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1 Khilver Doanne Sousa Soares Ansiolíticos & Hipnóticos Farmacologia V Farmacologia Ilustrada, 6 ed. Benzodiazepínicos Os benzodiazepínicos são os ansiolíticos mais usados. Eles substituíram os barbitúricos e o meprobamato no tratamento da ansiedade e da insônia por serem fármacos considerados mais seguros e eficazes. Certos antidepressivos com ação ansiolítica, como os inibidores seletivos da captação de serotonina (ISCSs), são preferidos em vários casos, e os hipnóticos não benzodiazepínicos e os anti-histamínicos podem ser preferíveis contra insônia. Os alvos para as ações dos benzodiazepínicos são os receptores do ácido γ- aminobutírico tipo A GABAA. (Nota: o GABA é o principal neurotransmissor inibitório no sistema nervoso central [SNC].) Os receptores do GABAA são compostos de uma combinação, no somatório de cinco subunidades α, β e γ inseridas na membrana pós-sináptica. Relação entre a dose letal e a dose eficaz para morfina (um opioide), clorpromazina (um antipsicótico) e os fármacos ansiolíticos e hipnóticos fenobarbital e diazepam. Farmacologia Ilustrada 6 ed. A fixação do GABA ao seu receptor inicia a abertura do canal iônico central, permitindo a entrada de cloro através do poro. O influxo do íon cloreto causa hiperpolarização do neurônio e diminui a neurotransmissão, inibindo a formação de potenciais de ação. Os benzodiazepínicos modulam os efeitos do GABA ligando-se a um local específico de alta afinidade (distinto do local de ligação do GABA), situado na interface da subunidade α e da subunidade γ no receptor GABA A. Os benzodiazepínicos aumentam a frequência da abertura dos canais produzida pelo GABA. (Nota: a ligação do benzodiazepínico ao seu receptor aumentará a afinidade do GABA por seus locais de ligação, e vice-versa). A depender da dose os benzodiazepínicos podem apresentar várias terapêuticas: 1. Redução da ansiedade: Em doses baixas, os benzodiazepínicos são ansiolíticos. A redução da ansiedade é atribuída à potenciação seletiva da transmissão GABAérgica em neurônios que têm 2 Khilver Doanne Sousa Soares a subunidade α2 em seus receptores GABA A, inibindo, assim, os circuitos neuronais no sistema límbico do cérebro. Diagrama esquemático do complexo canal íon cloreto-GABA-benzodiazepínico. GABA, ácido γ-aminobutírico. Farmacologia Ilustrada, 6 ed. 2. Efeito hipnótico/sedativo: Todos os benzodiazepínicos têm propriedades sedativa e calmante, e alguns podem produzir hipnose (sono produzido “artificialmente”) em doses mais elevadas. O efeito hipnótico é mediado pelos receptores α1-GABAA. 3. Amnésia anterógrada: A perda temporária da memória com o uso de benzodiazepínicos também é mediada pelos receptores α1-GABAA. A capacidade de aprender e formar novas memórias também é reduzida. 4. Efeito anticonvulsivante: Vários benzodiazepínicos têm atividade anticonvulsivante. Esse efeito é parcialmente mediado pelos receptores α1-GABAA. 5. Relaxamento muscular: Em doses elevadas, os benzodiazepínicos diminuem a espasticidade do músculo esquelético, provavelmente aumentando a inibição pré-sináptica na medula espinal, onde predominam os receptores α2-GABAA. O baclofeno é um relaxante muscular que parece atuar nos receptores GABA na medula espinal. Existem pequenas diferenças nas propriedades ansiolíticas, anticonvulsivantes e sedativas entre os diferentes benzodiazepínicos. 1. Distúrbios de ansiedade: Os benzodiazepínicos são eficazes no tratamento dos sintomas da ansiedade secundária ao transtorno de pânico, do transtorno de ansiedade generalizada (TAG), do transtorno de ansiedade social e por performance, do transtorno de estresse pós-traumático, do transtorno obsessivo- compulsivo e da ansiedade extrema encontrada, às vezes, em fobias específicas, como o medo de voar. Os benzodiazepínicos também são úteis no tratamento da ansiedade relacionada com 3 Khilver Doanne Sousa Soares depressão e esquizofrenia. Esses fármacos devem ser reservados para a ansiedade grave, e não devem ser usados para lidar com o estresse da vida diária. Os benzodiazepínicos de ação mais longa, como clonazepam, lorazepam e diazepam, são preferidos nos pacientes com ansiedade que pode exigir tratamento por tempo prolongado. Os efeitos ansiolíticos dos benzodiazepínicos são menos sujeitos à tolerância do que os efeitos sedativos e hipnóticos. (Nota: tolerância – isto é, diminuição da resposta com doses repetidas – ocorre quando o uso se estende por mais de uma ou duas semanas). Comparação da duração de ação dos benzodiazepínicos. Farmacologia Ilustrada, 6 ed. 2. Distúrbios do sono: Poucos benzodiazepínicos são úteis como hipnóticos. Eles diminuem a latência para dormir e aumentam o estágio II do sono não REM. O sono REM e o sono de ondas lentas são diminuídos. No tratamento da insônia, é importante o equilíbrio entre o efeito sedativo necessário na hora de deitar e a sedação residual (“ressaca”) após o despertar. Os benzodiazepínicos comumente prescritos contra os distúrbios do sono incluem os de ação intermediária (temazepam) e os de curta ação (triazolam). O de longa ação (flurazepam) é raramente usado, devido a sua longa meia-vida, que pode resultar em sedação excessiva durante o dia e acúmulo do fármaco, especialmente em idosos. a. Temazepam: Esse fármaco é útil em pacientes que acordam frequentemente. Contudo, como o efeito sedativo máximo ocorre de 1 a 3 horas após a dose oral, ele deve ser administrado de 1 a 2 horas antes da hora prevista para deitar. b. Triazolam: Enquanto o temazepam é útil contra a insônia causada pela incapacidade de permanecer dormindo, o triazolam é eficaz para tratar indivíduos que têm dificuldade em começar a dormir. Em poucos dias, desenvolve-se tolerância, e a retirada do fármaco, em geral, resulta em insônia de rebote. Por isso, este fármaco não é um dos mais indicados e é mais usado de modo intermitente. 3. Amnésia: Em geral, os fármacos de ação curta são empregados como pré-medicação para procedimentos desconfortáveis e que provocam ansiedade, como endoscopias e procedimentos odontológicos e angioplastia. Eles causam uma forma de sedação consciente, permitindo ao paciente atender certas instruções durante esses procedimentos. 4. Convulsões: Clonazepam é usado ocasionalmente como tratamento adjunto contra certos tipos de convulsões, e lorazepam e diazepam são fármacos de escolha no controle do estado epilético. 5. Distúrbios musculares: O diazepam é útil no tratamento de espasmos dos músculos 4 Khilver Doanne Sousa Soares esqueléticos, como os que ocorrem no estiramento, e no tratamento da espasticidade devida a doenças degenerativas. Farmacocinética 1. Absorção e distribuição: Os benzodiazepínicos são lipofílicos. São rápida e completamente absorvidos após administração oral, distribuem por todo organismo e entram no SNC. 2. Duração de ação: A meia-vida dos benzodiazepínicos é importante clinicamente, pois a duração da ação pode determinar a utilidade terapêutica. Os benzodiazepínicos podem ser divididos em grupos de curta, média e longa ação. 3. Destino: A maioria dos benzodiazepínicos, incluindo o clordiazepóxido e o diazepam, é biotransformada pelo sistema microssomal hepático para compostos que também são ativos. Para esses benzodiazepínicos, a meia-vida aparente representa a soma das ações do fármaco principal e seus metabólitos. Os efeitos terminam não só por excreção, mas também por redistribuição. Os benzodiazepínicos são excretados na urina como glicuronídeos ou metabólitos oxidados. Todos os benzodiazepínicos atravessam a placenta e podem deprimir o SNC do neonato. Pode-se desenvolver dependência física e psicológica aos benzodiazepínicos se doses elevadas forem administradas por longos períodos. Todos os benzodiazepínicos são fármacos controlados. A interrupção abrupta resulta em sintomas de abstinência, incluindo confusão,ansiedade, agitação, intranquilidade, insônia, tensão e (raramente) convulsões Efeitos adversos Sedação e confusão são os efeitos adversos mais comuns dos benzodiazepínicos. Ocorre ataxia em doses elevadas, impedindo as atividades que exigem coordenação motora fina, como dirigir automóvel. Pode ocorrer comprometimento cognitivo (diminuição da evocação de memória e da retenção de novos conhecimentos) com o uso dos benzodiazepínicos. Flumazenil é um antagonista do receptor GABA que pode rapidamente reverter os efeitos dos benzodiazepínicos. O fármaco está disponível apenas para administração intravenosa (IV). O início de ação é rápido, mas a duração é curta, com meia-vida de cerca de uma hora Orientação de tratamento da ansiedade persistente. Farmacologia Ilustrada, 6 ed. Buspirona A buspirona é útil no tratamento crônico do TAG e tem eficácia comparável à dos benzodiazepínicos. Esse fármaco tem início de ação lento e não é eficaz para tratamento de curta duração ou para estados de ansiedade agudos. As ações da buspirona parecem mediadas pelos receptores de serotonina (5-HT1A), embora ela também tenha alguma afinidade pelos receptores D2 da dopamina e 5-HT2A da serotonina. Assim, seu modo de ação difere do mecanismo de ação dos benzodiazepínicos. Além disso, a buspirona não tem as propriedades anticonvulsivantes e miorrelaxantes dos benzodiazepínicos. A frequência dos efeitos adversos é baixa, sendo os mais comuns cefaleia, nervosismo, náuseas e tonturas. 5 Khilver Doanne Sousa Soares Barbitúricos Os barbitúricos foram, no passado, a base do tratamento usado para sedar o paciente ou para induzir e manter o sono. Com o tempo, foram amplamente substituídos pelos benzodiazepínicos, principalmente porque os barbitúricos induzem a tolerância e a dependência física e estão associados a sintomas de abstinência graves. Mecanismo de ação A ação hipnoticossedativa dos barbitúricos se deve à sua interação com os receptores GABAA, potencializando a transmissão GABAérgica. O local de ligação dos barbitúricos no receptor GABA é diferente daquele dos benzodiazepínicos. Os barbitúricos potenciam a ação do GABA na entrada de cloreto no neurônio, prolongando o tempo de abertura do canal de cloreto. Além disso, os barbitúricos podem bloquear os receptores excitatórios glutamato. Ações 1. Depressão do SNC: Em doses baixas, os barbitúricos produzem sedação (têm um efeito calmante e reduzem a excitação). Em doses crescentes, eles causam hipnose, seguida de anestesia (perda das sensações) e, finalmente, coma e morte. Assim, qualquer grau de depressão do SNC é possível, dependendo da dosagem. 2. Depressão respiratória: Os barbitúricos suprimem as respostas à hipóxia e aos quimiorreceptores ao dióxido de carbono (CO2). A dosagem excessiva é seguida de depressão respiratória e morte. Barbitúricos classificados de acordo com sua duração de ação. Farmacologia Ilustrada, 6 ed. Anticonvulsivante: O fenobarbital tem atividade anticonvulsiva específica que se diferencia da depressão inespecífica do SNC. Ele é usado por longos períodos no controle das convulsões tônico-clônicas. Contudo, o fenobarbital pode deprimir o desenvolvimento cognitivo em crianças e diminuir o desempenho cognitivo em adultos; portanto, deve ser usado apenas se outros tratamentos falharem. De modo similar, o fenobarbital pode ser usado no tratamento do estado epilético refratário. Farmacocinética Os barbitúricos são bem absorvidos por administração oral e distribuem por todo o organismo. Todos os barbitúricos se redistribuem do SNC para as áreas esplâncnicas, para o músculo esquelético e, finalmente, para o tecido adiposo. Os barbitúricos atravessam facilmente a placenta e podem deprimir o feto. 6 Khilver Doanne Sousa Soares Efeitos adversos dos barbitúricos. Farmacologia Ilustrada, 6 ed. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina Os ISRS são eficazes no tratamento da depressão maior. Eles também são ansiolíticos, com eficácia demonstrada no tratamento do transtorno de ansiedade generalizada, do transtorno do pânico, da ansiedade social e do transtorno obsessivo-compulsivo (Rush et al., 2006). A sertralina e a paroxetina foram aprovadas para o tratamento do TEPT. Os ISRS também são usados no tratamento da síndrome disfórica pré-menstrual e na prevenção dos sintomas vasovagais em mulheres na pós- menopausa. A recaptação da 5-HT nas terminações pré-sinápticas é mediada pelo SERT; a captação neuronal constitui o principal processo pelo qual a transmissão por meio da 5-HT é encerrada. Os ISRS bloqueiam a recaptação e aumentam e prolongam a neurotransmissão serotoninérgica. O tratamento com ISRS provoca estimulação dos autorreceptores 5-HT1A e 5-HT7 nos corpos celulares no núcleo da rafe e dos autorreceptores 5-HTID nos terminais serotonérgicos; isso reduz a síntese e a liberação de 5-HT. Com tratamento repetido com ISRS, há uma infrarregulação e dessensibilização gradativas desses mecanismos autorreceptores. Além disso, a infrarregulação dos receptores 5- HT2A pós-sinápticos pode contribuir diretamente para a eficácia do antidepressivo ou influenciar a função dos neurônios noradrenérgicos e de outros neurônios por meio de heterorreceptores serotonérgicos. Outros receptores pós-sinápticos 5-HT provavelmente continuam responsivos a concentrações sinápticas aumentadas de 5-HT e contribuem para os efeitos terapêuticos dos ISRS. Os efeitos de ocorrência mais tardia do tratamento com ISRS também podem ser importantes para mediar as respostas terapêuticas finais. Incluem aumento duradouro da sinalização do AMP cíclico e fosforilação do fator de transcrição nuclear CREB, bem como aumentos na expressão de fatores tróficos, como BDNF, e aumentos da neurogênese a partir de células progenitoras no hipocampo e na zona subventricular. Efeitos Adversos dos ISRS’s Os ISRS não apresentam efeitos colaterais cardiovasculares significativos. Em geral, os ISRS são desprovidos de efeitos colaterais antimuscarínicos (boca seca, retenção urinária, confusão) e não bloqueiam os receptores a- adrenérgicos; a maioria dos ISRS, com exceção da paroxetina, não bloqueia os receptores de histamina e, em geral, não tem efeitos sedativos. Os efeitos adversos dos ISRS em consequência da estimulação excessiva dos receptores de 5-HT2 no cérebro podem resultar 7 Khilver Doanne Sousa Soares em insônia, aumento da ansiedade, irritabilidade e diminuição da libido, agravando efetivamente os sintomas depressivos proeminentes. O excesso de atividade nos receptores de 5-HT2 espinais provoca efeitos colaterais sexuais, incluindo disfunção erétil, anorgasmia e retardo na ejaculação. A estimulação dos receptores 5-HT3 no SNC e na periferia contribui para os efeitos GI, que, em geral, são limitados a náuseas, mas podem incluir diarreia e vômitos. Alguns pacientes experimentam um aumento da ansiedade, principalmente com a dosagem inicial de ISRS. Com a continuação do tratamento, alguns pacientes também relatam comprometimento das capacidades intelectuais e da concentração. Vantagens e desvantagens terapêuticas de alguns fármacos ansiolíticos e hipnóticos. SNC, sistema nervoso central. Farmacologia Ilustrada, 6 ed. 8 Khilver Doanne Sousa Soares Outros Hipnóticos Zolpidem O hipnótico zolpidem não é relacionado aos benzodiazepínicos estruturalmente, mas se fixa seletivamente ao receptor benzodiazepínico do subtipo BZ1. O zolpidem não tem propriedades anticonvulsivantes ou miorrelaxantes. Ele apresenta poucos efeitos de abstinência e provoca insônia de rebote mínima. Com o uso prolongado, ocorre pouca tolerância. O zolpidem é rapidamente absorvido no trato gastrintestinal (TGI), tem rápido início de ação e meia-vida de eliminação curta (cerca de 2-3 horas). Produz efeito hipnótico por cerca de 5 horas. O zolpidem sofre oxidação hepática a produtos inativos,pelo sistema CYP450. Diferentemente dos benzodiazepínicos, nas dosagens hipnóticas usuais, os fármacos não benzodiazepínicos zolpidem, zaleplona e eszopiclona não alteram significativamente os vários estágios do sono e, assim, costumam ser os hipnóticos preferidos. Zaleplona Zaleplona é um hipnótico não benzodiazepínico oral similar ao zolpidem; contudo, a zaleplona causa menos efeitos residuais nas funções psicomotoras e cognitivas em comparação ao zolpidem ou aos benzodiazepínicos. Eszopiclona Eszopiclona é um hipnótico não benzodiazepínico oral que também atua no receptor BZ1. Revelou-se eficaz contra insônia por até 6 meses. É rapidamente absorvido (tempo para o pico de 1 hora), extensamente biotransformado por oxidação e desmetilação pelo sistema CYP450 e excretado principalmente na urina. A sua meia-vida de eliminação é de cerca de 6 horas. Os efeitos adversos da eszopiclona incluem ansiedade, xerostomia, cefaleia, edema periférico, sonolência e gosto desagradável. Ramelteona A ramelteona é um agonista seletivo dos subtipos de receptores de melatonina MT1 e MT2. A melatonina é um hormônio secretado pela glândula pineal que auxilia na manutenção do ritmo circadiano subjacente ao ciclo sono-vigília normal. A indução e a promoção do sono parecem devidas à estimulação dos receptores MT1 e MT2 pela ramelteona. Ela é indicada para o tratamento da insônia caracterizada pela dificuldade de “começar” a dormir. Tem potencial de abuso mínimo e, portanto, podem ser usados por longos períodos. Anti-histamínicos Alguns anti-histamínicos com propriedades sedativas, como difenidramina, hidroxizina e doxilamina, são eficazes no tratamento dos tipos leves de insônia situacional. Contudo, eles têm efeitos indesejados (como os efeitos anticolinérgicos) que os tornam menos úteis do que os benzodiazepínicos e os não benzodiazepínicos. REFERÊNCIAS GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman Cecil Medicina. 24. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. WHALEN, Karen; FINKEL, Richard; PANAVELIL, Thomas A. Farmacologia Ilustrada. 6.ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. BRUNTON, Laurence L.; CHABNER, Bruce A.; KNOLLMANN, Bjorn C. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman & Gilman. 13. ed. São Paulo: AMGH, 2018. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________
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