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Sistema Respiratório: Funções e Estrutura

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@poli.canuto 
 
 
Revisão de sistema respiratório 
A função principal do sistema respiratório, que consiste em vias 
respiratórias e pulmões, é realizar a troca gasosa. O oxigênio do ar 
é transferido ao sangue, enquanto o dióxido de carbono do sangue 
é eliminado na atmosfera. (PORTH) 
 Além da troca gasosa, os pulmões atuam como linha de defesa do 
hospedeiro, formando uma barreira entre o ambiente exterior e as 
estruturas internas do corpo. (PORTH) 
Por fim, os pulmões também atuam como órgão metabólico capaz 
de sintetizar e metabolizar diversos compostos. (PORTH) 
O sistema respiratório é constituído pelo nariz, pela faringe, pela 
laringe, pela traqueia, pelos brônquios e pelos pulmões (TORTORA) 
Estruturalmente, o aparelho respiratório é constituído por duas 
partes: (TORTORA) 
 O sistema respiratório superior inclui o nariz, a cavidade 
nasal, a faringe e estruturas associadas; (TORTORA) 
 O sistema respiratório inferior inclui a laringe, a traqueia, os 
brônquios e os pulmões (TORTORA) 
Funcionalmente, o sistema respiratório também é formado por duas 
partes. (TORTORA) 
 A zona condutora consiste em várias cavidades e tubos 
interconectados (intrapulmonares e extrapulmonares). 
Estes incluem o nariz, a cavidade nasal, a faringe, a laringe, 
a traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os bronquíolos 
terminais; sua função é filtrar, aquecer e umedecer o ar 
e conduzi-lo para os pulmões. (TORTORA) 
 A zona respiratória consiste em tubos e tecidos nos 
pulmões onde ocorrem as trocas gasosas. Estes incluem 
os bronquíolos respiratórios, os ductos alveolares, os sacos 
alveolares e os alvéolos e são os principais locais de trocas 
gasosas entre o ar e o sangue. (TORTORA) 
 
 
 
Funções do sistema respiratório (TORTORA) 
 Hematose: possibilitar as trocas gasosas: ingestão de O2 
para entregá-lo às células corporais e remoção do CO2 
produzido pelas células do corpo 
 Ajudar a regular o PH 
 Conter receptores para o sentido do olfato. A sensação 
de odor ocorre quando as moléculas transportadas pelo ar 
penetram na cavidade nasal 
 Filtrar o ar inspirado 
 Produção de voz 
 Eliminar água e calor 
 Produzir de mediadores químicos: o pulmão produz a 
enzima conversora da angiotensina (ECA) 
 Proteção: o sistema respiratório fornece proteção contra 
alguns microrganismos, impedindo-os de entrar no corpo 
e removendo-os da superfície respiratória 
 
Vias respiratórias de condução 
As vias respiratórias de condução consistem em vias nasais, boca e 
faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos (PORTH) 
Além de funcionarem como conduto do fluxo de ar, as vias 
respiratórias de condução também ajudam a “condicionar” o ar 
inspirado. O ar que respiramos é aquecido, filtrado e umidificado, à 
medida que passa por essas estruturas. (PORTH) 
O calor é transferido ao ar pelo sangue que flui ao longo das paredes 
das vias respiratórias. A cobertura mucociliar remove materiais 
estranhos e a água liberada pelas mucosas é usada para umidificar o 
ar. (PORTH) 
Uma combinação de cartilagem, fibras colágenas e elásticas, e 
musculatura lisa confere às vias respiratórias rigidez e flexibilidade 
necessárias à manutenção de sua perviedade, além de assegurar o 
fornecimento ininterrupto de ar. (PORTH) 
A maior parte das vias respiratórias de condução é revestida com 
epitélio colunar pseudoestratificado, que contém uma mistura de 
glândulas secretoras de muco, células ciliares com projeções 
semelhantes a pelos, e glândulas sebáceas secretoras de líquido 
aquoso contendo enzimas antibacterianas (PORTH) 
A camada epitelial torna-se gradativamente mais fina, à medida que 
se avança do epitélio pseudoestratificado dos brônquios para o 
epitélio cuboide dos bronquíolos e, então, para o epitélio escamoso 
dos alvéolos. (PORTH) 
O muco produzido pelas células epiteliais das vias respiratórias de 
condução forma uma camada conhecida como cobertura mucociliar. 
Essa camada protege o sistema respiratório retendo poeira, 
bactérias e outras partículas estranhas que entram nas vias 
respiratórias. (PORTH) 
 Os cílios, que estão em movimento constante, mobilizam a 
cobertura mucociliar com suas partículas retidas na direção da 
 
@poli.canuto 
orofaringe, em um padrão semelhante ao de elevador. Na orofaringe, 
a cobertura mucociliar é expectorada ou deglutida. (PORTH) 
A função dos cílios na limpeza das vias respiratórias inferiores é máxima quando os 
níveis de oxigênio são normais, mas é prejudicada quando os níveis de oxigênio estão 
acima ou abaixo da faixa normal. As condições que ressecam as vias respiratórias, 
inclusive respirar ar ambiente aquecido e não umidificado nos meses de inverno, 
também prejudicam a função ciliar. O tabagismo reduz ou paralisa a motilidade ciliar. 
Essa redução da motilidade possibilita que os resíduos provenientes da fumaça do 
cigarro, poeira e outras partículas acumulem-se nos pulmões, reduzindo a eficiência 
do sistema de defesa pulmonar. (PORTH) 
 
Nariz Cavidade nasal 
O frontal, os ossos nasais e as 
maxilas formam a estrutura 
óssea da parte externa do 
nariz. (TORTORA) 
 
A cavidade nasal estende-se 
desde as narinas até as 
coanas. As narinas são as 
aberturas externas da 
cavidade nasal, e as coanas 
são as aberturas para a 
faringe Uma estrutura vertical, 
o septo nasal, divide a 
cavidade nasal nos lados 
direito e esquerdo. 
(TORTORA) 
 
Os componentes da estrutura 
cartilaginosa são a cartilagem 
do septo nasal, que forma a 
parte anterior do septo nasal; 
as cartilagens nasais 
acessórias inferiormente aos 
ossos nasais; e as cartilagens 
alares, que formam uma parte 
das paredes das narinas. 
(TORTORA) 
 
A parte anterior da cavidade 
nasal, dentro de cada narina, é 
o vestíbulo (entrada). O teto 
da cavidade nasal é formado 
pelos ossos etmoide e 
esfenoide; seu assoalho é 
composto pelo palato, que 
separa as cavidades nasal e 
bucal e mantém o alimento 
fora das vias aéreas 
 Ductos dos seios 
paranasais (que drenam muco) 
e os ductos lacrimonasais (que 
drenam lágrimas) também se 
abrem na cavidade nasal. 
(TORTORA) 
 
 Três conchas formadas por 
projeções das conchas nasais 
superior, média e inferior se 
estendem de cada parede 
lateral da cavidade nasal. Perto 
de alcançar o septo nasal, as 
conchas se subdividem em 
cada lado da cavidade nasal 
em várias estruturas 
semelhantes a cavernas – 
os meatos nasais superior, 
médio e inferior. (TORTORA) 
 
Vias respiratórias faríngeas 
Com a respiração normal, o nariz é a via preferida para a entrada 
do ar no sistema respiratório. À medida que o ar passa pelas vias 
nasais, ele é filtrado, aquecido e umidificado. As vias nasais exteriores 
são revestidas por pelos grossos, que filtram e retêm poeira e outras 
partículas grandes presentes no ar. (PORTH) 
A parte superior da cavidade nasal é revestida por mucosa, que 
contém uma rede profusa de diminutos vasos sanguíneos. Essa 
parte da cavidade nasal fornece calor e umidade ao ar que 
respiramos. (PORTH) 
A boca funciona como via respiratória alternativa quando as vias 
nasais estão obstruídas ou há necessidade de trocar grandes 
volumes de ar (p. ex., durante um esforço físico). (PORTH) 
A faringe pode ser dividida em três regiões anatômicas: (TORTORA) 
 Parte nasal da faringe (chamada nasofaringe na prática clínica), 
 Parte oral da faringe (chamada orofaringe na prática clínica), > 
 Parte laríngea da faringe (chamada laringofaringe na prática 
clínica). 
Parte nasal 
A parte superior da faringe, chamada de parte nasal da faringe, 
encontra-se posterior à cavidade nasal e se estende até o palato 
mole. (TORTORA) 
Como está acima do nível de entrada do alimento, ela serve apenas 
como via de passagem de ar. Durante a deglutição, o palato mole e 
sua úvula se refletem superiormente, uma ação que fecha essa 
parte da faringe e impede a entrada de alimento na cavidade nasal 
(TORTORA) 
A parede posteriortambém contém a tonsila faríngea (TORTORA) 
Revestida por epitélio colunar pseudoestratificado ciliado, e os cílios 
movem o muco para baixo em direção à parte mais inferior da 
faringe. (TORTORA) 
A parte nasal da faringe também troca pequenos volumes de ar 
com as tubas auditivas para equalizar a pressão do ar entre a orelha 
média e a atmosfera. (TORTORA) 
Parte oral 
Esta porção da faringe tem funções respiratórias e digestórias, 
servindo como uma via comum para o ar, a comida e a bebida. 
Como a parte oral da faringe está sujeita à abrasão por partículas 
de alimentos, é revestida por epitélio escamoso estratificado não 
queratinizado. (TORTORA) 
Dois pares de tonsilas, as tonsilas palatina e lingual, são encontradas 
na parte oral da faringe. (TORTORA) 
Parte laríngea 
A parte inferior da faringe, a parte laríngea da faringe (conhecida 
como laringofaringe na prática clínica) começa no nível do hioide. Em 
sua extremidade inferior, se abre no esôfago (tubo alimentar) 
@poli.canuto 
posteriormente e na laringe (pregas vocais) anteriormente. 
(TORTORA) 
Como a parte oral da faringe, a parte laríngea da faringe é tanto 
uma via respiratória quanto digestória e é revestida por epitélio 
escamoso estratificado não queratinizado. (TORTORA) 
Laringe 
 
A laringe conecta a orofaringe à traqueia e está localizada entre as 
vias respiratórias superiores e os pulmões. (PORTH) 
O epitélio que reveste a parte superior da laringe, uma área sujeita 
ao contato dos alimentos, é estratificado pavimentoso não 
queratinizado. Abaixo das pregas vocais, o epitélio é colunar 
pseudoestratificado ciliado (PORTH) 
As paredes da laringe são sustentadas por estruturas cartilaginosas 
firmes, que impedem seu colapso durante a inspiração. (PORTH) 
As funções da laringe podem ser divididas em dois grupos: as que 
estão associadas à fala e as relacionadas com a proteção dos 
pulmões contra outras substâncias que não sejam o ar. (PORTH) 
A cavidade da laringe é dividida em dois pares de dobras semelhantes 
a prateleiras, que se estendem da frente para trás e apresentam 
um orifício na linha média O par superior de dobras, conhecidas 
como pregas vestibulares, desempenha função protetora. O par 
inferior de dobras, também conhecidas como pregas vocais, 
produzem as vibrações necessárias à emissão dos sons vocais. 
(PORTH) 
As pregas vocais e o orifício alongado entre elas são conhecidos 
como glote. Um conjunto complexo de músculos controla a abertura 
e o fechamento da glote. A epiglote, que está localizada acima da 
laringe, é um pedaço de cartilagem grande com formato de folha 
coberta por epitélio. (PORTH) 
Quando apenas ar flui pela laringe, a entrada da laringe fica aberta e 
as bordas livres da epiglote apontam para cima. Durante a deglutição, 
a laringe é tracionada para cima e as bordas livres da epiglote 
movimentam-se para baixo a fim de cobrir a laringe e, desse modo, 
direcionar líquidos e alimentos para dentro do esôfago. (PORTH) 
Além de abrir e fechar a glote para viabilizar a fala, as pregas vocais 
da laringe podem desempenhar uma função de esfíncter e fechar 
as vias respiratórias. Quando são expostos a outras substâncias além 
do ar, os músculos laríngeos contraem e fecham as vias respiratórias. 
Ao mesmo tempo, o reflexo da tosse é ativado como modo de 
eliminar a substância estranha alojada na via respiratória. (PORTH) 
Quando o mecanismo da deglutição está parcial ou totalmente 
paralisado, alimentos e líquidos podem entrar nas vias respiratórias, 
em vez de no esôfago, quando o paciente tenta engolir. Essas 
substâncias não são removidas facilmente. Quando são levadas aos 
pulmões, podem causar um distúrbio inflamatório grave conhecido 
como pneumonia por aspiração (PORTH) 
Árvore traqueobrônquica 
A árvore traqueobrônquica, que consiste em traqueia, brônquios e 
bronquíolos, pode ser entendida como um sistema de tubos 
ramificados que se estendem dentro dos lobos pulmonares. (PORTH) 
 
 
Traqueia 
 
A traqueia (ou goela) é um tubo contínuo que conecta a laringe aos 
brônquios principais dos pulmões. (PORTH) 
É revestida internamente por epitélio do tipo respiratório A parede 
da traqueia é constituída por: (TORTORA) 
A) Túnica mucosa: epitélio colunar pseudoestratificado ciliado 
e células caliciformes 
@poli.canuto 
B) Tela submucosa: tecido conjuntivo com glândulas 
seromucosas 
C) Cartilagem hialina: formam suas paredes anterior e laterais, 
protegendo e mantendo uma passagem aberta para a 
circulação do ar, ou seja, os sólidos anéis de cartilagem em 
formato de C fornecem um suporte semirrígido para 
manter a desobstrução 
D) Túnica adventícia: tecido conjuntivo frouxo 
As paredes da traqueia são sustentadas por anéis de cartilagem 
hialina com formato de ferradura ou “C”, os quais impedem seu 
colapso quando a pressão intratorácica torna-se negativa (PORTH) 
A parte aberta do anel em forma de “C”, que está em contato com 
o esôfago, é conectada por músculo liso. Como essa parte da 
traqueia não é rígida, o esôfago pode expandir para frente, à medida 
que o alimento deglutido passa em seu interior. (PORTH) 
Brônquios 
 
Na margem superior da vértebra T V, a traqueia se divide em 
um brônquio principal direito, que vai para o pulmão direito, e 
um brônquio principal esquerdo, que vai para o pulmão esquerdo 
(TORTORA) 
OBS: O brônquio principal direito é mais vertical, mais curto e mais largo do 
que o esquerdo. Como resultado, um objeto aspirado tem maior 
probabilidade de entrar e se alojar no brônquio principal direito do que no 
esquerdo. (TORTORA) 
Tal como a traqueia, os brônquios principais contêm anéis 
incompletos de cartilagem e são revestidos por epitélio colunar 
pseudoestratificado ciliado. (TORTORA) 
Ao entrar nos pulmões, cada brônquio principal divide-se em 
brônquios secundários ou lobulares, os quais ventilam cada um dos 
lobos pulmonares – três no pulmão direito e dois no esquerdo 
(PORTH) 
No ponto em que a traqueia se divide em brônquios principais direito 
e esquerdo, uma crista interna chamada de carina é formada por 
uma projeção posterior e um pouco inferior da última cartilagem 
traqueal. (TORTORA) 
OBS O brônquio do lobo médio direito tem diâmetro e comprimento 
relativamente pequenos e, em alguns casos, exibe uma inclinação aguda 
pouco antes de sua bifurcação. Esse brônquio está circundado por um colar 
de linfonodos que drenam os lobos médio e inferior, e é especialmente 
suscetível à obstrução. (PORTH) 
Por sua vez, os brônquios secundários dividem-se e formam os 
brônquios segmentares, que ventilam os segmentos 
broncopulmonares do pulmão. (PORTH) 
Existem 10 segmentos no pulmão direito e 9 no esquerdo. Esses 
segmentos são identificados com base em sua localização no 
pulmão (p. ex., segmento apical do lobo superior direito) e são as 
menores unidades nominadas do pulmão. (PORTH) 
OBS: A estrutura dos brônquios secundários e segmentares é 
semelhante em grande parte à dos brônquios principais. Entretanto, 
as placas irregulares de cartilagem hialina que circundam 
completamente os lúmens dos brônquios substituem os anéis 
cartilaginosos com formato de “C”. Além disso, há duas camadas de 
músculo liso espiralando em direções contrárias (PORTH) 
Os brônquios segmentares continuam a ramificar-se e formam 
brônquios mais finos, até se transformarem em bronquíolos 
terminais, que representam as vias respiratórias de condução mais 
finas. (PORTH) 
Estes bronquíolos terminais contêm células exócrinas bronquiolares, 
células colunares não ciliadas intercaladas entre as células epiteliais. 
(TORTORA) 
As células exócrinas bronquiolares podem proteger contra os efeitos 
nocivos de toxinas inaladas e substâncias cancerígenas, produzem 
surfactante e funcionam como células tronco (células estaminais), 
que dão origem a várias células do epitélio. (TORTORA) 
À medida que esses brônquios ramificam e tornam-se mais finos, a 
estruturade suas paredes é modificada. 
 A cartilagem diminui progressivamente (PORTH) 
 Aumentos da musculatura lisa e dos tecidos elásticos (em 
comparação com a espessura da parede). (PORTH) 
 A túnica mucosa na árvore bronquial muda de epitélio 
colunar pseudoestratificado ciliado nos brônquios principais, 
brônquios lobares e brônquios segmentares para epitélio 
colunar simples ciliado com algumas células caliciformes 
nos bronquíolos maiores, para principalmente epitélio 
cúbico simples ciliado sem células caliciformes nos 
bronquíolos menores, para principalmente epitélio cúbico 
simples não ciliado nos bronquíolos terminais. (TORTORA) 
 
No nível dos bronquíolos, não há cartilagem e as paredes estruturais 
são formadas basicamente de músculo liso e fibras elásticas. (PORTH) 
O broncoepasmo, ou contração desses músculos, causa 
estreitamento dos bronquíolos e limita o fluxo de ar. As fibras 
elásticas, que irradiam da camada externa da parede brônquica e 
conectam-se às fibras elásticas originadas de outras partes da árvore 
brônquica, exercem tensão nas paredes brônquicas. Com a tração 
homogênea em todas as direções, as fibras elásticas ajudam a 
manter a perviedade das vias respiratórias. (PORTH) 
 
 
@poli.canuto 
 
Broncoaspiração 
Definção 
A broncoaspiração consiste na entrada de substâncias estranhas nas 
vias aéreas inferiores. (RUBENICH) 
O termo aspiração denota que o conteúdo oral ou gastrintestinal 
passa pela laringe e traqueia e atinge os pulmões, sem indicar a 
natureza do material ou as consequências do evento (BISINOTTO; 
SILVEIRA; MARTINS, 2014) 
 No perioperatório, pode haver a aspiração imprópria de conteúdo 
gástrico ou da orofaringe. Já em emergências, atendem-se casos 
de aspirações que, além das já citadas, podem incluir partículas 
sólidas, ou também chamada de aspiração de corpo estranho. 
(RUBENICH) 
A aspiração de corpo estranho (ACE) é um acidente grave e 
potencialmente fatal, com gravidade dependente principalmente do 
grau de obstrução da via aérea. Caso ocorra uma obstrução total 
ou subtotal, especialmente de laringe ou traqueia, a asfixia pode 
rapidamente causar a morte. (RUBENICH) 
Menores graus de obstrução ou a passagem do objeto obstrutivo 
para regiões mais distais da árvore brônquica geralmente provocam 
sintomas mais brandos. (RUBENICH) 
Localização 
A principal localização da aspiração de corpo estranho é no brônquio 
fonte direito; pode se manifestar com poucos sintomas ou evoluir 
para pneumonias graves de difícil tratamento com evolução para 
bronquiectasias (PERALES) 
1) Obstrução brônquica parcial: provocada pela presença de 
pequenos corpos estranhos ou corpos ocos. 
 
2) Obstrução brônquica parcial do tipo valvular: trata-se de 
uma situação mais frequente. O ar entra, mas tem 
dificuldade de sair 
 
3) Obstrução brônquica total: ocorre reabsorção do ar dos 
alvéolos na região afetada. 
Epidemiologia 
A real prevalência da broncoaspiração com repercussão pulmonar 
é de difícil estimativa uma vez que a maior parte dos eventos é 
silenciosa ou não testemunhada (CAVALCANTE; RIVERA; 
TAVARES, 2016). 
A aspiração de secreções da orofaringe ou gástrica para o trato 
respiratório inferior é um evento comum em pacientes criticamente 
enfermos, e pode levar a diferentes síndromes clínicas como: 
pneumonite química, pneumonia aspirativa e obstrução de vias 
respiratórias (CAVALCANTE; RIVERA; TAVARES, 2016). 
A broncoaspiração é a principal causa de pneumonia em UTI e é 
um dos principais fatores de risco para Síndrome do desconforto 
respiratória aguda (SDRA) (CAVALCANTE; RIVERA; TAVARES, 
2016). 
Cerca de 80% dos casos de ACE ocorrem em crianças, com um 
pico de incidência entre 01 e 3 anos. Nessa faixa etária, as crianças 
exploram o mundo através da via oral; possuem coordenação 
motora fina para colocar um pequeno objeto na boca, mas não 
possuem dentes molares e mastigam os alimentos de forma 
incompleta, com os dentes incisivos, o que predispõe à ACE. Outros 
fatores que também predispõem à ACE nessa faixa etária incluem 
o acesso a alimentos impróprios ou a pequenos objetos, realização 
de outras atividades concomitantes com a alimentação e o fato de 
irmãos mais velhos oferecerem alimentos ou objetos para bebês e 
crianças pequenas (GONÇALVES) 
A ACE pode ocorrer em qualquer fase da vida, mas é um evento 
muito mais frequente em crianças e idosos. Nesses últimos, é muitas 
vezes decorrente de mastigação ineficiente pelo uso de próteses 
dentárias inadequadas. (GONÇALVES) 
Contrariamente ao que ocorre em crianças e em idosos, a ACE é 
rara em adultos, sendo relacionada à ingestão acidental de 
instrumentos de trabalho — clipes, tachinhas e pregos — e durante 
momentos de inconsciência — anestesia geral, sedação, intoxicação, 
convulsões e distúrbios neurológicos que afetam a orofaringe 
(GONÇALVES) 
A prevalência é maior em meninos do que em meninas, numa 
proporção de 2:1 (GONÇALVES) 
As sementes, principalmente amendoim, milho e feijão, são os 
principais CEs aspirados por crianças em nosso meio, 
correspondendo a 40% das ocorrências. No entanto, fragmentos de 
brinquedos, brincos, tampas de canetas, entre outros, são relatados. 
A aspiração de bexigas e balões vazios é grave e muitas vezes fatal. 
(GONÇALVES) 
Classificação 
A aspiração pulmonar pode ser aguda (acidental) ou crônica 
(habitual). (NEVES) 
 A aspiração aguda pode ocorrer desde o período neonatal 
até a adolescência. A granulação e a composição do 
material aspirado são elementos importantes em função 
das reações orgânicas que ocasionam. 
 A aspiração crônica podem ocorrer devido ao refluxo 
gastroesófagico com aspiração do conteúdo gástrico e 
alimentos, em função de distúrbios da deglutição com 
predomínio de alimentos, saliva e secreções brônquicas 
A síndrome de aspiração também pode ser classificada de acordo 
com o tipo de material aspirado em: irritativa, infecciosa e obstrutiva. 
Como síndrome irritativa, as pneumonites químicas por acido, 
hidrocarbonetos, óleo vegetal, mecônio, álcool e gordura animal. Na 
síndrome de aspiração infecciosa ocorre aspiração de saliva e 
secreções contaminadas, enquanto que as síndromes aspirativas 
obstrutivas são causadas por afogamento e aspiração de corpo 
estranho (NEVES) 
Segundo Bisinotto; Silveira e Martins (2014), a aspiração pode ser: 
 Silenciosa (não testemunhada) - considerada como uma aspiração 
passiva; 
@poli.canuto 
 Testemunhada – quando ocorrem vômitos ativos em pacientes 
com reflexos laríngeos protetores prejudicados ou insuficientes 
Fatores de risco do adulto 
Segundo Cavalcante; Rivera e Tavares (2016), os fatores de risco 
para broncoaspiração são: 
Idade avançada 
Pode causar a broncoaspiração por conta mastigação ineficiente 
pelo uso de próteses dentárias inadequadas ou pela descoordenação 
dos músculos usados na deglutição ou ainda pelo “esquecimento” de 
como engolir (GONÇALVES; CARDOSO; RODRIGUES, 2011) 
Além disso, também contribui para diminuição gradativa da 
sensibilidade orofaríngea e laríngea, diminuição ou ausência do 
reflexo da deglutição, demora no trânsito oral e penetração 
(OLIVEIRA et al., 2015) 
Depressão do nível de consciência 
A aspiração é um evento frequentemente relatado em pacientes 
com nível alterado de consciência, como pacientes submetidos à 
anestesia geral, residentes de casas de repouso, trauma craniano, 
portadores de doenças neuromusculares e pacientes com 
disfunções gastrintestinais e de esôfago (CAVALCANTE; RIVERA; 
TAVARES, 2016). 
A depressão da consciência durante a anestesia geral predispõe a 
essa grave complicação, pela diminuição da função do esfíncter 
esofágico e dos reflexos protetores das vias aéreas (BISINOTTO; 
SILVEIRA; MARTINS, 2014) 
Traumatismo cranioencefálico 
Podem desenvolver a broncoaspiração pela falta de motilidade para 
deglutição por lesões na área motora, ou por lesões nos nervos 
cranianosque controlam os movimentos de boca e orofaringe, ou 
ainda naqueles casos de pacientes com rebaixamento do nível de 
consciência (coma e estado vegetativo) 
Convulsões 
Na convulsão ocorre a atividade anormal no cérebro é ativada a 
ação involuntária e pode ser que o paciente perca a consciência, 
tenha movimentos involuntários dos braços, das pernas, com 
contrações. Diante da ativação do sistema nervoso autônomo, o 
indivíduo pode urinar, defecar ou vomitar. Logo, o vômito pode 
causar broncoaspiração 
Intoxicação por álcool 
Pode causar a broncoaspiração devido ao vômito tanto se estiver 
em como alcoólico ou se estiver posição errada 
Intubação traqueal 
Pode causar broncoaspiração pois pode ocorrer o vazamento aéreo 
do balonete ou mesmo o seu enchimento incompleto, ambos 
ocasionando espaço entre a via aérea e o tubo, gerando passagem 
de secreções ou gotículas (RUBENICH et al., 2013). 
A intubação traqueal, mesmo que seja por curtos períodos de 
tempo, inibe os reflexos laríngeo (BISINOTTO; SILVEIRA; MARTINS, 
2014). 
No período pós-extubação pode haver algum prejuízo no reflexo 
da deglutição e consequente aspiração silenciosa. Isso pode 
acontecer pela depressão do nível de consciência, por uma ação 
residual dos anestésicos inalatórios ou de opioides, na função da 
faringe e laringe (BISINOTTO; SILVEIRA; MARTINS, 2014) 
Refluxo gastroesofágico 
Pode causar broncoaspiração pois possibilita o retorno do conteúdo 
presente no estômago Diversos fatores estão relacionados na 
fisiologia do refluxo, entretanto, o esfíncter esofágico inferior, 
principal componente da barreira anti-refluxo, é fundamental para o 
aparecimento do quadro, tendo como função impedir o retorno do 
conteúdo do estômago para o esôfago, sendo constituído por uma 
camada de musculatura lisa que envolve a porção distal do esôfago 
(NEVES; BRASIL; AMORIM, 2009). 
Gastroparesia 
É uma doença gástrica em que o estômago do paciente não 
consegue se movimentar da forma correta, fazendo com que os 
alimentos passem tempo demais no estômago, sem seguir para o 
intestino. A gastroparesia é chamada também de síndrome de atraso 
no esvaziamento gástrico. Assim, quando não há tempo hábil para 
o esvaziamento gástrico, existe o risco de aspiração deste conteúdo 
para a árvore traqueobrônquica (CARMONA, 2016) 
Gestação 
Retarda o esvaziamento gástrico; 
Obesidade 
A obesidade mórbida interfere no tempo de esvaziamento gástrico, 
existe o risco de aspiração deste conteúdo para a árvore 
traqueobrônquica (CARMONA, 2016 
Etiologia 
Algumas situações ou condições clínicas comprometem a proteção 
fisiológica das vias aéreas inferiores, alterando principalmente o 
correto fechamento glótico e o reflexo da tosse, dentre elas: 
(RUBENICH) 
 Redução do reflexo da tosse 
 Distúrbios da deglutição 
 Déficit neurológico 
 Doença do reflexo gastroesofágico 
 Lesão mecânica na glote ou no esfíncter esofágico 
inferior devido à traqueostomia, intubação endotraqueal, 
broncoscopia, endoscopia digestiva alta ou alimentação por 
sonda nasogástrica; 
 Cirurgia que envolva a via aérea ou esôfago superior; 
 Ausência de jejum adequado no processo de anestesia 
geral; 
 Anestesia utilizando máscara laríngea; 
 Outros: Gestantes; obesos; íleo adinâmico. 
@poli.canuto 
OBS: Um importante fator protetor que possuímos contra a regurgitação é 
a competência do esfíncter esofágico inferior, o qual pode suportar uma 
pressão intragástrica de até 20 cm de H₂O no seu estado normal. Na falha 
deste mecanismo, o vômito pode ocorrer favorecendo a broncoaspiração. 
(RUBENICH) 
Fisiopatologia 
As vias aéreas superiores apresentam como mecanismo de defesa, 
o movimento coordenado entre respiração e a deglutição. A 
coordenação entre o fechamento laríngeo, a deglutição e o 
espasmo da laringe ou tosse responde à estimulação da faringe ou 
laringe. (NEVES) 
Nas vias inferiores, a tosse e o clearence mucociliar desempenham 
este papel de defesa (NEVES) 
Os mecanismos responsáveis pelo desenvolvimento da doença 
pulmonar nos processos aspirativos são: a aspiração direta e o 
refluxo gastroesófagico (RGE) com aspiração pulmonar (NEVES) 
 Na aspiração direta, durante o ato de deglutição, o conteúdo do 
orofaringe atinge as vias aéreas inferiores, promovendo obstrução 
laríngea ou brônquica e sufocação ou atelectasia maciça. (NEVES) 
OBS: A resposta inflamatória local é alterada pela aspiração de partículas 
alimentares, havendo influxo de leucócitos polimorfonucleares e formação 
de granulomas. (NEVES) 
 Nas situações de refluxo gastroesófagico com aspiração 
pulmonar, ocorre aspiração do conteúdo gástrico refluído; quanto 
mais baixo for o pH do material, maior serão as alterações estruturais. 
O aumento da resistência pulmonar total, devido à acidificação 
esofágica por meio de reflexos vagais é outro mecanismo 
responsável pelo desenvolvimento da doença no RGE; nesta 
situação as manifestações respiratórias ocorrem sem que haja 
aspiração pulmonar do conteúdo gástrico. A presença de acido no 
esôfago terminal determina aumento da resistência pulmonar total, 
observada em pacientes com doenças pulmonares crônicas como 
asma grave (NEVES) 
O paciente apresenta hipoventilação devido à redução do volume 
corrente, a qual compensa com o aumento da frequência 
respiratória. Na gasometria, encontram-se o aumento do gás 
carbônico e a redução do oxigênio. 
Um mecanismo compensatório para a hipoventilação é a 
vasoconstrição hipóxica, caracterizada pela vasoconstrição na 
circulação para os alvéolos com baixa tensão de oxigênio, na 
tentativa de desviar o sangue para capilares cujos alvéolos estão 
ventilados, melhorando a ventilação/perfusão (V/Q) Este 
mecanismo, entretanto, pode vir a ser deletério quando as 
áreas d e baixa V/Q são extensas, pois a vasoconstrição será 
intensa na circulação pulmonar, gerando hipertensão pulmonar, 
comprometendo a ejeção do ventrículo direito, caracterizando 
o cor pulmonale agudo 
Aspiração de corpos estranhos 
Após a aspiração do corpo estranho, ocorre tosse paroxística e 
apneia em grau variável, com asfixia, levando á morte, dependendo 
das características do material aspirado tais como: volume, 
capacidade de lesar os tecidos e tamanhos das partículas. (NEVES) 
 Se ele fica alojado em laringe ou faringe, os sintomas aparecem em 
tempo variável após o acidente, muitas vezes demorando a se 
manifestar causando dissociação entre causa e efeito, o chamado 
“período de silencio”. (NEVES) 
Quando o objeto ingerido tem calibre superior ao dos brônquios, 
pode ficar livre na traquéia, havendo o risco do mesmo encravar-se 
na sub-glote .Nessa situação os sinais de localização não aparecem, 
ocorrendo tosse, estridor, sibilos e retração simulando um quadro 
de laringite .Nos casos em que o objeto tem menor calibre a 
tendência é que ele se fixe no brônquio (NEVES) 
Refluxo gastro-esofâgico 
O refluxo gastro-esofágico (RGE) é o retorno involuntário do 
conteúdo do estômago para o esôfago. Pode ser fisiológico e 
patológico, constituindo a Doença do refluxo gastresofágico (DRGE) 
(NEVES) 
Diversos fatores estão relacionados na fisiologia do refluxo, 
entretanto, o esfíncter esofágico inferior, principal componente da 
barreira anti-refluxo, é fundamental para o aparecimento do quadro, 
tendo como função impedir o retorno do conteúdo do estômago 
para o esôfago, sendo constituído por uma camada de musculatura 
lisa que envolve a porção distal do esôfago (NEVES) 
O refluxo ocorre quando a pressão no esfíncter está próxima de 
zero, nesta situação a pressão intra gástrica supera a do esfíncter. 
(NEVES) 
Manifestações clínicas 
As manifestações clínicas da aspiração de objetos pelas vias aéreas 
seguem, geralmente, três estágios de sintomas: o evento inicial 
agudo, o intervalo assintomático e as complicações(BITTENCOURT) 
 O evento inicial caracteriza-se pela aspiração acidental 
de um corpo estranho e a manifestação clínica 
clássica é a presença de tosse intensa, sibilância, 
vômito, palidez, cianose; 
 Após os sintomas iniciais, há um intervalo assintomático 
ou oligossintomático, que varia de poucas horas a 
dias ou mesmo semanas, até o reaparecimento dos 
sintomas 
Quando se dá a aspiração acidental de um corpo estranho, a 
manifestação clássica é a tosse paroxística, mecanismo de defesa 
natural de eliminação do objeto aspirado. (BITTECOURT) 
Um corpo estranho alojado na laringe pode ocasionar a obstrução 
completa do trato respiratório e, conseqüentemente, a morte da 
criança, em 45% dos casos Se a obstrução é parcial, pode ocasionar 
roncos, rouquidão, afonia, odinofagia, hemoptise e dispnéia de 
intensidade variável, sendo que esses objetos podem permanecer 
impactados por períodos prolongados (BITTENCOURT) 
A instalação na traquéia também é potencialmente fatal, sobretudo 
nas crianças menores de um ano, dependendo, evidentemente, do 
grau de obstrução. Pode-se auscultar o choque do mesmo contra a 
parede da região subglótica e carina principal durante sua 
movimentação, ou mesmo sentir seu impacto na palpação do tórax. 
@poli.canuto 
A presença de sibilos difusos é percebida na maioria dos casos 
(BITTENCOURT) 
Quando de sua impactação na árvore brônquica, os principais sinais 
e sintomas são a tosse e os sibilos, estes freqüentemente unilaterais, 
além da diminuição dos ruídos respiratórios localizados, dispnéia de 
intensidade variável e cianose também podem acompanhá-los 
(BITTENCOURT) 
A diversidade de manifestações clínicas também está relacionada à 
natureza, orgânica ou inorgânica, do corpo estranho aspirado. Como 
os objetos orgânicos desencadeiam com mais freqüência reações 
inflamatórias, podem elas acelerar o grau de obstrução ao fluxo de 
ar e, assim, encurtar a duração da fase assintomática.. Em 
contrapartida, a aspiração de corpos estranhos inorgânicos 
apresentavam exame físico normal, enquanto nas crianças que 
aspiraram material orgânico (BITTENCOURT) 
 Agitação: indica hipóxia 
 Torpor: indica hipercapnia 
 Cianose: indica hipoxemia 
 Respiração ruidosa: indica obstrução 
 Rouquidão: indicar obstrução funcional da laringe 
Complicações 
As principais complicações ocasionadas pela broncoaspiração 
incluem: pneumonite, pneumonia e atelectasia (RUBENICH et al., 2013). 
Pneumonite química 
A pneumonite química refere-se a aspiração de substâncias tóxicas 
para as vias respiratórias inferiores, independente de infecção 
bacteriana.. Geralmente é ocasionada pela aspiração de ácido 
gástrico (CAVALCANTE; RIVERA; TAVARES, 2016). 
As seguintes características clínicas devem levantar a possibilidade 
de pneumonite química: 
 Ínicio abrupto de dispneia 
 Febre 
 Cianose 
 Estertores crepitantes 
 Hipoxemia grave 
A broncoaspiração também cursa com aumento da permeabilidade 
capilar pulmonar e diminuição da complacência exigindo suporte 
ventilatório com pressão positiva (RUBENICH et al., 2013). 
Esta forma de aspiração geralmente segue um curso mais 
fulminante, pois a lesão pulmonar por aspiração de conteúdo 
gástrico ocorre em segundos, e que pode resultar na síndrome de 
angústia respiratória aguda (SARA). Nesses casos, a gasometria 
arterial geralmente mostra que a pressão parcial de oxigênio é 
reduzida, acompanhada por uma pressão parcial normal ou baixa de 
CO2, com alcalose respiratória (RUBENICH et al., 2013) 
Dentro de três minutos, ocorre atelectasia, hemorragia 
peribrônquica, edema pulmonar, e a degeneração das células 
epiteliais brônquicas. Em quatro horas, os espaços alveolares são 
preenchidos por leucócitos polimorfonucleares e fibrina. Membranas 
hialinas são vistas dentro de 48 horas. O pulmão neste momento 
torna-se edemaciado, com focos hemorrágicos e com consolidações 
alveolares (RUBENICH et al., 2013) 
A lesão no parênquima pulmonar após a aspiração do conteúdo 
ácido tipicamente ocorre em duas fases. 
  A primeira é marcada por um processo físicoquímico pelo efeito 
tóxico direto do ácido no epitélio respiratório. Há lesão da barreira 
alveolocapilar, com destruição das células tipo I do epitélio alveolar, 
resultando em uma lesão grave do endotélio pulmonar. Isso promove 
aumento da permeabilidade alveolar e infiltração difusa, com o 
desenvolvimento de edema pulmonar intersticial e consequente 
redução da complacência pulmonar e diminui o prejuízo na relação 
ventilação-perfusão. 
  A segunda fase, em 4-6h, é caracterizada por uma resposta 
inflamatória neutrofílica aguda. Esse mecanismo patogênico leva à 
perda da integridade da microvasculatura pulmonar e 
extravasamento de fluidos e proteínas para as vias aéreas e alvéolos. 
Os neutrófilos também desempenham papel-chave no 
desenvolvimento da lesão pulmonar, pela liberação de radicais livres 
e proteases. Adicionalmente à resposta inflamatória celular, associam-
se mediadores da resposta inflamatória locais e sistêmicos, como 
citocinas pró-inflamatórias, fator de necrose tumoral (TNF)-α e 
citocinas quimiotáticas. Os eucasanoides também exercem papel na 
lesão pulmonar ácidoinduzida e age em conjunto com as citocinas 
para promover infiltração e ativação neutrofílica. A ativação do 
complemento é conhecida como um fator importante na resposta 
inflamatória que se segue à aspiração 
Pneumonia aspirativa 
A pneumonia de aspiração refere-se às consequências pulmonares 
resultantes da entrada anormal de líquidos, substâncias exógenas, 
partículas, ou secreções endógenas para as vias aéreas inferiores e 
aspiração de microorganismos da cavidade oral ou da nasofaringe 
(RUBENICH et al., 2013) 
Diferentemente da pneumonia comum, a pneumonia por aspiração 
é causada por bactérias presentes na flora do TGI, sendo, portanto, 
menos virulentas (RUBENICH et al., 2013) 
Segundo Rubenich et al. (2013), o processo se desenvolve ao longo 
de um período de vários dias ou semana 
 Tosse 
 Febre 
 Expectoração purulenta 
 Dispneia 
 Emagrecimento e anemia 
Atelactasia 
É a perda de volume ou ausência de ar no pulmão (RUBENICH et 
al., 2013). Os alvéolos pulmonares sofrem um colapso, se fechando e 
ficando sem ar em seu interior 
Os sintomas são 
 Dor torácica 
 Tosse 
 Dispneia 
 
@poli.canuto 
Diagnóstico 
A avaliação inicial de uma criança com suspeita de ACE é composta 
por três partes: história, exame físico e exame radiológico 
(GONLÇAVES) 
Com relação ao diagnóstico, a anamnese é de extrema importância 
de vez que em 95% dos casos, a tríade engasgo, sufocação 
e tosse, está presente. (GONÇALVES) 
Broncoscopia 
A broncoscopia permite avaliar a traqueia, os brônquios e 
parte dos pulmões. É feita através da introdução na boca ou no 
nariz de um tubo, broncoscópio, que possui na sua 
extremidade uma câmara de vídeo e uma fonte de luz 
fria. Este instrumento permite ao médico examinar diretamente 
as vias respiratórias. 
 
 
Radiografia do tórax 
O método auxiliar mais utilizado na investigação causal de quadros 
pulmonares é a radiografia simples de tórax, que se apresenta 
alterada em 80% das crianças com corpo estranho nas vias aéreas. 
No entanto, as alterações podem ser pequenas e passar 
despercebidas, pois, em 90% dos casos, o corpo estranho não é 
rádio-opaco. (PERALES) 
A radiografia de tórax póstero-anterior inspiratória e expiratória deve 
ser realizada sempre que possível, com especial atenção para áreas 
de hiperinsuflação decorrentes de aprisionamento aéreo, atelectasias 
lobares ou segmentares, desvia de mediastino, pneumomediastino, 
pneumotórax e enfisema subcutâneo. (GOLÇALVES) 
 
 
Tomografia computadorizada e ressonância magnética 
A tomografia computadorizada (TC) de tórax e a ressonância 
magnética podem mostrar o objetoe identificar áreas de 
aprisionamento aéreo e atelectasias. A exploração do TC 
suplementado com broncoscopia virtual pode também fornecer 
informações úteis (BITTENCOURT) 
Videofluoroscopia 
A videofluoroscopia do tórax pode identificar áreas de 
aprisionamento aéreo de forma dinâmica. A cintilografia com 
radioisótopos para a verificação de perfusão pulmonar pode 
demonstrar defeitos de perfusão devido à vasoconstrição hipóxica 
em regiões mal ventiladas (BITTENCOURT) 
Manobra de Heimlich 
Existe um procedimento, chamado manobra de Heimlich, que 
qualquer pessoa pode fazer na tentativa de retirar o corpo estranho 
de uma vítima de engasgo. Para isto, o socorrista deverá estar 
treinado e identificar os sinais de engasgo (KAREN) 
Os casos leves são aqueles em que o paciente encontra-se com 
uma obstrução parcial da via aérea, responde aos comandos do 
socorrista, tosse e está com a respiração preservada. Já nos quadros 
mais graves, a vítima, consciente ou inconsciente, apresenta uma 
obstrução total da via aérea, não conseguindo falar ou tossir, além 
de apresentar ruídos na respiração (KAREN) 
Conduta em adulto e criança 
Nos casos leves, o socorrista não demanda a realização da manobra 
de Heimlich, devendo se ater a 3 pontos 
 Acalmar o paciente 
 Estimular a tosse 
 Monitorar o paciente de forma vigilante, pois o quadro 
pode se agravar. 
Os casos graves dependem se o paciente se encontra responsivo 
ou não. Nos pacientes responsivos, deve ser iniciada a manobra de 
Heimlich. Se não obtiver sucesso em expulsar o corpo estranho e 
você notar que a vítima está prestes a desmaiar, coloque-a 
gentilmente no chão (ela vai perder a consciência e pode evoluir 
para parada respiratória). Estenda o pescoço da vítima, facilitando a 
passagem do ar, abra a boca e tente visualizar algo que possa estar 
causando a obstrução. Se possível retire o corpo estranho. Se não 
for possível, iniciar as manobras de reanimação (KAREN) 
Etapas da manobra 
 Posicione atrás da vitima, com suas pernas entre as delas; 
 Abrace a vitíma na altura da crista ilíaca 
 Posicione uma mão com o punho fechado e polegar 
voltado para região abaixo do apêndice xifoide e a outra 
mão espalmada sobre a primeira cobrindo 
 Faça compressões rápidas e firmes, para dentro e para 
cima, em movimento que lembre um J 
@poli.canuto 
 
Nos casos não responsivos, deve-se solicitar uma ajuda especializada 
imediatamente, deitar o paciente em decúbito dorsal sob uma 
superfície rígida, checar os pulsos e caso necessário, iniciar as 
manobras de RCP (KAREN) 
Bebês 
Os bebês com casos leves não demandam a realização de nenhuma 
intervenção para a desobstrução, apenas pegar o bebê no colo em 
pé e permitir que ele tussa (KAREN) 
 Anteriorizar a vítima 
 Permitir a tosse 
 Monitorar o paciente 
Os bebês com quadros graves e responsivos devem ser apoiados 
sobre o antebraço do socorrista em decúbito ventral, estando esse 
apoiado sobre a coxa, posicionando a mão próxima ao mento, com 
os dedos próximos às clavículas e fúrcula. (KAREN) 
O socorrista deve realizar uma inclinação da vítima, de maneira que 
a cabeça fique em um nível inferior aos membros e posteriormente 
promover 5 golpes com a região hipotênar entre as escápulas, para, 
em seguida, virar o bebê e realizar 5 compressões torácicas na 
região intermamilar com 2 dedos. (KAREN) 
Feita as compressões, vira a criança e avalia via aérea buscando 
corpo estranho. Caso o corpo estranho não seja facilmente retirável 
você deve retorna a manobra. (KAREN) 
 
Nos casos de obstrução grave com o bebê não responsivo, a vítima 
deve ser colocada em decúbito dorsal em uma superfície rígida, 
sendo checado o pulso. Se a vítima estiver com o pulso ausente, 
deve-se iniciar a RCP (KAREN) 
Medidas preventivas para crianças 
As orientações incluem: (FADEL) 
 Bolas de gude, pequenas bolas de borracha e balões de 
látex devem ser mencionados especificamente, pois a 
aspiração desses itens pode ser fatal. Balões de látex são 
a principal causa não alimentar de episódios fatais de asfixia 
entre crianças 
 Alimentos duros e/ou redondos não devem ser oferecidos 
a crianças menores de quatro anos; estes incluem (mas 
não estão limitados a) balas e outros doces, amendoim, 
pedaços de carne, cachorros-quentes, uvas, passas, 
pedaços de maçã, nozes, pipoca, sementes de melancia 
e cenouras cruas. Entre esses itens, o amendoim é o 
alimento mais comum que causa lesões e cachorros-
quentes e doces são as causas mais comuns de lesões 
fatais 
 Os bebês devem ser alimentados com alimentos sólidos 
apenas por adultos e somente quando o bebê estiver 
sentado ereto; todas as refeições para crianças pequenas 
devem ser supervisionadas por um adulto. 
 As crianças devem ser ensinadas a mastigar bem os 
alimentos; gritar, falar, brincar, correr, chorar e rir enquanto 
come deve ser desencorajado 
 Moedas e outros itens pequenos não devem ser dados a 
crianças pequenas como recompensa. 
 Esteja ciente das ações das crianças mais velhas. Eles 
podem dar objetos perigosos para irmãos mais novos. 
Referências 
NEVES, Olga Maria Domingues; BRASIL, Laélia Maria Barra Feio; AMORIM, Cláudio 
Sérgio Carvalho de. Processos aspirativos pulmonares em crianças. Rev. para. med, 2009. 
GONÇALVES, Manoel EP; CARDOSO, Silvia R.; RODRIGUES, Ascedio J. Corpo estranho em via 
aérea. Pulmão RJ, v. 20, n. 2, p. 54-8, 2011. 
RUBENICH, Rosana et al. Broncoaspiração no perioperatório e na emergência: diagnóstico e 
manejo. Acta méd. Porto Alegre [Internet], v. 34, n. 1, p. 18, 2013. 
Tortora, Gerard, J. e Bryan Derrickson. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível em: 
Minha Biblioteca, (14ª edição). Grupo GEN, 2016 
Perales, J. G. Doenças Respiratórias na Infância. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 
2016. 9788595155299. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595155299/. Acesso em: 10 Sep 
2022 
Porth CM, Matfin G . Fisiopatologia. 8a ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2010. 
KAREN, Keith J. et al. Primeiros socorros para estudantes. 10.ed. São Paulo: Manole, 2014. 
FADEL, E Ruiz, corpos estranhos de vias aéreas em crianças, 2022, uptodate 
BISINOTTO, F. M. B.; SILVEIRA, L. A. M.; MARTINS, L. B. Aspiração pulmonar em anestesia: 
revisão. Rev Med Minas Gerais, v. 24, supl 8, S56- S66, 2014. 
GONÇALVES, M. E. P.; CARDOSO, S. R.; RODRIGUES, A. J. Corpo estranho em via aérea. Pulmão 
RJ, v. 20, n. 2, p. 54-8, 2011 
OLIVEIRA, A. R.S. et al. Fatores clínicos preditores do risco para aspiração e aspiração 
respiratória em pacientes com Acidente Vascular Cerebral. Rev. Latino-Am. Enfermagem., v. 23, 
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