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SEGURANÇA DO TRABALHO Normas de gestão de qualidade: evolução, tipos, conceitos, requisitos, benefícios, interpretação, implantação e implementação dos requisitos Surgimento e evolução da qualidade O conceito do termo “qualidade” é muito mais antigo do que se imagina. Aristóteles, já em 350 a.C., introduziu os primeiros conceitos de qualidade em seu livro Categorias, no qual ele classifica e analisa dez categorias em que um objetivo pode se encaixar. No início da civilização, a qualidade era aplicada somente para conferir o trabalho dos artesãos. Essa fase era caracterizada pela interação entre produtor e consumidor, propiciando que o cliente indicasse a sua necessidade diretamente ao produtor. Porém, a qualidade, da forma como é conhecida hoje, surgiu após grandes acontecimentos históricos, como a Revolução Industrial, que, devido ao aumento da escala de produção, iniciou a produção em série, introduzindo o conceito de controle de qualidade. O conceito de qualidade foi aprimorado nas grandes guerras mundiais, sendo o Japão o país que mais o adotou e desenvolveu práticas consolidadas de gestão. Antes da Segunda Guerra Mundial, o Japão passava a imagem de que os seus produtos eram de pouca qualidade e de preços muito abaixo do mercado. O povo japonês estava devastado com a guerra. Então, os Estados Unidos impuseram nas Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 1 of 23 04/05/2020 18:24 indústrias japonesas o controle estatístico da qualidade, enviando técnicos especialistas. A partir daí, o Japão precisou adotar as medidas necessárias de qualidade para se reerguer, tornando-se um símbolo de disciplina e disseminação dos conceitos da qualidade para todo o mundo e um exemplo utilizado até hoje como referência. Veja a seguir as fases de evolução da qualidade. Clique ou toque para visualizar o conteúdo. Fase de inspeção É a fase responsável pela verificação dimensional por meio de gabaritos, ferramentas específicas e amostras aleatórias. Fase de controle estatístico A grande inovação em relação ao período anterior foi o reconhecimento da variabilidade de um atributo normal dos processos. A questão era reconhecer quando a variação das medidas dos processos poderia ser considerada natural, não influenciando os produtos. Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 2 of 23 04/05/2020 18:24 Fase de garantia da qualidade É a fase em que foram desenvolvidas novas abordagens que tratavam dos custos da qualidade e da engenharia da confiabilidade. A possibilidade de controlar os custos de prevenção e avaliação de defeitos, aliada à atividade de projeto de produto e processo, assim como a seleção de fornecedores e o treinamento, foi a grande intervenção dessa época. Fase de gestão da qualidade É a fase que parte do princípio de que a conquista e a manutenção de mercados dependem do foco no cliente para identificar requisitos e expectativas e oferecer valor ao mercado por meio de produtos e serviços. Para isso, as empresas não só precisam identificar tais requisitos como também a forma de transmiti-los a todo o ciclo de produção ou de prestação de serviço. Isso é um diferencial em um ambiente cada vez mais competitivo, no qual as empresas estão se esforçando para atender às expectativas dos clientes. É nesta fase que surge a normatização, com a criação da ISO 9000, em 1987. Evolução das normas de gestão de qualidade Na história da evolução humana, a normatização é uma constante, e não apenas uma restrição à atualidade. A implantação de leis, pesos e medidas, expressões gráficas para representar números e letras, dinheiro, são alguns exemplos de normatização fundamentais para a vida em coletividade. A normatização teve seu caráter científico e técnico determinado a partir do final do século XVIII, mesmo período em que foi criado o sistema métrico de medidas. Também foi o período em que as indústrias desenvolveram o conceito de produção em série. Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 3 of 23 04/05/2020 18:24 A percepção das empresas com relação à necessidade e aos benefícios de intercambiar peças, em diferentes fábricas e em vários países, foi o que estimulou alguns países a desenvolverem os primeiros organismos de normatização. O sucesso desses organismos, além da grande demanda do comércio internacional, originou, no século XX, um movimento internacional de normatização na área de eletrotécnica, com a criação, em 1906, da International Electrotechnical Commission (IEC). Em 1926, organismos normatizadores criaram a International Federation of the National Standardizing Associations (ISA), objetivando a ampliação da atividade de normatização internacional, especialmente para a engenharia mecânica. Infelizmente, com a Segunda Guerra Mundial, a ISA teve as suas atividades suspensas, devido à falta de cooperação internacional daquela época. No ano de 1946, após a Primeira Guerra Mundial, um comitê formado por representantes de 25 países criou uma nova organização internacional de normatização, a International Organization for Standardization (ISO), com sede em Genebra, Suíça. O comitê decidiu usar o nome ISO não pelas iniciais do nome da organização, mas, sim, pelo significado em grego que a palavra apresenta (iso significa igual). Dessa forma, em qualquer país, em qualquer idioma, o nome abreviado seria sempre ISO. A ISO é uma organização internacional privada e sem fins lucrativos, fundada em 1946 e formada por comitês técnicos internacionais que buscam padronizar normas mundiais de qualidade. Ela tem como objetivos desenvolver e promover normas internacionais de qualidade que possam ser utilizadas por todos os países e por empresas de qualquer ramo de atividade. Além disso, conta com a participação de mais de 100 países, com representantes em cada um deles. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é a atual representante. Ademais, a ISO é dividida em 210 comitês técnicos (TCs), os quais têm a Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 4 of 23 04/05/2020 18:24 incumbência de cuidar da normatização distintiva de cada setor da economia, elaborando normas internacionais sobre serviços e produtos. No ano de 1979, formou-se o Technical Committee 176 (TC-76) para tratar especificamente da gestão e da garantia da qualidade, pois a ISO já estava se preocupando com o aumento das exigências dos mercados internacionais. O TC-76 iniciou um processo de construção de normas internacionais que harmonizassem os requisitos dos sistemas de qualidade, tendo como referências a norma canadense Z-299 e a norma britânica BS-5750. Após alguns anos de estudos e harmonização entre as normas existentes, no ano de 1987, foram aprovadas cinco normas ISO 9000, criadas com o objetivo de facilitar e estimular o comércio internacional. No Brasil, a normatização teve início no ano de 1940, com a criação da ABNT, cujo objetivo era especificamente suprir a necessidade de compor normas técnicas brasileiras para a tecnologia do concreto. A ABNT cresceu tanto e foi tão valorizada que teve rápida projeção internacional. Inclusive, teve participação efetiva na fundação da ISO, sendo a representante do Brasil. Tipos de normas de gestão de qualidade A ISO contém um grupo de normas que trata da qualidade, qual seja ISO 9000. A norma mais conhecida da série é a ISO 9001, que fornece diretrizes e/ou requisitos sobre as características que devem ser consideradas no sistema de gestão de uma organização, sem engessar os processos das empresas, ou seja, não estabelececomo essas características devem ser implementadas. Esse caráter genérico permite uma ampla aplicabilidade da norma. Em 1987, a norma foi produzida em cinco partes. São elas: Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 5 of 23 04/05/2020 18:24 ISO 9004 Tratava-se de um guia para seleção e uso da parte apropriada da série de normas. ISO 9004 Tratava-se de um guia geral para a gestão da qualidade e dos elementos do sistema da qualidade da série ISO 9000. Também fornecia instruções em outras áreas, tais como marketing e custos da qualidade. ISO 9001 Relaciona-se aos requisitos de sistema da qualidade para projeto, desenvolvimento, produção, instalação e assistência técnica. ISO 9002 Relaciona-se aos requisitos de sistema da qualidade para produção, instalação e assistência técnica – em outras palavras, onde o projeto é realizado externamente ou se não deve existir. ISO 9003 Especificava o sistema da qualidade a ser usado para inspeção e ensaio final. Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 6 of 23 04/05/2020 18:24 A aceitação da norma ISO 9000 levou ao desdobramento de abordagens similares para vários outros assuntos: meio ambiente, segurança e saúde no trabalho, responsabilidade social, segurança da informação, gestão de energia etc. A consequência disso foi a implantação pelas empresas de mais de um sistema de gestão concomitantemente, fazendo a integração entre eles, sem haver redundância nem divergências. Essa abordagem originou os sistemas de gestão integrados (SGIs). Os SGIs ultrapassam a satisfação dos clientes e o escopo do sistema de gestão ambiental e do SGQ ou da proteção ao meio ambiente. Os SGIs têm como resultados da sinergia dos sistemas que os compõem a satisfação plena dos clientes, a proteção ao meio ambiente, a saúde e a segurança das pessoas em seus postos de trabalho e o controle dos impactos sociais das organizações. Um SGI é a confluência de vários sistemas de gestão (ISO 9001 – Sistema de gestão da qualidade; ISO 14001 – Sistema de gestão ambiental; ISO 45001 – Sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho; NBR ISO 26000 – Diretrizes sobre responsabilidade social). Esses sistemas de gestão se complementam e também interagem entre si de forma equilibrada, promovendo respostas às exigências legais, respeitando o ambiente em que está inserido, ficando atento à saúde e à segurança das pessoas no ambiente de trabalho e preocupando-se com os impactos sociais das organizações. Conceitos das normas de gestão de qualidade As empresas vivem atualmente uma realidade muito diferente da qual estavam acostumadas, isto é, uma realidade mais dinâmica, sem barreiras econômicas e/ou físicas, extremamente competitiva devido ao grande número de negócios surgindo a todo o momento e com uma clientela cada vez mais exigente por qualidade. Cada vez mais, o cliente quer saber a procedência das matérias-primas Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 7 of 23 04/05/2020 18:24 utilizadas, o efeito do produto e/ou do serviço ao meio ambiente e a forma como a empresa preza pela saúde e pela segurança do seu trabalhador, além de sua contribuição e/ou sua nocividade para a sociedade. O sucesso de uma organização depende de vários fatores. Nesse cenário, existe uma relação “ganha-ganha”, ou seja, o sucesso da organização trará benefícios para todos, e, para que isso ocorra, cada um contribui do seu modo, formando um público estratégico. O público estratégico, ou partes interessadas, ou, ainda, stakeholders, é formado por colaboradores, clientes, fornecedores, investidor/proprietário, governos, sociedade e meio ambiente. Os colaboradores, por exemplo, fazem com que os acionistas/proprietários sejam atendidos plenamente em suas expectativas. Assim, por meio das atividades exercidas, os empregados obtêm o sustento próprio e o de seus familiares. Para isso, é imprescindível que a empresa seja responsável por zelar a integridade física e psicológica do trabalhador, ou seja, por sua saúde e sua segurança no trabalho. O acionista contribui investindo o seu dinheiro para obter lucro, pois a permanência de uma empresa no mercado depende diretamente de sua lucratividade (nenhuma empresa se mantém sem que haja lucro real). Os clientes contribuem consumindo, o que torna possíveis o crescimento e o desenvolvimento da organização por meio da comercialização de seus produtos/serviços, os quais, devido à sua qualidade, frequentemente se tornam preferência do público-alvo. O fornecedor é visto como um parceiro de negócios, contribuindo com matéria- prima de qualidade e de boa procedência. O governo, ao arrecadar taxas e impostos, contribui com investimento em infraestrutura adequada para atrair outras empresas. Por fim, a sociedade e o meio ambiente contribuem com os benefícios oferecidos para instalar novas empresas. Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 8 of 23 04/05/2020 18:24 Todos esses componentes estão interligados e dependem um do outro para que haja progresso. A qualidade está diretamente inserida nesse ponto, pois o produto final depende de um longo processo de planejamento, avaliação e metodologias para que obtenha êxito. Esse contexto leva as empresas a analisarem os seus processos, procurando uma reestruturação tanto em termos de técnicas quanto em termos de gestão organizacional. A gestão da qualidade apresenta-se como uma opção para equipar as organizações com instrumentos para controlar os seus processos e melhorá-los continuamente, de modo que atendam e excedam as expectativas do cliente, propiciando, assim, a melhoria organizacional e expandindo a sua competitividade no mercado. Os sistemas de gestão da qualidade (SGQs) são um meio para inserir e estruturar a filosofia e os procedimentos da qualidade nas organizações. As principais perspectivas desses sistemas referem-se ao desenvolvimento, à implementação, à padronização, à manutenção e à melhoria da qualidade de processos, produtos e serviços. O SGQ mais adotado pelas organizações baseia-se na norma ISO 9001 e no seu grupo, permitindo que outras normas sejam aplicadas de forma integral. Vê-se, atualmente, que as organizações estão optando pelo sistema integrado de gestão (SIG), que tem como objetivo garantir a satisfação do cliente, ao atender a regulamentação cada vez mais rigorosa e penosa, respeitar o ambiente e demonstrar preocupação constante pela saúde e pela segurança das pessoas no trabalho, considerando, como é notório, as dimensões ambiental e social. Implantação do SGQ conforme a ISO 9001:2015 Os SGQs que a ISO 9001 propõe baseiam-se no ciclo PDCA (plan, do, check e act), que poderá ser aplicado em todo o sistema e, particularmente, em cada um de seus processos. Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 9 of 23 04/05/2020 18:24 Observe na figura a seguir a visão geral do SGQ. Na figura 1, está representado o sistema da norma ISO 9001:2015. Figura 1 – Visão geral da norma ISO 9001:2015 Na figura, é possível ter uma visão geral do sistema: os itens do sistema estão representados pelos círculos dentro do tracejado correlacionados aos números das cláusulas da NBR ISO 9001, e as setas que ultrapassam o tracejado representam as conexões do sistema com o seu exterior, sendo amparado pelas informações. Vê-se que a conexão do sistema com o cliente é a identificação das necessidades e das expectativas, como input no planejamento dos produtos e dos serviços, além da avaliação dasatisfação destes após a sua entrega. O modelo de um SGQ, baseado em uma abordagem de processos, ilustra as ligações dos processos. Essa ilustração mostra que os clientes desempenham um Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 10 of 23 04/05/2020 18:24 papel significativo na definição dos requisitos como entradas. O monitoramento da satisfação do cliente requer a avaliação de informações relativas à percepção do cliente sobre o atendimento dos requisitos. A NBR ISO 9001, assim como as demais normas internacionais, estabelece requisitos mínimos para garantir os resultados almejados, sem criar barreiras descabidas ao comércio internacional. A ISO 9001 centra-se na eficácia dos processos, é uma norma de proteção de clientes e gera muitos benefícios para outras partes interessadas. Requisitos A ISO 9001 conta com vários requisitos. Porém, agora serão abordados resumidamente os principais. É importante lembrar que, para realizar qualquer implantação de sistema ou verificação de suas conformidades, deve-se ler o texto da NBR ISO 9001:2015 na íntegra. A organização deve determinar questões internas e externas que sejam pertinentes ao seu propósito e ao seu direcionamento estratégico e que afetem a sua capacidade de alcançar os resultados pretendidos do seu sistema de gestão. A NBR ISO 9001:2015 é composta por dez seções, sendo que sete delas contêm os requisitos do SGQ (seções de 4 a 10). A compreensão do SGQ torna-se mais fácil quando se entende a finalidade dos requisitos e quando são vistos exemplos reais de como eles ocorrem na prática. Em virtude de as organizações estarem cada vez mais preocupadas com um padrão de desempenho mais holístico, elas focam não somente na questão da qualidade associada ao imperativo financeiro, mas também em saúde e segurança ocupacional, qualidade ambiental, segurança alimentar e questão social de um modo geral. Em associação a cada um desses aspectos, o sistema gerencial da organização passa a ser composto por subsistemas, cuja estrutura é normalmente direcionada por normas específicas. A lógica de estruturação dessas normas, cujas bases são o PDCA e as Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 11 of 23 04/05/2020 18:24 similaridades existentes entre os requisitos e a sua compatibilidade, aponta para uma forte tendência de implantação integrada desses sistemas de gestão organizacionais. A implantação integrada representa uma grande vantagem para a organização, pois a ela está associada uma série de reduções de gastos com o processo de implantação, tornando-o também mais ágil. Veja estas informações importantes da norma ISO 9001:2015: A implantação da ISO é voluntária, mas depende do mercado que impõe a necessidade. A norma é composta por requisitos, sendo que as empresas que se dispõem a atuar baseadas nela deverão cumprir todos eles, com exceção do requisito 8.3 (projeto e desenvolvimento), o qual só será cumprido pela empresa quando do desenvolvimento do projeto. Conforme o dicionário Aurélio, o termo “requisito” significa “coisa necessária e indispensável [...] Condição indispensável; exigência”. A aplicação da norma pode ocorrer em empresas de qualquer segmento, independentemente do porte. A norma é reconhecida mundialmente (por isso a boa reputação em todos os países do mundo). No Brasil, a responsabilidade pela emissão do certificado é do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) (no exterior, cabe ao International Accreditation Forum – IAF). Já o controle das normas é feito pela ABNT. Observe agora exemplos de requisitos importantes da norma, independentemente da área da empresa: 7.1.2. Pessoas (gestão de recursos humanos) 7.5. Controle de documentos 8.3 Projeto e desenvolvimento de produtos e serviços Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 12 of 23 04/05/2020 18:24 Clique no botão a seguir para ter uma visão geral da norma ISO 9001:2015 e dos seus requisitos. Visualizar PDF (objetos/pdf_5.pdf) Interpretação dos requisitos 1. Escopo Este requisito detalha o escopo da norma internacional, especificando as condições para um SGQ, com orientações para a sua utilização. 2. Referências normativas Não há referências normativas dentro da norma. A cláusula é mantida para que também se mantenha o mesmo esquema de numeração, como as demais ISO para sistema de gestão. 3. Termos e definições Os termos e as definições aplicáveis à ISO 9001:2015 podem ser encontrados na ISO 9000. Sua terminologia está alinhada às demais normas de sistemas de gestão. Na maior parte do texto, os termos são de fácil interpretação, e seu significado consta nos dicionários. Ele se abstém de uma linguagem estritamente técnica. Porém, é necessário que se definam os conceitos e o significado de alguns termos técnicos. No próprio texto da norma ISO 9001, há várias notas explicativas de termos Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 13 of 23 04/05/2020 18:24 técnicos e outros tipos de esclarecimentos que visam a facilitar a interpretação. É importante destacar que não é obrigatório que as organizações usem a mesma nomenclatura da seção 1 do Anexo A da norma. Elas têm liberdade para utilizar os termos que considerarem convenientes para o seu ramo de atuação. 4. Contexto da organização Este requisito refere-se ao ambiente de negócios em que a organização atua. Por isso, a organização deve, primeiramente, definir os resultados que pretende alcançar com o SGQ e, após, determinar as questões externas e internas relevantes que afetam a sua capacidade de alcançar esses resultados. 5. Liderança Este requisito exige que a liderança da organização tenha um papel mais proativo e com maior envolvimento na implementação do SGQ. 6. Planejamento Este requisito propõe que objetivos sejam estabelecidos nas funções e nos níveis pertinentes da organização, devendo ser mensuráveis e coerentes com a política. A norma enfatiza o planejamento para tratar de riscos identificados. Outro ponto importante para destacar é o item Planejamento de mudanças. O requisito referente ao planejamento sugere que a organização realize as mudanças necessárias de forma planejada e sistemática, considerando as consequências da mudança, a integridade do SGQ, os recursos disponibilizados e a locação e a realocação de responsabilidades e autoridades. Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 14 of 23 04/05/2020 18:24 7. Apoio Este requisito define a gestão de todos os recursos que a organização necessita, abrangendo pessoas, infraestrutura, ambiente para operações dos processos, recursos de monitoramento e medição e, por último, conhecimento organizacional. Além disso, existem outros itens a serem observados neste requisito. 8. Operação A organização deve selecionar o tipo e a extensão dos controles operacionais que são necessários para assegurar que os processos sejam eficazes e capazes de alcançar os resultados desejados. Da mesma forma que em todos os itens da norma, este requisito aborda a realização do produto/produto conforme os conceitos do PDCA. Isso porque ele mostra a importância do planejamento detalhado do serviço/produto, dos requisitos de execução e monitoramento e dos casos de ações a serem tomadas. Além disso, a organização precisa informar como faz a gestão de rastreabilidade e localização de seus produtos. 9. Avaliação do desempenho Este requisito abrange todas as atividades de monitoramento, medição, análise e avaliação do SGQ, verificando se o sistema de gestão entrega os resultados desejados e definidos no planejamentoda organização por meio de objetivos e metas. Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 15 of 23 04/05/2020 18:24 Para isso, é necessário que sejam descritos o que, quando, por quem e como o sistema de gestão precisa ser monitorado e medido, assim como os métodos de monitoramento, medição, análise e avaliação, de modo a garantir resultados válidos. Além disso, é preciso avaliar o desempenho e a eficácia do seu SGQ. 10. Melhoria A organização deve melhorar a eficácia do SGQ continuamente, utilizando política da qualidade, objetivos da qualidade, resultados de auditorias, análise de dados, ações corretivas e preventivas e análise crítica pela direção. Além disso, a empresa deve prezar pela melhoria contínua em seu SGQ, por meio de ações e projetos documentados. Cabe citar que, ao implementar, de modo eficaz, os requisitos da norma de um SIG, a empresa passa a desfrutar destas vantagens: Melhoria dos processos internos (a definição das tarefas, aliada à capacitação dos colaboradores, torna as rotinas de trabalho mais fluidas) Melhoria no desempenho da organização (por meio da implementação de indicadores da qualidade, a gestão consegue avaliar os resultados obtidos, corrigir as imperfeições e promover as melhorias necessárias) Melhoria na satisfação dos clientes (a padronização dos produtos e a atenção para com os seus requisitos são as responsáveis por este benefício. O foco no cliente passa a ser uma das estratégias de negócio da gestão da qualidade) Fortalecimento da imagem institucional Atividades instituídas por meio de padrões internacionais Atendimento às demandas do mercado e da sociedade em geral Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 16 of 23 04/05/2020 18:24 Implementação da norma Não existe uma regra ou uma norma que defina o processo de implementação de um SGQ. Porém, é importante que todo o processo seja planejado, para que os resultados desejados sejam alcançados e a implantação seja efetiva. O trabalho inicia com um diagnóstico da situação atual da empresa, para que seja possível dimensionar o trabalho a ser realizado e perceber o quão distante os processos se encontram em relação aos requisitos da norma ISO 9001. As próximas etapas são levantamento das necessidades e planejamento do sistema, projeto do sistema, implantação e, por fim, auditoria de certificação. Um conceito de auditoria de sistema de gestão que é muito abrangente e eficaz, no sentido de traduzir a essência e as peculiaridades de um processo de auditoria, foi proposto pela ISO 19011:2001: “Processo sistemático, documentado e independente para obter evidências de auditoria e avaliá-las objetivamente para determinar a extensão na qual os critérios da auditoria são atendidos”. A auditoria de sistema de gestão pode ser considerada uma ferramenta essencial para uma boa gestão, caso apresente estas características: Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 17 of 23 04/05/2020 18:24 Ser formal e documentada Ser executada por pessoal que não tenha responsabilidade direta na área auditada Fundamentar-se em fatos/evidências objetivas Não buscar erros ou culpados Procurar avaliar necessidades de melhorias A evolução do processo de auditorias fez com que elas passassem da simples verificação do nível de cumprimento dos requisitos legais aplicáveis para outros tipos mais sofisticados, complexos e abrangentes, que tendem a variar em função do contexto e das necessidades específicas da organização. O contexto de realização de uma auditoria está relacionado à sua abrangência física, ao escopo de realização e aos seus objetivos, que são orientados pelo critério de auditoria ou pelo padrão normativo de referência. No Brasil, várias certificadoras vêm atuando para auditoria e concessão do certificado de sistema de gestão. Por isso, a empresa precisa identificar o foco que será desenvolvido. É importante conhecer o escopo de certificação habilitado para a área de organismos certificadores que se deseja escolher, de modo que esteja adequado às necessidades do setor onde a organização atua. Existem diferentes setores: Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 18 of 23 04/05/2020 18:24 Madeira e produtos de madeira Fabricação de coque e produtos refinados de petróleo Química, produtos químicos e fibras Borrachas e produtos plásticos Concreto, cimento, cal, gesso etc. Metais básicos e produtos metálicos fabricados Suprimento de energia elétrica Construção civil Comércio de atacado e varejo Transporte, armazenamento e comunicação Tecnologia da informação Observe alguns aspectos relevantes e que precisam ser destacados sobre o processo de certificação ISO 9001: Utiliza as setas para visualizar o conteúdo. Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 19 of 23 04/05/2020 18:24 A certificação é um processo em que a empresa certificadora avalia o sistema da qualidade de uma organização interessada em obter um certificado que atesta que o SGQ da empresa condiz com o modelo da norma e também que a empresa demonstra, na prática, por meio de evidências, as atividades de gestão implementadas. Os organismos certificadores são entidades que emitem o certificado ISO 9001, após um processo de auditoria na empresa que deseja obter a certificação. Os organismos certificadores são normalmente credenciados pelo Inmetro. Algumas das responsabilidades do Inmetro são credenciar laboratórios e organismos certificadores e inspecionar produtos. Os organismos certificadores mais conhecidos no Brasil são DNV, BVQI e BSI. O certificado ISO 9001 tem validade de três anos. As empresas que têm o certificado devem passar por auditorias de manutenção e recertificação. As auditorias de manutenção ocorrem a cada seis ou 12 meses; já as auditorias de recertificação são realizadas a cada três anos. A ISO 9001 não é um certificado de qualidade de produto, mas, sim, um certificado de sistema de qualidade. Para finalizar, faz-se referência ao “escopo”, que nada mais é do que a abrangência do certificado em relação a área de negócio da empresa. O trabalho inicia com um diagnóstico da situação atual da empresa, para que se consiga dimensionar o trabalho a ser realizado e perceber o quão distante os processos se encontram em relação aos requisitos da norma ISO 9001. As próximas etapas são levantamento das necessidades e planejamento do sistema, projeto do sistema, implantação e, por fim, auditoria de certificação. A auditoria é um processo fundamental de monitoramento estratégico do desempenho de um sistema de gestão, tanto em sua fase de implantação quanto em sua fase de manutenção. Embora as auditorias de primeira parte (internas) Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 20 of 23 04/05/2020 18:24 sejam muito importantes para a melhoria contínua, são as auditorias externas que apresentam um papel determinante nesse processo. A ISO 19011:2011 orienta que um plano de auditoria deve abranger estes oito conteúdos: Objetivos da auditoria Escopo da auditoria e identificação das unidades funcionais e dos processos a serem auditados Critérios de auditoria Localizações, datas, tempos estimados e duração de cada atividade Métodos de auditoria a serem adotados Papéis e responsabilidades dos membros da equipe Alocação de recursos Benefícios gerais da normatização A normatização internacional tem gerado benefícios nos aspectos tecnológico, econômico e social. Veja estes exemplos: Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 21 of 23 04/05/2020 18:24 Para os consumidores, a qualidade, a confiabilidade e a segurança são asseguradas por meioda conformidade dos produtos e/ou dos serviços com as normas internacionais. Os fornecedores têm assegurada a ampla aceitação de seus produtos a nível internacional, gerando estabilidade, crescimento econômico, formação de parcerias com clientes. Os acionistas obtêm melhores resultados operacionais a partir do aumento da participação da empresa no mercado. Para os empregados, a normatização propicia melhores condições de trabalho. Os governos, por sua vez, são beneficiados na medida em que a normatização fornece bases tecnológicas e científicas para apoiar as legislações (segurança, saúde, meio ambiente etc.). A normatização facilita o cumprimento de requisitos regulamentares e legais para a sociedade, gerando melhoria nos sistemas de saúde e segurança e reduzindo impactos ambientais e sociais. Sendo assim, foi possível demonstrar a importância da implementação da norma, os benefícios gerados por uma normatização e, consequentemente, um sistema de gestão adequadamente implementado em uma empresa. Considerações finais Cabe ressaltar que a criação das normas ISO 9000 oportunizou a certificação semelhante de sistemas da qualidade das empresas por organismos de certificação independentes, terminando com a imposição de as empresas serem avaliadas por cada um de seus clientes. A certificação independente tornou mais eficiente, mais rápida e mais prática a competência dos fornecedores de uma empresa. É preciso destacar ainda que a certificação de sistemas da qualidade é diferente da certificação de produtos. A certificação de sistemas é o resultado da verificação da conformidade aos requisitos estabelecidos previamente e aos procedimentos de gestão também estabelecidos previamente na norma, e a Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 22 of 23 04/05/2020 18:24 certificação de produtos garante que as características específicas de um produto sejam respeitadas. Por isso, a certificação de produtos exige que sejam realizados testes e ensaios em tais produtos por instituições sérias e capacitadas. A metodologia da qualidade age com base na competitividade das empresas, investindo em treinamento e qualificação dos colaboradores, prezando por sua qualidade de vida dentro e fora do ambiente de trabalho, zelando por sua saúde e sua segurança no trabalho e gerando, consequentemente, aumento da produtividade. A repetição na execução de processos e produtos gera a padronização destes, levando à melhoria contínua das organizações. Os processos são controlados constantemente, levando à eficiência e à eficácia dos processos. Esse círculo virtuoso diminui os custos e os desperdícios e, consequentemente, aumenta os lucros, podendo gerar melhores rendimentos aos colaboradores em termos econômicos e/ou sociais. Todo o processo tem que ser estimulado e incentivado, sobretudo pela direção da empresa, que tem o dever de mostrar os benefícios de tal processo, os quais abrangerão tanto a empresa quanto os colaboradores. Por fim, sabe-se que a implementação de um SGI não garante que a empresa nunca tenha problemas de gestão nas áreas abrangentes, mas oferece soluções rápidas e eficazes, equipes preparadas, além de garantir a constante busca de melhorias e inovações em seus processos, visando a atender todos os seus stakeholders. Versão para impressão https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/pid-5066631-dt-content-rid... 23 of 23 04/05/2020 18:24