TDL - AULAS 7 E 8

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CURSO - Engenharia 10º período
2º SEMESTRE 2019
Tópicos de Direito e 
Legislação
Prof. Alvimar Alvares Malta, M.Sc.
TÓPICOS DE DIREITO E LEGISLAÇÃO
7-) DIREITO CIVIL
7.1 – CONCEITO E NOÇÕES GERAIS:
O Direito Civil é o ramo do Direito privado composto pelo conjunto de
princípios e regras que regulam as relações entre pessoas, e entre estas, e
os bens que se utilizam.
Codificação:
CC/1916: foi elaborado em uma época em que vigia a sociedade patriarcal
e rural, estando hoje revogado.
CC/2002: É o nosso código vigente, tendo entrado em vigor em 11 de
janeiro de 2003.
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7-) DIREITO CIVIL
CAPÍTULO II
DA FILIAÇÃO LEGÍTIMA
Art. 337. Revogado pela Lei nº 8.560, de 29.12.1992:
São legítimos os filhos concebidos na constância do casamento, ainda
que anulado (art. 217), ou mesmo nulo, se se contraiu de boa fé (art.
221).
Art. 358. Revogado pela Lei nº 7.841, de 17.10.1989:
Os filhos incestuosos e os adulterinos não podem ser reconhecidos.
CAPÍTULO II
Da Filiação
Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
CC/1916
CC/2002
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7-) DIREITO CIVIL
O CC/2002 se divide em Parte Geral e Parte Especial
- Pessoas
Parte Geral - Bens
- Atos e fatos jurídicos
- Família
- Sucessões
Parte Especial - Coisas
- Obrigações
- Contratos
Pessoa: é o ser humano, provindo de mulher. A personalidade civil começa quando
do nascimento com vida (Art. 2º CC/02) e termina com a morte, podendo o
nascituro, ser sujeito de direitos (receber doações, ser adotado, etc).
9- Ser humano já concebido e ainda no ventre materno, mas cujo nascimento é dado como certo.
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7-) DIREITO CIVIL
Bens: podem ser definidos como coisas ou objetos que possuem
utilidade e servem para atender uma necessidade humana, podendo
ser trocados , vendidos ou doados, numa relação jurídica.
Fatos Jurídicos: são acontecimentos provenientes da atividade humana
ou da natureza, capazes de criar, modificar ou extinguir direitos (ex:
nascimento, morte, etc).
Atos Jurídicos: são os fatos provenientes da ação humana, de forma
voluntária e lícita (ex: casamento, contratos, etc). Logo, os Atos
Jurídicos são espécies de Fatos Jurídicos.
Capacidade: quanto à capacidade os sujeitos poderão ser
absolutamente incapazes, relativamente incapazes ou possuir
capacidade absoluta ou plena.
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7-) DIREITO CIVIL
10- Ébrios são aquelas pessoas que se embriagam com constância, e viciados são aqueles que utilizam
drogas com frequência.
11- Pródigo é aquele que gasta desordenadamente, que dissipa ou dilapida seu patrimônio sem
justificativa, fazendo despesas inúteis, insensatas e excessivas.
- Menores de 16 anos.
- maiores de 16 e menores de 18 anos.
- os ébrios habituais e os viciados em tóxico.10
- aqueles que, por causa transitória ou permanente, não
puderem exprimir sua vontade.
- os pródigos.11
- maior de 18 anos
A capacidade dos indígenas é regulada por legislação especial (Lei no 6001/73)
Capacidade 
Plena
Relativamente 
Incapazes
Absolutamente 
Incapazes 
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7-) DIREITO CIVIL
Elementos de um negócio Jurídico:
Para que um negócio jurídico seja válido, é necessário que os requisitos previstos no Art.
104 CC/02 sejam satisfeitos, quais sejam:
1-) Agente seja capaz
2-) Objeto lícito, possível, determinado ou determinável
Objetos ilícitos não conferem validade ao negócio (ex: contrabando - drogas).
Objeto possível é o materialmente realizável. (ex: vender o saci pererê não é possível).
Objeto determinado é o especificado pelo contrato (ex: vender um carro).
Objeto determinável é o possível ser determinado (ex: 10 bois inseridos em uma boiada).
3-) Forma prescrita ou não proibida em lei
Alguns negócios jurídicos tem a forma prevista em lei (ex: a escritura pública é essencial
para compra e venda de imóveis de valor superior a 30 salários mínimos - Art. 108 CC/02).
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7-) DIREITO CIVIL
7.2 – RESPONSABILIDADE CIVIL:
A responsabilidade civil decorre da necessidade de um sujeito reparar dano
material ou moral provocado a outrem. O CC/02 assim dispõe:
TÍTULO IX - Da Responsabilidade Civil
CAPÍTULO I - Da Obrigação de Indenizar
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
(...)
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas
condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício
do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a
concorrente quantia.
12- Art. 186 (CC/02). Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
7.3 – REGRAS GERAIS DOS CONTRATOS:
Contrato: O contrato pode ser entendido como um negócio jurídico bilateral
(ou plurilateral) em que os sujeitos ajustam seus interesses, constituindo,
modificando ou extinguindo algum direito com conteúdo patrimonial.
Como negócio jurídico, são necessários à validade dos contratos os requisitos
gerais previstos no Art. 104 do CC/02, quais sejam:
1-) O agente seja capaz
2-) O objeto seja lícito, possível, determinado ou determinável
3-) A forma seja prescrita ou não proibida em lei
Necessário, todavia, o atendimento a um quarto requisito de ordem
específica
4-) Consentimento recíproco (acordo de vontades).
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7-) DIREITO CIVIL
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7-) DIREITO CIVIL
O consentimento deve ser livre e espontâneo, sob pena de ter sua validade afetada
pelos vícios (ou defeitos) do negócio jurídico, quais sejam:
1-) Erro
É a falsa noção a respeito de alguma coisa, em que a própria vítima incorre.
Ex: uma pessoa compra um conjunto de peças pensando que são de prata,
quando na verdade, são de outro material.
2-) Dolo
Situação em que uma pessoa induz a outra a praticar ato que prejudique a
segunda pessoal e beneficie a primeira.
Ex: Cobrir lataria de veículo enferrujado com massa e pintá-lo, de modo a
encobrir irrecuperáveis defeitos.
3-) Coação
É a violência física ou moral que impede a pessoa de manifestar livremente sua
vontade.
Ex: Apontar arma de fogo para que a pessoa assine o contrato de compra e
venda de um imóvel.
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7-) DIREITO CIVIL
4-) Estado de perigo
Situação em que alguém, buscando salvar a si ou a pessoa de sua família, de
grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente
onerosa.
Ex: A busca de empréstimo em dinheiro, com juros abusivos, para evitar a
prisão do pai, devedor de alimentos.
5-) Lesão
Ocorrerá nos casos em que uma pessoa, por necessidade ou inexperiência,
aceita a realização de negócio manifestamente desproporcional em relação à
vantagem auferida. Neste caso, não é necessário que a outra parte tenha
ciência da premente necessidade daquele com quem negocia.
Ex: A venda de um carro por preço baixo, quando o vendedor fecha o negócio
para pagar cirurgia de seu filho, prestes a morrer.
6-) Fraude contra credores
Situação em que o devedor desfalca seu próprio patrimônio, alienando bens
com o objetivo de não pagar suas dívidas, prejudicando assim,outra pessoa.
.
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7-) DIREITO CIVIL
Anotação de Responsabilidade Técnica:
Todo contrato, escrito ou verbal, para a execução de obras ou prestação de
quaisquer serviços profissionais referentes à Engenharia, fica sujeito à Anotação
de Responsabilidade Técnica (ART), devendo ser indicados os responsáveis
técnicos pelo empreendimento.
A Anotação de Responsabilidade Técnica deverá ser realizada pelo profissional ou
pela empresa, junto ao CREA dos estados da federação, sendo certo que a falta
dessa prática, implica multa e demais sanções legais ao profissional (Lei no
6496/77) .
Alguns conceitos relacionados aos contratos:
Arras ou sinal: é o adiantamento de quantia em dinheiro ou outro bem, entregue
por um a outro contratante, com o objetivo de assegurar o cumprimento da
obrigação, sendo considerada o princípio do pagamento daquele contrato.
Caso o contratante que pagou as arras não cumprir o contrato, poderá a outra
parte retê-la por ter sido desfeito o negócio.
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Caso o contratante que recebeu as arras não cumprir o contrato, poderá a outra
parte exigir a devolução mais o equivalente com atualização monetária, juros e
honorários advocatícios.
Vícios redibitórios: são defeitos ocultos da coisa (do bem em negociação) que a
tornam imprópria ao fim a que se destina ou lhe diminuem o valor. Neste caso, o
contratante devedor não faria o negócio se tivesse o conhecimento do defeito.
ABNT 13752 – Perícias de engenharia na construção civil
3.76 Vícios redibitórios
Vícios ocultos que diminuem o valor da coisa ou a tornam imprópria ao uso a que se destina, e que,
se fossem do conhecimento prévio do adquirente, ensejariam pedido de abatimento do preço pago, 
ou inviabilizariam a compra.
Se o contratante alienante conhecia o defeito, restituirá o que recebeu com
perdas e danos13. Se não conhecia, restituirá o valor recebido mais as despesas
do contrato.
7-) DIREITO CIVIL
13- CC/02 - Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao
credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
7-) DIREITO CIVIL
Caso queira, pode o contratante devedor, ao invés de rejeitar a coisa cancelando
o contrato, aceitá-la com abatimento no preço.
Exemplo: - Trincas oriundas de recalque diferencial de fundação.
- Máquina que opera com emissão de ruídos acima do permitido pela
legislação.
Distrato: É a rescisão ou anulação de um contrato anteriormente pactuado entre
as partes. Ele pode ser consensual (quando as partes contratantes chegam a um
consenso sobre a finalização do negócio) ou unilateral (quando apenas pretende
a finalização do negócio).
Se, pela natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos
consideráveis para a sua execução, o distrato deverá respeitar prazo compatível
com a natureza e o montante dos investimentos.
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7-) DIREITO CIVIL
TÓPICOS DE DIREITO E LEGISLAÇÃO
O Código Civil traz em seu Título VI algumas espécies de contratos expressamente
previstas, sendo assim, denominados típicos, quais sejam:
1-) Compra e venda (Arts. 481 - 532)
2-) Troca ou permuta (Art. 533)
3-) Contrato estimatório (Arts. 534 - 537)
4-) Doação (Arts. 538 - 564)
5-) Locação de coisas (Arts.565 - 578)
6-) Empréstimo (Arts. 579 - 592)
7-) Prestação de serviços (Arts. 593 - 609)
8-) Empreitada (Arts. 610 - 626)
9-) Depósito (Arts. 627 - 652)
10-) Mandato (Arts 653 - 692)
11-) Comissão (Arts. 693 - 709)
12-) Agência e distribuição (Arts. 710 - 721)
13-) Corretagem (Arts. 722 - 729)
14-) Transporte (Arts. 730 - 756)
15-) Seguro (Arts. 757 - 802)
16-) Constituição de renda (Arts. 803 - 813)
17-) Jogo e aposta (Arts. 814 - 817)
18-) Fiança (Arts. 818 - 839)
19-) Transação (840 - 850)
20-) Compromisso (Arts. 851 - 853)
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7.4 – CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS:
O contrato de prestação de serviços é aquele pelo qual uma das partes (prestador)
obriga-se para com a outra parte (tomador) a prestar-lhe um serviço lícito, material
ou imaterial, mediante retribuição14.
É o que ocorre em serviços de profissionais liberais como advogado, engenheiro,
contador, médico, etc.
Prazo: Conforme previsão do Art. 598 e seguintes do CC/02, o contrato de prestação
de serviços não poderá ser convencionado por mais de quatro anos. Não havendo
estipulação de prazo, e nem se podendo inferi-lo da natureza do contrato, ou do
costume do lugar, qualquer das partes poderá resolver (findar) o contrato da
seguinte forma:
I - com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou mais; 
II - com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou quinzena; 
III - de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias.
14- Embora na Empreitada também haja prestação de serviços, o CC/02 a disciplina em capítulo
próprio. Nela, uma das partes se obriga a realizar determinada obra com seu trabalho, ou com este
acrescido do fornecimento demateriais.
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Quanto à execução da prestação de serviços, o contrato caracteriza-se como intuitu
personae, isto é, as obrigações e direitos decorrentes deste contrato não podem ser
transferidas a terceiros, salvo autorização das partes. Logo, a terceirização deverá
ser consentida entre os contratantes. O Art. 605 do CC/02 informa que nem aquele
a quem os serviços são prestados, poderá transferir a outrem o direito aos serviços
ajustados, nem o prestador de serviços, sem aprazimento da outra parte, dar
substituto que os preste.
Extinção: A extinção do contrato de prestação de serviços se dá, conforme Art. 607
do CC/02, com a morte de qualquer das partes, pelo escoamento do prazo, pela
conclusão da obra, pela rescisão do contrato mediante aviso prévio, por
inadimplemento de qualquer das partes ou pela impossibilidade da continuação do
contrato, motivada por força maior.
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7.5 – CONTRATO DE ENGENHARIA:
O Contrato de Engenharia (Engineering) trata da construção e instalação de uma
indústria, em que um dos contratantes (empresa de engenharia) assume a
obrigação de apresentar um projeto, dirigir a construção e colocar em
funcionamento uma indústria, entregando-a ao contratante, que por sua vez, se
compromete a disponibilizar todos os materiais à construtora, e a lhe pagar os
honorários ajustados e reembolsar as despesas.
Trata-se de um contrato atípico, isto é, não previsto expressamente no CC/02.
Existem duas modalidade de engineering:
I- Consulting engeering
II- Commercial engineering
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Consulting engeering: Abrange apenas a fase dos estudos e do projeto, além do
estudo técnico-econômico para a realização de um projeto industrial, ou para a
reorganização, modernização ou ampliação de uma empresa.
Commercial engineering : envolve, além da fase descrita no consuting engeneering,
a execução da construção e a entrega de uma instalação industrial em funcionamento.
A realização deste tipo de contrato envolve, geralmente, pessoas jurídicas de direito
público, sendo assim, deverão ser respeitadas as exigências decorrentes das
contratações realizadas via licitações (Lei no 8.666/93 e demais legislações correlatas).
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7.6 – CONTRATO DE COMPRA E VENDA:
Conforme preceitua o Art 481 do CC/02, denomina-se Contrato de Compra e
venda aquele em que uma das partes contratantes (vendedor) se obriga a
transferir o domínio de uma coisa (bem) à outra parte (comprador), mediante
contraprestação de certo preço, em dinheiro.
Objeto: esta modalidade contratual admite como objetos bensde toda
natureza, corpóreos, compreendendo bens móveis e imóveis, bem como os
incorpóreos.
Para contratos que tenham por objeto os bens incorpóreos, a denominação
passa a ser Contratos de Cessão (de direitos, de créditos, etc.)
Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas com escritura e registro a
cargo do comprador, e as da tradição15, a cargo do vendedor.
15- É a entrega da coisa ao adquirente, com a intenção de lhe transferir a sua propriedade ou a posse.
Art.1.267 CC/02 - a propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição.
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Não sendo a venda feita a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa
(bem) antes de receber o preço.
Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e
os do preço, por conta do comprador.
A entrega da coisa vendida, salvo disposição expressa em contrário, dar-se-á no
local onde ela estava ao tempo da venda.
Salvo convenção em contrário, o vendedor responde por todos os débitos que
gravem a coisa até o momento da entrega.
Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma, não autoriza a
rejeição de todas.
Nos negócios que envolvam imóveis, caso seja utilizada a cláusula de retrovenda,
o vendedor reserva-se o direito de recomprar a coisa dentro de três anos,
mediante a restituição do preço, mais as despesas feitas pelo comprador.
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7.7 – CONTRATO DE EMPREITADA:
Denomina-se contrato de empreitada aquele em que uma das partes
(empreiteiro) se obriga, sem subordinação ou dependência, a realizar certo
trabalho para a outra (dono da obra), com material próprio ou por aquele
fornecido, mediante remuneração global ou proporcional ao trabalho executado.
Trata-se de contrato intuitu personae, isto é, só admite terceirização caso as
partes autorizem.
Tipos de empreitada:
A-) Empreitada de mão de obra (ou de lavor): o empreiteiro presta os serviços
contratando toda a mão de obra, porém, os materiais são fornecidos pelo
dono da obra.
B-) EmpreitadaMista (ou de lavor e materiais): o empreiteiro fornece a mão de
obra e os materiais, comprometendo-se a executar a obra inteira.
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C-) Empreitada sob administração: o empreiteiro apenas administra os contratos
pelo dono da obra, sendo de responsabilidade do dono, o fornecimento de
materiais.
Remuneração: a remuneração poderá se dar por preço fixo (pagamento pela
totalidade da obra sem escalonamento de preço) ou por preço escalonado, por
tarefas ou por etapas (o preço é pago levando-se em conta o fracionamento da
obra).
Diferenças entre empreitada e prestação de serviços:
A-) O objeto do contrato de prestação de serviços é apenas a atividade do
prestador, sendo a remuneração proporcional ao tempo dedicado ao trabalho,
enquanto na empreitada, o objeto da prestação não é essa atividade, mas a obra
em si mesma, permanecendo inalterada a remuneração, qualquer que seja o
tempo dispendido.
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B-) Na prestação de serviços a execução dos serviços é dirigida e fiscalizada por
quem contratou o prestador, a quem fica este diretamente subordinado, ao
passo que na empreitada, a direção compete ao próprio empreiteiro.
C-) Na prestação de serviços, o tomador assume os riscos do negócio, mas na
empreitada, é o empreiteiro que assume os riscos do empreendimento, sem
estar subordinado ao dono da obra.
Direitos e deveres do dono da obra:
1-) Receber a obra, depois de concluída, podendo porém, rejeitá-la ou recebê-la
com abatimento, se o empreiteiro se afastou das instruções recebidas e dos
planos ou regras técnicas em trabalhos de tal natureza (Arts. 615 e 616 CC/02).
2-) Em sendo o preço fixo em etapas, o pagamento de cada parcela presume a
verificação daquela etapa, e se no prazo de 30 dias da medição, não forem
apontados defeitos ou vícios pelo dono da obra, presume-se verificada a obra
(Art. 614 CC/02).
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3-) Pode o dono da obra suspender a obra, desde que pague ao empreiteiro as
despesas e o lucro relativos aos serviços já realizados, mais indenização razoável,
calculada em função do que ele teria ganhado, se concluída a obra (Art. 623
CC/02).
Direitos e deveres do empreiteiro:
1-) Entregar a obra prevista, perfeita e acabada , dentro do prazo acordado, bem
como reparar os defeitos ou vícios em caso de aparecimento dentro do prazo
legal.
2-) Poderá suspender a obra:
I-) por culpa do dono ou por motivo de força maior.
II-) Quando no decorrer dos serviços se manifestarem dificuldades
imprevisíveis de execução, resultantes de causas geológicas ou hídricas, ou
outras semelhantes, de modo que torne a empreitada excessivamente
onerosa, e o dono da obra se opuser ao reajuste do preço inerente ao
projeto por ele elaborado, observados os preços.
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III-) Se as modificações exigidas pelo dono da obra, por seu vulto e natureza,
forem desproporcionais ao projeto aprovado, ainda que o dono se disponha
a arcar com o acréscimo de preço.
Prazo de garantia: Conforme o Art. 618 do CC/02, nos contratos de empreitada
de edifícios ou outras construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e
execução responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e
segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo.
Referências Bibliográficas:
AQUINO, Leonardo Gomes de. Legislação aplicada à Engenharia. 1ª Ed. São Paulo: Perse, 2014
MARTINS, Sérgio Pinto. Instituições de direito público e privado. 12 ed. São Paulo: Atlas, 2012
MONTORO, André Franco. Introdução à Ciência do Direito. 31 ed. rev. e atual. – São Paulo, 2014.
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 34 ed. Revisada e atualizada. Rio de Janeiro: Forense, 2012
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