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Bronquiectasia: definição, diagnóstico e manejo


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Bronquiectasia 
Definição: dilatação brônquica irreversível, usualmente 
notada em uma TC de tórax 
 
▶ Classificação 
o secundárias à fibrose cística 
o não fibrocísticas ➜ não associadas à fibrose cística 
 
▶ Epidemiologia 
o o diagnóstico vem crescendo 
o a prevalência aumenta com a idade 
o há variação geográfica e étnica 
 
 
 
 
 
▶ Diagnóstico 
 
- TCAR ➜ presença de dilatações brônquicas não 
reversíveis 
o Exame necessário e suficiente para confirmar ou excluir 
o Dx 
 
 
Aspectos radiológicos 
o alterações em vias aéreas de maior calibre ➜ dilatação 
da luz e espessamento de suas paredes 
o árvore em brotamento ➜ visualização da ramificação 
milimétrica das vias aéreas, invisível em situações 
normais, e tornada possível pelo acúmulo de secreção, 
alterações inflamatórias e dilatação dessas vias 
o atenuação em mosaico ➜ “sinal indireto”, que decorre 
de aprisionamento aéreo nos lóbulos devido à 
suboclusão da luz bronquiolar 
 
 
 
 
 
 
Sinal de impacção (plug) mucosa em pequenas vias aéreas (círculos) e 
espessamento de parede brônquica (setas) 
 
Sinal de árvore em brotamento (setas) 
 
Perfusão (ou atenuação) em mosaico. As áreas mais escuras indicam 
aprisionamento aéreo por comprometimento de pequenas vias aéreas, 
associado à oligemia 
 
 
A evidência de bronquiectasias na TCAR costuma ocorrer na 
investigação de pacientes com tosse produtiva crônica e/ou 
repetidas infecções respiratórias em vias aéreas superiores e 
inferiores, podendo ou não haver alterações no raio X de tórax. 
Para esses pacientes, recomenda-se a investigação etiológica 
após a confirmação do diagnóstico pela TCAR 
 
 
 
▶ Acompanhamento e monitorização 
- Todos os pacientes devem ter avaliação funcional 
periódica da função pulmonar 
o Espirometria com broncodilatador 
o Distúrbio obstrutivo é o achado mais frequente 
(VEF1/CVF < 0,7) 
o reduções significativas da CVF podem ser 
encontradas 
 
Fonte: Consenso brasileiro sobre bronquiectasias não fibrocísticas, 2019 
 
▶ Aspectos microbiológicos 
- Coletar amostras do trato respiratório inferior (escarro, 
por exemplo) em intervalos de 3-4 meses e nas 
exacerbações pulmonares para a realização de cultura 
aeróbia 
- Cultura para fungos e micobactérias anualmente 
- Caso o paciente esteja em uso crônico de macrolídeos, 
deve-se realizar cultura para micobactérias a cada 6 
meses 
 
▶ Escores de gravidade e prognóstico 
- Deve-se calcular um escore de gravidade e a estimativa 
de prognóstico ao diagnóstico do paciente com 
bronquiectasias 
- A obtenção periódica do escore (anualmente, por 
exemplo) auxilia no manejo terapêutico 
- Os escores FACED e E-FACED estão validados para a 
população brasileira 
 
 
▶ Manejo para todos os pacientes 
o Vacinação contra influenza e pneumococo 
o Evitar exposições ambientais nocivas e 
tabagismo 
o Fisioterapia diária e Reabilitação pulmonar 
o Agentes mucoativos para melhorar clearance 
mucociliar (não de rotina) 
 
▶ Manejo farmacológico 
o Se hiper-reatividade brônquica e/ou sintomas de 
dispneia ➜ Broncodilatadores de longa duração 
o Se associação com diagnóstico prévio ou 
sintomas de asma, e em subgrupos de pacientes 
com DPOC ➜ Corticoide inalatório 
o Se ≥ 2 exacerbações no último ano ➜ Macrolídeo 
(dose imunomoduladora) 6-12 meses 
o Se Infeção crônica por P. Aeruginosa ➜ 
Antibiótico por via inalatória