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Identidade, língua e cultura. Atividade 2 Resultado: 10 de 10 pontos Questão 1 Começando com a Revolução Iraniana, têm surgido, em muitas sociedades até então seculares, movimentos islâmicos fundamentalistas, que buscam criar estados religiosos nos quais os princípios políticos de organização estejam alinhados com as doutrinas religiosas e com as leis do Corão. Na verdade, esta tendência é difícil de ser interpretada. Alguns analistas vêem-na como uma reação ao caráter "forçado" da modernização ocidental: certamente, o fundamentalismo iraniano foi uma resposta direta aos esforços do Xá nos anos 70 por adotar, de forma total, modelos e valores culturais ocidentais. Alguns interpretam-no como uma resposta ao fato de terem sido deixados fora da ''globalização". HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006, pp. 94-95. Sobre o trecho apresentado, podemos dizer que: • a Revolução Iraniana, tendo sido política e religiosa, pode ser vista também como cultural. Resposta correta. O conceito de cultura é ainda objeto de discussão — talvez o seja mais quanto mais o tempo passa —, mas a Revolução Iraniana, que visou afetar costumes, modos de vida etc., pode ser classificado como um movimento também cultural com segurança. Questão 2 Paul Jules Antoine Meillet (1866-1936) foi um dos principais linguistas de seu tempo. Atuou no campo a filologia histórico-comparativa das línguas indo- europeias e também no âmbito da Linguística Geral. Suas maiores influências vieram de dois professores de duas instituições diferentes: Ferdinand de Saussure (1857-1913), da École Pratique des Hautes Études e Michel Bréal (1832-1915), do Collège de France. Em 1891, foi nomeado professor de filologia comparativa na École Pratique des Hautes Études como sucessor de Saussure, e assumiu, em 1906, a cátedra de Filologia Comparativa e Linguística Geral no Collège de France como sucessor de Bréal. MARRA, D.; MILANI, S. E. Uma teoria social da lingua(gem) anunciada no limiar do século XX por Antoine Meillet. Disponível em <http://www.revistas.usp.br/linhadagua/article/view/47715/51450http://www.revistas.usp.br/linhadagua/articl e/view/47715/51450>. Acesso em 24/08/2019. Uma das principais diferenças de pensamento entre Meillet e Saussure é que • Meillet não compreendia a linguagem como sistematicamente cindida nos elementos língua e fala. Resposta correta. Meillet não concebia uma noção de langue como Saussure, isto é, uma noção abstrata da língua. Questão 3 O sistema de sinais de que me sirvo para exprimir pensamentos, o sistema de moedas que emprego para pagar as dívidas, os instrumentos de crédito que utilizo nas relações comerciais, as práticas seguidas na profissão, etc., etc., funcionam independentemente do uso que delas faço. Tais afirmações podem ser estendidas a cada um dos membros de que é composta uma sociedade, tomados uns após outros. Estamos, pois, diante de maneiras de agir, de pensar e de sentir que apresentam a propriedade marcante de existir fora das consciências individuais. DURKHEIM, E. O que é fato social? In: As regras do método sociológico. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972. Disponível em <https://portal.toledoprudente.edu.br/upload/usuarios/3414/aulas/O%20Que%20%C3%A9%20Fato%20So http://www.revistas.usp.br/linhadagua/article/view/47715/51450 http://www.revistas.usp.br/linhadagua/article/view/47715/51450 http://www.revistas.usp.br/linhadagua/article/view/47715/51450 https://portal.toledoprudente.edu.br/upload/usuarios/3414/aulas/O%20Que%20%C3%A9%20Fato%20Social%20(%C3%89mile%20Durkheim)%5b1%5d.pdf cial%20(%C3%89mile%20Durkheim)%5b1%5d.pdf>. Acesso em 24/08/2019. Comentamos nesta disciplina que entendemos a língua como fato social. Para Durkheim, fatos sociais • possuem poder de coerção intrínseco. Resposta correta. Para o autor, fatos sociais são dotados de um poder imperativo, de coerção externa, oferecendo resistência a atitudes individuais contrárias a eles. Questão 4 A crença em uma língua estática e imutável está ligada principalmente à normatividade da gramática tradicional, que remonta à Grécia Antiga, numa época em que os estudiosos estavam interessados principalmente em explicar a linguagem usada nos textos dos autores clássicos e em preservar a língua grega da "corrupção" e do "mau uso". A língua escrita — especialmente a dos clássicos — era tão valorizada que era considerada mais pura, mais bonita e mais correta do que qualquer outro tipo de linguagem. COSTA, Vera Lúcia Anunciação. A importância do conhecimento da variação lingüística. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 40601996000100005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 26/08/2019. A respeito da passagem em tela, podemos dizer que: I. a visão de língua contida nela continua embasando os estudos linguísticos. II. trata como secundário ou pernicioso o fenômeno da variação linguística. III. descreve postura pouco produtiva segundo os estudos linguísticos atuais. É correto o que se afirma em • II e III, apenas. Resposta correta. Proteger a língua da “corrupção” e do “mau uso”, pensando nessas duas hipóteses a longo prazo, é incompatível com os estudos linguísticos atuais, mais voltados para descrição do que para prescrição. É uma postura que, diferentemente da atual, não dá atenção à variação linguíst ica ou a considera pouco ou nada desejável. Questão 5 Além da língua falada ser mais utilizada do que a escrita e atingir muito mais situações, o ser humano a adquire naturalmente, sem precisar de treinamento especial. Apenas em contato com o modelo, ou seja, apenas exposta a uma determinada língua, qualquer criança normal é capaz de falar essa língua e compreendê-la perfeitamente nas mais variadas situações e em um período de tempo muito curto. Aos três anos, mais ou menos, uma criança já adquiriu quase todas as regras de sua língua, podendo ser considerada um falante competente da comunidade lingüística da qual faz parte. COSTA, Vera Lúcia Anunciação. A importância do conhecimento da variação lingüística. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 40601996000100005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 26/08/2019. Sobre essa particularidade da língua falada em relação à língua escrita, podemos dizer que • favorece a variação linguística. Resposta correta. A fala é mais utilizada, mais dinâmica e mais difundida, de maneira que tem a tendência de adaptar-se a situações mais pronunciadamente do que a escrita: vetores de variação. Questão 6 As identidades nacionais estão sendo "homogeneizadas"? A homogeneização cultural é o grito angustiado daqueles/ as que estão convencidos/as de que a globalização ameaça solapar as identidades e a "unidade" das culturas nacionais. Entretanto, como visão do futuro das identidades num mundo pós- moderno, este quadro, da forma como é colocado, é muito simplista, exagerado e unilateral. https://portal.toledoprudente.edu.br/upload/usuarios/3414/aulas/O%20Que%20%C3%A9%20Fato%20Social%20(%C3%89mile%20Durkheim)%5b1%5d.pdf HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006, p. 77. Hall considera contratendência à ideia de homogeneização cultural: I. uma fascinação com a diferença e com a mercantilização da etnia e da alteridade. II. a distribuição homogênea da globalização pelo mundo. III. o desequilíbrio na direção do fluxo, que é mais voltado para “o Ocidente”. É correto o que se afirma em • I e III, apenas. Resposta correta. Entre os efeitos de um maior contato entre as culturas há uma valorização de culturas locais, específicas, inclusive por esse contato fazer com que se saiba da existência delas de maneira mais difundida. Há também o fato de a globalização beneficiar-se muito da alta tecnologia, mais presente nas localidades que incluímos na expressão “Ocidente”. Questão 7 Paraaqueles/as teóricos/as que acreditam que as identidades modernas estão entrando em colapso, o argumento se desenvolve da seguinte forma. Um tipo diferente de mudança estrutural está transformando as sociedades modernas no final do século XX. Isso está fragmentando as paisagens culturais de classe, gênero, sexualidade, etnia, raça e nacionalidade, que, no passado, nos tinham fornecido sólidas localizações como indivíduos sociais. Estas transformações estão também mudando nossas identidades pessoais, abalando a idéia que temos de nós próprios como sujeitos integrados. HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006, p. 9. Podemos dizer que o autor, ao falar em “um tipo diferente de mudança estrutural”, referia-se I. ao aumento das possibilidades das pessoas com relação à sua locomoção pelo mundo. II. à facilidade com que se consegue, na época comentada, enviar e receber informação. III. à maneira como as culturas vêm se conectando no período referido. IV. a um sonho ou uma tentativa de retorno a um passado mítico. É correto o que se afirma em • I, II e III, apenas. Resposta correta. Essa mudança estrutural a que Hall se refere inclui as características próprias da globalização, como as elencadas em I, II e III. Questão 8 As sociedades da modernidade tardia, argumenta ele [Ernesto Laclau], são caracterizadas pela "diferença"; elas são atravessadas por diferentes divisões e antagonismos sociais que produzem uma variedade de diferentes "posições de sujeito" — isto é, identidades — para os indivíduos. Se tais sociedades não se desintegram totalmente não é porque elas são uníficadas, mas porque seus diferentes elementos e identidades podem, sob certas circunstâncias, ser conjuntamente articulados. Mas essa articulação é sempre parcial: a estrutura da identidade permanece aberta. Sem isso, argumenta Laclau, não haveria nenhuma história. HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006, p. 17. Conforme Hall, na questão da mudança do mundo pós-moderno, são pontos enfatizados por Laclau: I. ruptura. II. descontinuidade. III. deslocamento. IV. fragmentação. É correto o que se afirma em • I, II, III e IV. Resposta correta. Hall aconselha, em seu livro, o leitor a ter esses pontos em mente ao pensar sobre a globalização. Questão 9 Segue-se que a nação não é apenas uma entidade política mas algo que produz sentidos — um sistema de representação cultural. As pessoas não são apenas cidadãos/ãs legais de uma nação; elas participam da idéia da nação tal como representada em sua cultura nacional. Uma nação é uma comunidade simbólica e é isso que explica seu "poder para gerar um sentimento de identidade e lealdade" (Schwarz, 1986, p.106). HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006, p. 49. Esse breve trecho, no contexto do pensamento de Hall, nos remete mais diretamente à noção de • comunidades imaginadas. Resposta correta. Pois para Hall uma nação é uma comunidade simbólica, que pertence à esfera das ideias, o que nos aproxima do conceito de comunidades imaginadas. Questão 10 A teoria de que a língua é característica da raça é suficientemente refutada pela existência de uma nação como a nação americana, em que os descendentes dos africanos e dos asiáticos, dos irlandeses, dos alemães e dos povos do sul da Europa falam a mesma língua que os descendentes dos ingleses, sem outras diferenças além daquelas resultantes da localidade e da educação, nenhum deles apresentando traços de outra “língua materna” ou “fala nativa”. WHITNEY, W. D. A vida da linguagem. Rio de Janeiro: Vozes, 2010, p. 23. Com essas palavras, Whitney • levanta uma discussão sobre até que ponto a herança genética influencia ou determina a língua. Resposta correta. Whitney utiliza-se do exemplo da sociedade americana para evidenciar que o meio cultural é indutor das características linguísticas do indivíduo, mais do que a herança genética.
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