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Alterações Numeriças e Mõrfõlõgiças dõs Leuçõçitõs Alterações Numéricas dos Leucócitos: Causas das variações numéricas: Desvio à esquerda: É preciso lembrar das fases de maturação dos neutrófilos, que se inicia com mieloblastos (células mais jovens e imaturas) e termina com os segmentados/neutrófilos (células mais maduras e velhas). Assim, quando falamos de desvio à esquerda, estamos falando da presença de células mais jovens e imaturas na corrente sanguínea, seguindo as fases de maturação. No hemograma iremos visualizar aumento de células como metamielócitos, mielócitos, promielócitos, mieloblastos. Esse desvio pode ser suave (maior presença de metamielócitos), moderado (mielócitos) ou acentuado (promielócitos ou mieloblastos). Em outras palavras, é a quebra da hierarquia na liberação dos neutrófilos da reserva granulocítica medular para o sangue. É a única situação em que a avaliação dos valores relativos adquire maior importância, é o parâmetro a ser julgado na interpretação. Normalmente está associado com infecções agudas. Desvio à direita: Quando falamos de desvio à direita, estamos falando da presença de células bem mais maduras na corrente sanguínea. Seu significado normalmente está associado com deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico, drogas citotóxicas, doenças crônicas. Será possível visualizar a presença de pelocariócitos ou macropolócitos, que são neutrófilos hipersegmentados. Hiato leucêmico: É o desvio à esquerda com a quebra das fases de maturação, no hemograma iremos visualizar aumento de blastos, sem seguir a sequência de maturação. Reação leucemoide: A reação leucemoide é definida como uma contagem de leucócitos de > 50.000/µℓ em condições não leucêmicas. O esfregaço de sangue periférico revela aumento da contagem de células mieloides e desvio para a esquerda (bastões, metamielócitos, mielócitos, alguns promielócitos e raros mieloblastos); e aumento dos grânulos primários nas células mieloides (granulação tóxica), além de corpúsculos de Döhle e vacuolização citoplasmática. Se o desvio para a esquerda consistir em uma elevação apenas das formas em bastão (> 700/µℓ), empregase o termo bastonemia. Com frequência, sinaliza o início de um episódio séptico, como apendicite aguda. Infecções bacterianas: Infecções virais: Parasitoses: Processos alérgicos: Atividade Física: Corticoides: Anormalidades Morfológicas: 1. Granulações Tóxicas Neutrófilos: é a presença de grânulos imaturos de mucopolissacarídeos com coloração azurófila no citoplasma, decorrente de infecções, inflamações e na gravidez 2. Corpos de Dohle: afeta normalmente neutrófilos, é a presença de corpúsculos azuis-claros na periferia do citoplasma, ocorre em infeções, inflamações, queimaduras, gravidez, agentes citotóxicos (quimioterápicos) 3. Vacúolos Citoplasmáticos: resultante da fusão de grânulos com vacúolos fagocitários, ocorre em infecções, intoxicações alcóolica, intoxicação por benzeno. Resposta inflamatória: Proteínas de Fase Aguda: • Atuação dos mediadores inflamatórios no tecido hepático • Auxiliam na adaptação metabólica sistêmica • Diminuição: Albumina, paraoxonase; • Aumento: Proteína C Reativa (PCR), ceruloplasmina, haptoglobina; Proteína C Reativa (PCR): • É uma proteína de fase aguda, pentamérica, produzida pelo fígado em resposta às citocinas, como a IL-6. • A PCR está sendo considerada como marcador padrão-ouro para a inflamação. • O nível de PCR pode refletir o grau de resposta inflamatória oculta e ser uma medida útil para a lesão imune tecidual. • Está presente nas placas de aterosclerose e ausente nas paredes dos vasos normais, indicando participação no mecanismo aterogênico. A determinação laboratorial da PCR como marcador inflamatório indicada em variadas situações clínicas, como: 1. A monitorízação da resposta terapêutica à antibioticoterapia em infecções bacterianas; 2. A ruptura prematura de membranas e o risco de desenvolver infecção intra-uterina em pacientes obstétricas; 3. O acompanhamento da resposta terapêutica na artrite reumatóide; 4. A detecção precoce de complicações pós-operatórias; 5. O diagnóstico diferencial entre infecção e rejeição em pacientes submetidos a transplante de medula. Existe um consenso no qual um valor de PCR acima de 0,5 mg/dL é indicativo da presença de processo inflamatório agudo ou crônico. Velocidade de Hemossedimentação (VHS): • É a velocidade com que os eritrócitos se separam do plasma em uma unidade de tempo (60 ou 120 minutos), agregando-se umas às outras e determinando a sedimentação. • Ao deixarmos repousar, posicionado verticalmente, uma pipeta de Westergren preenchida com sangue colhido com anticoagulante, se observa que, depois de algum tempo, os eritrócitos sedimentam em seu fundo, formando-se duas fases que correspondem ao plasma (parte superior) e as células sangüíneas constituídas fundamentalmente por eritrócitos (parte inferior). Este processo se denomina eritrosedimentação e a velocidade com que se realiza (VHS ou VSG) pode variar em diversas situações patológicas. • Apesar do VHS ser um teste inespecífico, ele é amplamente empregado na prática clínica, pois sua variação é quase sempre sinal de alteração orgânica ou de enfermidade. Assim, devido a freqüente correlação entre a VHS e o grau de atividade da enfermidade, sua determinação é de grande utilidade para acompanhar o curso evolutivo de certas afecções, entre as que se destacam, os processos inflamatórios crônicos (artrite reumatóide, polimialgia reumática e tuberculose, lúpus eritematoso, linfomas). Eritrosedimentação: • O mecanismo da eritrosedimentação não é bem conhecido. Parece obedecer a interações eletrostáticas entre a superfície dos eritrócitos e diversas proteínas plasmáticas que favorecem (fibrinogênio e globulinas) ou dificultam (albumina) o empilhamento destes corpúsculos vermelhos. As principais macromoléculas que contribuem para o aumento da VHS em ordem decrescente são o fibrinogênio, a alfaglobulina e a gamaglobulina. As principais macromoléculas que contribuem para retardo da VHS são a albumina e a lecitina, porém não há correlação absoluta entre a VHS e algumas das frações protéicas do plasma. Referências bibliográficas: • Resumos da Med • Wallach 10Ed Interpretação de Exames Laboratoriais
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