimento direto, através do diálogo, 
para soluções de problemas internos e cotidianos. 
Contudo, indaga-se se o preceito constitucional estabelecido no art. 11 é 
autoaplicável. 
A doutrina dominante converge no sentido de que o instituto é de aplicação imediata. 
Para Arion Savão Romita (1993, p. 153), o preceito constitucional ´´ independe de 
regulação por lei infraconstitucional´´, conclui o jurista que, independentemente de lei 
ordinária, qualquer empresa com mais de 200 empregados poderá eleger o 
representante dos trabalhadores. 
Sergio Pinto Martins (2002, p. 727) afirma que ´´ É autoaplicável o art. 11 da Lei Maior, 
pois ele não faz referência à necessidade de a lei regular a representação dos 
trabalhadores nas empresas. 
Ao contrário de outros comandos constitucionais o art. 11 da Lei Magna não dispõe 
que a representação dos trabalhadores nas empresas será feita ´´ na forma lei ‘’. 
Outros autores entendem que a aplicação do texto constitucional não é mediata, pois 
há assuntos não regulados no que diz respeito, por exemplo, a duração do mandato 
do representante, processo eleitoral, garantias no emprego, prerrogativas deste 
processo eleitoral, garantias no emprego, prerrogativas deste tipo de representação 
facilidades no exército da função e outras questões pertinentes. 
Contudo, as questões não definitivas poderão ser solucionadas através da lei 
ordinária, pelos próprios interessados ou pelas entidades sindicais, que podem descer 
a minúcias e resolvê–las mediante negociação coletiva. 
O art. 11 em exame refere-se à escolha de representante do pessoal a ser eleito por 
todos os empregados integrantes da empresa e não somente pelos sindicalizados, 
com a função de resolver os problemas internos dos trabalhadores no local de 
trabalho. 
 
 
 
 
Assim, o art. 11 não tratou da figura do delegado sindical, cuja finalidade é representar 
a categoria no âmbito da empresa. 
Discute-se também, se a eleição do representante na empresa com mais de 200 
empregados deve ser realizada por estabelecimento ou na empresa como um todo. 
O dispositivo constitucional estabeleceu um mínimo de representante ´´ por 
estabelecimento´´ com mais de 200 empregados, nada impedindo que se possa ter 
um número superior. 
No caso de grupo de empresas, o entendimento majoritário da doutrina é de que se 
deve levar em consideração que cada empresa do grupo tem personalidade jurídica 
própria e, portanto, deverá haver no mínimo um representante para cada empresa do 
grupo. 
Por fim é importante refletir que o legislador constituinte, quando elaborou e aprovou 
o art. 11 da Lei Maior, esteve atento às transformações do direito do trabalho ocorridas 
no país e no direito entre empregador e empregados. 
A admissão de um canal interno de representação faz parte de um longo processo 
que conduz à democracia industrial. No Brasil, esse fenômeno teve início na década 
de 80, quando a formação de grupos de trabalhadores interessados em dialogar sobre 
os problemas cotidianos de trabalho. 
Cada vez mais, a participação dos empregados é considerada como um dos fatores 
de integração na vida e no desenvolvimento da empresa. A representação dos 
trabalhadores está voltada para o diálogo, a mediação de conflitos internos e o 
encaminhamento de propostas à diretoria, reivindicando a melhoria no ambiente e nas 
condições de trabalho.

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