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TEORIA DE CONTROLE E SERVOMECANISMO Eduardo Scheffer Saraiva Diagrama de blocos Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer os elementos dos diagramas de blocos. � Transformar a função de transferência em diagrama de blocos. � Realizar a simplificação dos diagramas de blocos. Introdução Neste capítulo, estudaremos uma representação muito utilizada em engenharia de controle chamada de diagrama de blocos. Esse diagrama se torna vital quando queremos expressar diversos componentes do sistema de maneira gráfica e sucinta. Ao longo deste capítulo, aprende- remos não apenas a reconhecer e interpretar diagrama de blocos, mas também a realizar simplificações no sistema e transformar da função de transferência para diagrama de blocos. O que são diagramas de blocos? Quando representamos um sistema por diagrama de blocos, estamos descre- vendo o sistema por meio de funções desempenhadas por cada componente do sistema e do fluxo de sinal entre esses componentes, tornando o processo de identificação do sistema uma tarefa mais intuitiva do que a representação puramente matemática do sistema. Nessa representação, todas as variáveis do sistema são representadas por blocos e interligam-se por setas de modo que possamos acompanhar o sentido dos sinais do sistema. A maior vantagem desse diagrama é o fato de podermos facilmente avaliar a contribuição de cada componente do sistema e obtermos uma representação global dele conectando os blocos de acordo com o fluxo do sinal. A seguir, veremos alguns blocos comumente usados e suas implicações. Ponto de soma — Dado por um círculo com um “X” no interior, essa operação indica a soma dos sinais que chegam a ele. O sinal em cada um dos segmentos indica se esse sinal deve ser somado ou subtraído. Ponto de derivação — Um ponto de derivação é um ponto a partir do qual o sinal proveniente de um bloco vai simultaneamente para outros blocos ou pontos de soma. Para a construção de diagramas de blocos, devemos escrever as equações de cada um dos componentes do sistema. Supondo condições iniciais nulas, fazemos a transformada de Laplace das equações, representando na forma de blocos individuais cada uma das equações, e, então, reunimos todos os elementos em um diagrama completo do sistema. Função de transferência e diagrama de blocos O bloco é um símbolo de operação matemática ao qual é aplicado um sinal de entrada, produzindo-se o correspondente sinal de saída. A função de transfe- rência de cada componente é, então, inserida em um bloco e ligada por setas que indicam a direção do fluxo de sinais, como apresentado na Figura 1a. Quando simplificamos blocos, estamos, na verdade, trabalhando as funções de transferência de cada componente do sistema. Função de transferência em malha aberta — A relação entre o sinal de saída C(s) e o sinal do erro do sistema E(s) é chamada função de transferência de ação direta. Desse modo, podemos escrever a função de transferência como apresentado a seguir. Função de transferência em malha fechada — Dado o sistema apresentado na Figura 1b, o sinal de saída C(s) e o sinal de entrada R(s) estão relacionados como se segue: Diagrama de blocos2 Eliminando E(s) dessas equações, obtém-se: ou Essa função de transferência que relaciona C(s) e R(s) é chamada de função de transferência de malha fechada. Ela relaciona a dinâmica do sistema de malha fechada à dinâmica dos elementos de ação direta e dos elementos de retroação. Assim, obtemos que o sinal do controlador é dado da seguinte forma: Percebemos, assim, que esse sinal depende tanto da dinâmica em malha fechada do sistema, quanto do tipo do sinal de entrada. Figura 1. (a) Função de transferência; (b) ponto de soma; (c) sistema retroalimentado. ( ) – R(s) E(s) G(s) C(s) (a) (b) (c) 3Diagrama de blocos Simplificação de diagrama de blocos Algumas vezes, a representação por diagramas de blocos pode se tornar muito complexa, envolvendo várias malhas de realimentação ou muitos componentes. Nesses casos, é possível fazer a simplificação dos blocos, usando álgebra de diagrama de blocos, facilitando, assim, o trabalho de analisar matematicamente o sistema, o que é obtido pelo rearranjo dos blocos ou pela substituição de blocos equivalentes. A Figura 2 ilustra o diagrama de blocos. Figura 2. Álgebra de blocos. Diagrama de blocos originais Diagrama equivalente 1 2 3 4 5 G(s) + − G(s) 1/G(s) G(s) G(s) G(s) 1/G(s) + − G1(s) G2(s) + − G1(s) G2(s) G1(s) / (1 + G1(s) G2 (s) + − G(s) G1(s)+ − G(s) G(s) Diagrama de blocos4 Quando são apresentados diversos blocos em cascata, cada um represen- tando componentes individuais do sistema, podemos substituí-los por um único bloco equivalente, no qual a função de transferência equivalente é o produto das funções de transferência dos blocos individuais. Em muitos casos, teremos sistemas complexos, nos quais são apresentadas diversas malhas e realimentações, porém, utilizando a ferramenta presente na tabela apresentada, simplificamos muito a representação. É importante lembrar que, conforme o diagrama é simplificado, a função de transfe- rência vai se tornando mais complexa com o acréscimo de polos e zeros. Considere o diagrama de blocos a seguir e obtenha a função de transferência que relaciona C(s) e R(s): G1(s) R(s) C(s) G2(s)+ ++ Primeiro devemos reescrever esse sistema da seguinte maneira: G1(s) R(s) C(s) G2(s)+ ++ 5Diagrama de blocos Isso nos permite interpretar primeiro a malha G1(s) de maneira independente, para depois analisarmos o restante do diagrama. G1(s) + 1 G2(s) + R(s) C(s) Agora, podemos reescrever o produto do ramo direto em apenas um bloco e acres- centar a soma no final do ramo. Isso nos dá a seguinte resposta: G1(s)G2(s) + G2(s) + 1 R(s) C(s) DORF, R. C.; BISHOP, R. H. Sistemas de controle modernos. 8 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. NISE, N. S. Engenharia de sistemas de controle. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. OGATA, K. Engenharia de controle moderno. 4. ed. Pearson: São Paulo, 2003. Leituras recomendadas Diagrama de blocos6
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