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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESC DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS E QUÍMICA - DEAQ DISCIPLINA: Laboratório de Operações Unitárias DOCENTE: Mônica Bagnara DISCENTE: Adrieli Piccinin, Eduarda Heck Sumny e Tamires Pagani FLUIDIZAÇÃO 1. Introdução Os leitos fluidizados são caracterizados, basicamente, por apresentar partículas suspensas e distanciadas entre si quando submetidas ao escoamento da fase fluida, contudo, sofrem arrastamento. Atualmente os leitos fluidizados apresentam diversas aplicações industriais por proporcionarem mistura intensa entre as fases fluida e particulada, criando dessa maneira, taxas elevadas de transferência de calor e de massa, assim como acarretando uniformidade de distribuição de temperatura e de concentração das fases no interior do equipamento. Alguns exemplos típicos de aplicações de leitos fluidizados na indústria são as sínteses e reações catalíticas, a regeneração catalítica, a combustão e gaseificação de carvão, além do emprego em processos não reacionais como, por exemplo, na secagem de partículas, no recobrimento na secagem de partículas, no recobrimento e granulação de sólidos, etc (CREMASCO, 2012). A fluidização inicia-se quando a força de arrasto fornecida pelo fluxo de gás ou líquido é suficiente para superar o peso do material, e o leito de partículas sólidas assume o comportamento de fluido. Em geral, o leito fluidizado pode ser operado em seis regimes diferentes, conforme a velocidade que percola as partículas aumenta, como a fluidização homogênea, fluidização borbulhante, fluidização do tipo slug, fluidização turbulenta, fluidização rápida e transporte pneumático (COSTA, 2010). Em sistemas líquido-sólidos, um aumento na taxa de escoamento acima da mínima fluidização resulta em uma expansão suave e progressiva do leito. As instabilidades decorrentes do aumento da vazão de fluido não são apreciáveis, e regiões com elevadas porosidades ou heterogeneidade do leito não são observadas. O leito nessa condição é chamado de fluidização homogênea. Já para os sistemas gás-sólido geralmente se comportam de modo diferente, aumentando o escoamento além da mínima fluidização, pode-se observar grande instabilidade, formação de bolhas e canais preferenciais à passagem do gás. A taxa de escoamento é alta, a agitação e o movimento das partículas são mais vigorosas (CREMASCO, 2012). O objetivo será estudar o comportamento fluidodinâmico de leitos de partículas sólidas fluidizadas usando como fluido de trabalho líquido e gás, através de medidas do gradiente de pressão. 2. Materias e Métodos A coluna de fluidização usando como fluido de trabalho líquido, tem 7,5 cm de diâmetro interno recheado com pequenas pedrinhas perfazendo um leito poroso. O leito continha 3000 g de partículas com diâmetro entre 1,67 e 2,38 mm, com densidade de 2,7 g/cm³ e porosidade inicial do leito de 0,48. Para verificação das leituras utilizou-se um manômetro de tubo em U com clorofórmio como fluido manométrico. Para fluidização usando como fluido de trabalho gás, o leito é constituído de 1.858 g de partículas de areia, com mesh entre 35 e 60, e densidade de 2,81 g/cm³, contidas em um tubo de vidro com 7,5 cm diâmetro interno. O leito apresenta porosidade inicial de 0,40. Para verificação das medidas usou-se o rotâmetro e dois manômetros de tubo em U preenchidos com água como fluido manométrico. Para o procedimento experimental inicialmente com o leito compactado, anotou- se as alturas iniciais da coluna e dos manômetros, para ambos os ensaios. As vazões, tanto da fluidização com líquido quanto com gás, foram aumentadas lentamente de 0,5 em 0,5 L/min até atingir a vazão máxima (vazão que provoca a fluidização slug), anotando-se os novos valores da coluna de queda de pressão do leito lida nos manômetros de cada ensaio, e a variação de altura dos leitos, lida na régua de nível. Ao fim de cada ensaio, o experimento foi repetido com a vazão no sentido decrescente. 3. Resultados e Discussão Com dos dados obtidos dos experimentos, calculou-se a queda de pressão através da equação (1): (1) Tabela 1: Dados experimentais - Fluidização com Líquido. Fluidização com Líquido Vazão Crescente Q (L/min) Altura do Leito (cm) ΔH (cm) ΔP(Pa) 0 50,9 0,1 4,81 1 50,9 9,4 451,85 1,5 50,9 13,3 639,32 2 50,9 19,1 918,12 2,5 50,9 25 1201,73 3 50,9 31 1490,14 3,5 50,9 37,4 1797,78 4 50,9 46,4 2230,40 4,5 50,9 55,5 2667,83 5 50,9 65,5 3148,52 5,5 50,9 75,5 3629,21 6 50,9 84,4 4057,02 6,5 51,9 85,6 4114,71 7 53,3 82,6 3970,50 7,5 54,9 82 3941,66 8 56,5 80,7 3879,17 8,5 57,5 80,7 3879,17 9 58,5 80,7 3879,17 ρm (clorofórmio) 1,49 g/cm³ ρ (água) 1 g/cm³ g 981 cm/s² FONTE: Autores, 2021. Plotou-se então o gráfico de queda de pressão em relação a vazão: Figura 1: Gráfico da queda de pressão versus vazão - Fluidização com Líquido. FONTE: Autores, 2021. Para a fluidização com gás: Tabela 2: Dados experimentais - Fluidização com Gás. Fluidização com Gás Vazão Crescente Q (L/min) Altura do Leito (cm) ΔH (cm) ΔP(Pa) 0 24,9 0,5 48,99 3 24,9 8,1 793,67 3,5 24,9 8,9 872,06 4 24,9 9,9 970,04 4,5 24,9 11,2 1097,42 5 24,9 12,7 1244,39 5,5 24,9 13,4 1312,98 6 24,9 14,4 1410,97 6,5 24,9 15,6 1528,55 7 24,9 16,7 1636,33 7,5 24,9 18 1763,71 8 24,9 19,2 1881,29 8,5 24,9 20,2 1979,27 9 24,9 21,5 2106,65 9,5 24,9 23,1 2263,43 10 24,9 24,1 2361,41 10,5 24,9 25,3 2478,99 11 24,9 26,4 2586,77 11,5 24,9 27,8 2723,95 12 24,9 29 2841,53 12,5 24,9 30,3 2968,91 13 24,9 31 3037,50 13,5 24,9 31,9 3125,68 14 24,9 33,1 3243,27 14,5 24,9 34,7 3400,04 15 24,9 36,1 3537,22 15,5 24,9 37,9 3713,59 16 24,9 39,7 3889,96 16,5 24,9 40,2 3938,95 17 24,9 40,6 3978,14 17,5 24,9 40,6 3978,14 18 25,2 41,3 4046,73 18,5 25,4 40,9 4007,54 19 25,6 40,6 3978,14 19,5 25,7 40,5 3968,35 20 25,9 40,4 3958,55 20,5 26 40,5 3968,35 ρm (água) 1 g/cm³ ρ (ar) 0,001184 g/cm³ g 981 cm/s² FONTE: Autores, 2021. O gráfico de queda de pressão em relação a vazão: Figura 2: Gráfico da queda de pressão versus vazão - Fluidização com Gás. FONTE: Autores, 2021. Pelos gráficos da queda de pressão em relação à vazão consegue-se identificar os diversos comportamentos do leito em função da vazão de fluido, onde tem-se a primeira região que é a região de leito fixo ou estático, a região posterior do leito em expansão, a terceira região do leito em fluidização em batelada, onde há a perda de carga constante e a última região que é a de fluidização contínua ou em fase diluída que é onde ocorre o arraste das partículas. Tem-se um ponto, onde é a mínima fluidização, que fica na segunda região do gráfico, nessa região a velocidade do fluido aumenta e os sólidos começam a fluidizar, diminuindo assim o contato entre as partículas, ocorrendo o equilíbrio de forças entre o peso aparente e o empuxo. A partir da região três pode-se considerar o leito como fluidizado. Pode-se observar esses casos nos gráficos obtidos a partir dos dados experimentais. Através da análise das curvas de queda de pressão em função da vazão, foi possível determinar o ponto de mínima fluidização para cada ensaio. Figura 3: Fluidização com Líquido - Ponto de Mínima Fluidização. FONTE: Autores, 2021. Figura 4: Fluidização com Gás - Ponto de Mínima Fluidização. FONTE: Autores, 2021. Obtemos para cada ensaios, os seguintes pontos: Fluidização com Líquido Fluidização com Gás Ponto de Mínima Fluidização Q(L/min) 6,5 18 ΔP(Pa) 4114,71 4046,73 FONTE: Autores, 2021. Considerando a equação de mínima fluidização (2) e sabendo a queda de pressão para esse ponto, foi possível determinar a porosidade mínima para cada ensaio. (2) considerando: Fluidização com Líquido ρ (sólido) = 2,7 𝑔/𝑐𝑚3 ρ (água) = 0,99 𝑔/𝑐𝑚3 Fluidização com Gás ρ (sólido) = 2,81 𝑔/𝑐𝑚3 ρ (ar) = 0,0011839 𝑔/𝑐𝑚3 Para g = 980 e L = 100 cm logo,𝑐𝑚/𝑠2 Fluidização com Líquido Fluidização com Gás Porosidade Mínima εm 0,7533 0,8531 FONTE: Autores, 2021. A velocidade mínima defluidização é considerada um parâmetro de influência significativa na operação desse tipo de sistema, e depende de algumas propriedades das partículas que constituem o leito e do fluidizante, e da geometria do leito. Para fazer o cálculo desse parâmetro utilizamos a equação de velocidade mínima de fluidização - Ergun (3): (3) As partículas do leito para fluidização com líquido têm diâmetros de 3,34 mm e 4,75 mm, logo, determinou-se um diâmetro médio das partículas, Dp (médio) = 0,2025 cm. Dados utilizados: Fluidização com Líquido ρ (sólido) = 2,7 𝑔/𝑐𝑚3 ρ (água) = 1,0 𝑔/𝑐𝑚3 μ (água) = 0,0089 𝑔/𝑐𝑚. 𝑠 Ɛ 𝑚 = 0, 7533 O leito para a fluidização com gás é constituído de partículas de areia com granulometria entre 35 e 60 mesh, ou seja, 0,417 mm e 0,248 mm respectivamente, logo o diâmetro médio das partículas é, Dp (médio) = 0,03325 cm. Fluidização com Gás ρ (sólido) = 2,81 𝑔/𝑐𝑚3 ρ (ar) = 0,0011839 𝑔/𝑐𝑚3 μ (ar) = 0,0001813 g/cm.s Ɛ 𝑚 = 0, 8531 Têm-se, Fluidização com Líquido Fluidização com Gás Velocidade Mínima vm 88,76 cm/s 473,45 cm/s FONTE: Autores, 2021. A partir dos dados experimentais foi possível obter o ponto de mínimo fluidização para cada caso, no qual é caracterizado pela máxima queda de pressão do leito, sendo que se aumentarmos a velocidade superficial do fluido ocorre uma arraste das partículas e irá vigorar a zona de leito fluidizado. Essa condição se deu para a fluidização com o líquido, a partir do ponto mínimo encontrado na Figura 3, a vazão de 6,5 L/min e a queda de pressão de 4114,71 Pa, a partir disso foi possível obter os valores de porosidade mínima do leito e velocidade mínima de fluidização. Da mesma forma, através da determinação do ponto mínimo para a fluidização com gás, observado na figura 4, a vazão de 18 L/min e com a queda de pressão de 4046,73 Pa, foi possível determinar porosidade mínima e do leito e a velocidade mínima de fluidização. Comparando os resultados encontrados para ambos os ensaios, pode-se observar que os valores de porosidade mínima encontrados estão próximos, pois a porosidade depende da forma e do tamanho das partículas, à medida que o leito expande, a porosidade vai crescendo quando ocorre isso a fluidização é contínua, e a porosidade é igual a 1,0. Observa-se uma grande diferença em relação a velocidade mínima de fluidização, devido ao fato que, na fluidização com líquido o leito expande com o aumento da velocidade do líquido, já na fluidização com gás só será uniforme em baixas vazões. A altura máxima do leito também foi calculada (4), considerando o início da região de fluidização, ou seja, determinou-se Hm a partir do ponto de mínima fluidização. (4) Para a fluidização com líquido, os valores de Hm encontrados foram: Tabela 3: Dados de altura do leito em função da vazão - Fluidização com Líquido. Q (cm³/s) Altura do Leito (cm) Altura calculada (cm) 108,33 51,9 51,90 116,67 53,3 52,23 125,00 54,9 52,55 133,33 56,5 52,88 141,67 57,5 53,20 150,00 58,5 53,53 FONTE: Autores, 2021. Logo, o gráfico da altura máxima do leito (calculada) e altura real em função da vazão é: Figura 5: Fluidização com Líquido - Altura máxima do leito (calculada) e altura real versus vazão . FONTE: Autores, 2021. Considerando os resultados da fluidização com gás: Tabela 4: Dados de altura do leito em função da vazão - Fluidização com Gás. Q (cm³/s) Altura do Leito (cm) Altura calculada (cm) 300,00 25,2 25,2 308,33 25,4 25,4 316,67 25,6 25,5 325,00 25,7 25,7 333,33 25,9 25,8 341,67 26 26,0 FONTE: Autores, 2021. Temos: Figura 6: Fluidização com Gás - Altura máxima do leito (calculada) e altura real versus vazão . FONTE: Autores, 2021. Como pode se observar, nos dois gráficos a altura calculada forma uma reta linear, como o esperado. Para a fluidização líquido-sólido a diferença entre as curvas, calculada e real, foi mais expressiva, todavia percebe-se que o aumento na taxa de escoamento acima da mínima fluidização resultou em uma expansão suave e progressiva do leito. As instabilidades decorrentes do aumento da vazão não são observadas. Já para o gás-sólido, apesar de uma semelhança maior entre as curvas, aumentando o escoamento além da mínima fluidização, pode-se observar maiores instabilidades na altura real. Com uma taxa de escoamento alta, a agitação e o movimento das partículas são mais vigorosos, além disso, o leito não se expande muito acima do volume de mínima fluidização. Comparou-se também o comportamento da queda de pressão com a variação crescente e decrescente, para ambos os ensaios, conforme figuras abaixo, com o intuito de determinar se ocorreu o processo de histerese para ambas as situações. Tabela 5: Dados de queda de pressão em função da vazão - Fluidização com Líquido. Fluidização com Líquido Vazão Crescente Vazão Decrescente Q (L/min) Altura do Leito (cm) ΔH (cm) ΔP(Pa) Q (L/min) Altura do Leito (cm) ΔH (cm) ΔP(Pa) 0 50,9 0,1 4,81 9 58,5 80,7 3879,17 1 50,9 9,4 451,85 8,5 57,5 80,7 3879,17 1,5 50,9 13,3 639,32 8 56,5 80,7 3879,17 2 50,9 19,1 918,12 7,5 55 80,4 3864,75 2,5 50,9 25 1201,73 7 54 79,5 3821,49 3 50,9 31 1490,14 6,5 53,3 74,7 3590,75 3,5 50,9 37,4 1797,78 6 52,3 69,9 3360,02 4 50,9 46,4 2230,40 5,5 52 65,4 3143,71 4,5 50,9 55,5 2667,83 5 51,6 58,6 2816,84 5 50,9 65,5 3148,52 4,5 51,4 49,7 2389,03 5,5 50,9 75,5 3629,21 4 51,2 44,6 2143,88 6 50,9 84,4 4057,02 3,5 51 37,5 1802,59 6,5 51,9 85,6 4114,71 3 50,9 31 1490,14 7 53,3 82,6 3970,50 2,5 50,9 24,9 1196,92 7,5 54,9 82 3941,66 2 50,9 19,2 922,92 8 56,5 80,7 3879,17 1,5 50,9 14,3 687,39 8,5 57,5 80,7 3879,17 1 50,9 9,4 451,85 9 58,5 80,7 3879,17 FONTE: Autores, 2021. Através dos resultados, construiu-se o gráfico: Figura 7: Fluidização com Líquido- Queda de Pressão versus vazão com variação crescente e decrescente . FONTE: Autores, 2021. Tabela 6: Dados de queda de pressão em função da vazão - Fluidização com Gás. Fluidização com Gás Vazão Crescente Vazão Decrescente Q (L/min) Altura do Leito (cm) ΔH (cm) ΔP(Pa) Q (L/min) Altura do Leito (cm) ΔH (cm) ΔP(Pa) 0 24,9 0,5 48,99 20,5 26 40,5 3968,35 3 24,9 8,1 793,67 20 25,9 40,5 3968,35 3,5 24,9 8,9 872,06 19,5 25,9 39,9 3909,56 4 24,9 9,9 970,04 19 25,9 39,9 3909,56 4,5 24,9 11,2 1097,42 18,5 25,6 39,1 3831,17 5 24,9 12,7 1244,39 18 25,6 38,1 3733,18 5,5 24,9 13,4 1312,98 17,5 25,6 37,4 3664,60 6 24,9 14,4 1410,97 17 25,5 36,2 3547,02 6,5 24,9 15,6 1528,55 16,5 25,5 35,6 3488,23 7 24,9 16,7 1636,33 16 25,5 34,1 3341,25 7,5 24,9 18 1763,71 15,5 25,5 33 3233,47 8 24,9 19,2 1881,29 15 25,5 31,5 3086,49 8,5 24,9 20,2 1979,27 14,5 25,5 30,3 2968,91 9 24,9 21,5 2106,65 14 25,4 29 2841,53 9,5 24,9 23,1 2263,43 13,5 25,4 28,3 2772,94 10 24,9 24,1 2361,41 13 25,4 27,2 2665,16 10,5 24,9 25,3 2478,99 12,5 25,4 25,8 2527,98 11 24,9 26,4 2586,77 12 25,4 24,4 2390,81 11,5 24,9 27,8 2723,95 11,5 25,4 23,2 2273,23 12 24,9 29 2841,53 11 25,4 22,5 2204,64 12,5 24,9 30,3 2968,91 10,5 25,4 21,4 2096,85 13 24,9 31 3037,50 10 25,4 20,5 2008,67 13,5 24,9 31,9 3125,68 9,5 25,4 19,3 1891,09 14 24,9 33,1 3243,27 9 25,4 18,3 1793,10 14,5 24,9 34,7 3400,04 8,5 25,4 17,2 1685,32 15 24,9 36,1 3537,22 8 25,4 16,3 1597,14 15,5 24,9 37,9 3713,59 7,5 25,4 15,3 1499,15 16 24,9 39,7 3889,96 7 25,4 14,2 1391,37 16,5 24,9 40,2 3938,95 6,5 25,4 13,3 1303,19 17 24,9 40,6 3978,14 6 25,4 12,3 1205,20 17,5 24,9 40,6 3978,14 5,5 25,4 11,3 1107,22 18 25,2 41,3 4046,73 5 25,4 11,3 1107,22 18,5 25,4 40,2 4007,54 4,5 25,4 9,4 921,05 19 25,6 40,6 3978,14 4 25,4 8,5 832,86 19,5 25,7 40,5 3968,35 3,5 25,4 7,8 764,27 20 25,9 40,4 3958,55 3 25,4 7,4 725,08 20,5 26 40,5 3968,35 FONTE: Autores, 2021. Graficamente: Figura 8: Fluidização com Gás - Queda de Pressão versus vazão com variação crescente e decrescente. FONTE: Autores, 2021. Observando os gráficos, tanto o de líquido quanto o de gás, percebe-se um fenômeno chamado histerese, muito mais visível no gráfico de fluidização por gás. Esse fenômeno ocorre quandoum material é forçado por tensões crescentes, que faz com o que o corpo se alongue e ele retornará ao seu valor inicial segundo uma curva localizada acima da curva ascendente. A diferença entre essas duas curvas é justamente a histerese. Ou seja, ela surge da diferença de resposta do instrumento de medição que apresenta quando o mesmo é estimulado no sentido de pressão crescente ou decrescente. A explicação para a formação desse fenômeno podem ser cargas de choque excessivas ou até mesmo pela aplicação de uma pressão maior do que a suportada pelo instrumento, gerando assim deformações permanentes no material (FIDÉLIS, 2013). O gás pode ter gerado uma pressão muito maior que o líquido, já que teve mais pontos de vazão e dessa forma gerou maior deformação do que o líquido. De forma geral, a fluidização baseia-se na circulação de sólidos juntamente com um fluido (gás ou líquido). A fluidização em colunas verticais podem ser analisadas através do preenchimento de um leito contendo algum material granular fino como catalisador, por exemplo como a areia que foi utilizada no nosso experimento para a fluidização com o gás. Quando as partículas são muito pequenas, o fluxo entre as partículas será laminar e a queda de pressão através do leito será proporcional à velocidade. Já com o aumento da velocidade ocorre o aumento gradual da queda de pressão, porém as partículas não se movem, e a altura do leito permanece a mesma. Com uma baixa velocidade do gás, ele escoa nos espaços entre as partículas, sem promover movimentação do material e o leito permanece fixo. À medida que se aumenta a velocidade do gás, as partículas afastam-se e algumas começam a apresentar uma leve vibração, nesse ponto apresenta-se como um leito expandido. Com velocidade ainda maior, atinge-se uma condição em que a soma das forças causadas pelo escoamento do gás no sentido ascendente iguala-se ao peso das partículas. Nessa situação, em que o movimento do material é mais vigoroso, atingindo o que se chama de leito fluidizado (VASCONCELOS, 2005). Como possui uma variedade de materiais particulados e leitos, torna-se necessária a obtenção de informações das características de manuseio e processamento de cada sistema, pois estes dependem de fatores como: estado físico do fluido, características do sólido, densidade do fluido e da partícula, da distribuição granulométrica do sólido, da velocidade do fluido e das condições operacionais da coluna que podem variar parâmetros como: a vazão da fase fluida, a compactação particulada, o diâmetro e a altura efetiva (RIBEIRO, 2005) 4. Conclusão Com base nos resultados obtidos nos ensaios experimentais foi possível identificar o comportamento da coluna de fluidização sólido-gás e sólido-líquido quando submetida a variação de vazão tanto crescente quanto decrescente. Sendo que ao aumentar a vazão até o ponto de mínima fluidização a queda de pressão aumenta linearmente, e após, permanece com valores quase constantes, devido ao rompimento da tensão superficial entre o fluido e o leito, ou seja, é o ponto em que o leito começa sua fluidização. A queda de pressão em relação à vazão crescente e decrescente apresentou o fenômeno de histerese, o que foi verificado graficamente, possivelmente por o fluido ter caminhos preferenciais durante a fluidização. 5. Referências COSTA, C. M. L. Caracterização e análise experimental do recobrimento de jambu (Spilanthes Oleracea) em leitos fluidizados. 2010; CREMASCO, M. A. Operações Unitárias em Sistemas Particulados Fluidomecânicos. 1ª edição. Editora Edgard Bluncher Ltda. 2012. RIBEIRO, Marina dos Santos. Estudo fluidodinâmico de um leito fluidizado pulsado rotativo com partículas secas e úmidas. São Paulo, 2005; FIDÉLIS, Gilberto Carlos. O que é histerese? Metrologia e Qualidade. São Paulo. CECT, 2006. VASCONCELOS, Sandro. Transporte Pneumático de Finos de Carbono em fase Diluída: Estudos de Casos na empresa Albras Alumínio Brasileiro AS, UFPA, Belém (2005).
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