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2 AV PRATICA TRABALHISTA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 1ª VARA DO TRABALHO DA 
COMARCA DE CARUARU - PE 
 
 
 
 
 
PROCESSO: 
 
 
 
 
 
 
 
VOCÊ PROTEGIDO MÁSCARAS S.A., já qualificado nos autos do processo sob o 
número em epígrafe, por seu advogado legalmente constituído com procuração 
constante nos autos (em anexo), vem respeitosamente à presença de Vossa 
Excelência para apresentar defesa na forma de Contestação à reclamatória 
trabalhista movida por FABIANA TEIXEIRA também já qualificada nos autos pelos 
fatos e fundamentos de direito que a seguir passa a expor: 
 
 
 
 
CONTESTAÇÃO À RECLAMATÓRIA TRABALHISTA 
 
 
 
1. PRELIMINARMENTE 
 
a) Da Impugnação ao Pedido da Assistência Judiciária gratuita. Tendo 
em vista as novas disposições do NCPC, não se faz mais necessário interpor peça 
apartada quando da impugnação ao pedido de AJG do reclamante conforme artigo 
337, XIII, da lei 13.105/2015, vejamos:
 
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o 
mérito, alegar: 
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade 
de justiça. 
 
 
No Processo do Trabalho, este benefício somente pode ser concedido quando 
presentes e atendidos os requisitos exigidos pelo Art. 14° da lei nº 5.584/70, motivo 
pelo qual não estando presentes estes requisitos, deve ser indeferida a concessão 
deste benefício à reclamante. Vale lembras que o Art. 133° da Constituição Federal 
de 1988 não revogou a referida lei, tampouco, o “jus postulandi”, próprio do processo 
do trabalho, assegurado pelo artigo 791 da Consolidação das Leis do Trabalho. 
 
A reclamante recebe mensalmente uma quantia muito superior ao mínimo previsto em 
lei, para que peço jus ao referido benefício e não possui quaisquer encargos que 
possam obstar sua contribuição processual. 
 
Não pode se desvirtuada a natureza do benefício da gratuidade judiciária, uma vez 
que se destinada a pessoas sem possibilidade de sustento próprio e de sua família, 
não sendo este o caso da demandante. 
 
A simples afirmação de pobreza não é suficiente para o deferimento da assistência 
judiciária gratuita. Revogada foi a presunção de pobreza anteriormente estabelecida 
em lei ordinária. A Constituição Federal, seu Art. 5º, LXXIV, determina: “O Estado 
prestará assistência judiciária e integral gratuita aos que comprovarem a insuficiência 
de recursos”. 
II. DOS FATOS 
 
A reclamante pleiteia direitos previstos em normas coletiva, que não são juntadas 
aos autos. 
 
Os instrumentos autônomos são prova do direito vindicado, tratando-se de interesse 
e ônus da parte autora colacionar aos autos as normas coletivas que embasam suas 
pretensões (Art. 818° da CLT e Art 373°, I, do NCPC). 
 
Por não ser a norma coletiva documento indispensável à propositura da ação. Sendo, 
incabível os pedidos que têm como causa de pedir remota as normas coletivas da 
categoria, quais sejam, reajustes salariais, acúmulo de função, aumento dos 40% no 
valor do salário, integração do plano odontológico, dano moral por ter sido acometido 
de doença ocupacional assim como o dano moral por ter sido coagida a pedir 
demissão. 
 
 
III. DO ACÚMULO DE FUNÇÃO 
 
A reclamada que foi contratada para função de copeira, alega que exercia várias 
outras funções, caracterizando assim, acúmulo de função. 
Ocorre que os fatos relatados em sua reclamatória não condizem com a realidade, 
uma vez que durante a realização de suas tarefas diárias não permitem concluir que 
o suposto acúmulo de serviços realizados, e em nenhum momento caracterizaria 
um fardo excessivo à reclamante, nem mesmo um benefício exagerado à 
reclamada. No mais, as tarefas são de baixa complexidade e responsabilidade, 
além de serem de razoável execução pela reclamante, considerando o cargo para o 
qual foi contratada. 
No tocante a complexidade das atividades mencionadas se não se vê 
 grande responsabilidade, muito menos de uma 
responsabilidade tamanha a caracterizar o desequilíbrio contratual. deste modo, não 
há que se falar em acúmulo de função, muito menos em adicional de 40 % como 
quer a reclamante. 
 
Entendimento do TRT, 4º Região, para demonstrar que a 
pretensão da reclamante é falha: 
 
“PLUS SALARIAL.ACÚMULO DE FUNÇÃO”. 
O pedido não está fundamentado em plano de carreira organizado ou instrumento 
normativo da categoria do qual conste a descrição do conteúdo ocupacional da 
função desempenhada. 
Assim, a delimitação do conteúdo ocupacional da função contratada faz-se em 
atenção às atividades ordinariamente exercidas e ao que dispõe o parágrafo único 
do Art. 456° da CLT. Neste sentido, as atividades que fizeram parte da rotina de 
trabalho do empregado, salvo flagrante incompatibilidade com sua condição pessoal 
presumem-se inseridas no conteúdo ocupacional da função contratada e, portanto, 
abarcada a devida remuneração pelo quantum originalmente ajustado. 
No caso, as atividades em relação às quais o reclamante postula plus salarial estão 
associados à função contratada, não configurando tarefas de maior complexidade, 
nem mesmo incompatibilidade com a sua condição pessoal. 
 
O empregado é remunerado em razão do fator temporal. É o tempo à disposição do 
empregado critério da remuneração do empregado, seja no critério hora, dia ou 
mês. Daí por que a remuneração por acúmulo de função tem caráter especial, pois 
só incide quando incompatíveis as funções desempenhadas, ou por expressa 
previsão normativa; isto é, a contratação do trabalhador do trabalhador para exercer 
certa função não obsta a que ele venha a desempenhar, licitamente, tarefas
compatíveis e/ correlatas com essa função. É essa a ideia que se extrai, inclusive, do 
disposto no Art. 456°, paragrafo único, da CLT, assegura que o empregador pode 
exigir do empregado qualquer atividade lícita dentro da jornada normal, desde que 
seja compatível com a sua condição pessoal e que não seja impedir no seu contrato 
de trabalho. 
 
Portanto não se verifica o exercício de atividade incompatível com a condição 
pessoal da reclamante, nem alheia a sua função, tampouco o exercício de atividade 
ilícita. 
 
Desta forma ônus que incumbe a Reclamante, o de provar que de fato ocorreu 
acúmulo de função. 
 
 
IV) DAS HORAS EXTRAS E INTERVALOS INTRAJORNADAS 
 
 
A Reclamante alega que trabalhava 05 (cinco) dias da semana, 9 (nove) horas por 
dia trabalhando, requerendo indenização de horas extras trabalhadas. 
 
A Jornadas de trabalho pode ser de até 44 (quarenta e quatro) horas semanais, o 
que era realizado pela reclamante, eis que gozava de seu horário de intervalo de 1 
(uma) hora, como pode ser verificado no espelho do ponto juntado neste ato. 
 
Assim, não são devidas horas extras para a reclamante, pois sua jornada de 
trabalho foi devidamente cumprida, conforme desprende-se dos documentos 
juntados a esta contestação, os controles de jornada, Art. 74º, parágrafo 2º, da CLT, 
atendendo ao seu dever de documentar a relação de emprego, demonstrando que 
as alegações feitas pela reclamante não são verdadeiras. Ainda os intervalos, foram 
devidamente gozadas pela Reclamante, também conforme espelho do ponto 
juntado aos autos. 
 
Durante o período mencionado pela reclamante, não há nos autos qualquer prova 
constituída que favoreça a Reclamante em suas pretensões referente à jornada de 
trabalho. Como também não há indicação de diferença de horas extras e intervalo 
intrajornada a partir dos horários consignados nos controles de jornada, deste 
modo, nenhum valor é devido de horas extras. 
 
 
 
 
V) DA MAJORAÇÃO SALARIAL 
 
A majoração pretendida pela reclamante é descabida, devendo ainda esta 
comprovar que se enquadra em profissional que deve receber tal reajuste, bem 
como juntar aos autos a norma da qual se respalda. 
 
ACÚMULO DE FUNÇÃO – Art.. 456°, PARÁGRAFO ÚNICO, DA CLT – Conforme 
art. 456, parágrafo único, da CLT: “À falta de prova ou inexistindo cláusula expressa 
a tal respeito, entender-se-á que o empregado se obrigou a todo e qualquer serviçocompatível com a sua condição pessoal”. Mormente na hipótese em que essa 
atividade é exercida no curso da jornada normal. 
 
 
VI) DO FGTS 
 
Os depósitos mensais do FGTS foram devidamente depositados assim como a 
multa de 40% foi devidamente paga, não existindo nenhum valor a receber, sendo 
descabida a pretensão. 
 
O FGTS devido é somente o da contratualidade (30 dias) não cabendo multo de 
40%, Art. 480° da CLT, pois não se trata de uma rescisão antecipada e sem de 
término de contrato de experiência. 
 
A Reclamada faz jus aos valores de depósito mensal de FGTS da contratualidade, 
os quais não foram depositados, bem como a multa de 40%. 
 
 
VII) DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS 
 
A reclamante recebeu o valor devido correspondente a férias proporcionais aos 
meses em que trabalhou, para a sua contratação. 
 
Art. 149 - A prescrição do direito de reclamar a concessão das férias ou o 
pagamento da respectiva remuneração é contada do término do prazo mencionado no 
art. 134 ou, se for o caso, da cessação do contrato de trabalho. (Redação dada pelo 
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977 
 
Descabida é a pretensão da reclamante em receber meses de 
férias, eis que não trabalhou este período, bem como não a que se falar em 
unicidade dos contratos no caso em tela. 
 
VIII) DO 13° SALÁRIO PROPORCIONAL 
 
 
A Reclamante recebeu o valor devido correspondente ao 13° proporcional dos 
meses que trabalhou, para a sua contratação. 
 
A Constituição da República, em seu Art. 7°, inciso VIII, prevê o 13º salário entre os 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1535.htm#secaoVI
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1535.htm#secaoVI
direitos sociais dos trabalhadores. 
 
Descabida é a pretensão este período, bem como não a que se falar em unicidade 
dos contratos no caso em tela. 
 
 
IX) DO AUXÍLIO TRANSPORTE 
O auxílio transporte sem foi devidamente pago para a reclamante, não tendo nada a 
reclamar. 
 
Como também a reclamada não junta aos autos às normas coletivas que embasam 
suas pretensões. 
 
 
XI) DO SEGURO DESEMPREGO 
 
As guias de seguro desemprego foram fornecidas pela Reclamada à Reclamante. 
 
O entendimento sobre o tema está expresso na OJ 211, onde é dito que "o não-
fornecimento do seguro desemprego pelo empregador da guia necessária para o 
recebimento do seguro-desemprego dá origem ao direito à indenização". 
 
XII) CÓPIA DO CONTRATO DE TRABALHO 
 
A cópia do contrato de trabalho foi devidamente fornecida para a Reclamante, 
sendo que também está sendo juntada a esta contestação. 
 
Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, 
correspondente à relação de emprego. 
Parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, 
não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os 
tomadores de serviços daquela. (Incluído pela Lei nº 8.949, de 9.12.1994) 
 
Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou 
expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, 
ou para prestação de trabalho intermitente. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 
2017) 
§ 1º - Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência 
dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da 
realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. (Parágrafo 
único renumerado pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 
§ 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando: (Incluído pelo 
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 
a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; 
(Incluída pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 
b) de atividades empresariais de caráter transitório; (Incluída pelo Decreto-lei nº 229, 
de 28.2.1967) 
c) de contrato de experiência. (Incluída pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) 
§ 3o Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de 
serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos 
de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, 
independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para 
os aeronautas, regidos por legislação própria. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) 
 
Desta forma, descabida qualquer multa. 
 
 
XIII) DAS PARCELAS RESCISÓRIAS 
 
As parcelas devidas pela Reclamada à Reclamante foram todas devidamente 
pagas, inclusive a multa do Art. 477°. 
 
Assim, a Reclamada nada de a Reclamante, eis que quitou todas as parcelas 
devidas para a Reclamante na rescisão contratual, conforme documentação ora 
juntadas. 
 
XIV) HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS 
Tratando-se de litígio decorrente da relação de emprego, nos termos da instrução 
Normativa nº 27/2005 do TST, Justiça especializada, os honorários advocatícios. 
Aplicação ao caso de entendimento consubstanciado nas Súmulas nº 219 e 3219 do 
TST. 
 
Assim, requer seja indeferida a condenação de honorários advocatícios. 
 
 
XV) DA COMPENSAÇÃO 
 
A reclamada requer a possibilidade de compensar os valores pagos para a 
reclamante, conforme previsão legal, caso for deferida algum pedido. 
 
Requer, inclusive, a compensação de R$, caso ocorra a procedência de algum 
pedido, o que se admite apenas para argumentar. 
 
XVI) DA IMPUGNAÇÃO DOS PEDIDOS 
 
Impugna-se TODOS os pedidos da reclamante eis que manifestamente 
improcedentes não merecendo guarida, bem como por terem sido devidamente 
pagos; 
 
A retificação da data de admissão, reconhecendo vínculo de emprego em período 
de diversões o comprovado pela reclamada; 
 
Acúmulo de função; 
 
Pagamento de parcelas rescisórias, eis terem sido devidamente pagas; 
 
Pagamento de horas extras, acrescidos, reflexos em férias e 13º, aviso prévio e 
FGTS; 
 
Majoração de salário de 14,13%: 
Vale Transporte; 
Adicional de insalubridade, eis que as atividades 
desenvolvidas não ensejam tal adicional; 
Multa de 10% sobre o salário, pois forneceu cópia de contrato de trabalho; 
 
Pagamento de intervalos; 
 
Pagamento de diferença de FGTS sobre pedidos: 
Aplicação de multa de Art´s 467° e 477° da CLT; 
Emissão de guias de seguro desemprego, eis que foram fornecidas; 
 
Honorários advocatícios. 
 
XVII – DO REQUERIMENTOS 
 
Requer a Vossa Excelência o recebimento da presente Contestação, bem como sua 
apreciação para acolher a preliminar, bem como julgar improcedente a presente 
demanda, com extinção do feito com resolução de mérito, condenando ao 
pagamento das custas processuais; 
 
Protestar por todos os meios de prova em direito admitido, em especial depoimento 
pessoal do reclamante e testemunhal; 
 
Impugnar-se o pedido de Assistência judiciária, eis que o reclamante não cumpre 
com os requisitos legais para tal concessão; 
 
Relativo aos honorários assistenciais, nota-se que o procurador do reclamante não 
cumpre os requisitos legais para tal recebimento restando que diante dos jus 
postulandi inexistente a figura dos honorários de sucumbência; 
 
Postula-se seja aplicado, ao pedido de assistência de honorários assistenciais, o 
quanto determinado nos Art. 14° da Lei 5.584/70, bem como súmulas 219 e 329 do 
TST; 
 
Caso seja deferido alguma dos pedidos do reclamante, postula seja deferida a 
compensação dos valores pagos. 
 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
Local e data. 
Advogado(a) 
OAB/nº... 
 
 
	EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 1ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE CARUARU - PE
	CONTESTAÇÃO À RECLAMATÓRIA TRABALHISTA
	Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
	II. DOS FATOS
	III. DO ACÚMULO DE FUNÇÃO
	IV) DAS HORAS EXTRAS E INTERVALOS INTRAJORNADAS
	V) DA MAJORAÇÃO SALARIAL
	VI) DO FGTS
	VII) DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS
	VIII) DO 13 SALÁRIO PROPORCIONAL
	IX) DO AUXÍLIO TRANSPORTE
	XI) DO SEGURO DESEMPREGO
	XII) CÓPIA DO CONTRATO DE TRABALHO
	XIII) DAS PARCELAS RESCISÓRIAS
	XIV) HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
	XV) DA COMPENSAÇÃOXVI) DA IMPUGNAÇÃO DOS PEDIDOS
	XVII – DO REQUERIMENTOS

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