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FP080 - RESOLUÇÃO E TRANSFORMAÇÃO DE CONFLITOS NO ÂMBITO ESCOLAR ATIVIDADE PRÁTICA Nomes e sobrenome(s): JACQUELINE BARROS PESSOA JOÃO BATISTA PINHEIRO MÔNICA SILVA RIBEIRO PAULO HENRIQUE CHAVES Código: FP080 Curso: MESTRADO EM EDUCAÇÃO Data: 11/09/2022 Descrição da atividade prática a ser realizada: Nesta disciplina estudamos Princípios que são imprescindíveis para desenvolver a função de Mediadora ou Mediador. Eles são: 1. Sensibilidade, 2. Ética e supremacia dos direitos humanos, 3. Conhecimento básico da Legislação Nacional e do Ministério de Educação, 4. Capacidade comunicativa, 5. Capacidade de escuta, 6. Capacidade de manter sigilo, 7. Criatividade, 8. Estilo cooperativo. Os princípios são premissa fundamental para que o processo de mediação possa ser eficaz, para que possa se desenvolver tanto no sentido da resolução quanto no sentido da ação educativa e transformadora. ATIVIDADES 1. Descrevam (hipoteticamente) uma situação de Mediação na qual estejam presentes, no mínimo, três dos princípios estudados. Em uma determinada circunstância houve uma situação crítica com dois alunos na escola onde trabalhamos na Educação Básica Ana Gondin, um dos alunos apresentou um quadro de irritabilidade anormal e veio a agredir seu colega de turma, onde normalmente eram inseparáveis. Diante dessa situação, procurou-se saber o motivo de tanta ira, pois o mesmo com 12 anos de idade havia mudado muito o seu comportamento, baixando muito o seu desempenho escolar que a pouco tempo atrás se destacava como um dos alunos exemplares, tanto nas notas quanto no comportamento perante todos. A professora também ficou preocupada com a evasão do aluno, pois o mesmo estava fora da escola há quase sete dias e quando retornou apresentou essa situação 1 problema. O aluno estava passando por uma crise familiar dos seus pais, e estava com dificuldades de entender e aceitar, pois a pouco tinha uma versão totalmente diferente de uma família feliz, seus pais passaram de um convívio de paz para muitas brigas, além de estar diante de uma separação; Obviamente muito confuso para uma criança entender. Conforme descrevem Morgado e Oliveira (2009, p. 48) apud Psicologia Educação (2016), temos: “Conflito é um fenômeno social normal e importante que existe em todas as sociedades democráticas. Expressa diferenças nas formas de pensar, sentir e agir dos membros de uma família, de escolas, de gerações opostas, de classes sociais antagônicas ou dos vários segmentos de qualquer grupo social. O conflito quando socialmente aceito e explicitado pelas várias partes num âmbito passível de escuta ou de negociação é bom e produz mais democracia e cidadania, seja quando leva a consenso, seja quando permite a cada um aprofundar suas posições. O conflito se transforma em violência quando uma das partes se sente dona da verdade e impõe sua vontade ao outro (indivíduo ou coletividade) por meios autoritários, agressivos ou com armas”. Sendo assim, identificou-se o conflito onde a professora teve a atitude de informar à coordenação da escola, que por sua vez, foi investigar o que estava acontecendo. Nesse sentido: “Dessa forma, o conflito não é negativo em si. Ao contrário, o conflito quando tem intervenção dialogal, oferecia possibilidade de que ocorra uma harmonização, um acordo, que favoreça as partes envolvidas. É uma oportunidade aberta de mudança”. (FUNIBER, 2021,p.3)) A partir desse ponto, percebeu-se que seria necessária uma intervenção por parte da escola, envolvendo todos quanto possíveis, de maneira discreta e que não ferisse a integridade do aluno. Durante a intervenção, a escola tomou cuidado de escutar o aluno, que pudesse expor suas angústicas para compreender o que o motivou a reagir de determinada forma, paralelamente a equipe gestora manteve o sigilo dos pormenores. Para o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8069/90 em seu artigo 13º, menciona que: “Qualquer pessoa que tenha conhecimento ou presencie ação ou omissão, praticada em local público ou privado, que constitua violência contra criança ou adolescente tem o dever de comunicar o fato imediatamente ao serviço de recebimento e monitoramento de denúncias, ao conselho tutelar ou à autoridade policial, os quais, por sua vez, cientificarão imediatamente o Ministério Público” (BRASIL, 2021, p.210). Como houve um caso de agressão física entre os dois adolescentes, a lei preconiza que a escola comunicasse no caso o Conselho Tutelar, mesmo por que 2 poderia repetir tais agressões entre outros alunos, virar atos recurrentes e somente a escola tentar resolver seria uma carga um tanto pesada para a instituição. Outro aspecto que a escola não poderia passar em branco é o fato que tanto o agressor como a vítima eram alunos e ambos tem seus direitos a proteção preconizado no art. 45, conforme é mencionado abaixo: A Conferência Mundial sobre Direitos Humanos reitera o princípio da “Criança Antes de Tudo” e, nesse particular, enfatiza a importância de se intensificar os esforços nacionais e internacionais, principalmente no âmbito do Fundo das Nações Unidas para a Infância, para promover o respeito aos direitos da criança à sobrevivência, proteção, desenvolvimento e participação (BRASIL, p. 2013). Desa maneira, a proteção nesse caso específico de ambos debe ser levado em conta, pois o agredido pode se enfunar de supostas razões e mobilizar os colegas para fazer “justiça com as próprias mãos”, conflito esse que poderá desencadear varias formas de violencia como bullyng, ataques virtuais, exposição das fraquezas e em caso extremos homicidio. Outra medida, foi investir no desempenho escolar do aluno, encaminhando para um psicólogo gratuito disponibilizado pelo município. Temos nesse ponto a transformação através da mediação: “A mediação, por sua vez, é uma forma mais estruturada de conciliação e possui elementos de todas as outras formas de conciliação horizontais. Ela é feita por alguém qualificado e, normalmente, designado para esse fim por uma instituição, Igual à conciliação, o mediador ou mediadora atua como facilitador do diálogo, mas, ao contrário do conciliador, cuja participação no processo se limita a abrir um espaço de diálogo para que a negociação entre ambas as partes possa ocorrer, na mediação, há a participação mais efetiva da pessoa que atua como mediadora....” (FUNIBER, p.4, 2021). A partir do entendimento de mediação, a presente situação foi solucionada rapidamente graças ao esforço de todos os envolvidos, os pais dos alunos passaram a buscar ajuda de especialistas para resolverem seus problemas conjugais sem deixar interferir na saúde mental do filho e o aluno com a ajuda de profissionais encaminhado pela escola passou a aceitar a separação dos pais sem agredir seus colegas por conta dos conflitos familiares, tendo um bom aproveitamento de aprendizagem excelente como sempre foi. (Os Mediadores em questão é a comissão formada) e houve um enorme benefício, não só para essa família Agentes do Conflito (entendemos aqui que o conflito era entre a família e sua situação de sub-existência), as também para o ambiente escolar, visto que havia uma necessidade de um psicopedagogo para a escola. 3 2. Identifiquem (nomear) os Princípios presentes na situação criada por você. 2.1. Sensibilidade: Professora preocupada. 2.2. Ética e supremacia dos direitos humanos: Compreender o convívio familiar do aluno. 2.3. Conhecimento básico da Legislação Nacional e do Ministério de Educação: ECA e Declaração de Direitos humanos 2.4. Capacidade comunicativa: Encaminhar ao serviço de Psicologia do município. 2.5. Capacidade de escuta: Procurou saber o motivo de tanta ira. 2.6. Capacidade de manter sigilo: A escola manteve o sigilo não expondo os alunos. 2.7. Criatividade: Os mediadores. 2.8. Estilo cooperativo. Encaminhamento a Coordenação e depois ao serviço de psicóloga do município. 3. Elaborem duas frases, a partir da situação de mediação apresentada, que possam ser colocadas (na forma de cartaz) como alerta paraa RTC no âmbito escolar. “VIOLÊNCIA, NUNCA MAIS!” “NÃO MANCHE SUA HISTÓRIA! DIGA NÃO A VIOLÊNCIA!” BIBLIOGRAFIA BRASIL. Lei 8069 de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente. Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Brasília/DF, 2021. Disponível: https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/crianca-eadolescente. BRASIL. Direitos Humanos. – 4a ed. – Brasília : Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2013. Disponível: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/508144/000992124.pdf PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL, SP. Volume 20, Número 2, Maio/Agosto de 2016: 357-366. FUNIBER, 2021. 4
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