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Ana Patrícia Sampaio Pereira Ana Priscila Sampaio Rebouças Natarsia Camila Luso Amaral Olenêva Sanches Sousa Ana Patrícia Sampaio Pereira Ana Priscila Sampaio Rebouças Natarsia Camila Luso Amaral Olenêva Sanches Sousa São Luís 2022 Os materiais produzidos para os cursos ofertados na Plataforma Eskada e intermediados pelo UEMAnet/UEMA são licenciados nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhada, podendo a obra ser remixada, adaptada e servir para criação de obras derivadas, desde que com fins não comerciais, que seja atribuído crédito ao autor e que as obras derivadas sejam licenciadas sob a mesma licença. UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA Reitor Gustavo Pereira da Costa Vice-Reitor Walter Canales Sant´ana Pró-Reitora de Graduação Fabíola de Jesus Soares Santana Núcleo de Tecnologias para Educação Ilka Márcia Ribeiro S. Serra Coordenadora Geral Coordenação do Setor Design Educacional Cristiane Peixoto Coord. Administrativa Danielle Martins Leite Fernandes Lima Coord. Pedagógica Professoras Conteudistas Ana Patrícia Sampaio Pereira Ana Priscila Sampaio Rebouças Natarsia Camila Luso Amaral Olenêva Sanches Sousa Designer de Linguagem Maria das Dores Coutinho Designers Pedagógicas Érica Costa Sousa Lidiane Saraiva Ferreira Lima Diagramação Nayana Gatinho da Silva Tonho Lemos Martins Capa e Projeto Gráfico Nayana Gatinho da Siva Pereira, Ana Patrícia Sampaio Introdução à Etnomatemática [e-Book]. / Ana Patrícia Sampaio Pereira, Ana Priscila Sampaio Rebouças, Natarsia Camila Luso Amaral, Olenêva Sanches Sousa. – São Luís: UEMAnet, 2022. 66 f. ISBN: 1.E-almanaque. 2.Educação. 3.Epistemologia. 4.Programa Etnomatemática. I.Rebouças, Ana Priscila Sampaio I.Amaral, Natarsia Camila Luso III. Sousa, Olenêva Sanches IV.Título. CDU: 37.013 4< VOLTAR AO SUMÁRIO Introdução à Etnomatemática Olá! Com carinho, elaboramos para você este e-book, pertinente ao curso Introdução à Etnomatemática: múltiplas concepções no e-Almanaque EtnoMatemaTicas Brasis. Assim, com base nos conteúdos do curso, este material visa complementar suas aprendizagens da videoaula com uma leitura leve e dialógica. Para tal, aqui você encontrará textos, com destaques em negrito no que lhes é mais relevante, além de referências, atividades, informações extras sobre o assunto e sugestões de leituras, de sites, de vídeos etc. Para dar coerência à proposta do curso, parte desse material será retirado do próprio e-Almanaque EtnoMatemaTicas Brasis. Nosso e-book divide-se em três módulos. No primeiro, você conhecerá melhor o Programa Etnomatemática, sua contextualização no e-Almanaque EtnoMatemaTicas Brasis, o seu proponente e principal organizador intelectual, Ubiratan D’Ambrosio, e aprofundar-se-á nos seus princípios e aspectos epistemológicos, teóricos e práticos. No segundo módulo, você conhecerá a estrutura do e-Almanaque EtnoMatemaTicas Brasis, reconhecendo os seus conteúdos, os múltiplos olhares e as concepções de Etnomatemática que compõem o documento. Já o terceiro módulo, está voltado para a prática pedagógica. Neste você verá algumas possibilidades dessa área para a sala de aula e terá acesso a espaços de divulgação da Etnomatemática no Brasil e no mundo. As autoras O e-Almanaque será a obra principal desse curso. Acesse o link https://sites.google.com/view/etnomatematicas na Biblioteca Digital EtnoMatemaTicas (BDEm). Dessa forma, sempre que nos referirmos a ele você possa conhecer um pouco mais sobre o assunto. MÓDULO 1 - O PROGRAMA ETNOMATEMÁTICA 1.1 Programa Etnomatemática: princípios e aspec- tos epistemológicos, teóricos e práticos................... 7 1.2 Ubiratan D’Ambrosio e o Programa Etnoma- temática....................................................................................... 19 Resumo......................................................................................... 21 Referências................................................................................ 23 MÓDULO 2 - O E-ALMANAQUE ETNOMATEMA- TICAS BRASIS 2.1 O e-Almanaque e o Programa Etnomatemá- tica.................................................................................................. 26 2.2 Estrutura e concepções do e-Almanaque Et- noMatemaTicas Brasis....................................................... 31 2.3 As múltiplas concepções e olhares de Etnoma- temática que compõem o documento.................... 37 Resumo......................................................................................... 41 Referências................................................................................ 42 MÓDULO 3 - PRÁTICAS ETNOMATEMÁTICAS E A DIVULGAÇÃO DO PROGRAMA NO BRASIL E NO MUNDO 3.1 Possibilidades Etnomatemáticas para a sala de aula............................................................... 44 3.2 Espaços de divulgação da Etnomatemática no Brasil e no mundo................................................. 57 Resumo.............................................................................. 65 Referências...................................................................... 66 7< VOLTAR AO SUMÁRIO Introdução à Etnomatemática OBJETIVOS: Conhecer os princípios e aspectos epistemológicos, teóricos e práticos do Programa Etnomatemática no sentido de considerá-lo na orientação teórica de pesquisas e na concepção de práticas pedagógicas; Reconhecer a importância nacional e internacional de Ubiratan D’Ambrosio como organizador intelectual do Programa Etnomatemática e pensador, pesquisador e educador que exerceu grande influência na pesquisa e na Educação. 1.1 Programa Etnomatemática: princípios e aspectos epistemológicos, teóricos e práticos Quais princípios sustentam o Programa Etnomatemática? O que faz do Programa Etnomatemática uma epistemologia geral? Como a concepção etnomatemática pode fundamentar a pesquisa e prática? 8< VOLTAR AO SUMÁRIO Introdução à Etnomatemática Caro(a) cursista, Historicamente, fomos acostumados a ver a matemática como uma ciência pura, abstrata, que existe dentro de uma lógica própria e tem uma importância inquestionável dada a sua ampla aplicabilidade. Apesar de todo este destaque, na escola, ela é considerada uma disciplina difícil, cuja aprendizagem é para poucos inteligentes e, consequentemente, é odiada pela maioria e se mostra como grande responsável pela reprovação. Paradoxalmente, parece haver um consenso na afirmação de que a matemática está em tudo, o que nos leva a concluir que se faz matemática em todas as atividades humanas e, portanto, ela é também um conhecimento comum a todos. Nesse sentido, como muitas vezes disse D’Ambrosio, todos são matemáticos. Como brasileiros, sabemos que nós sofremos as consequências da colonização europeia e que, obviamente, foi a visão eurocêntrica que sempre nos apresentaram na escola, deixando de lado aspectos importantes da história em geral e das ciências, inclusive da matemática. Resistência e luta não faltam para corrigir os problemas sociais herdados dos colonizadores e para rever e reescrever a história do Brasil. No contexto da educação, as ações antirracistas têm possibilitado a valorização de nossas raízes não europeias. Nesse contexto, o Programa Etnomatemática critica a posição hierarquicamente superior da cultura europeia, ou melhor, de uma cultura sobre as outras, e tem como um de seus princípios a transculturalidade. De certo modo, podemos dizer que o Programa Etnomatemática muito tem contribuído para ampliar esta visão de mundo, ao ir de encontro a uma história e filosofia da matemática que se autodeterminaram iniciadas na Europa e ao se desenvolver a partir da relação do conhecimento com o sociocultural. Sugestão de leitura Para entender a relação entre matemática, a educação e o sociocultural e sua essencia- lidade para o Programa Et- nomatemática,leia o artigo de D’Ambrosio, Sociedade, cultura, matemática e seu ensino, de 2005, acessando: https://www.scielo.br/j/ep/a/ TgJbqssD83ytTNyxnPGBT- cw/?lang=pt&format=pdf 9< VOLTAR AO SUMÁRIO Introdução à Etnomatemática Saiba mais no e-Almanaque EtnoMatemaTicas Brasis O que tem mudado com essas resistências e lutas? De que modo o Programa Etnomatemática tem contribuído? Leia o texto Etnomatemática como filosofia, de Eduardo Sebastiani Ferreira, da página 83 a 86 no e-Almanaque EtnoMatemaTicas Brasis. Desde pequenininhos, quando entramos na escola, convivemos com um processo de ensino disciplinar e aprendemos a julgá-lo como correto e mais adequado. Assim, parece-nos natural que tenhamos uma aula de educação física, antes de duas horas-aula de matemática, quando somos obrigados a nos concentrar, mesmo que ainda agitados e suados, e que as duas últimas horas-aula sejam de redação, quando podemos até ser penalizados se ainda estivermos fazendo algo de matemática porque aquele horário foi destinado para escrevermos sobre, por exemplo, “O Brasil e a Agenda 2030”. Mesmo percebendo equívocos nessa organização escolar, muitas vezes achamos que o que vemos em família, nas brincadeiras e convivência com os amigos, em nossas investidas sociais e culturais não fazem parte do nosso processo de aprendizagem, e atribuímos à escola o papel mais relevante de nossa formação. O Programa Etnomatemática questiona e critica a proposta de currículo compartimentalizado em disciplinas e defende o trabalho com projetos. Desse modo, a realidade passa a fazer parte do currículo e questões reais passam a ser consideradas no processo pedagógico. Por exemplo, ao invés de resolver uma lista de exercícios com 20 questões relativas à aplicação da regra de três, a turma pode contribuir na constru- ção da quadra de esportes que vai chegar para a escola. Ao invés de “fazer os gráficos das seguintes funções”, os estudantes podem fazer um estudo de consumo doméstico ou da própria escola relativo ao uso de energia elétrica, água, gás etc. Atentemos que a pandemia da Covid-19, apesar de ter afastado os estudantes das aulas presenciais, obrigou-os à interpretação de dados reais que se alteravam a cada momento, veiculados na mídia. 10< VOLTAR AO SUMÁRIO Introdução à Etnomatemática Veja como a questão abaixo, retirada da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), pode mobilizar conhecimentos do currículo escolar, articulados a um contexto socioeconômico específico. Questões do tipo podem ser aprofundadas em sala de aula para além de seus aspectos cognitivos, principalmente se surgirem de situações reais, cujos problemas vivenciados (ou reconhecidos) sejam mobilizadores do desejo e do sentimento de necessidade discentes de resolvê-los ou de contribuir para sua resolução. Figura 1 - Questão do Enem 2021. Fonte: INEP (2021). As pesquisas que tomam como referência o Programa Etnomatemática têm sinalizado a riqueza pedagógica nos diversos contextos socioculturais. No Módulo III, você poderá conhecer práticas pedagógicas orientadas pelo Programa Etnomatemática desenvolvidas no Brasil e no mundo. Nesse contexto, o Programa Etnomatemática assume também o princípio da transdisciplinaridade. 11< VOLTAR AO SUMÁRIO Introdução à Etnomatemática Sugestão de leitura Quer entender mais sobre o assunto? Que tal adquirir os livros: - Transdisciplinaridade, da editora Palas Athena, de D’Am- brosio? - Rumo à Nova Transdisciplinaridade: Sistemas Abertos de Conhecimento, da editora Summus, de Pierre Weil, Ubira- tan D’Ambrosio e Roberto Crema? De que modo a concepção transdisciplinar se desenvolveu com o Programa Etnomatemática? Ubiratan D’Ambrosio envolveu-se com questões maiores, mundiais, em defesa da paz, da justiça so- cial e da sustentabilidade. Participou ativamente de várias ações nacionais e internacionais. Neste sen- tido, a editora Palas Athena lhe prestou uma home- nagem in memoriam publicando um dossiê de sua trajetória que você pode acessar em: https://www. palasathena.org.br/ubiratan-dambrosio/. Como essas questões maiores se relacionam com o Programa Etnomatemática? O próprio D’Ambrosio esclarece essa relação no artigo Etnomatemática, justiça social e sustentabilidade, de 2018, que está disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/FTmggx54SrNPL4FW9Mw8wqy/?lang=pt. Saiba mais no e-Almanaque EtnoMatemaTicas Brasis Você sabia que, em 1995, D’Ambrosio participava da organização Conferências Pugwash sobre Ciência e Assuntos Mundiais, quando esta foi laureada com o Prêmio Nobel da Paz? Leia o artigo Pugwash Council e Paz Mundial, escrito por D’Ambrosio, nas páginas 68 e 69 no e-Almanaque EtnoMatemaTicas Brasis. Já ouviu falar do chamado Manifesto de Russell-Einstein, de 1955? Confira a tradução feita por D’Ambrosio, da página 70 a 73 no e-Almanaque EtnoMatemaTicas Brasis. 12< VOLTAR AO SUMÁRIO Introdução à Etnomatemática De acordo D’Ambrosio (2002, p. 25) diz que: “é resultado de um longo processo cumulativo, compre- endendo os estágios de geração, organização intelectual, organização social e difusão”. Este processo é dinâmico e sem fim. Obviamente, como as demais espécies, o ser (substantivo) humano busca a sobre- vivência, mas, distintamente, também busca transcender. “Sobrevivência e transcendência constituem a essência do ser (verbo) humano” (D’AMBROSIO, 2005, p. 108). D’Ambrosio (2009, p. 27) chama de comportamento a interação do indivíduo com a realidade, a ação, o fazer: “o comportamento é o substrato da ação comportamental [...] é a essência do estar vivo”. Desse entendi- mento, ele sistematizou o “ciclo vital, no qual, a Realidade dá informações ao Indivíduo que as processa e define estratégias de Ação (conhecimento) e insere novos fatos na Realidade”, e que pode ser visto em várias de suas obras (D’AMBROSIO, 2013, p. 52). No e-Almanaque EtnoMatemaTicas Brasis, vamos diretamente às páginas 60 e 61 para ver a explicação de D’Ambrosio sobre o esquema Ciclo Vital por ele desenhado? Observamos que a realidade, para ele, é o complexo dos fatos e fenômenos, alguns “produzidos pela natureza e por indivíduos, acessíveis a todos pelos sentidos e mais os fatos e fenômenos gerados por um indivíduo e acessíveis apenas ao indivíduo que os gerou” (D’AMBRO- SIO, 2009, p. 61) Diante do que vimos sobre o Programa Etnomatemática até agora, entendemos, com D’Ambrosio (2011a, p. 80) que a: “arrogância da certeza” veio como consequência da “crença na regularidade dos fenômenos e do comportamento”, que levou ao entendimento da ciência moderna “como o corpus de conhecimentos, explica- ções e práticas que se desenvolveram a partir do século XVI nos países europeus” (p. 80). No entanto, quando buscamos “entender os fenômenos e o comportamento em toda sua complexidade [reconhecemos a] “incapa- cidade de conhecimento total” [...] “humildade da busca” (D’AMBROSIO, 2011a, p. 81). Voltemos à página 60 do e-Almanaque EtnoMatemaTicas Brasis e atentemos à seguinte afirmação de D’Ambrosio (2011a, p. 60): “matemáticas em todas as culturas e tempos são estratégias de observação e sele- ção, comparação, classificação, ordenação, medição e quantificação, inferência” (p. 60). Nesse sentido, a palavra 13< VOLTAR AO SUMÁRIO Introdução à Etnomatemática Etnomatemática expressa um conceito, considerando os três termos que a compõem: etno como distintos contextos, matema como entender, explicar, comparar, classificar… e tica como técnicas, artes, estratégias. Então, temos o conceito de Etnomatemática como um princípio importante do Programa Etnomate- mática, haja vista que seus estudos se voltam para as ticas de matema em distintos etnos, nos vários tempos e espaços: Etno+Matema+Tica. Coerentemente ao que vimos anteriormente, D’Ambrosio (2013) preocupava-se com o risco de uma proposta epistemológica limitar a Etnomatemática a uma explicação final. Como ele esclarece, conforme e-Almanaque EtnoMatemaTicas Brasis (2020,p. 17), sua insistência na “denominação Programa Etnomatemá- tica visa evidenciar que se trata de “entender a aventura da espécie humana na busca de conhecimento e na adoção de comportamentos”. Nesse sentido, o esquema do Ciclo Vital, que representa um processo individual, incorporou outros entendimentos sobre o processo de geração, organização intelectual e social e difusão do conhecimen- to, considerando a ação do poder, ampliando-se para o Ciclo do Conhecimento (grifo nosso). Concorda- mos com D’Ambrosio (2013, p. 9) que: “é evidente a dimensão política da etnomatemática” (grifo nosso). No e-Almanaque EtnoMatemaTicas Brasis, vamos às páginas 74 a 76. Ao observarmos o esquema Ciclo do Conhecimento, na pág. 74, havemos de concordar que este ciclo é permanente, representa a própria vida em seu processo dinâmico e que deve ser considerado de forma integral. Uma síntese da dinâmica deste ciclo apresenta-se do seguinte modo: a realidade [entorno natural e cultural] informa [estimula, impressiona] indivíduos e povos que em consequência geram conhecimento para explicar, entender, conviver com a realidade, e que é organizado intelectualmente, comunicado e socializado, compartilhado e organizado socialmente, e que é então expropriado pela estrutura de poder, institucionalizado como sistemas [normas, códigos], e mediante esquemas de transmissão e de difusão, é devolvido ao povo mediante filtros [sistemas] para sua sobrevivência e servidão ao poder (p. 74). 14< VOLTAR AO SUMÁRIO Introdução à Etnomatemática Conforme a dinâmica exposta, uma atenção especial é demandada a nós, educadores. É preciso muita criticidade ao conceber o planejamento e desenvolver o processo pedagógico para que não façamos do nosso trabalho mais um instrumento de servidão ao poder, oferecendo apenas o filtrado pelo poder para esta finalidade, e, consequentemente, negando aos estudantes uma perspectiva integral de formação, tam- bém o pleno exercício da cidadania. Até aqui, vimos dois conceitos que não são próprios do Programa Etnomatemática - Transdisciplina- ridade e Transculturalidade -, mas eles são princípios fundamentais deste programa. E vimos três conceitos que lhe são próprios e que foram considerados por Sousa (2016, p. 125) como conceitos essenciais: “o próprio nome do Programa, Etno+Matema+Tica, o Ciclo Vital e o Ciclo do Conhecimento [tendo em vista a] ênfase nos aspectos epistemológicos-cognitivos da Teoria Geral do Conhecimento” (p. 125). Para a autora: “a cons- ciência da base biológica do Ciclo Vital, que é a base vital do Ciclo do Conhecimento, que é o núcleo firme do Programa de Pesquisa Etnomatemática, é a força para arriscarmos empreendimentos pedagógicos orientados por essa Teoria Geral do Conhecimento” (SOUSA, p. 252). Nessa pesquisa, Programa Etnomatemática: interfaces e concepções e estratégias de difusão e populari- zação de uma teoria geral do conhecimento, orientada por D’Ambrosio e Sousa (2016) explora possibilidades conceituais etnomatemáticas de interfaces entre a educação matemática e a educação em geral. Identifica vários conceitos, que podem ser considerados próprios do Programa, e os nomeia de conceitos-chave etno- matemáticos. Nas obras analisadas, Etno+Matema+Tica, Ciclo Vital e Ciclo do Conhecimento foram os conceitos-cha- ve que mais ocorreram, cujos entendimentos devem ser princípios para teorias e práticas fundamentadas e/ou orientadas pelo Programa Etnomatemática. Daí, como já vimos, ela os considera conceitos essenciais etnomatemáticos. No entanto, há muitos outros conceitos-chave que podem ser ditos etnomatemáticos e outros que servem de princípios ao Programa, a exemplo dos cinco, abaixo, que escolhemos para ilustrar/ representar o seu conjunto conceitual. 15< VOLTAR AO SUMÁRIO Introdução à Etnomatemática Ética da diversidade D’Ambrosio (2007, p. 18, grifos do autor) diz que: “devemos subordinar o sistema de valores a uma ética maior [...] que cruze culturas e que coloque priori- dade na sustentação do triângulo da vida”. A ética da diversidade - ancorada em “respeito pelo outro com todas as suas diferenças; [...] solidariedade com o outro [...]; COOPERAÇÃO com o outro [...]” - conduz à paz, e atingi-la é o objetivo maior da Educação. Literacia-materacia-tecnoracia D’Ambrosio (2005, p. 118) traz uma definição bem ampla de currículo como “a estratégia da ação educa- tiva”, baseado nos instrumentos socioculturais necessários à sobrevivência e transcendência - literacia, mate- racia e tecnoracia - que representam, respectivamente os instrumentos comunicativos, analíticos e materiais. Ao introduzir esses conceitos e “propor uma nova conceituação de currículo”, ele acredita “estar respondendo às necessidades de uma civilização em mudança” (D’AMBROSIO, 2005 , p. 119). Dinâmica do Encontro (cultural) Ninguém vive só! Como já vimos, carregamos e compartilhamos conhecimentos, seguindo o Ciclo do Conhecimento, e também aspectos culturais. Na republicação de um artigo de 2003-2004, D’Ambrosio (2011b, p. 208) ressalta o processo de interação dinâmica em que há no encontro de indivíduos e grupos, a Dinâmica do Encontro, que, “na maioria dos casos, o resultado é a geração de novas formas culturais”. Ele considera duas fortes relações: as intraculturais, dentro de uma mesma cultura, e as interculturais, envolven- do culturas distintas. Para ele, “nas relações intra e interculturais reside o potencial criativo da espécie [...] na diversidade cultural reside o potencial criativo da humanidade” (D’AMBROSIO, 2011b, p. 208). No entanto, nes- 16< VOLTAR AO SUMÁRIO Introdução à Etnomatemática ses encontros, ele alerta que o “resultado pode ser o predomínio de uma forma sobre outra, algumas vezes a substituição de uma forma por outra e mesmo a supressão e a eliminação total de alguma forma” (D’AMBROSIO, 2011b, p. 208). Na perspectiva do Programa Etnomatemática, conhecimento é saber e fazer, tendo em vista que se faz o que se sabe e se sabe o que se faz. Isso é relevante, especialmente para nós, como brasileiros colonizados por europeus, para que não julguemos conhecimento apenas o acadêmico, o escolar, e utilizemos o termo “saber” para todos os demais, julgando-os de menor valor ou importância. D’Am- brosio (2011b, p. 209) explica que essa distinção decorre da ciência moderna, que se impôs “como uma forma de conhecimento racional [...] e como o substrato de uma tecnologia eficiente e fascinan- te”, quando se definiram “conceituações estruturadas e dicotômicas do saber [conhecimento] e do fazer [habilidades]”. Para D’Ambrosio (2009b, p. 4), “o fenômeno da dinâmica cultural é fundamental”. Buscando rein- terpretar a história da ciência, ele conclui que “como um organismo, as culturas estão em permanente transformação [...] sujeita a uma dinâmica muito complexa e constitui um dos temas mais intrigantes na moderna historiografia das ciências” (D’AMBROSIO, 2009b, p. 4). Educação para a Paz D’Ambrosio (2011b) expecta uma nova organização da sociedade, de Paz total, decorrente da Educação e de esforços para o avanço científico e tecnológico. Para ele, “só se justifica insistirmos em Educação para todos se for possível conseguir, através dela, melhor qualidade de vida e maior dig- nidade da humanidade como um todo, preservando a diversidade, mas eliminando a desigualdade discriminatória” (D’AMBROSIO, 2011b, p. 204). Sugestão de leitura Quer conhecer uma leitura diferente da história da ciên- cia a partir do encontro do Velho e do Novo Mundo no século XVI? Acesse o artigo de 2009, A dinâmica cultural no encontro do Velho e do Novo Mundo, de D’Ambro- sio: http://www.ea-journal. com/art/A-dinamica-cultu- ral-no-encontro-Velho-No- vo-Mundo.pdf 17< VOLTAR AO SUMÁRIO Introdução à Etnomatemática D’Ambrosio (2001, p. 16) reconhece que a nossa estrutura social atual impõe a necessidade e a conveniência “de ensinar aos dominados a língua, a matemática, a medicina, asleis do dominador [...]”. O que ele “questiona é a agressão à dignidade e à identidade cultural daqueles subordinados a essa estrutura”. Considerando quatro dimensões da Paz total - Paz Interior, Paz Social, Paz Ambiental e Paz Militar -, D’Ambrosio (2001, p. 1) entende que: “falar em humanidade é procurar atingir um estado de PAZ” (p. 1), que “depende essencialmente de cada indivíduo se conhecer e se integrar na sua sociedade, na humanidade, na natureza e no cosmos” (D’AMBROSIO, 2001, p. 4). Gaiolas Epistemológicas Gaiolas epistemológicas é uma metáfora criada por D’Ambrosio para ilustrar a condição do co- nhecimento no modelo disciplinar ainda adotado nas ciências, na escola. Ele explica que vê “as disci- plinas como o habitat de conhecimento “engaiolado” pela sua fundamentação, por métodos espe- cíficos para lidar com questões bem definidas e com código linguístico próprio, inacessível aos não iniciados” (D’AMBROSIO, 2016, p. 229). Embora julgue a organização disciplinar “insuficiente para a busca de novos conhecimen- tos”, vale salientar que sua crítica reside no fechamento das gaiolas e na “submissão total aos pre- ceitos, regras, objetivos, métodos rígidos das disciplinas”, pois reconhece, em D’Ambrosio (2016, p. 229), que: “a metodologia de trabalho das disciplinas tem seus benefícios.. Esclarece que defende a abertura das portas das gaiolas, “para entrar e sair livremente. Essa liberdade tem como contrapartida bom senso e autenticidade”. Sugestão de vídeo Como D’Ambrosio se envol- veu em ações para a Paz? Em 2021, no evento Ubiratan D’Ambrosio: pessoa, contri- buições e memória, já men- cionado, formou-se uma me- sa-redonda, Educação para a Paz: o engajamento socio- político transdisciplinar de Ubiratan D’Ambrosio”, com cinco de seus amigos, pes- quisadores e empreendedores de ações para a Paz. Assista a essa emocionante mesa-re- donda, no canal do YouTube VEm Brasil - EtnoMatemaTi- cas Brasis: https://youtu.be/ laDNQhW8LQ0. 18< VOLTAR AO SUMÁRIO Introdução à Etnomatemática Como vimos nesta seção, a adoção do Programa Etnomatemática como orientação para a pes- quisa e prática - pedagógica e sociocultural - implica a adoção de princípios que ainda representam resistências na academia, na escola, na sociedade, como a transdisciplinaridade e a transculturalidade. Obviamente, esses princípios, também suas resistências, se refletem no conjunto conceitual que sus- tenta o seu caráter de epistemologia geral. Assim, é impossível a adoção de Etnomatemática se não a vemos como Etno+Matema+Tica, ou seja, como conhecimento em geral e não apenas como conhecimento matemático. Dessa visão é que podemos conceber a disciplina matemática como uma etnomatemática, cujo etno é a academia, a escola. Além disso, podemos também conceber que todas as técnicas/artes/habilidades de lidar/en- tender/explicar… nos seus distintos contextos socioculturais, utilizadas pelos seres humanos para a sua sobrevivência e transcendência, são importantes. Isso inviabiliza o desculpar-se de quem faz ou pesquisa educação pela ingenuidade ou desatenção às ações do poder sobre todo o corpus de co- nhecimento, alimentando um trabalho pedagógico de formação de cidadãos para a subserviência e negando o acesso amplo aos instrumentos socioculturais vigentes, que representam o trivium litera- cia-materacia-tecnoracia. Enfim, adotar o Programa Etnomatemática como orientação requer do pesquisador e do educa- dor coragem e determinação para ver e ir além, ampliando seus objetivos para questões maiores de cada ser humano e da humanidade, como justiça social, ética da diversidade e paz total. Sugestão de leitura Como passear no viveiro e possibilitar a liberdade das gaiolas epistemológicas? Leia o texto completo de D’Am- brosio (2016), A Metáfora das Gaiolas Epistemológicas e uma Proposta Educacional, acessando: https://periodi- cos.ufms.br/index.php/ped- mat/article/view/2872/2234. 19< VOLTAR AO SUMÁRIO Introdução à Etnomatemática 1.2 Ubiratan D’Ambrosio e o Programa Etnomatemática Qual a importância do pensamento d’ambrosiano? Por que o Programa Etnomatemática de D’Ambrosio se expandiu tanto? Figura 2 - Ubiratan D’Ambrosio Fonte: Amaro fotografia; Grupo de Amigos do Ubi (2016). Como já vimos no tópico anterior, Ubiratan D’Ambrosio foi o proponente do Programa Etnomatemática, organizando-o intelectualmente como um programa de pesquisa e como uma epistemologia geral, isto é, uma teoria geral do conhecimento. Ubiratan, filho de Nicolau e Albertina D’Ambrosio, nasceu em 08 de dezembro de 1932, na cidade de São Paulo. Nessa cidade, cursou a educação básica e superior, formando-se em Matemática (Bacharelado e Licenciatura). Entre 1958 e 1963, realizou doutorado em Ciências Matemáticas na Escola de En- genharia de São Carlos, da USP. Em julho de 1958, casou-se com Maria José Janinni Silva, com quem teve os filhos Bea- triz Silva D’Ambrosio (1960–2015) e Alexandre Silva D’Ambrosio (1962–) (NOBRE, 2021). Na década de 1960, mudou-se com a família para os Es- tados Unidos, para realizar seu pós-doutorado na Universida- de de Brown. Nesse país, permaneceram por quase dez anos, atuando como professor em diferentes universidades. Tal ex- periência lhe permitiu o contato com diferentes sistemas de conhecimento, dentre eles, o de Bamako, capital do Mali, fun- damental para a estruturação da proposta que aqui discutimos. Em 1972, retornam ao Brasil. 20< VOLTAR AO SUMÁRIO Introdução à Etnomatemática No e-Almanaque EtnoMatemaTicas Brasis, conferimos algumas in- formações sobre sua atuação profissional do Brasil: D’Ambrosio lecionou no programa de História da Ciência da Pon- tifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), sendo professor credenciado no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Edu- cação da Universidade de São Paulo (USP); professor do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática do Instituto de Geo- ciências e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). [...] Professor do Programa de Pós-gra- duação em Educação Matemática da Universidade Anhanguera (UNIAN) em São Paulo (E-ALMANAQUE, 2021, p. 44). Seus estudos partiram da matemática e se desenvolveram para o reconhecimento de suas relações com a história, a antropologia, a filosofia, as ciências cognitivas, dentre outras. Em decorrência, des- tacou evidências do sociocultural dessas relações no conhecimento matemático e as implicações pedagógicas, também sociais, ambien- tais e políticas. Desse modo, o Programa Etnomatemática expandiu-se mundialmente como teoria de fundamentação de pesquisas das mais diversas áreas e contextos. Acompanhe um pouco dessa história na HQ ao lado. Ubiratan D’Ambrosio faleceu aos 88 anos, em maio de 2021. Deixou como legado uma comunidade de pesquisadores e educadores, em to- dos os cantos do mundo, nos assumimos como etnomatemáticos e atu- amos sob a orientação teórica do Programa Etnomatemática. Como tal, independentemente da concepção adotada, da área de conhecimento e do contexto de nossa atuação, multiplicamos, defendemos e ampliamos sua proposta de uma educação para a paz. Fonte: e-Almanaque EtnoMatemaTicas Brasis (2020, p. 161). 21< VOLTAR AO SUMÁRIO Introdução à Etnomatemática Neste módulo, vimos o Programa Etnomatemática e refletimos acerca da possibilidade de utilizar seus princípios e aspectos epistemológicos em nossas pesquisas e práticas pedagógicas. Este programa de pesquisa de caráter transcultural e transdisciplinar considera o conhecimento a partir de uma relação vital e continuamente dinâmica do indivíduo com a realidade - o Ciclo Vital. Este se insere em uma relação sociocultural, decorrente da comunicação, e política, decorrente da ação do poder na ins- titucionalização e difusão dos filtrados de conhecimento que garantam a sua manutenção e a subserviência do povo a ele - o Ciclo do Conhecimento.Além disso, a palavra EtnoMatemáTica compõe-se de três termos que a conceituam como uma teoria geral do conhecimento: artes, técnicas, modos, habilidades… (ticas) de compreender, explicar, lidar com ... (matema) nos diversos e distintos contextos (etnos). O pesquisador e o educador que desejem orientar etnomatematicamente seus estudos e/ou práticas de- vem atentar, dentre outros, à importância: da ética da diversidade; de um currículo cujos projetos considerem instrumentos socioculturais comunicativos (literacia), analíticos (materacia) e materiais (tecnoracia); de dialo- gar e conviver com outros das outras áreas, outros interesses, buscando o não aprisionamento em uma gaiola epistemológica; da educação integral, da educação para a sustentabilidade, para a justiça social e para a paz. Obviamente, devem atentar, também, às responsabilidades e às lutas imbuídas desses objetos investigativos e intencionalidades pedagógicas. O organizador intelectual do Programa Etnomatemática foi o pensador, pesquisador e educador brasi- leiro, Ubiratan D’Ambrosio (1932-2021), que difundiu bem suas ideias e atuou dentro e fora de várias “gaiolas epistemológicas’’. Hoje, etnomatemática é reconhecida mundialmente como referência para diversas áreas de conhecimento e manifestações socioculturais e políticas. 22< VOLTAR AO SUMÁRIO Introdução à Etnomatemática Visão eurocêntrica - visão/interpretação de conhecimento, de comportamento, de mundo e de ser humano que tem como centro, como padrão, a Europa, os europeus e sua cultura. Transculturalidade - qualidade do que é transcultural, isto é, que vai além de uma cultura específica ou de várias culturas, que envolve ou que atravessa e transcende culturas. Transdisciplinaridade - qualidade do que é transdisciplinar, isto é, que vai além de uma disciplina específica ou de várias disciplinas, que envolve ou que atravessa e transcende disciplinas. 23< VOLTAR AO SUMÁRIO Introdução à Etnomatemática D’AMBROSIO, Ubiratan. A busca da paz como responsabilidade dos matemáticos. Cuadernos de Investigación y For- mación en Educación Matemática, Costa Rica, ano 6, n. 7, p. 201-215, 2011b. Disponível em: https://revistas.ucr.ac.cr/ index.php/cifem/article/view/6943/6629. Acesso em: 5 mar. 2022. D’AMBROSIO, Ubiratan. A dinâmica cultural no encontro do Velho e do Novo Mundo. v. 1, n. 1, p. 1-29, 2009b. Disponível em: http://www.ea-journal.com/art/A-dinamica-cultural-no-encontro-Velho-Novo-Mundo.pdf. Acesso em: 5 mar. 2022. D’AMBROSIO, Ubiratan. A Metáfora das Gaiolas Epistemológicas e uma Proposta Educacional. Perspectivas da Edu- cação Matemática, v. 9, n. 20, p. 222-234, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufms.br/index.php/pedmat/article/ view/2872/2234. Acesso em: 5 mar. 2022. D’AMBROSIO, Ubiratan. Educação para compatibilizar desenvolvimento e sustentabilidade. Desenvolvimento e Meio Ambiente, Paraná, n. 15, p. 11-20, 2007. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/made/article/download/11895/8389. Acesso em: 4 mar. 2022. D’AMBROSIO, Ubiratan. Educação para uma sociedade em transição. 2. ed. Natal: EDUFRN, 2011a. D’AMBROSIO, Ubiratan. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. 5. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. D’AMBROSIO, Ubiratan. Etnomatemática, justiça social e sustentabilidade. Ensino de Ciências, Estud. Av., São Paulo, v. 94, n. 32, 2018, Disponível em: https://doi.org/10.1590/s0103-40142018.3294.0014. Acesso em: 1 mar. 2022. D’AMBROSIO, Ubiratan. Paz, Educação Matemática e Etnomatemática. Teoria e Prática da Educação, Maringá, PR, v. 4, n. 8, p. 15-33, 2001. Disponível em: https://docplayer.com.br/21297203-Paz-educacao-matematica-e-etnomatematica- -por-ubiratan-d-ambrosio.html. Acesso em: 5 mar. 2022. D’AMBROSIO, Ubiratan. Sociedade, cultura, matemática e seu ensino. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 1, p. 99- 120, 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ep/a/TgJbqssD83ytTNyxnPGBTcw/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 27 fev. 2022. 24< VOLTAR AO SUMÁRIO Introdução à Etnomatemática D’AMBROSIO, Ubiratan. Transdisciplinaridade. 2. ed. São Paulo: Palas Athena, 2009a. FERREIRA, Eduardo Sebastiani. Programa de Pesquisa Científica Etnomatemática. Revista Brasileira de História da Ma- temática (RBHM), n. 1, p. 273-280, 2007. Disponível em: https://www.rbhm.org.br/index.php/RBHM/article/view/302/290. Acesso em: 23 fev. 2022. NOBRE, Sergio. UBIRATAN D’AMBROSIO (1932–2021) – in: MEMORIAM. Revista Brasileira de História da Matemática, v. 21, n. 41, p. 1-10, 2021. PALAS ATHENA. Ubiratan D’Ambrosio. Palas Athena, 2021. Disponível em: https://www.palasathena.org.br/ubiratan- -dambrosio/. Acesso em: 1 mar. 2022. SOUSA, Olenêva Sanches. Programa Etnomatemática: interfaces e concepções e estratégias de difusão e populari- zação de uma teoria geral do conhecimento. 2016. 276 f. Tese (Doutorado em Educação Matemática) – Universidade Anhanguera de São Paulo, São Paulo, 2016. VEM BRASIL. EtnoMatemaTicas Brasis. Educação para a Paz: o engajamento sociopolítico transdisciplinar de Ubiratan D’Ambrosio. YouTube, 17 ago. 2021. Disponível em: https://youtu.be/laDNQhW8LQ0. Acesso em: 4 mar. 2022.
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