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Laboratório de Operações Unitárias Profª Mônica Bagnara Peneiramento Objetivo Pretende-se, a partir de dados de ensaios de peneiramento, realizar a análise granulométrica do produto de um britador que realiza a fragmentação de quartzo. A partir da peneira em que se obteve a maior fração retida, calcular a área da superfície da peneira, considerando uma alimentação de 10 ton h-1, operando 24 horas por dia. Introdução Sólidos particulados têm uma vasta aplicação na indústria, como por exemplo, adsorventes, catalisadores, suportes, etc. Dentre os diversos processos envolvendo sólidos pode-se citar o uso de areia e calcário em operações de combustão em leito fluidizado. Partículas de sólidos homogêneos têm a mesma densidade do material a granel. Partículas obtidas pela quebra de um composto sólido, como minério de metais, possuem densidades variadas. O estudo granulométrico permite determinar a distribuição do tamanho das partículas, importantíssimas em operações envolvendo sólidos. Caracterização de Partículas Adsorção Ciclones Elutriação Filtração Floculação Secagem Sedimentação Sólidos Par9culados Figura 1 – Exemplos de tecnologias em que se encontram sólidos. Peneiramento Representação pela distribuição da fração mássica em cada intervalo de abertura da peneira. Ao se alimentar a amostra na primeira peneira, uma certa quantidade de amostra poderá ficar retida, enquanto boa parte a atravessa e se deposita na segunda peneira, a qual, por sua vez, poderá reter uma quantidade do material oriunda da primeira peneira, permitindo a passagem de uma quantidade que irá alimentar a terceira peneira, e assim sucessivamente. Figura 5 – Conjunto de peneiras. Peneiramento Uma peneira separa apenas duas frações que são chamadas não classificadas porque se conhece apenas as medida extrema de cada fração (a da maior partícula da fração fina e a menor da fração grossa). Com mais peneiras é possível obter frações classificadas; neste caso, não é mais um simples peneiramento, mas uma classificação granulométrica. Análise Granulométrica - Distribuição de tamanho: Análise diferencial - Fração acumulada: Análise integral Figura 6 – Distribuição do tamanho de par7cula. Fonte: McCabe Análise Granulométrica Tabela 1 – Análise de peneiramento. Fonte: McCabe, p. 932. 𝐷!" = 𝐷# + 𝐷#$% 2 Balanço Material Alimentação = finos (underflow) + grossos (overflow) A = F + G A partir do balanço material determina-se o diâmetro de corte. Figura 7 – Distribuição do tamanho de par7cula. Fonte: McCabe Diâmetro de Corte Diâmetro de corte, Dc: limita o tamanho máximo das partículas da fração fina e o mínimo da fração grossa. Geralmente Dc é escolhido em função do fim desejado na separação, podendo coincidir ou não com a abertura de uma peneira padrão. Frações Acumuladas 𝜑!: fração acumulada de grossos na alimentação é a fração do peso total de A constituída de partículas maiores do que Dc. 𝜑" : fração acumulada de grossos nos finos, é a fração do peso total de F constituída de partículas maiores do que Dc. 𝜑# : fração acumulada de grossos nos grossos. Se o peneiramento fosse ideal 𝜑" = 0 e 𝜑# = 1 Frações Acumuladas Figura 8 – Distribuição acumulada. Fonte: Foust, pg 620. Eficiência Peneiramento Eficiência: produto da recuperação relativa do material desejado e da remoção relativa do material indesejado. 𝑅𝑒𝑐𝑢𝑝𝑒𝑟𝑎çã𝑜 = 𝐸# = 𝐺𝜑# 𝐴𝑋! 𝑅𝑒𝑗𝑒𝑖çã𝑜 = 1 − 𝑃(1 − 𝑥$) 𝐹(1 − 𝑥") 𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝑃𝑥$ 𝐹𝑥" 1 − 𝑃(1 − 𝑥$) 𝐹(1 − 𝑥") P e F: massa do produto e da carga, sendo produto ou a fração grossa ou a fina xp e xf: fração ponderal da fração desejada do material no produto e na carga Eficiência Peneiramento Eficiência: produto da recuperação relativa do material desejado e da remoção relativa do material indesejado. 𝐸# = 𝐺𝜑# 𝐴𝜑! 𝐸% = 𝐹(1 − 𝜑") 𝐴(1 − 𝜑!) 𝐸 = 𝐸#𝐸" Peneiramento ideal X Peneiramento real • Ideal - Alimentação A e abertura da peneira Dc: Uma fração de finos e uma de grossos; - 𝜑" = 0 e 𝜑# = 1 • Real - Partículas menores que Dc ficam retidas nos grossos; - Partículas maiores que Dc passam pela peneira; Possíveis causas? Dimensionamento Peneiras Consiste em projetar a área da tela necessária a operação em função da capacidade C (dados experimentais e catálogos de fabricantes) 𝑆 = 24𝐴 𝐶𝐷& Ver capacidade: http://www.kroosh.com/index.html S =Área necessária peneiramento A = Alimentação [t h-1] C = capacidade específica [t h-1 m-2 mm-1] Dc = diâmetro de corte Dimensionamento Peneiras Mesh Alimentação Overflow (finos) Underflow (grossos) 4 0 0 6 0,025 0,071 8 0,125 0,359 0 10 0,32 0,42 0,195 14 0,26 0,12 0,385 20 0,155 0,02 0,25 28 0,055 0,01 0,08 35 0,02 0,03 65 0,02 0,035 Fundo 0,02 0,025 Orientações para trabalho 1. Faça um gráficos da fração retida em função da abertura da peneira (AGD). Discuta. 2. Faça um gráfico da fração retida acumulada em função da abertura da peneira (AGAR). Discuta. 3. Determine o diâmetro de corte do seu peneiramento. Discuta. 4. Calcular a área da superfície da peneira adequada para a sua análise granulométrica, considerando uma alimentação de 10ton/h, operando 24 horas por dia. 5. Faça um gráfico com a fração acumulada dos grossos na alimentação, grossos nos finos e grossos nos grossos. Calcule a relação entre Grossos e Alimentação, Finos e Alimentação. 6. Calcular as eficiências de recuperação dos grossos, de recuperação dos finos e eficiência global do peneiramento. Referências CREMASCO, M. A. Operações Unitárias em Sistemas Particulados e Fluidomecânicos. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2014. MCCABE, Warren L.; SMITH, Julian C; HARRIOTT, Peter. Unit operations of chemical engineering. 7th ed. New York, NY: McGraw- Hill, 2005. 1140 p.
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