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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE JUNDIAÍ CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA COM ÊNFASE EM TRANSPORTE Estudo sobre Modal Dutoviário da disciplina “Modais de Transporte” JUNDIAI 2022 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE JUNDIAÍ CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA COM ÊNFASE EM TRANSPORTE Estudo sobre Modal Dutoviário da disciplina “Modais de Transporte” FRANCIELLE APARECIDA BUENO – RA1140742211005 IZABELLA APARECIDA BUENO – RA1140742211014 CAIO FERNANDEZ SERRA – RA1140742211030 LEONILDO FERREIRA DA SILVA JUNIOR – RA1140742211038 LETICIA MARIA THEODORO – RA1140742211024 THALES FERNANDES FERREIRA DOS SANTOS –RA1140742211007 Prof. Orientador Cláudio F. Rossoni Trabalho apresentado à Faculdade de Tecnologia de Jundiaí, como parte dos requisitos para a primeira avaliação da disciplina do 2° semestre do curso de Tecnólogo em Logística com ênfase em Transportes. JUNDIAI 2022 Resumo Este trabalho tem por objetivo mostrar as características do modal Dutoviário, suas vantagens e desvantagens. O presente trabalho apresenta também gráficos e mapas para melhorar compreensão da teoria aliada à prática. Palavras chave: Modal XXXX, YYYYY, ZZZZZZ Abstract This work has as objective to present characteristics of modal Pipeline, its advantages and disadvantages. The present word presents also graphs and maps for better understanding of its practical process. Key words: Modal XXXXXX, YYYYY , ZZZZZ Introdução evolução histórica do transporte dutoviário Quando falamos do modal de transportes dutoviário, a primeira coisa que vem em mente são meros dutos que são utilizados para transportes de minérios e substâncias derivadas e não derivadas do petróleo, atualmente são exatamente isso e mais alguns. Mas não adianta nos aprofundarmos nesse respectivo assunto sem ao menos saber as origens, de onde veio os primeiros dutos? e para quais pressupostos eram eles? Aquedutos Romanos Com o propósito de abastecer as civilizações, com a falta de um gerenciamento ou controle de qualidade da água, sim desde nossos primórdios já havia uma preocupação em relação a gerenciamento e qualidade da água, não é atoa que até os dias de hoje levamos bastante a sério esse assunto. Segundo Campos e Studart (1996 apud Grigg, 2001, p. 2) nos diz “[...] aplicação de medidas estruturais e não estruturais para controlar os sistemas hídricos, naturais [...] para que se obtenham controles no escoamento e na qualidade das águas”. Em 312 a.C, os romanos iniciaram a construção do primeiro aqueduto chamado Aqua Appia. Logo mais tarde construíram o aqueduto Anio Vetus em 352 a.c, logo em seguida eles constroem inúmeros aquedutos até se torna uma rede hidráulica para o abastecimento das civilizações, quando se reduzia o atendimento da demanda, logo se procuravam novas fontes, aqueles responsáveis por tais tarefas eram chamados “caçadores de água”, nos dias atuais há muitos monumentos de aquedutos em Roma. Aquedutos Portugueses A vinda dos aquedutos portugueses começou com uma grande escassez de água potável na capital de Portugal, e foi um dos importantes fatores a serem utilizado para o abastecimento ao longos dos séculos, uma das consequências para essa falta de água foi a grande sede na população e o alto índice de incêndios na cidade e com isso grandes perdas de estruturas físicas, segundo Rodrigues (2013, p. 29) “Com esses incêndios não se perdiam apenas casas e edifícios públicos, perdia-se a orientação e o raciocínio de cada um, o que deixava toda a população na mais absoluta miséria” Contudo houve-se a chegada do povo romano na região das margens do rio Tejo localização bastante estratégica que manteve a sobrevivência dos nativos por vários períodos até a chegada de Roma por volta de 195 a.c que permaneceram por volta de 6 séculos. Com o povo de Roma estabelecido, vieram alguns costumes, que foram bastante impulsionadores para a região. Com a chegada do povo romano vieram também os seus modos e hábitos de vida estabelecidos por Roma. O culto da água era um deles, designava uma nova forma de pensar e de tratar da higiene das pessoas, dos seus pertences e dos locais que habitavam. Este novo hábito, [...] originou a busca de novas fontes de água potável. Estava em causa o cumprimento das necessidades do quotidiano e a alimentação de todos os edifícios públicos, que de água necessitavam: balneários, termas, fontanários. (Rodrigues, 2013, p. 31) Com início dessas buscas por fontes de águas potáveis, e como os romanos já tinham essa experiencia com “caçadores de água” isso foi de grande importância para a construção do aqueduto das águas livres no século XVIII, os romanos projetaram um aqueduto chamado de aqueduto da Gargantana e utilizaram das águas da ribeira de Carenque. O aqueduto teve a sua origem na barragem romana no vale de Carenque e descia o mesmo segundo a morfologia da encosta onde foi implantado. Para isso utilizava todo o sistema de curvas de nível da respectiva encosta. Embora a estrutura existente do aqueduto esteja muito danificada, é possível descrevê-lo apresentando as soluções e técnicas de transporte de água utilizadas pelos romanos que serão tidas em conta nas decisões projectuais aquando da construção do Aqueduto das Águas Livres. (Rodrigues, 2013, p. 32) Com o passar dos séculos o poder da cidade de Lisboa foi passado por muitos costumes e tradições desde romanos até alguns bárbaros muçulmanos até a restauração de Portugal em 1640, onde houve um grande esforço para encontrar estabilidade econômica, política, militar, social e artístico. A estabilidade política e económica regressam a Portugal e o estilo barroco transforma- se, do experimentalismo inicial, para um estilo inovador que irá transformar a cidade de Lisboa profundamente. Portugal gozava assim da abertura necessária para acolher artistas de várias nacionalidades. João Antunes e João Frederico Ludwing são artistas deste tempo que marcaram a evolução do barroco em Portugal. (Rodrigues, 2013, p. 46) Em 1706 há um novo início onde os problemas com abastecimento de água em Lisboa poderá se vinda com a subida de D. João V ao trono de Portugal, e como Portugal já havia se estabilizado em todos os aspectos e já havia encerrados os conflitos europeus D. João V dá início as construções do tão sonhado aqueduto que a cidade de Lisboa tanto necessitava como forma de o tentar solucionar, D. João V utiliza os estudos, as medições e todos os cálculos até então realizados sobre a Água de Belas e ordena o início da construção do Aqueduto das Águas Livres no dia 12 de maio de 1731 de modo a terminar com a secura e a falta de protecção contra os incêndios. (Rodrigues, 2013, p.48) Com a construção do aqueduto em andamento a cidade de Lisboa manteve-se a utilizar os métodos antiquados de abastecimento de agua com poços, cisternas e auxilio de homens chamados de aguadeiros de Lisboa, os aguadeiro era um trabalho bastante exaustivo pois era um trabalho 100% manual onde homens carregavam vasilhames de água pela cidade e ficavam de prontidão para atender a qualquer emergência de incêndio na cidade segundo Rodrigues: “Os aguadeiros eram em grande número galegos e eram facilmente identificados pela sua forma de falar e pela sua maneira típica de vestir” (2013, p. 48) A finalização do aqueduto das águas livres ocorreu após 13 anos em 1744, a cidade de Lisboa teve uma grande versatilidade como auxílio desse meio de transporte de água para a capital de Portugal onde o se localizava um chafariz onde o povo ia fazer a retirada de água, em 1834 se construíram um grande reservatório chamado “reservatório da mãe de água das Amoreiras” e com isso o abastecimento da capital de Portugal fica regularizado. O Aqueduto das Águas Livres é uma obra de engenharia de pedra que tem como objectivo trazer a água da ribeira de Carenque, no sítio de Belas, para a cidade de Lisboa, lugar distante onde água é um elemento em falta. Percorre um total superior a sessenta quilómetros. Cruza vales e rios, por vezes em grandes arcarias e por outras tantas no subsolo, perfurando as várias colinas que atravessa na sua implantação (Rodrigues, 2013, p. 52) Aquedutos no Brasil Os aquedutos no Brasil originaram-se na cidade de Rio de Janeiro, com o aqueduto da carioca no século XVIII, ficou popularmente conhecido como Arcos da Lapa, onde iniciou os estudos para a idealização em 1600, e a efetivação do projeto fora finalizada em 1723, com o intuído de transportar água da nascente do rio Carioca para abastecer a cidade de Rio de Janeiro, em 1744 o governador Gomes Freire de Andrade, ordenará que fosse reconstruída os arcos da Lapa por motivos que os matérias utilizados no primeiro projeto não eram duradouro, e com a nova versão do arcos da Lapa fosse inspirado no aqueduto das aguas livres de Lisboa em Portugal. As matérias-primas utilizadas foram Pedra e Cal. Misturadas com o óleo, criou-se uma liga de concreto resistente que trouxe segurança para a construção. Esse composto utilizado nos Arcos da Lapa era a principal base da construção civil da época, utilizado em obras de fortes, igrejas e outras edificações que precisavam ser robustas. Foi nesse período que o Chafariz do Largo da Carioca foi construído. A fonte foi esculpida em Lisboa e enviada de navio para o Rio de Janeiro. Ela tinha dezesseis bicos ornamentais de bronze e um brasão das armas de Portugal no topo. Além desse chafariz, foram construídas outras fontes ao longo da construção. (Cruz, 2019) Início da história dos dutos no Brasil Com o aumento exponencial do transporte de altos volumes como o petróleo e seus derivados, o uso de dutos para o transporte dos mesmo foi cogitado no governo de Getúlio Vargas em 1938 no conselho nacional do petróleo, a intenção era ligar dutos no porto de Santos até São Paulo para maximizar o transporte dos matérias derivados do petróleo, houve-se um estudo que teve inicio em 1926 e durou 7 anos para se finalizar e começar os projeto da implantação em 1946 onde ligasse as duas cidades e expandisse até campinas. As décadas de 40 e 50 foram de construção de terminais e refinarias nas regiões sul, sudeste e nordeste e com a criação da PETROBRAS em 1953, o transporte de derivados por dutos foi intensificado com implantação de faixas na região de produção da Bahia. (Coelho, 2009, p. 24, aput ANTT, 2006) O transporte de dutos além de ser menos poluente ele permite-se retirar alguns caminhões de circulação das rodovias, viabilizando o trânsito e emitindo menos gases poluentes. além de não contribuir com a poluição e propiciar maior segurança, trouxe para a cidade de Belo Horizonte, por exemplo, a façanha de retirar em média 1.000 caminhões de circulação diariamente das estradas, favorecendo a população e o meio ambiente (Coelho, 2009, p. 23) Vantagens e desvantagens de operar com dutos Vantagens. • Transporte com bastante segurança. • Pode transportar grande quantidade de carga. • Transporte por longas distâncias • Facilidade de implantação. • Alta confiabilidade. • Baixo consumo de energia e baixos custos operacionais. Desvantagens • Transporte lento (com velocidade de 2 a 8 km/h) em relação aos outros. • Pouca flexibilidade de destinos e de produtos. • Custo fixo alto. • Riscos de acidentes ambientais em grandes proporções. • Necessita de autorizações ambientais. Tipos de dutos 1. Subterrâneos: dutos não visíveis, pois estão localizados abaixo da terra 2. Aparentes: dutos visíveis encontrados geralmente nas estações de abastecimento. 3. Aéreos: dutos construídos no ar nos terrenos que apresentam relevo acidentado, bem como para atravessar um rio ou um vale. 4. Submarinos: dutos submersos no fundo do mar, geralmente utilizados para o transporte de petróleo nas plataformas marítimas. Fonte: Google Imagens (24 de julho de 2019) Tipos de Dutos Encapsulados Pneumatic Capsule Pipeline (PCP): usa como veículo, cápsulas sobre rodas para levar a carga por meio de um duto cheio de ar. Este ar é usado para empurrar a cápsula dentro do duto para um PCP de 3 pés de diâmetro, cada cápsula pode levar 2 toneladas de carga, viajando a aproximadamente 25 mph sem necessidade de parada. Elas se movem a aproximadamente a mesma velocidade média diária de um caminhão. Produtos de auto valor, como correspondência e encomendas também pode ser transportado pelo PCP. Hydraulic Capsule Pipeline (HCP): usa cápsulas sem rodas para transportar cargas por meio de um duto cheio de água. A água é usada para empurrar a cápsula dentro do duto. HCP viaja de 6 a 10 pés por segundo dentro do duto, o qual torna muito mais lento do que o PCP. No entanto o HCP pode transportar muito mais carga com o mesmo diâmetro. Ele também usa menos energia do que o PCP, o que torna mais econômico. Consequentemente, o HCP é mais indicado para transportar materiais como grãos e outros produtos agrícola, resíduos sólidos municipais e outros produtos de baixo valor. Coal Log Pipeline (CLP): É utilizado para o transporte de carvão usando dutos. Trata-se de um tipo especial de HCP em que as cápsulas são na forma de um cilindro de carvão compactado, em que podem estar em contato direto com a água e o duto. No processo do CLP o carvão da mina é compactado em cilindros com diâmetros de 5 a 10% menor do que o duto por meio do qual o carvão será transportado. O comprimento de cada cilindro é usualmente 2 vezes o diâmetro. Como usa água, a relação carvão/água no CLP é de 3 a 4 dependendo do comprimento do duto. Neste meio 1 libra de água pode transportar de 3 a 4 de carvão em um CLP. Por serem compactados em altíssimas pressões, os cilindros absorvem muita pouca água em seu trajeto e não se desmancham. Fonte: google imagens (maio de 2012-issn). Segurança dos Dutos Encapsulados Os dutos são, de longe, o meio de transporte de carga mais seguro. Por instância, a cada ano nos Estados Unidos, enquanto morrem mais de 500 pessoas em acidentes ferroviários, em todos os tipos de dutos combinados morrem menos de 30 pessoas. No caso dos dutos encapsulados este número é bem menor, uma vez que este meio não transporta cargas inflamáveis ou explosivas. Nos Estados Unidos, dutos de todos os tipos, transportam mais carga (líquidos, gases e sólidos) a cada ano, medidos em ton-milha, do que cargas transportadas por caminhões e trens juntos. Este modo de transporte já é experimentado em vários países há muitos anos, e no que diz respeito a cargas líquidas ou pastosas, este meio sempre apresentou maior rendimento e segurança do que os demais concorrentes. Uma nova ideia seria a de usar cápsulas para transportar cargas sólidas por meio de dutos, impulsionadas por motores elétricos pneumáticos ou conjuntos motobombas elétricos. A ideia de se inserir a cápsula neste contexto pode ser explicada pelo fato de algumas cargas não poderem ser misturadas com o fluido transportador ou mesmo, não poderem estar em contato direto com as paredes da tubulação, devido ao desgaste provocado pelo atrito entre estas partes. Neste contexto, o transporte por meio de dutos encapsulados contribuiria desobstruindo estradas e vias urbanas, que como já foi dito, permanecem congestionadas a maior parte do tempo. Palavras-chave:Logística, transporte, dutos. Aplicação e funcionamentos dos dutos O custo de implantação de uma malha dutoviária é elevado em função da mão de obra na implantação, mas é uma alternativa considerada economicamente viável para o abastecimento contínuo de matriz energética, pois permite rapidez na comunicação entre os pontos de entrega e segurança do transporte. As décadas de 40 e 50 foram de construção de terminais e refinarias nas regiões sul, sudeste e nordeste e com a criação da PETROBRAS em 1953, o transporte de derivados por dutos foi intensificado com implantação de faixas na região de produção da Bahia. (ANTT, 2006). De meados do século passado até os dias de hoje, com o crescente consumo da energia elétrica e o risco de “apagões”, o governo federal tem investido solidamente em industrias termoelétricas, e consequentemente na malha dutoviária brasileira como fonte de energia, com implantação de novas faixas até na Amazônia para o escoamento de hidrocarbonetos na maior tropical do planeta. Inclusive, é crescente a cada dia a quantidade de empresas que investem no gás natural, por exemplo, como principal matriz energética no seu setor produtivo. Funcionamento Entende-se por transporte dutoviário aquele efetuado no interior de uma linha de tubos ou dutos realizado por pressão sobre o produto a ser transportado ou por arraste deste produto por meio de um elemento transportador. Assim, toda dutovia deve ser constituída de três elementos essenciais: os terminais, com os equipamentos de propulsão do produto; os tubos e as juntas de união. Neste modal, a diferença dos demais, o veículo que efetua o transporte é fixo enquanto o produto a ser transportado é o que se desloca, não necessitando assim, na maioria dos casos, de embalagens para o transporte. Bombeamentos Uma operação de bombeamento consiste na ativação de uma determinada rota, definindo qual vazão é utilizada, qual o produto é inserido no duto e o intervalo de uma operação. Uma operação de bombeamento é definida como b= (r, v, p, ti, tf). onde R é a rota que está sendo ativada, V é a vazão utilizada, P e o produto que está sendo inserido no duto e Ti e Tf definem os instantes inicial e final do período da operação, respectivamente. Uma operação de bombeamento esta sempre associada a um produto na área de origem, mas pode ter como consequência o recebimento de mais de um produto na área de destino. A única forma de movimentar os produtos que estão contidos em um duto é através de operações de bombeamento realizadas a partir das áreas estes bombeamentos seguem sempre uma rota de fluxo, que é definida pela área que inicia o bombeamento e uma sequencia de um ou mais dutos. Estes dutos são alinhados em cada área intermediaria, de forma que o fluxo proveniente de um deles é repassado integralmente ou parcialmente ao seu sucessor. A passagem parcial do fluxo é ocasionada por uma opcional retirada do produto na área intermediaria, em uma operação conhecida como sangria. Por restrições operacionais, apenas umas sequencias de dutos podem ser utilizadas como rodas de fluxo durante a operação da rede. Cada rede define o conjunto de rotas de fluxo possíveis, assim como as vazões que podem ser utilizadas nessas rotas. Os valores possíveis de vazão para uma rota são uma função da vazão de operação individual de cada bomba e da forma como elas podem ser combinadas. Fonte: google imagens (2018) Construção e Implantação de dutos: Uma dutovia é constituída de três elementos essenciais: os terminais, com os equipamentos de propulsão, os tubos e as juntas de união (Guerreiro, 2006). Pode ser constituída de tubos de aço, ferro fundido, concreto, cerâmica e plásticos; os diâmetros variam de centímetros a metros, dependendo de sua finalidade. As dutovias terrestres são obras superficiais e lineares de engenharia, envolvendo quase sempre apenas o horizonte de solo e a rocha decomposta (instaladas em valas de até 8 metros de profundidade). Podem variar de centenas a milhares de quilômetros, podendo, atravessar regiões de grande diversidade morfológica, rios, ambientes costeiros e regiões metropolitanas. Assim, interceptam diferentes formações geológicas com suas respectivas peculiaridades o que exige soluções diversas para cada tipo de ambiente (Junior & Marques, 1998). Nogueira Júnior & Marques (1998) sugerem que as atividades associadas à implantação de dutovias sejam estruturadas em cinco grandes fases: • Escolha do traçado • Viabilidade técnico-econômica • Projeto • Construção • Conservação A logística de construção e montagem deve determinar a sequência de montagem que em geral difere em cada tipo de obra, seja urbana, rural, mista e obras especiais. As principais etapas da montagem do duto são: • Identificação da Faixa de domínio e abertura de pista; • Inspeção de tubos; • Desfile de tubos; • Curvamento de tubos; • Soldas; • Inspeção das soldas; • Revestimento do duto; • Aplicação de métodos construtivos; • Abertura de vala; • Abaixamento do duto; • Cobertura do duto. Os métodos construtivos para dutos podem ser não destrutivos ou destrutivos. Os principais métodos não destrutivos são: a) Perfuração a trado (“pipe jacking with auger boring” ou, simplesmente boring machine) – Introdução do duto, com auxílio de uma força de cravação, através de um furo feito a trado, utilizando um equipamento especial (Boring Machine); b) Cravação (“percussive moling”) – Introdução do duto, à força de percussão, através do solo, é utilizado, preferencialmente, para cruzamentos curtos em solos pouco consistentes; c) Túnel – Execução de uma escavação com seção em arco com a utilização de chapas de aço corrugadas, montadas, progressivamente, com andamento da escavação de modo a evitar o desmoronamento do solo; d) Tubovia com pontilhão e galeria – Caracteriza-se pela construção de uma Tubovia sob um pontilhão ou dentro de uma galeria subterrânea; e) Furo direcional – Caracteriza-se pela perfuração do solo a grande profundidade e por considerável extensão, feita por um equipamento especial, através da qual é instalado o tubo-condução. O método destrutivo mais importante é abertura de vala e se caracteriza por alojar o duto dentro de uma cava, rasgada a céu aberto. No caso da utilização da vala aberta, a FUNEP (2011) recomenda que as seguintes medidas sejam tomadas: • Elaborar projeto adequado considerando o eixo da vala, sua profundidade e largura, suas curvas e as seções da tubulação a ser implantada; • Executar a escavação com controle topográfico para garantir a correta geometria da vala; • Cadastrar e investigar as ocorrências de surgências d´água durante a escavação da vala. • Providenciar as obras de drenagem do fundo da vala (colchão de areia, dreno cego, etc); • Proceder à abertura das valas após a preparação da coluna de tubos para o abaixamento; • Cercar e sinalizar adequadamente as obras de execução das valas; • Dispor de maneira adequada os materiais escavados excedentes. Segundo Rocha et al. (2008), a instalação de uma tubulação por perfuração direcional, compreende basicamente três etapas: furo piloto, alargamento do furo e puxada da tubulação. Na etapa do furo piloto, é realizada a perfuração inicial, ligando os pontos entre os quais se deseja instalar a tubulação (entrada e saída). Nesta etapa, uma coluna de perfuração composta por uma cabeça de corte, um sistema de navegação e hastes de ligação, realiza o furo, utilizando jateamento de fluido de perfuração, junto com a força mecânica fornecida pela perfuratriz. Deve ser elaborado um projeto específico para sinalização da rodovia, cabendo à gerência providenciar todos os recursos necessários. A supervisão deve providenciar o cumprimento desse projeto na íntegra. Todos os serviçosexecutados deverão atender às APRs (Análise Preliminar de Risco), que são realizadas para cada atividade executada nas frentes de trabalho. A APR especifica cada atividade e deve ser divulgada pelo DDSMS (Diálogo Diário de Segurança, Meio Ambiente e Saúde), antes do início dos trabalhos. Qualquer dúvida em relação ao processo a ser executado, ou quanto às medidas de segurança a serem adotadas, deve ser esclarecida pelo Encarregado e pelo Técnico de Segurança da frente de trabalho, respectivamente, antes do início das atividades. A área de atividade deve ser restrita aos funcionários envolvidos nos trabalhos. Durante os serviços, os funcionários deverão estar munidos dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) necessários e usar botas de cano longo, pelo risco de exposição a animais peçonhentos. As condições do terreno devem ser avaliadas antes do trânsito de máquinas pesadas, bem como a identificação da existência de interferências aéreas e/ou subterrâneas. Os funcionários que estiverem atuando em cruzamentos de vias públicas ou sinalizando acessos às frentes de serviços, devem fazer uso de colete ou tiras refletivas nas regiões do tórax e costas. Em todos os casos precisam ser providenciadas e instaladas placas de advertência e orientação, além da presença constante de sinalizadores e proteções de cercas nas laterais da rodovia ou estrada. A construção de um duto consiste de um processo sequencial, envolvendo, basicamente, as atividades de implantação de canteiros e alojamentos, construção e/ou melhoria de acessos, desmatamento da faixa de servidão, escavação da vala, movimentação e estocagem de materiais/desfile da tubulação, soldagem da tubulação, abaixamento da tubulação e cobertura da vala, limpeza/recomposição da faixa, teste hidrostático, proteção catódica, instalação de bloqueio, construção das estações de medição e de limitação de pressão (Alves). Gerenciamento de Estações Entende-se por transporte dutoviário aquele efetuado no interior de uma linha de tubos ou dutos realizado por pressão sobre o produto a ser transportado ou por arraste deste produto por meio de um elemento transportador. Assim, toda dutovia deve ser constituída de três elementos essenciais: os terminais, com os equipamentos de propulsão do produto; os tubos e as juntas de união destes. A plausibilidade de dutovias, para os países em desenvolvimento, encontra-se na sua capacidade de atravessar até os terrenos mais difíceis, ser praticamente inafetada pelo tempo e fornecer transporte de petróleo e seus derivados a baixos custos unitários. Onde os volumes são suficientemente grandes, a dutovia é mais econômica, para estes fins, do que outras formas de transporte. Os custos de terra são mantidos ao mínimo enterrando-se o cano a uns 90 centímetros ou mais profundamente para se evitar interferência com outras utilizações da terra. (OWEN, 1974 apud DETG-UFMG, 2003, p.22) Neste modal, à diferença dos demais, o veículo que efetua o transporte é fixo enquanto que o produto a ser transportado é o que se desloca, não necessitando assim, na maioria dos casos, de embalagens para o transporte.O percurso de uma tubulação é condicionado apenas às possibilidades do emprego dos equipamentos especializados no seu lançamento, e às facilidades de futuro acesso para sua inspeção e manutenção. Ao contrário das rodovias e ferrovias onde as rampas máximas dificultam bastante a escolha do modal, as tubulações podem ser lançadas em rampas de até 90º, como no caso de gasodutos, tornando o trajeto entre os pontos extremos o mais direto possível. Sua operação não conhece o entrave de alternâncias diurnas e noturnas, nem contingências climáticas e atmosféricas, adaptando-se, assim, ao trabalho contínuo e também sua tubulação, que em geral é enterrada a uma profundidade mínima de 80 cm, torna o transporte por dutos praticamente sem riscos. O transporte por dutos necessita de um mínimo de energia em relação à massa transportada a ser empregada exclusivamente na transferência do produto. Esta vantagem é ainda melhorada com a supressão da necessidade do retorno de embalagens vazias ao ponto de carregamento e pela economia de derivados de petróleo, uma vez que o acionamento das bombas, em geral, é feito através de motores elétricos. Os custos operacionais são quase nulos, devido ao baixo consumo de energia e pela mão de obra utilizada na operação. Os custos operacionais limitam-se apenas a manutenção preventiva dos dutos e propulsores para que seja mantida a continuidade do processo e ofereça qualidade na operação, impossibilitando riscos ao meio ambiente. Manutenção e descontaminação de dutos Segundo a ASME B31.8S-2004 (2004), o primeiro passo para poder evitar acidentes, é identificar as ameaças à Integridade do gasoduto. Os acidentes em gasoduto foram analisados e classificados por um Comitê Internacional – Pipeline Research Committee International – e identificaram 22 causas para acidentes. Uma das causas reportadas é a “Desconhecida”; as outras 21 estão classificadas em nove categorias, que são as seguintes. • Corrosão externa; • Corrosão interna; • Corrosão sob tensão; • Defeitos de fabricação no duto; • Defeitos de fabricação na solda; • Falha em equipamentos: eventos associados a defeitos ou mau funcionamento de válvulas, • flanges e juntas, bem como desgaste ou fadiga do material; • Falha operacional: eventos associados com falhas dos operadores, os quais podem ser decorrentes das atividades indevidas como, por exemplo, erros nas manobras de válvulas; • Ações da natureza: eventos associados com ação da natureza, tais como: erosão, deslizamentos de terra ou movimentação do solo, catástrofes climáticas; • Ações de terceiros: eventos associados desde a perfuração não intencional da linha por empreiteiras, durante obras de engenharia, na faixa do duto, até atos de vandalismo. • Procurando impedir tais fatos, as empresas de transporte dutoviário executam uma série de procedimentos planejados, para evitar os acidentes e suas consequências. Para Correa e Ferreira (2004), o Programa de Integridade consiste de um conjunto de ações organizadas e gerenciadas, com o objetivo de aumentar a segurança operacional. As principais atividades em um programa de integridade, são: • Avaliação do nível de corrosão dos produtos movimentados, teor de H2O, CO, etc.; • Programa de injeção de inibidores de corrosão; • Acompanhamento da proteção catódica; • Avaliação do revestimento externo; • Programa de inspeção geotécnica das faixas; • Avaliação da interação solo-duto; • Atividades de acompanhamento do relacionamento com comunidades; • Atividades de prevenção da ação de terceiros sobre os dutos; • Programa de inspeção com PIG instrumentado; • Análise e gerenciamento de defeitos; • Execução de reparos; • Teste hidrostático; • Análise de risco e confiabilidade; • Gerenciamento das atividades anteriores e, consequentemente, definição das condições operacionais. As causas mais frequentes de acidentes em dutos, são as Corrosões e as Ações de Terceiros, sendo estas últimas, junto às Ações da Natureza, as ameaças que estão diretamente relacionadas à Faixa de Servidão. A ameaça por terceiros é independente do tempo; então, mesmo em trechos sem o histórico de acidentes, os danos podem ocorrer. É necessário um forte programa de prevenção, incluindo inspeções e conscientização, especialmente para áreas de risco, com usos de solo específicos, como áreas de agricultura ou exploração mineral. Para as ações da natureza, o programa que visa à integridade, deve estabelecer critérios e rotinas para o mapeamento, classificação, inspeção, monitoramento e manutenção ao longo das faixas de dutos. Tipos e funcionamentos de PIG Um dos grandes problemas enfrentados durante o transporte em dutos é a deposição deparafinas ao longo da parede interna da tubulação, a depender da intensidade pode vir a causar total obstrução no fluxo (DEMETINO, 2018). Uma das formas de solução do problema é o uso de PIGs (Pipeline Inspection Gauge), estes são ferramentas que trafegam pela tubulação, devido a diferença de pressão sobre ele, realizando a raspagem da sujidade nas paredes internas da tubulação. Segundo Curvelo (2016,) existem vários tipos de PIGs, mas basicamente eles estão classificados como sendo de limpeza e instrumentado. A partir de sua utilização pode-se prolongar a vida útil da tubulação, sem a necessidade de uma parada total na produção. Para o deslocamento dentro dos dutos, inicialmente o PIG é colocando em uma câmara lançadora acima do solo (PIG launcher) que possui diâmetro interno maior que o diâmetro da tubulação e movimentado pelo próprio fluido da linha de produção até chegar na câmara recebedora (PIG receiver) (CURVELO, 2016) ⮚ PIGs de Limpeza Os PIGs de limpeza ou utility PIGs são ferramentas utilizadas para a limpeza de particulados sólidos, resíduos e parafina que podem se originar a partir do processo de montagem dos dutos ou como resultado da deposição de substratos do produto que percorre a tubulação (CURVELO, 2016). Geralmente os PIGs de limpeza não possuem sistemas de aquisição de dados. ⮚ PIG de Espuma O PIG de espuma é o disposto mais versátil e leve dentre os PIGs. Por possuir custo barato de produção, em comparação a outros PIGs, é bastante flexível e comumente utilizado em tubulações onde a geometria é desconhecida ou de difícil acesso (CURVELO, 2016). Seu material é composto predominantemente por espuma de poliuretano, pois não se comprime quando em contato com a pressão da tubulação. Tanto sua densidade quanto seu tamanho podem variar, fornecendo assim, uma ótima vedação e baixa possibilidade de ficar preso em alguma parte do trajeto (CORDELL e VANZART, 2003). Os principais usos para o PIG espuma são em operações de secagem da tubulação para testes hidrostáticos, limpeza e remoção de produtos, a Figura 1 mostra um exemplo de um PIG de espuma (PEN INC., 2018). ⮚ PIG de Esfera Segundo Cordell e Vanzart (2003), o PIG de esfera é um instrumento muito utilizado em tubulações onde tem uma geometria não convencional, por exemplo, muitas curvas e há alta taxa de formação de condensados, visto que seu uso pode ser feito repetidas vezes em um curto intervalo de tempo ou em composição com outros PIGs espuma de diferentes diâmetros. Seu material é geralmente composto de elastômeros de poliuretano, podendo variar em decorrência do material da tubulação e do fluido. São esferas ocas, preenchidas com água ou glicol, podendo ser preenchido até alcançar certa porcentagem do diâmetro externo sobre o diâmetro interno, para compensar o desgaste dentro da tubulação (CORDELL e VANZART, 2003). ⮚ PIGs Instrumentados ou Inteligentes Os PIGs instrumentados, também conhecidos como smart PIGs ou inteligente PIGs, diferentemente dos PIGs de limpeza, são dispositivos que além de verificar a integridade interna da tubulação, registram dados que tem como objetivo fornecer informações das condições de linha, tal qual sua extensão e localização de algum defeito. Segundo Sarti, Araújo e Pinto (2011), geralmente as informações analisadas nesses PIGs são a respeito da geometria da tubulação. Mas a quantidade de informações fornecidas são váriadas. Algumas delas são: • Curvatura da tubulação; • Perfil da tubulação; • Temperatura e pressão; • Perda de metal perda e detecção de corrosão; • Inspeção fotográfica; • Detecção de trincas; • Mensuração da deposição de resíduos; • Detecção de vazamentos; • Amostragem do produto; • Mapeamento. Os principais PIGs de instrumentados são, o PIG geométrico, magnéticos, perfilométrico e ultrassônico. ❖ PIG Geométrico: Como o próprio no nome remete, o PIG geométrico, é capaz de identificar problemas relacionados a geometria da tubulação. Possui em sua estrutura uma grande quantidade de sensores, em diferentes ângulos (SARTI, ARAÚJO e PINTO, 2011). Curvelo (2016), mostra que geralmente este tipo de PIG é utilizado em três momentos: o primeiro é durante a construção da tubulação para saber a qualidade da montagem; o segundo é quando ocorre a necessidade de saber se houve redução do diâmetro da tubulação, por conta de alguma anomalia geométrica; e o terceiro é antecipando a passagem do PIG magnético de corrosão pelo mesmo possuir pouca tolerância em relação ao diâmetro da tubulação. ❖ PIG Magnético de Corrosão: Os PIG de inspeção de corrosão utilizam a tecnologia MFL – Magnetic Flux Leakage (Fuga de Fluxo Magnético) que consiste em um sistema composto por imãs na estrutura do PIG onde é inserido um grande fluxo magnético uniforme na parede da tubulação. A partir daí, sempre que houver uma descontinuidade desse fluxo, é inferido que naquele local houve perda de metal, mas sem ser possível afirmar se foi interna ou externa. Para isso, usa-se sensores discriminadores do tipo Hall (CURVELO, 2016). A partir dos dados adquiridos e do tratamento necessário do PIG MFL, é possível criar um padrão de assinaturas e estabelecer tendências que ajudam nas manutenções preditivas (TIRATSOO, 1992). ❖ PIG Ultrassônico: Segundo Curvelo (2016), o PIG ultrassônico utiliza a técnica EMAT – Electromagnetic Acoustic Transducer (Transdutor Acústico Eletromagnético) que é um método em que há a propagação de uma onda acústica no meio líquido, gerando um eco ao colidir na parede do interna e na parede externa do duto, após esse procedimento o sistema calcula a distância percorrida e por fim, faz a medição da espessura da tubulação. Um exemplo de PIG ultrassônico pode ser visto na Figura 6. Imãs, Sensores. Além disso, para que se possa alcançar maior grau de eficiência esse PIG tem se algumas premissas, sendo elas, o uso somente em fluídos líquidos, não podem ser usados em linhas de gás sem acoplagem líquida; a distância entre o transdutor e a parede interna do duto deve ser mantida constante; e o líquido no interior do duto deve ser homogêneo e possuir velocidade acústica constante e uniforme (CORDELL e VANZART, 2003). Os PIGs são amplamente utilizados, mas o planejamento para seu uso é determinado utilizando a experiência prévia de campo de profissionais ou empresas, mas com pouco embasamento físico/teórico. (SOUZA, 2005). Uma das deposições mais recorrentes em tubulações industriais de petróleo é a parafina, onde diversos fatores influenciam seu processo de deposição e cristalização, fazendo com que haja variação na dureza da parafina incrustada, dificultando ainda mais quando é analisado tubulações em águas profundas. Os Projetos lineares são aqueles projetos longitudinais e localizados em corredores nos quais são impostas restrições parciais ou totais para uso do solo. Normalmente os Projetos lineares conferem grande complexidade à gestão ambiental, podendo atravessar áreas de alta diversidade natural e elevado grau de antropização, dentro da gama de projetos lineares estão os dutos, estações de energia e ferrovias. Os dutos devem ser projetados considerando um eficiente planejamento ambiental, pois a utilização dos corredores situados nas áreas próximas e adjacentes, resulta na fragmentação da paisagem e na perda direta dos habitats. Devido à diversidade de paisagens e questões socioambientais envolvidas na implantação das dutovias, há a necessidade de um amplo planejamento a ser realizado com base no conhecimento de uma equipe multidisciplinar, especializada no planejamento ambiental e na resolução de conflitos. Com a condução eficaz do planejamento e da seleção dos corredores preferenciais, os efeitos ambientais e socioeconômicos adversos podem ser frequentemente atenuados. A seleção de corredores deve levar em consideração o projeto deengenharia e os potenciais impactos ambientais e sociais, tais como a estabilidade de encostas, cruzamento de rios, conservação de solo e vegetação, habitats importantes para a vida silvestre, bem como os diferentes usos da terra. Com base neste conhecimento preliminar, diversas rotas preferenciais podem ser identificadas para uma avaliação comparativa. A seleção das rotas preferenciais é determinada através de comparações sistemáticas entre as diferentes opções de rotas, utilizando critérios como as dificuldades da construção, acesso de veículos, risco à estabilidade das estruturas, compatibilidade com o uso da terra, impacto ambiental, interesses socioeconômicos e efeitos cumulativos regionais. Dentro do contexto de planejamento ambiental deve-se trabalhar em conjunto com a Legislação, que formará os subsídios necessários para que os empreendimentos sejam elaborados de acordo com os procedimentos legais. Na manutenção do controle e domínio sobre as condições da faixa de servidão, utiliza-se três nodais para a realização das inspeções, que são: • Inspeções aéreas. • Inspeções terrestres. • Inspeções aquáticas. Essas inspeções têm como objetivo controlar o crescimento da vegetação na área de passagem, evitar invasões que possam pôr em risco o sistema de transporte, localizar uma falha transitória causada por objetos levados pelo vento, como por exemplo, galhos de árvores próximas às faixas, que podem danificar as ERP`s e PE`s e áreas de válvulas. Faixa de Servidão A faixa de servidão é uma faixa de terreno com largura de 20 metros, que acompanha na superfície o percurso subterrâneo dos dutos. Essa área é um direito de passagem instituído pelo Decreto Federal de 28/08/1996 e é fundamental para a segurança e a proteção da tubulação. Os tubos ficam enterrados a uma profundidade média de 1 metro. Para protegê-los de possíveis danos, a faixa de servidão deve estar sempre sinalizada e com os acessos livres de obstáculos em toda a sua extensão. A faixa de servidão: ● Delimita e protege o traçado do Gasoduto; ● Identifica os locais de instalação de equipamentos; ● Sinaliza os locais onde não se podem fazer escavações, construções, ocupações, queimadas e obras em geral. Na faixa de servidão, toda sinalização é planejada para que a comunidade vizinha conheça a localização do Gasoduto da TBG. 1. Marcos delimitadores: mostram os limites da faixa de servidão; 2. Marcos Quilométricos: marcam a quilometragem do trajeto do Gasoduto; 3. Placas de Sinalização: chamam a atenção para a existência do Gasoduto enterrado, com alertas de segurança e de cruzamento com rodovias e ferrovias, linhas de transmissão, travessias de rios, lagos e lagoas. Os marcos e as placas de sinalização são de propriedade da empresa que gerência a dutovia e devem ser preservados. Se removidos ou danificados, prejudicam a orientação dos técnicos da companhia de operação em caso de necessidade de intervenções de rotina ou emergenciais e impedem que terceiros identifiquem onde o Gasoduto está enterrado. Inspeções na faixa de servidão Há três tipos de inspeção da faixa: ● Aérea, por helicóptero; ● Fluvial, realizada por mergulhadores nos trechos de travessia de rios e lagos; ● Terrestre, realizada ao longo dos dutos por técnicos de inspeção da faixa. Produtos Transportados nos Dutos As dutovias transportam gases, líquidos e misturas semifluidas. E são mais adequados ao transporte de mercadorias produzidas em processos de fluxo contínuo e que mantenham sua demanda restrita a pontos fixos. Por exemplo: • Derivados de Petróleo (gasolina, diesel) • Gases (nafta, gás natural, GLP) • Álcool • Produtos químicos • Minérios (bauxita, níquel, minério de ferro, calcário, salgema, carvão) Sendo assim, a dutovia pode transportar uma limitada variedade de mercadorias, mas, por ser um modal extremamente especializado, tem a opção de ser classificado segundo o tipo de carga que transporta, que podem ser divididas em quatro grupos: • Oleodutos: transportam petróleo cru e seus derivados como, óleo combustível, gasolina, diesel, álcool, GLP, querosene e nafta, e outros. • Gasodutos: formam as redes de abastecimento de gás das cidades, além de serem usados na distribuição e transporte de gás natural. • Dutovias (neste grupo estão incluídos vários tipos de aplicações): 1. Produtos químicos como amônia, etileno e propileno; 2. Graneis sólidos diluídos como minério de ferro, salgema, cobre etc. São conhecidos como minerodutos ou salmourodutos; 3. Produtos encapsulados, que são transportados por outros produtos em estado líquido ao serem bombeados pelo duto; 4. Para produtos em pó, como cimento ou farinha, que são bombeados por sucção ou através de um gás inerte. • Dutovias para carvão diluído: este é um tipo específico de dutovia, bastante comum nos EUA, que transporta unicamente uma mistura de carvão em pó (moinha) com água. Esta dutovia tem três partes: a primeira é a planta de preparação da mistura, onde o carvão é moído para que seja adicionado à água na proporção certa. A segunda são os tanques de armazenagem e a própria dutovia, por onde a mistura é bombeada. A terceira é a planta de separação onde a mistura é centrifugada filtrada e secada para que se retire toda a água do carvão. Abaixo segue uma tabela para exemplificar quais produtos a dutovia possibilita o transporte, e qual o tipo de duto (e sistema) utilizado para cada tipo de produto. Modal Dutoviário Tipo de material Petróleo e seus Derivados Este tipo de carga é transportado por oleodutos. Seu uso em escala industrial iniciou-se com o transporte de petróleo no século XIV. Não Derivados de Petróleo Algumas cargas não derivadas do petróleo, como álcool, CO2 (dióxido de carbono) e CO3 (trióxido de carbono), são transportadas por polidutos ou alcooldutos, assim como podem ser transportadas por oleodutos Gás Natural O gás natural é transportado pelos gasodutos, semelhantes aos oleodutos, porém com suas particularidades, principalmente no sistema de propulsão da carga. Minério, Cimento e Cereais Minério, cimento e cereais: O transporte destes materiais é feito por minerodutos que são tubulações que possuem bombas especiais, capazes impulsionar cargas sólidas ou em pó. Também se dá por meio de um fluido portador, como a água para o transporte do minério a média e longas distâncias ou o ar para o transporte de cimento e cereais a curtas distâncias. Água Potável Após a água ser coletada em mananciais ou fontes, a mesma é conduzida por meio de tubulações até estações onde é tratada e depois distribuída para a população, também por meio de tubulações. As tubulações envolvidas na coleta e distribuição são denominadas adutoras. Esgoto Águas Servidas – esgoto: as águas servidas ou esgotos produzidos pelo homem devem ser conduzidos por canalizações próprias até um destino final adequado. Carvão e Resíduos Sólidos Para o transporte deste tipo de carga utiliza-se os minerodutos, sendo um duto encapsulado que faz uso de uma cápsula para transportar a carga por meio da tubulação impulsionada por um fluido portador, água ou ar. Produtos Transportáveis por Dutos Gasodutos Gás natural O gás natural (GN) é uma substância composta por hidrocarbonetos que permanecem em estado gasoso nas condições atmosféricas normais. É essencialmente composta pelos hidrocarbonetos metano (CH4), com teores acima de 70%, seguida de etano (C2H6) e, em menores proporções, o propano (C3H8), usualmente com teores abaixo de 2%. Gás natural associado e não associado O gás natural pode ser classificado em duas categorias: associado e não associado. O gás associado é aquele que, no reservatório geológico, se encontra dissolvido no petróleo ou sob a forma de uma capa de gás. Neste caso, normalmente privilegia-sea produção inicial do óleo, utilizando-se o gás para manter a pressão do reservatório. O gás não- associado é aquele que está livre do óleo e da água no reservatório; sua concentração é predominante na camada rochosa, permitindo a produção basicamente de gás natural. O gás natural produzido no Brasil é predominantemente de origem associada ao petróleo e se destina a diversos mercados de consumo, sendo os principais, a geração de energia termelétrica e os segmentos industriais. Além disso, uma vez produzido, o gás natural se distribui entre diversos setores de consumo, com fins energéticos e não-energéticos: utilizado como matéria-prima nas indústrias petroquímica (plásticos, tintas, fibras sintéticas e borracha) e de fertilizantes (ureia, amônia e seus derivados), veicular, comércio, serviços, domicílios etc. Transporte do gás natural No Brasil, o gás natural é levado aos distribuidores através dos gasodutos, essas redes movimentam o gás desde os poços produtores até o último ponto onde o gás é consumido (como combustível ou matéria-prima) são classificados em cinco categorias, estando quatro delas sujeitas à regulação federal e uma à regulação estadual. São elas: i) gasodutos de transferência; ii) gasodutos de escoamento da produção; iii) gasodutos integrantes de terminais de GNL; iv) gasodutos de transporte; e v) gasodutos de distribuição (LEÃO, 2016) A capacidade de transporte de gás natural por um gasoduto é função do diâmetro das tubulações e da pressão. Quanto maior o diâmetro da tubulação, maior a capacidade de transporte. Da mesma forma, quanto maior a pressão, maior será o volume de gás transportado por diâmetro de tubulação. O sistema de transporte pode ser formado por um único duto ligando o ponto de entrega a um ponto de consumo, por um duto com diversos pontos de entrega ao longo do caminho, ou por uma rede de dutos interconectados, ligando diversas áreas produtoras a diversos centros consumidores. Sendo assim, as instalações desses gasodutos englobam os pontos de recebimento e entrega, estações de interconexão e de compressão (Antes de iniciar viagem, o gás natural ainda tem que ser comprimido para uma pressão entre 80 e 100 kgf/cm2, sendo 80 a 100 vezes maior que a da atmosfera ao nível do mar. Ao longo do gasoduto, estações de compressão ajudam a recuperar a pressão perdida pelo caminho) entre outras estruturas necessárias para o processamento e transporte do gás. O Brasil possui 110 gasodutos, com extensão de 11,7 km de malha dutoviária para movimentação de gás natural. Desse total, 48 (9.486 Km) são utilizados para transporte e 62 (2.246 Km) são para transferência. O país tem umas das piores relações do mundo no que diz respeito ao transporte interno de gás natural. Por lei, empresas que negociam gás não podem transportá-lo, sendo assim, atualmente há 5 empresas de transporte de gás natural: • Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG) Atua nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste, dispondo de uma capacidade de movimentação de gás natural de 74,67 milhões m³/dia. • Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil S.A. (TBG) Atua através do gasoduto de transporte Bolívia-Brasil as regiões Centro- Oeste, Sudeste e Sul. A empresa entrega até 30 milhões de m³/dia de gás natural para sete distribuidoras locais que, juntas, atendem 1.2 milhões de consumidores finais. • Transportadora Sulbrasileira de Gás (TSB) Atua na região sul e seu principal objetivo é suprir a necessidade de gás natural do Estado do Rio Grande do Sul e interligar os sistemas de gasoduto do Brasil, Argentina e Bolívia, beneficiando também as regiões Sul e Sudeste do território nacional. • GasOcidente do Mato Grosso Ltda. (GOM) É proprietária do trecho brasileiro do gasoduto que traz gás natural da Bolívia para o estado de Mato Grosso. O Gasoduto Bolívia – Mato Grosso, no seu trecho brasileiro, inicia na fronteira com a Bolívia, no município de Cáceres – MT, e tem 645 km de extensão, sendo 362 km em território boliviano e 283 km em território brasileiro. • Nova Transportadora do Sudeste S/A (NTS) Os gasodutos da NTS ligam os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo (responsáveis por cerca de 50% do consumo de gás no Brasil) ao gasoduto Bolívia-Brasil, aos terminais de GNL e às plantas de processamento de gás. Gasoduto Urucu-Coari-Manaus O gasoduto Urucu-Coari-Manaus iniciou as operações em 2009 e tem capacidade de transportar 5,5 milhões de metros cúbicos/dia. O gasoduto liga as unidades de produção localizadas no pólo Arara, em Urucu, até a cidade de Manaus (AM). A extensão deste caminho é de 663,2 km (trecho Urucu - Manaus), além de um total de 139,3 km em nove ramais para Coari. A tabela a seguir apresenta as informações dos trechos do gasoduto Urucu-Coari-Manaus. O gás natural transportado, neste gasoduto, chega às usinas Manauara, Tambaqui, Jaraqui, Aparecida, Mauá, Cristiano Rocha e Ponta Negra - Urucu-Coari-Manaus. Nelas ele gera 760 MW de energia elétrica (PETROBRAS, 2018). Gasoduto Bolívia-Brasil O Gasoduto Bolívia-Brasil teve seu projeto efetivado em 1993, através de acordo firmado entre os governos brasileiro e boliviano, para a exploração, compra e venda do gás natural boliviano o projeto completou 20 anos no final do ano de 2019 E nestes mais de 20 anos de parceria, o GN importado da Bolívia teve uma grande importância para o Brasil. Entre 2006 e 2008, por exemplo, o GN transportado por meio desse gasoduto foi responsável por mais de 50% da média do consumo brasileiro de GN (MME, 2009). Mais especificamente, o duto do gasoduto instalado em Rio Grande, na Bolívia, tem 32 polegadas de diâmetro (81 cm) e alcança a fronteira com o Brasil em Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Segue com o mesmo Trecho Localização Diâmetro (in) A Urucu-Coari 10 B1 Coari-Anamã 20 B2 Anamã-Manaus 20 Trechos do gasoduto Urucu-Coari-Manaus. diâmetro até Campinas-SP, onde bifurca-se em outros dois dutos com diâmetro de 24 polegadas. O primeiro segue até Guararema-SP, onde se interliga com o sistema de dutos da Petrobrás (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte) e o segundo vai até Porto Alegre- RS, na refinaria Alberto Pasqualine. Oleodutos e Polidutos O petróleo necessita ser transportado em quantidades muito grandes por longas distâncias e somente uma combinação da utilização do modal marítimo, através de navios petroleiros, com os oleodutos é que se torna possível o transporte de óleo cru em grandes quantidades, de forma otimizada. Oleodutos transportam também derivados de petróleo de refinarias aos terminais, incluindo terminais de distribuição, destinados ao mercado consumidor. Dentre esses produtos estão os vários tipos de gasolina, diesel, nafta e querosene de aviação. Atualmente, os principais derivados que são transportados por polidutos no Brasil são: 1. Gasolina Comum A – é a gasolina produzida pelas refinarias de petróleo e entregue diretamente às companhias distribuidoras. Essas gasolinas constituem-se basicamente em uma mistura de hidrocarbonetos parafínicos, normais e ramificados, olefínicos normais e ramificados, aromáticos e naftênicos contendo, entre 5 a 10 átomos de carbono. A proporção dessa mistura é tal que especifique o produto como gasolina C, após a mistura com etanol. O etanol adicionado à gasolina, na forma anidra, no Brasil, tem a faixa porcentual fixado por lei federal que varia entre 22 a 25% em volume, a depender da disponibilidade do álcool e da política econômica (Farah, 2012); 2. Óleo diesel - é o derivado de petróleo constituído por hidrocarbonetos de 10 a 25 átomos de carbono, com faixa de destilação comumente situada entre 150oC e 400oC, representando um conjunto de propriedades que permita a sua adequada utilização em motores que funcionam segundo o ciclo diesel. Esse combustível é o maisutilizado no Brasil, principalmente no setor rodoviário, em função da matriz de transporte brasileira. O óleo diesel comercializado no Brasil recebe adição de biodiesel por força de lei federal, em porcentagem definida e regulamentada pela ANP (Resolução ANP n.o 14, 15.5, 2012, Farah,2012); 3. Óleo combustível para Bunker – óleos destinados à produção de energia para movimentar navios. São produzidos a partir de frações destiladas ou do resíduo de vácuo da destilação do petróleo (Farah, 2012); 4. Nafta petroquímica – Frações de petróleo obtidas a partir de naftas de destilação dos tipos leve, média ou pesada, e, também do líquido de gás natural – LGN (Farah, 2012); 5. GLP (Gás Liquefeito do Petróleo) – Mistura formada, em sua quase totalidade, por hidrocarbonetos de três e quatro átomos de carbono, que, embora gasosa nas condições ambientais, pode ser liquefeita por pressurização (Farah, 2012); 6. QAV (Querosene de Aviação) -1 - é definido como um derivado de petróleo de faixa de ebulição compreendida entre 150oC e 300oC, com predominância de hidrocarbonetos parafínicos de 9 a 15 átomos de carbono, utilizado em turbinas aeronáuticas. A classificação QAV-1 significa que o combustível será utilizado para aviação civil (Farah, 2012); 7. AEAC (Álcool Etílico Anidro Combustível) - é uma substância orgânica obtida a partir da fermentação de açúcares, hidratação do etileno ou redução do acetaldeído. O álcool anidro é usado como aditivo em combustíveis, sendo composto de 99,5% de álcool puro e 0,5% de água. Desde julho de 2007, a partir da publicação da Portaria nº143 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, toda gasolina vendida no Brasil deve conter até 25% de etanol combustível anidro (Portaria ANP nº 2, 16.01. 2002). Minerodutos Mineroduto pode ser definido como o modo de transporte de sólidos granulares misturado com um líquido, que funciona como o veículo de transporte. Este líquido normalmente é a água, mas pode ser qualquer outro líquido conveniente, por exemplo, álcool etílico, metanol, salmoura etc. O sólido granulado pode ser constituído também pelos mais diversos materiais: carvão, minério de ferro, minério de cobre, concentrados de cobre, ferro ou fosfato, calcário, rejeitos de beneficiamento, lascas de madeira, bagaço de cana etc. (Chaves, 2002) Na área de minerodutos algumas empresas se destacam: a Samarco (minério de ferro, em Minas Gerais), a Trikem (salgema em Alagoas e Bahia), a Alunorte (bauxita, em Paragominas), a Cadam (caulim no Amapá), a Pará Pigmentos (caulim, no Pará), a Fosfértil (concentrado fosfático em Itapira, MG). Em salmourodutos (dutos para sais diluídos), destacam-se a Dow Nordeste, em Vera Cruz (BA), e a Braskem, em Maceió (AL): ambos movimentam salgema para plantas de soda-cloro. As linhas de dutos mais antigas foram construídas pela COMGÁS no início do século XX e pela PETROBRAS, nos anos cinquenta, mas foi no ano de 1990 que estas empresas construíram o maior número de dutos. Além dos que são operados pela PETROBRAS, a qual transporta petróleo e derivados além do gás natural, há também os de outras empresas como a GÁS BRASILIANO, transportando exclusivamente gás natural. Dutos estaduais ➢ OBATI: Oleoduto Barueri / Utinga. Duas linhas. Transporta produtos claros e escuros, em operação desde 1984. Extensão 50,4 km e 49,6 km; ➢ OPASA: Oleoduto Paulínea / São Paulo. Três linhas, sendo duas de claros (OPASA 10′ e 14′) em operação desde 1972, com 98,8 km e 98,8 km de extensão respectivamente e uma de óleo combustível (OPASA 16′) em operação desde 1974, com 98,2 km de extensão. ➢ OSBAT: Oleoduto São Sebastião/Cubatão. Duas linhas de petróleo de 24′, em operação desde 1968, sendo uma linha entre São Sebastião e Guaratuba com 70,5 km de extensão e outra entre Guaratuba e a Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, com 50,5 km de extensão. ➢ OSPLAN I: Oleoduto do Planalto, de 24′: Três linhas, todas em operação desde 1973, sendo duas de produtos claros entre o terminal de São Sebastião e base intermediária de Rio Pardo, com 32,5 km e 49,7 km de extensão respectivamente, e uma de óleo combustível, entre Rio Pardo e Guararema, com 152,7 km de extensão. ➢ OSPLAN II: Oleoduto São Sebastião/Refinaria do Planalto (REPLAN) de 18′, que transporta produtos claros, em operação desde 1991, com 153,5 km de extensão. ➢ OSSP:Oleoduto Santos/São Paulo, de 10′ B, com uma linha que transporta tanto Gás Liqüefeito do Petróleo (GLP) como produtos claros, com 37,8 km de extensão, em operação desde 1969. ➢ OSSP de 14′ A: Oleoduto Santos / São Paulo. Duas linhas que transportam tanto GLP (Gás Liqüefeito do Petróleo) como produtos claros e, outra entre Cubatão e São Caetano, com 46,2 km de extensão, em operação desde 1989. ➢ OSSP: Oleoduto Santos / São Paulo, de 18′, com duas linhas, entre Cubatão e São Caetano, sendo uma de produtos claros com 37,8 km de extensão, em operação desde 1952 e outra de óleo combustível, com 37,9 km de extensão, em operação desde 1980. A: Alemoa – Santos/Cubatão, com cinco linhas: • A-2 de 14′: Alemoa-Santos/Cubatão de Nafta e GLP, 9,6 km de extensão, em operação desde 1988; • A-4 de 18′: Santos/Cubatão, de gasolina, com 9,6 km de extensão, em operação desde 1988; • A-6: de 14′, de diesel, com 9,6 km de extensão, em operação desde 1988;. • A-8: 18 de óleo combustível, com 9,7 km de extensão, em operação desde 1980 e, • A-9 10 Alemoa – Santos/Cubatão, de GLP, com 9,7 km, em operação desde 1957.– Ramal Especial (RE): 4 linhas entre Refinaria de Capuava (RECAP) e São Caetano: duas de claros/GLP (9,7 km); uma terceira de óleo combustível com também 9,7 km de extensão, em operação desde 1951 e a quarta, de petróleo, com 34,4 km, em operação desde 1953.– OSVAT: Oleoduto São Sebastião/Vale do Paraíba de 16′. Três linhas: uma de claros, entre Refinaria Vale do Paraíba e Guararema, com 36,1 km de extensão, em operação desde 1988; uma segunda também de claros, entre Guararema e Guarulhos, com 58,7 km de extensão, em operação desde 1988 e uma terceira de diesel, entre Suzano e São Caetano, com 37,7 km de extensão, em operação desde 1988. ➢ OSVAT: Oleoduto São Sebastião/Vale do Paraíba de 22′. Duas linhas: uma de claros, entre Refinaria Vale do Paraíba (REVAP) e Guararema, com 36,2 km de extensão, em operação desde 1978 e outra de 24′, de óleo combustível, entre REVAP e Guarulhos, com 95,6 km de extensão, em operação desde 1978. ➢ OSVAT: Oleoduto São Sebastião/Vale do Paraíba: quatro linhas: sendo de 22’de claros e de 24′ de escuros; entre Guararema e Guarulhos de 58,7 km de extensão, em operação desde 1978. As outras duas são de 22′ de claros e de 24′ de óleo combustível, com 24,7 km de extensão ambas, situadas entre São Caetano e Guarulhos, em operação desde 1978. ➢ OSVAT I: Oleoduto São Sebastião/Vale do Paraíba: quatro linhas, todas de petróleo, sendo uma de 30′ entre Guararema e Refinaria de Paulínea (REPLAN) com 152,7 km de extensão, em operação desde 1978; uma segunda de 34′ entre Guararema e Refinaria do Vale do Paraíba (REVAP), com 35,1 km de extensão, uma terceira de 38′, entre Rio Pardo e Guararema com 48,6 km e a quarta de 42′, entre São Sebastião e Rio Pardo, com 34,4 km de extensão. ➢ Ramal (R): Sete ramais entre a Refinaria Presidente Bernardes em Cubatão (RPBC) e a EBC, assim distribuídos: de claros (1/2,0 km de extensão); de petróleo (4/3, 6 km); de claros (5/ 20 km); de claros (6/2,0 km); de escuro (7/2,0 km); de escuros (8/2,0 km); de GLP (9/2,2 km) / EBC/RPBC, todos de 1993. ➢ GASAN: Gasoduto Santos-SP de 12′ de gás natural entre a Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC) e a Refinaria de Capuava (RECAP), com 37,0 km de extensão, em operação desde 1993. Dutos interestaduais ➢ GASPAL: Gasoduto Rio de Janeiro /São Paulo de gás natural, de 22′entre Guarararema e Refinaria de Capuava (RECAP), com 60,5 km, em operação desde 1988. ➢ OSBRA: Oleoduto São Paulo / Brasília que transporta produtos claros, álcool e GLP, de 20′ entre a REPLAN até divisa entre São Paulo e Minas Gerais, com 970 km de extensão, em operação desde 1996. ➢ OSRIO: Oleoduto Rio de Janeiro/São Paulo. Duas linhas, de 16′ ambas de claros, sendo uma vindo do Rio de Janeiro por Lorena (SP) até a Refinaria do Vale do Paraíba (REVAP), com 94,1 km de extensão e outra entre a REVAP e Guararema, com 36,6 km de extensão, em operação desde 1990. ➢ GASBOL: Gasoduto Brasil – Bolívia. Duas linhas: (1): REPLAN, com 153 km de extensão e (2) Brasil/Bolívia, com 3.150 km de extensão, sendo 2.593 km no Brasil e 557 km na Bolívia. Dutos marítimos ➢ MERLUZA: de gás natural, entre Praia Grande (SP) e a Refinaria Presidente Bernardes em Cubatão (RPBC), com 29,0 km de extensão, em operação desde 1993. ➢ SÃO SEBASTIÃO: Linhas Submarinas: N/34 Píer Sul/GLEBA D; LS -S/34 Píer Sul/GLEBA D, com 2,5 km de extensão, ambos de petróleo, em operação desde 1984. O gás natural chega de forma canalizada, pela rede de distribuição de gasodutos da COMGAS para São Paulo proveniente de três origens distintas: Bacia de Campos (RJ), pelo GASPAL – gasoduto Rio de Janeiro /São Paulo, da Bacia de Santos (SP) pelo GASAN – gasoduto Santos-SP, e também da Bolívia, vindo pelo GASBOL – gasoduto Brasil-Bolívia, gerenciados pela TRANSPETRO. Dutos operados pela Petrobrás Criada em 12 de junho de 1998, a TRANSPETRO - Petrobrás Transporte S. A. atua nas áreas de transporte marítimo, dutoviário e na operação de terminais de petróleo e derivados. Entre as atividades previstas estão os serviços de transporte e armazenamento de combustíveis através de dutos, terminais e embarcações, bem como a construção e operação destas instalações. Opera mais de 9.789 km de oleodutos e gasodutos. (Onde em oleodutos, a Petrobrás conta com um monopólio garantido por lei). Dutos operados pela Comgás A COMGAS – Companhia de Gás de São Paulo completou 130 anos de existência e transporta gás por meio de dutos, há mais de setenta anos. Conta com uma malha de mais de 3.000 km de gasodutos distribuídos pela região metropolitana de São Paulo, Baixada Santista, Vale do Paraíba e Campinas principalmente. É uma empresa estatal, atualmente formada por um consórcio com participação de duas companhias estrangeiras, a Shell e a British Gas. Dutos operados pela companhia Gás Natural Seus dutos estão em operação desde fevereiro de 2002, abrangendo as cidades de Itu, Salto, Sorocaba e Votorantim, formando uma rede com extensão de 100 km de aço, em alta pressão (5 a 35 bar), e 70 km de dutos de polietileno em média pressão (1 a 4 bar). Em construção estão mais 50 km de rede de aço, em alta pressão, junto às cidades de Araçoiaba da Serra, Capela do Alto, Tatuí e Cesário Lange. Alguns dos municípios mencionados pertencem às áreas de preservação permanente. A rede de dutos de polietileno atende principalmente às residências e estabelecimentos comerciais, sendo de característica predominantemente urbana. O traçado da rede de aço passa paralelamente junto às rodovias (Castelo Branco e Raposo Tavares), ferrovias e principais avenidas das citadas cidades, englobando áreas urbanas e rurais, incluindo travessias sob cursos d’água. Projeto: Gasbol Finalidade: Transportar o gás vindo da Bolívia, gerenciado pela Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) empresa que tem em sua composição a Petrobras (51%), a BBPP (29%), a YFPB (12%) e a GTB-TBG Holding (8%). Bolivia Trecho Boliviano O Gasoduto começa na localidade boliviana de Rio Grande, 40 quilômetros ao sul de Santa Cruz de la Sierra, um povoado com apenas 400 habitantes de origem indígena, e se estende por 557 km até Porto Suarez, na fronteira com o Brasil. Brasil Trecho Brasileiro Ao cruzar a fronteira, o Gasoduto entra em solo brasileiro por Corumbá (MS). A partir daí, o transporte do gás natural é de responsabilidade da TBG. O Gasoduto atravessa cerca de cinco mil propriedades em 136 municípios distribuídos pelos estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Mato Grosso do Sul • Corumbá • Miranda • Aquidauana • Anastácio • Dois Irmãos do Buriti • Terenos • Campo Grande • Ribas do Rio Pardo • Santa Rita do Pardo • Brasilândia • Três Lagoas São Paulo • Castilho • Nova Independência • Andradina • Murutinga do Sul • Guaraçaí • Mirandópolis • Lavínia • Valparaíso • Bento de Abreu • Rubiácea • Guararapes • Araçatuba • Bilac • Birigui • Coroados • Glicério • Penápolis • Avanhandava • Promissão • Guaiçara • Lins • Cafelândia • Pongaí • Uru • Pirajuí • Reginópolis • Iacanga • Ibitinga • Boa Esperança do Sul • Ribeirão Bonito • Araraquara • Ibaté • São Carlos • Itirapina • Rio Claro • Santa Gertrudes • Iracemápolis • Limeira • Americana • Cosmópolis • Paulínia • Campinas • Jaguariúna • Valinhos • Itatiba • Morungaba • Jarinu • Bragança Paulista • Atibaia • Bom Jesus dos Perdões • Nazaré Paulista • Santa Isabel • Moji das Cruzes • Guararema • Monte Mor • Indaiatuba • Salto • Itu • Porto Feliz • Sorocaba • Iperó • Araçoiaba da Serra • Capela do Alto • Sarapuí • Itapetininga • Capão Bonito • Itapeva • Ribeirão Branco • Apiaí • Barra do Chapéu • Itapirapuã Paulista Paraná • Doutor Ulysses • Cerro Azul • Rio Branco do Sul • Itaperuçu • Campo Magro • Almirante Tamandaré • Campo Largo • Araucária • Curitiba • Fazenda Rio Grande • São José dos Pinhais • Tijucas do Sul • Guaratuba Santa Catarina • Garuva • Joinville • Guaramirim • Massaranduba • Luiz Alves • Gaspar • Brusque • Canelinha • Tijucas • Biguaçu • Antônio Carlos • São Pedro de Alcântara • Santo Amaro da Imperatriz • Águas Mornas • São Bonifácio • São Martinho • Armazém • Gravatal • Tubarão • Pedras Grandes • Treze de Maio • Urussanga • Cocal do Sul • Siderópolis • Nova Veneza • Morro Grande • Timbé do Sul Rio Grande do Sul • São José dos Ausentes • Cambará do Sul • Jaquirana • São Francisco de Paula • Taquara • Igrejinha • Parobé • Nova Hartz • Araricá • Sapiranga • Novo Hamburgo • Gravataí • Cachoeirinha • Canoas Como funciona: O gás natural importado pelo Gasbol é produzido na Bolívia e transportado até o Brasil. A estrutura compreende, ao longo do trajeto: 15 estações de compressão (que mantêm a pressão para o transporte); 47 pontos de entrega, ou city-gate (que reduzem a pressão para entregar o gás à distribuidora local); e quatro estações de medição, sendo três no Brasil (que controlam pressão e variáveis operacionais). Histórico: O Gasbol começou a sair do papel em 1991, quando foi firmada uma Carta de Intenção sobre o Processo de Integração Energética, entre Petrobras, YfPB (estatal boliviana de petróleo) e o Ministério de Energia e Hidrocarburetos, da Bolívia. Em março de 1992, foi definido o traçado do gasoduto, No ano seguinte, os dois governos firmaram tratado para a importação do gás natural, e o acordo definitivo de compra e venda de gás foi assinado entre a Petrobras e a YPFB em agosto de 1996. No mesmo ano, foi firmado o Tratado de La Paz, que regeu a construção, o funcionamento e o comércio do insumo. O acordo previu a comercialização de até 30 milhões de metros cúbicos diários de gás natural, por um prazo de 20 anos, com cláusula de take or pay, que significava pagamento por um volume mínimo de gás, independente da produção ser escoada ou não para o lado brasileiro. O primeiro trecho do Gasbol (trecho Norte, passando por Corumbá-MS, Paulínia-SP e Guararema-SP) começou a operar em 1999.O funcionamento pleno só ocorreu em 2010, com inauguração do trecho Paulínia (SP) – Araucária (PR). Curiosidade: O Gasbol é o maior gasoduto da América Latina em extensão, com um total de 3.150 km, sendo 557 km na Bolívia e 2.593 km no Brasil. Notícia Matéria: Lei que libera recursos para gasoduto Bolívia-Brasil é sancionada Data: 29/12/2021 Horário: 16h40 “O presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou nesta quarta-feira (29) a Lei 14.281, de 2021, que abre crédito especial no valor de R$ 38 milhões em favor da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil S.A. (TBG) e da refinaria Mataripe S.A., na Bahia. O valor será usado em ações de transportes especiais e manejo de combustíveis e energia. A lei decorre do PLN 29/2021, aprovado no Congresso Nacional no dia 17 de dezembro.” “Em relação ao gasoduto, o objetivo é ampliar a capacidade do Trecho Sul para atender a demanda adicional por gás natural.” (Trechos retirados do site: www12.senado.leg.br) Notícia Matéria: Sulgás e SCGÁS vencem CP da TBG Data: 17/06/22 Assunto: Sulgás (Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul) e SCGÁS (Companhia de Gás de Santa Catarina) vencem a chamada pública de contratação da capacidade firme disponível no Gasoduto Bolívia- Brasil (Gasbol). As duas assinaram contratos de transporte de gás para o período de 2022-2026, no modelo de entrada e saída. A Sulgás garantiu capacidade de 4 milhões de m³/dia na zona de saída RS1 (zona que atende à área de concessão da distribuidora gaúcha), enquanto a SCGás saiu com 3,7 milhões de m³/dia na zona de saída SC2 (abrange as estações de recebimento catarinenses, de Biguaçu até Nova Veneza). O resultado da chamada pública do Gasbol pode ser resumido assim: • A Petrobras foi a única empresa a alocar capacidade de entrada. • A Petrobras também conseguiu 16,667 milhões de m³/dia de capacidade de saída em cinco zonas em São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul para 2022. A SCGás e a Sulgás, por sua vez, ampliaram as respectivas capacidades contratadas: A distribuidora catarinense conseguiu contratar 60 mil m³/dia para 2023; 1,06 milhão de m³/dia para 2024; 1,13 milhão de m³/dia para 2025; e 1,469 milhão de m³/dia para 2026 nas zonas SC1 e SC2; Já no Rio Grande do Sul, a Sulgás alocou 220 mil m³/dia em 2023; 1,094 milhão de m³/dia em 2024; 1,097 milhão de m³/dia em 2025; e 1,656 milhão de m³/dia em 2026. Distribuição de Gás no Brasil • A partir da construção do gasoduto Bolívia-Brasil, no final dos anos 1990, observou-se uma significativa expansão do setor de gás natural brasileiro. A Importância Do Gás Natural No Brasil Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), o Brasil produz mais de 110 milhões de metros cúbicos de gás por dia, chegando a mais de 40 bilhões de metros cúbicos anuais. (A indústria é responsável por mais de 50% do gás usado em nossas terras, com a geração de energia responsável por 1/3 do consumo). Como Funciona o Sistema de Distribuição de Gás Natural Antes de ser distribuído, o gás passa por diversos processos que se interligam até chegar ao consumidor final. Os processos são: • Exploração; • Processamento; • Liquefação para o estado gasoso; • Transporte do processamento para distribuição; • Regaseificação; • Estocagem; • E distribuição; Na parte de distribuição a Petrobrás comanda a maior parcela no território nacional, junto com ela existem outras 27 distribuidoras de gás natural credenciadas (19 são geridas com participação da Petrobrás). Fonte: Elaboração FGV CERI com base em Abegás Projetos Recentes/Futuro A recente aprovação da Nova Lei do Gás (LEI Nº 14.134, DE 8 DE ABRIL DE 2021) Dispõe sobre as atividades relativas ao transporte de gás natural, de que trata o art. 177 da Constituição Federal, e sobre as atividades de escoamento, tratamento, processamento, estocagem subterrânea, acondicionamento, liquefação, regaseificação e comercialização de gás natural; altera as Leis nºs 9.478, de 6 de agosto de 1997, e 9.847, de 26 de outubro de 1999; e revoga a Lei nº 11.909, de 4 de março de 2009, e dispositivo da Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002 • Possibilitará um novo ciclo de investimentos e de expansão do setor no país. A infraestrutura de gás natural no Brasil é modesta, com apenas 9.409 km de gasodutos de transporte (extensão que se mantém praticamente constante desde 2010) atendendo a uma área de 8,5 milhões km2 e uma população de mais de 210 milhões de habitantes. Existem oportunidades de investimento na infraestrutura de estocagem (armazenamento de gás natural em reservatórios naturais ou artificiais) e acondicionamento (confinamento de gás natural na forma gasosa, líquida ou sólida para o seu transporte ou consumo). Ao longo da última década, a discussão sobre o marco regulatório do gás evoluiu, materializada no Projeto de Lei 6.407/2013, renumerado como PL 4.476/2020 no Senado Federal, aprovado em 17 de março de 2021 na Câmara dos Deputados e sancionado em 08 de abril de 2021 pelo presidente da República. Chamada de Nova Lei do Gás, a Lei 14.134 constitui o atual marco regulatório para o mercado de gás natural no Brasil. O objetivo manifesto da Nova Lei do Gás é promover a concorrência por meio do favorecimento da entrada de novos agentes no setor, buscando um mercado de gás natural aberto à competição. Com a Nova Lei do Gás, o regime de concessão é substituído pelo de autorização da ANP para o exercício das atividades de construção, ampliação de capacidade e operação de unidades de processamento ou tratamento de gás natural, de gasodutos de escoamento da produção. Ocorrendo outras mudanças: A desverticalização do setor, de modo a assegurar a independência entre transportador e comercializador; a figura do consumidor livre, que poderá adquirir gás natural de qualquer agente comercializador; e a garantia do direito do consumidor livre, autoprodutor ou autoimportador poder construir dutos para o atendimento de suas necessidades específicas, desde que a distribuidora estadual não o possa fazer. Projeto Gasene O projeto Gasene (Gasoduto da Integração Sudeste-Nordeste) foi a construção do maior gasoduto brasileiro, cujo objetivo era integrar a malha nordeste à malha sudeste do país, conectando gasodutos isolados e aumentando assim a capilaridade de distribuição nacional. O gasoduto liga o terminal de Cabiúnas (RJ) ao Catu (BA) e tem uma extensão total de aproximadamente 1.400 km, perpassando cerca de 50 municípios em três diferentes estados (Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia). Gasoduto Cabiúnas-Vitória (GASCAV) - construído entre abril/2006 e fevereiro/2008; Gasoduto Cacimbas-Vitória - trecho construído pela Petrobras, entre fevereiro/2005 e novembro/2007; Gasoduto Cacimbas-Catu (GASCAC) - construído entre março/2008 e março/2010; Fonte: PETROBRAS (2005) Como projetos de gasodutos apresentam baixa margem de retorno, se comparados a outros projetos de Exploração e Produção de Petróleo, muitas vezes, projetos como do Gasene não são priorizados na carteira da Petrobras. Assim, para viabilizar projetos como esse, lançou-se mão de uma estruturação financeira, de forma que a própria receita proveniente do projeto garantisse o pagamento de seus credores. Para tanto, foi constituída uma sociedade de propósito específico (SPE) chamada Transportadora Gasene S.A., sem a participação acionária da Petrobras. O processo de estruturação do Gasene foi iniciado em 2004 por meio de negociações junto a diversos financiadores. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) era o principal contato no Brasil, enquanto o CDB (China Development Bank) no exterior. O banco chinês queria a contratação da SINOPEC como a empresa responsável
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