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Resumo das aulas Jogos de Empresa AULA 1 GOOGLE: O QUE SÃO JOGOS DE EMPRESA? Jogos de empresas nada mais é que um exercício sequencial de tomada de decisões, estruturado dentro de um modelo de conhecimento empresarial, em que os participantes assumem o papel de administradores de empresas. Diferença entre jogos de empresa e simulações. Tema 01 - Conceitos, objetivos e benefícios dos jogos de empresas 1.1 Resumo As organizações fazem parte de um universo dinâmico em que as transformações acontecem a cada instante. Diante disso é importante capacitar gestores de forma que estejam preparados a tomar decisões rápidas, mas com responsabilidade. Para auxiliar nesse propósito, os Jogos de Empresas foram incorporados por inúmeras instituições de ensino e treinamento visando preparar o estudante para esse universo empresarial. Este tema apresentará os conceitos iniciais pertinentes a Jogos de Empresas, os objetivos esperados e os benefícios que o estudante terá ao participar de uma experiência como essa. 1.2 Descrição e contextualização Na atualidade, a disciplina Jogos de Empresas tem sido utilizada como elemento crucial no aprendizado, principalmente em cursos da área de gestão, nos quais os estudantes estão se capacitando para atuar nos mais diversos ambientes organizacionais. Um dos objetivos do jogo é propiciar que profissionais em formação tenham experiências mais próximas da realidade. Veja o que diz um renomado autor brasileiro dessa área: Conceitualmente, segundo Sauaia (2013, XXI, Apresentação), “O jogo de empresas (elemento intangível) constitui um processo de tomada de decisão em que grupos criteriosamente formados tomam decisões e competem por resultados positivos” É preciso compreender que, nas organizações reais, gestores enfrentam diariamente inúmeras situações que não podem ser previstas – as chamadas externalidades. Isso exige que o gestor atue em cenários nos quais as informações não estão tão claras e, para isso, é preciso ter uma certa vivência na tomada de decisões. Muitas dessas externalidades podem ser reproduzidas dentro de um ambiente de Jogos de Empresas fazendo que o estudante seja testado em diversos aspectos, tais como liderança, tomada de decisões, raciocínio lógico, análise crítica, formulações e implementações de estratégias, entre outras competências. Jogos de Empresas geralmente são realizados em equipes que utilizam softwares de simulação, nos quais as decisões tomadas são inseridas em ambientes virtuais, e os resultados dessas decisões são disponibilizados por meio de de relatórios gerenciais. São definidas previamente quantas rodadas/jogadas terá o exercício. Isso é bem importante para que as empresas do mundo simulado saibam exatamente quando começa e quando termina o jogo. Essa é uma metodologia mais comumente utilizada, entretanto, não há restrições para realizar jogos empresariais de forma mais manual utilizando formulários e relatórios impressos. Jogos de Empresas devem ter objetivos bem definidos, e os estudantes devem conhecê-los previamente para definir aonde pretendem chegar e como pretendem fazê-lo. Para isso é preciso definir qual o foco do jogo, ou seja, o que se pretende com isso? É uma tomada de decisão? Desenvolvimento de um novo produto? Uma campanha de Marketing? Geração de ideias? Solução de um problema? Alguma outra coisa? Entre os benefícios da utilização dos Jogos de Empresas como disciplina acadêmica, é possível citar: · desenvolvimento de Capacidades, Habilidades e Atitudes (CHA); · possibilidade do participante (estudante ou treinando) tomar decisões em ambiente de simulação; · estímulo à liderança, análise e identificação de estilos de liderança que surgem durante a realização do jogo; · exercício da atividade em equipe; · divisão de tarefas e de responsabilidades; · aplicação de ferramentas e técnicas aprendidas em sala de aula Ao participar de Jogos de Empresas, o aluno compreende que está sendo exposto a situações que simulam a realidade organizacional, e que a sobrevivência da empresa fictícia no mundo simulado depende do desempenho da equipe. Tema 02 – Conhecendo os atores interagentes no jogo de empresa 2.1 Resumo No mundo dos negócios no qual estão inseridas, as empresas interagem diariamente com inúmeros atores (também chamados de stakeholders). São relações comerciais com fornecedores e clientes, relações financeiras com bancos, impactos das ações do governo nos negócios, negociações com sindicatos e representantes de classes e interações com a comunidade, entre outros. Pois bem, no mundo simulado dos Jogos de Empresas, isso também acontece. Este tema apresentará os principais atores que interagem com as empresas no jogo. 2.2 Descrição e contextualização Antes de efetivamente iniciar um Jogo de Empresa, é comum que gestores/professores apresentem às equipes informações essenciais ao funcionamento do jogo, bem como os recursos disponíveis, além de realizar algumas jogadas-teste. Isso é importante por dois motivos: 1. Vence a inércia. Tira o estudante da zona de conforto, na qual está habituado a receber respostas provenientes dos professores sem se preocupar em buscar por conta própria as respostas para suas dúvidas. Nos Jogos de Empresas, o professor tem como papel principal ser um facilitador e, em hipótese alguma, pode fazer com que a equipe tome decisões com base em seu próprio ponto de vista. 2. Evita a resistência. As pessoas tendem a não gostar daquilo que não conhecem. Então, no caso dos Jogos de Empresas, se os estudantes não compreenderem o objetivo do jogo, bem como sua aplicação, podem não demonstrar muito entusiasmo para a participação na atividade. Além disso, podem não levar a sério a disciplina pelo fato de ser um jogo. Nesse momento, é de suma importância evidenciar os benefícios que os alunos terão ao participarem da atividade. Dentre essas informações, a identificação dos stakeholders que interagem no jogo auxilia no processo de conexão com a realidade. Por mais que cada simulador tenha suas próprias regras, ferramentas e maneiras de simular as jogadas, a maioria deles apresenta os seguintes stakeholders: · Fornecedor. Indiferentemente se a empresa é uma indústria, um varejista ou prestador de serviço, ela sempre terá um ou mais fornecedores. O papel do fornecedor é ofertar insumos, máquinas e equipamentos necessários para que a equipe possa suprir as necessidades da empresa. É comum o simulador apresentar mais de um fornecedor com condições de preço, alternativas de pagamento, prazo de entrega, custo do frete e tributação diferenciados. Nesse caso a equipe precisará ter uma noção de como calcular os impostos e do que considerar como custo de produção para fazer a escolha mais assertiva para o negócio. · Governo. No universo corporativo o governo determina as regras econômicas, taxas de juros, taxas cambiais e mudanças tributárias, entre outros. No mundo simulado, isso também acontece, e a equipe precisa estar atenta aos movimentos realizados pelo Governo para entender o impacto de suas ações no negócio que está gerenciando. · Sindicato. Nos Jogos de Empresas é comum o sindicato da categoria surgir com suas reinvindicações. Isso lembra a equipe de que as negociações trabalhistas da vida real são bem mais complexas do que parecem. Os sindicatos se envolvem na negociação do custo hora do operador, na melhoria dos benefícios, no indicativo de greve e outras situações pertinentes. Com isso, a equipe precisa analisar quais serão os impactos no negócio caso o sindicato faça determinadas exigências. · Instituições financeiras. Bancos representam o mesmo papel que na vida real. Fazem empréstimos caso a empresa necessite, remuneram as aplicações financeiras e oferecem taxas de juros atrativas em determinados momentos. Nesse caso, a equipe deve estar atenta à maneira com que os bancos estão agindo no mercado. · Concorrentes. O mundo simulado sempre terá concorrentes para o negócio, ou seja, a empresa não é monopólio e dividirá o mercado com outras. Isso faz com que a equipe se preocupe com seumarket share, com o preço praticado no mercado e, ainda, com seu preço. Essas variáveis farão com que a empresa se destaque ou não durante as jogadas. · Empresas de publicidade e propaganda. Para que as empresas possam promover o seu produto e torná-lo conhecido, é preciso mostrá-lo ao mercado. E isso é realizado por meio das compras de publicidade realizadas junto às empresas especializadas. Isso esclarece à equipe, que, no mundo simulado, a empresa terceiriza esse tipo de trabalho e foca em seu core business. No início do negócio, é comum as empresas investirem mais em aparições na mídia e outros recursos para que o consumidor conheça o produto, e isso faz com que venda mais. No entanto, depois de certo tempo, a empresa e o produto já são conhecidos no mercado, então é preciso analisar melhor o valor investido em propagandas pois pode não fazer mais tanta diferença assim. · Clientes. No mundo simulado existe demanda para todas as empresas, o que as diferenciará serão as estratégias adotadas por cada uma delas. No entanto, assim como na vida real, o cliente valoriza: preço baixo, condição de pagamento e frete gratuito. Utilizar bem esses três elementos não significa que a equipe será a vencedora do jogo, mas que, ao menos, estará ofertando o que o cliente procura. Segundo Sauaia (2013, p. 4), “tanto a apresentação das regras quanto sua simples leitura não bastam para assimilar os aspectos críticos do modelo, tampouco para compreender a dinâmica organizacional associada”. Devido a isso, também é importante realizar uma ou duas jogadas-teste para que os estudantes possam visualizar na prática os impactos de suas decisões iniciais. Tema 03 – Fontes de informações para as estratégias 3.1 Resumo Para que um gestor possa tomar uma decisão assertiva, ele precisa ter informações e, para isso, é preciso acessar os canais certos. As empresas possuem diversas fontes de informações internas e externas as quais devem ser utilizadas para acompanhar o mercado, analisar as tendências e traçar novas estratégias. Neste tema serão apresentadas algumas fontes responsáveis por fornecer informações úteis para o negócio para uma empresa real e também para o mundo simulado. 3.2 Descrição e contextualização O gerenciamento eficaz de uma organização depende de decisões assertivas de seus dirigentes e, para isso, eles necessitam estar atentos aos movimentos do mercado e ter acesso à informação. Na vida real, gestores podem acessar informações de mercado por meio de diversas fontes, tais como: · Jornais. Em diversos deles, são disponibilizadas informações diárias que permitem ao gestor captar sinais de mudança, normalmente no curto e médio prazo. Gestores precisam criar o hábito de ler jornais diariamente, principalmente aqueles de suas regiões de atuação, para acompanhar as tendências de seu público-alvo. Dependendo do alcance do produto da empresa, é necessário acessar diversos jornais de outros estados para compreender o que está acontecendo com o mercado. · Redes sociais. Atualmente, redes sociais são as preferidas das empresas para monitorar seu mercado consumidor e também para observar a concorrência. É uma fonte fácil de utilizar e de baixo custo para empresa. Por meio do monitoramento da rede, é possível identificar se os produtos que a empresa vende ainda estão no gosto do consumidor auxiliando na criação de novas estratégias de comunicação com o cliente. Além disso, é possível acompanhar os movimentos que a concorrência tem feito e analisar o resultado que têm atingido. · Sites de instituições do segmento. As empresas sempre fazem parte de um segmento, então é possível acessar os sites das instituições que organizam seu mercado. Por exemplo, os sites: do Senai, Sebrae, Fiep, Sesc, Fecomércio, Abiq, Abimaq, Abras, Apras e Apas, entre outros, para analisar dados e números que frequentemente são disponibilizados e transformá-los em informação que embase uma tomada de decisão estratégica. · Periódicos do segmento. Outra possibilidade para acessar informações pertinentes ao segmento da empresa é assinando periódicos que estudam o setor que empresa atua, tais como: indústria calçadista, confecções, fixadores, linha branca, automobilístico e construção civil, entre outros. Dessa forma, é prudente acessar os periódicos gerados para entender quais tendências estão regendo o mercado. · Revistas técnicas do segmento. Gestores devem conhecer as revistas técnicas de seu segmento de atuação porque elas trazem informações preciosas para a tomada de decisões. Nesse canal de informação, são apresentados estudos sobre o segmento, novas matérias primas, novos fornecedores e até mesmo os novos concorrentes entrando no mercado. · Relatórios e demonstrativos financeiros. Uma ferramenta altamente útil para embasar tomadas de decisões, a análise dos relatórios e demonstrativos financeiros mostram ao gestor se a estratégia vigente tem trazido os resultados esperados. Na prática, as empresas investem em infraestrutura, publicidade e propaganda, processos produtivos eficientes, tecnologia da informação e comunicação, entre outros, visando um retorno financeiro. · Relatórios gerenciais. As informações geradas por eles são de curto prazo e auxiliam o gestor a visualizar rapidamente a condição da empresa. Esses relatórios podem contemplar apenas uma grande área, por exemplo: o relatório gerencial do processo produtivo, o relatório gerencial financeiro e o relatório gerencial de produtividade, entre outros. Normalmente, eles trazem gráficos, quadros comparativos, tabelas e outros recursos visuais que apresentam as informações já formatadas para que sejam rapidamente compreendidas. · Visão da área Comercial e de Marketing. Uma fonte de informação muito importante para sua organização é a opinião dos vendedores e do setor de Marketing, pois são eles que têm contato com o mercado consumidor. Essas pessoas podem sinalizar um cenário mais positivo ou negativo, dependendo da época do ano e, até mesmo, das condições econômicas vigentes. · Pesquisas de mercado. Para tomada de decisões eficientes, é preciso ouvir a voz do cliente, e isso é possível quando a empresa realiza (ou encomenda) uma pesquisa de mercado. Nesse caso em específico, é necessário fazer um processo profissional para captar realmente o que o cliente deseja, pois os dados levantados serão traduzidos em previsão de demanda e em volumes de produção. Portanto, deve ser um trabalho sério e bem feito para que os números sejam os mais reais possíveis. Na vida real, as empresas podem utilizar essas e outras fontes de informações. Já no mundo simulado, as fontes de informações costumam ser concatenadas em um número menor de fontes, tais como os jornais informativos e os relatórios gerenciais, os quais podem ter custos para as empresas participantes. Porém, mesmo no mundo simulado, a equipe deve ficar atenta a tudo o que acontece com fornecedores, clientes, sindicatos, bancos e mundo externo, entre outros, para transformar tudo isso em informações úteis para tomada de decisão. Tema 04 – Compreendendo o mundo simulado 4.1 Resumo No mundo real onde as organizações estão alocadas, ocorrem inúmeras situações simultaneamente que impactam no comportamento das empresas. Gestores devem estar sempre atentos para corrigir o rumo da empresa, não perder oportunidades e evitar colapsos. Como a quantidade de variáveis é muito grande, não há possibilidade de reproduzir em cem por cento o mundo real no mundo simulado devido a complexidade que os Jogos de Empresas teriam. Dessa forma, as empresas desenvolvedoras de Jogos de Empresas simplificam e unem determinadas variáveis para que estudantes com diferentes graus de conhecimento possam participar da atividade. Este tema explicará de forma simples como atuar no mundo simulado. 4.2 Descrição e contextualização Em Jogos de Empresas, busca-se criar um espelho do mundo real para que a equipe possa vivenciar uma situação como se estivesse dentro de uma empresa autêntica. Segundo Gray et al. (2012, p. 1), o que diferencia um jogo de outro sãoos seguintes elementos: espaço do jogo, limites, regras para interação, artefatos e metas. Ele continua e explica que: “Entrar em um jogo é entrar em outro tipo de espaço no qual as regras da vida simples são temporariamente suspensas e substituídas pelas regras do jogo. Com efeito, um jogo cria um mundo alternativo, um modelo de mundo. Para entrar em um espaço do jogo, os jogadores devem concordar em se ater às regras daquele espaço e devem entrar voluntariamente”. Os desenvolvedores de jogos levantam as informações sobre o mundo real e modelam o jogo dentro da mesma perspectiva. Uma das informações mais importantes para modelar o jogo é a definição da meta que o jogo buscará atingir. Ainda segundo Gray et al. (2012, p. 4), os Jogos dos Negócios (é o mesmo que Jogos de Empresa) devem ser reduzidos aos componentes mais básicos: figura 1 – Componentes dos Jogos de Empresas Compreendendo os pontos no mundo simulado, temos as seguintes considerações: Ponto A – condições iniciais: todas as empresas começam exatamente iguais. Isso é necessário para que as empresas tenham as mesmas condições ao entrar no mercado. A todas elas é atribuído o mesmo número de colaboradores, investimento inicial, empréstimos, estoque, fatia de mercado, infraestrutura, custos – enfim, tudo o que uma empresa tem, sua concorrente também tem. Espaço do desafio: é o mundo simulado no qual as regras estão estabelecidas. Nesse espaço, as empresas disputarão o mercado e tentarão sobreviver aos imprevistos que ocorrerão com o passar das jogadas. Na maioria dos Jogos de Empresas em simulador computadorizado, o espaço do desafio é dividido em regiões, e cada uma delas tem uma empresa. Além disso, é comum os simuladores apresentarem também uma região maior onde não há concorrente estabelecido, o qual todas as empresas disputando o jogo podem acessar. Essa região costuma ser o “mercado exterior”, uma região para a qual as empresas podem exportar seus produtos com uma rentabilidade melhor que no mercado interno. Para isso, a estratégia de atendimento do mercado interno deve ser satisfatória, ou seja, não se pode exportar se não está atendendo nem o mercado local. É necessário esclarecer que, no mundo simulado, não haverá a possibilidade de os estudantes aplicarem conceitos aprendidos nas disciplinas exatamente conforme aprenderam academicamente. Os simuladores naturalmente apresentam restrições, ou seja, não conseguem reproduzir exatamente um mercado tal qual ele é na realidade, uma vez que o número de variáveis é bastante grande, pois todos os stakeholders interagem simultaneamente. Então, para o mundo simulado, são criadas regras e convenções que valem para todas as equipes (empresas) participantes do jogo para facilitar o entendimento de como atuar nesse ambiente. As regras que regem o mundo simulado são estabelecidas previamente, e todas as equipes devem conhecê-las. Por exemplo: se, em algum canal de comunicação do mundo simulado, surgir a informação de que não há mão-de-obra para ser contratada naquele período, a regra servirá para todos Ponto B – estado-alvo (meta): Jogos de Empresas precisam de uma meta para que as equipes se sintam desafiadas a desenvolver as atividades. No entanto, essa meta precisa ser claramente compreendida por todos os componentes. Na maioria dos casos, o mais adequado é trabalhar com indicadores de performance. Independentemente do indicador escolhido para determinar a equipe vencedora do jogo (rentabilidade do ativo imobilizado, giro do ativo, índice de rentabilidade, retorno sobre o investimento, grau de endividamento, ou outro), todos devem compreender tal indicador, saber como atingi-lo e interpretá-lo em relação aos concorrentes. Nos primeiros acessos ao mundo simulado, as informações parecerão confusas, as telas do simulador parecerão complexas de serem acessadas e os gráficos gerados parecerão não dizer muita coisa. Muitas equipes se questionam: se não é possível inserir as informações exatamente como se aprende na disciplina, como saber exatamente o que a equipe está fazendo? Tais questionamentos são normais e até saudáveis, mas é fato que, depois das rodadas de teste, as equipes começam a entender o funcionamento do jogo, compreendem melhor as regras e restrições, e a competição avança. As equipes que se sobressairão serão aquelas que conseguirem traduzir os conceitos aprendidos nas disciplinas em estratégias. Por exemplo, na disciplina de Marketing, aprende-se sobre os Ps (preço, praça, produto, promoção e pessoas). No simulador, na maioria dos casos a equipe terá apenas que escolher se fará ou não publicidade e propaganda e quanto gastará com isso. Os simuladores mais simples não trazem a possibilidade para a equipe informar qual percentual do montante aplicado em propaganda será utilizado em mídia televisa, rádio, internet, jornais, revistas técnicas ou outro. Isso significa dizer que o estudante compreende a importância do investimento para promover o produto (porque aprendeu nas aulas de Marketing sobre essa importância) e toma a decisão de investir nisso. Possivelmente, em Jogos de Empresas no formato eletrônico mais elaborado, as equipes terão mais fontes de informações e mais possibilidades de inserção de informação para formatar suas estratégias de atuação. Tema 05 – Preparação para iniciar o jogo de empresas 5.1 Resumo Para que seja possível realizar com sucesso uma atividade de Jogos de Empresas, é preciso preparar as equipes que participarão. Algumas informações imprescindíveis para o entendimento da dinâmica do jogo devem ser apresentadas antes de iniciá-lo. Este tema apresentará os primeiros passos necessários para que as equipes estejam aptas a iniciar a competição de Jogos de Empresas. 5.2 Descrição e contextualização Os Jogos de Empresas no formato eletrônico via web podem ser desenvolvidos nos laboratórios das Instituições de Ensino que o ofertam ou podem ser montados um quartel general (QG) onde as equipes organizarão suas empresas e utilizarão recursos próprios, tais como notebooks. O fato é que, para iniciar uma atividade dessa envergadura, recomenda-se criar um ambiente neutro e propício para os estudantes se sentirem estimulados a participar. Deve ser vista e organizada como uma tarefa fora da sala de aula, portanto, é ideal que seja realizado em outro ambiente para que se crie uma atmosfera mais leve e criativa. Antes de levar as equipes para os laboratórios, é pertinente fazer uma breve revisão de conceitos das disciplinas que os alunos necessitarão para “rodar” o jogo. Tais conteúdos serão apresentados nas próximas aulas desta disciplina Jogos de Empresas. A fase de preparação das equipes é muito importante para que os participantes cheguem aos laboratórios com mais segurança. Então, é pertinente também apresentar o cenário inicial em que as equipes começarão os trabalhos, e isso é tarefa que compete ao mediador. O mediador explicará os pormenores para que as equipes saibam como agir ao acessar o simulador. Certamente, aparecerão as dúvidas nas jogadasteste, pois os estudantes ainda não estão familiarizados com as telas do simulador. Então, na fase de preparação, compete ao mediador mostrar onde as equipes conseguem determinadas informações que os auxiliarão a dar continuidade ao jogo. É comum os softwares de Jogos de Empresas possuírem inúmeras telas com dados para os tomadores de decisão. O mediador deve auxiliar a equipe no primeiro momento a navegar pelas telas para que encontrem as informações. O papel do mediador (na maioria dos casos, o professor da disciplina) não é influenciar as equipes ou dar informações privilegiadas para uma ou outra. Seu papel é fazer com que todos compreendam o que devem fazer e como começar. Quanto mais informações sobre o funcionamento do jogo as equipes tiverem, maior será o envolvimento e maiores serão as chances do jogo ser um sucesso. Algumas Instituições de Ensino possuem seu Jogos de Empresas próprios, outras fazem parcerias com empresas especializadas nesses jogos. Seja o jogo próprio ou terceirizado, haverá uma empresaou uma equipe de suporte nos bastidores do jogo para fazer os ajustes necessários e inclusive inserir mudanças de cenários. Para iniciar o jogo, será necessário que todos os componentes das equipes estejam devidamente cadastrados, o que acontece na fase de preparação. Normalmente, esse cadastro é realizado através da inserção de email e criação de login e senha, e também é determinado qual integrante da equipe será o gerenciador do software. Alguns simuladores permitem que vários integrantes acessem o sistema juntos a partir de vários computadores ao mesmo tempo, mas apenas o gerenciador (computador em que o gerenciador estiver “logado”) tome as decisões. Depois disso, também será necessário criar as empresas dentro do ambiente do simulador. As equipes criarão um nome fictício para sua empresa e os participantes se associarão a ela. A criação do nome da empresa é uma tarefa prazerosa que começa a criar um sentimento de pertencimento. Outra atividade bem importante na fase de preparação é a divisão das tarefas e criação de cargos de cada componente do grupo. É comum associar cada componente da equipe a um cargo de direção, tais como: Diretor Financeiro, Diretor de Produção, Diretor de Gestão de Pessoas e Diretor de Marketing, entre outros. Em alguns casos, além dos diretores, a equipe cria um cargo de CEO (Chief Executive Officer ou Diretor Executivo, aquele que responde pela empresa), o qual pode ser um dos diretores que assume mais essa função. Cada diretor será responsável por determinadas tarefas, e as decisões relativas a elas. Por mais que as equipes façam essas divisões, é indicado que as decisões sejam tomadas em conjunto por todos os componentes para que compartilhem a responsabilidade pelas decisões tomadas e não procurem culpados depois. Como essas tarefas iniciais são importantes, deve-se investir um pouco de tempo para que as equipes possam fazer isso. Compete ao mediador dar o suporte necessário para que as equipes consigam se organizar, se cadastrar e acessar o software de simulação antes que as jogadas iniciem. AULA 2 Tema 01 – Conceitos de estratégia no jogo de empresas O sucesso de uma empresa está intrinsecamente ligado à estratégia que ela utiliza para atuar no mercado, e isso é verdadeiro também para uma empresa atuante em um jogo de empresa. Formular uma estratégia é o primeiro passo para que a empresa avance na competitividade e consiga resultados mais perenes, uma vez que significa o plano integrador das metas, objetivos, valores, missão e visão da empresa. Logo, para que as equipes possam atuar em jogo de empresa, necessitarão utilizar uma estratégia, o que justifica o estudo deste tema nesse momento da construção do conhecimento. 1.1 Descrição e contextualização Entender o conceito de estratégia é o primeiro passo para que o gestor consiga formular uma estratégia consistente para o negócio da empresa. Para isso, será apresentado o conceito de Mintzberg et al (2009, p. 29), o qual é um autor muito conhecido nessa área e traz a seguinte definição: Uma estratégia é o padrão ou plano que integra as principais metas, políticas e sequências de ação da organização em um todo coeso. Uma estratégia bem formulada ajuda a organizar e alocar os recursos de uma organização em uma postura única e viável, baseada em suas competências e deficiências internas relativas, mudanças antecipadas no ambiente e movimentos contingentes por parte dos oponentes inteligentes. Em outras palavras, é possível compreender o conceito da estratégia como o caminho para se chegar a um objetivo. A empresa determina aonde quer chegar e, por meio do planejamento dos recursos, das definições das datas, das análises das restrições e do acompanhamento dos movimentos da concorrência, traça um plano. Tudo isso é pensado antecipadamente, considerando as possibilidades do que pode dar certo ou errado. Diante desse contexto, entendese também que existe uma curva de aprendizagem natural, em que os gestores aprendem com os erros e acertos e devem estar prontos para modificar a estratégia conforme a necessidade. O estudo das estratégias tem várias vertentes, mas neste material o foco será conhecer as estratégias competitivas de Michael Porter e compreender como podem ser utilizadas no contexto de um jogo de empresas. As estratégias competitivas propostas por Michael Porter são: liderança no custo total, diferenciação e enfoque, as quais serão apresentadas a seguir com base no próprio Porter (2004, p. 36-48). Estratégia 1 – liderança no custo total. Quando uma organização decide que quer competir no mercado por meio dessa estratégia, significa dizer que todos os esforços serão direcionados para a redução de custo. Para isso, diversas decisões são tomadas, as quais embasam esse posicionamento tais como: · Negociação de preços menores com os fornecedores: uma empresa adquire matérias-primas, insumos, componentes e serviços de fornecedores, os quais praticam os preços de mercado. Para reduzir esse tipo de custo, as organizações podem reduzir o número de fornecedores para negociar volumes maiores, fechar contratos de exclusividade e até mesmo trazer o fornecedor para fazer parte do desenvolvimento do produto ou serviço, o que auxilia, e muito, a fecharem preços adequados para ambos os lados; · Redução do custo de estoque: o estoque sempre foi um vilão para as organizações, no entanto, apenas nas últimas décadas é que efetivamente foi reconhecido dessa forma. Se no passado era interessante para a empresa ter um depósito abarrotado de estoques para se proteger da inflação, hoje isso não se justifica nem é economicamente viável. A empresa que utiliza a estratégia de liderança em custo certamente buscará trabalhar com estoques enxutos, principalmente de produtos para venda; · Redução dos custos produtivos ou de atendimento: uma empresa referência em baixo custo revê seus processos produtivos e busca encontrar formas de aumentar a produtividade, simplificando processos, otimizando o uso dos recursos e automatizando parte da operação; · Redução dos custos operacionais: quando uma empresa quer ser líder em custo, faz uma boa análise de seus processos, dos fluxos que ocorrem internamente e busca todo e qualquer fator que possa causar desperdício. Diante dessa perspectiva, tudo aquilo que não agrega valor ao produto ou serviço deve ser eliminado. Além disso, uma empresa que apresenta grandes estruturas corporativas tem quadro funcional gigante e gasta valores expressivos em eventos que não trazem retorno, não está aderente com a estratégia de baixo custo. Estratégia 2 – diferenciação: quando uma empresa decide se destacar em seu mercado por diferenciação, significa dizer que ela investirá em pesquisa e desenvolvimento, buscará identificar o que é importante para seu cliente e ofertará produtos e serviços diferenciados no mercado. Essa diferenciação pode ter as abordagens a seguir. Marca diferenciada: muitas empresas são tão fortes em suas marcas que o cliente confia plenamente na qualidade do seu produto e serviço. Exemplos desse tipo de produto: Jeans Levis, Camisaria Dudalina, Boutique Daslu, Móveis e Decorações Ikea, Cristais Swarovski. Podemos também citar serviços como Itaú Personnalité, Cartão de Crédito American Express, Consultoria McKinsey, Harward Business School, Fundação Dom Cabral, entre outros. A empresa pode se diferenciar também devido à qualidade imputada em seus produtos e serviços; a tecnologia embarcada em seus processos de produção ou atendimento; a rede de assistência técnica disponível e a excelência de seu atendimento. Mesmo implementando essa estratégia, a empresa não descuida de seu custo, mas compreende que seu cliente valoriza outros aspectos, como os que foram citados. Estratégia 3 – enfoque: a empresa que utiliza essa estratégia canaliza suas energias em um segmento em particular. Esse enfoque pode ser concebido por meio da oferta de produtos para um público específico como um produto de qualidade inquestionável: Um Audi V8, uma Ferrari, um iate de luxo, entre outros. Todas as decisõesda empresa levam em conta esse perfil de cliente a ser atendido. Mas a estratégia de enfoque, se bem aplicada, também pode representar o melhor custo apresentado no mercado para esse seleto grupo de clientes. Dessa forma percebe-se que a estratégia de enfoque se movimenta pelas duas outras (liderança em custo total e diferenciação), atingindo um pequeno público que valoriza um ou outro elemento. As três estratégias apresentadas apresentam pontos fortes e pontos fracos, então compete ao gestor compreender qual delas faz mais sentido para o foco da organização e que apresenta o trade-off menor, ou seja, do que a empresa abre mão para ter o menor custo? Do que a empresa abre mão por ofertar produtos de alta qualidade? Do que a empresa abre mão para ofertar um produto único, exclusivo, diferenciado no mercado? Ao responder a esses questionamentos, a equipe conseguirá formular uma estratégia que atenda às premissas determinadas pela organização. Tema 02 – O marketing e os 4Ps O marketing é um departamento crucial nas organizações modernas que querem atuar de forma diferenciada no mercado. Compete a este a formulação das estratégias referentes ao lançamento do produto ou serviço no mercado, bem como o acompanhamento do comportamento do consumidor para identificar as necessidades que surgem constantemente. Sai na frente a empresa que tem um departamento de marketing atento aos movimentos do mercado e atuante, trazendo para a empresa oportunidades de desenvolvimentos de novos produtos e serviços. Como ferramenta para correta implementação de estratégias de marketing, utiliza-se o composto de marketing representado pelos 4Ps (produto, preço, praça e promoção), os quais serão apresentados nesta aula. 2.1 Descrição e contextualização Um departamento considerado fundamental em uma organização é o marketing, que, segundo Andrade (2012, p. 17 apud Kotler, 1998), é uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado Com base na colocação do autor, percebe-se que o marketing é considerado um setor estratégico nas organizações e é responsável por monitorar as tendências do mercado, identificar as necessidades dos consumidores e traduzir tudo isso em números factíveis de vendas para as organizações. Tais números servirão para planejar a compra dos recursos de manufatura, programar a produção, checar a capacidade produtiva e prever lançamentos de novos produtos no mercado. Observe o que Kotler e Keller (2006, p. 2) explanam: O bom marketing não é acidental. Ele resulta de planejamento e execução cuidadosos. Em quase todos os setores, as práticas de marketing estão sendo continuamente refinadas e reformuladas para aumentar as chances de sucesso. Mas a excelência em marketing é rara e difícil de obter. O marketing é ao mesmo tempo uma “arte” e uma “ciência” – há uma tensão constante entre seu lado formal e seu lado criativo É o setor de marketing que faz o importante trabalho de “conhecer” efetivamente o cliente, identificar suas necessidades e traduzir isso em produtos e serviços que possam ser produzidos e comercializados no mercado. O marketing é um usuário intenso das informações sobre o cliente, pois compete a ele traçar o perfil do consumidor da empresa. E faz isso mapeando os hábitos de compras e identificando o comportamento de classes, faixas etárias e gostos por regiões. De posse de tais informações, o marketing realiza seu planejamento estratégico e decide como investir sua verba para fazer com que o produto chegue ao público-alvo, garantindo o market share da empresa. No entanto, identificar essas necessidades não é tão simples quanto parece. Isso depende do uso adequado das ferramentas como um SIM (Sistema Integrado de Marketing) e do feeling dos colaboradores envolvidos no processo e do correto gerenciamento do composto de marketing (os 4Ps). O composto de marketing é frequentemente utilizado pelos mercadólogos (colaboradores da área de marketing), em que estes colocam o mercado-alvo como driver das decisões e trabalham os aspectos inerentes à colocação do produto no mercado. Os elementos fundamentais do composto de marketing que determinarão a estratégia mercadológica da empresa são: produto, preço, praça e promoção, os quais serão apresentados na sequência. O marketing trabalha em sintonia com os demais departamentos da organização como as áreas: comercial e vendas, produção, programação de materiais, financeiro e de logística. E isso se faz imprescindível, pois uma vez que o marketing decida por realizar uma ação promocional para determinado produto, compete a esses departamentos garantirem o volume de produtos e serviços suficientes para atender a demanda criada. Tema 03 – O conceito de produto e preço Para formular uma estratégia utilizando o composto de marketing (4Ps), é valioso conhecer cada um dos elementos e compreender o impacto das decisões no curto, médio e longo prazo. Para iniciar a compreensão desse composto, serão apresentados inicialmente o produto e o preço com suas principais características. O primeiro assunto será o produto, para que a equipe que participará de um jogo de empresa conheça os conceitos principais envolvidos no principal elemento do composto de marketing (mais importante porque sem produto/serviço para vender nada mais acontece). Depois serão apresentados os conceitos sobre a precificação do produto e seus fatores de impacto, reforçando que o preço representará a remuneração do produto ou serviço. 3.1 Descrição e contextualização Um produto pode ser tangível ou intangível, então quando uma empresa é uma manufatura, o produto é tangível como um móvel, um veículo, um livro, um bloco de concreto, uma confecção, uma escada portátil, entre outros. Já para uma prestadora de serviços, o produto que ela oferece ao mercado é intangível, tais como uma consulta com um médico, uma consultoria empresarial, acompanhamento de um coaching, serviços de um psicólogo, assistência técnica, entre outros. Compreender esses aspectos é importante porque impacta diretamente na operacionalização da estratégia que a empresa pretende utilizar. Kotler (2006, p. 368-369) traz uma classificação mais ampla conforme a seguir: · Bens físicos: geladeiras, livros; · Serviços: pintura de parede, consertos; · Pessoas: Obama, Madonna, Ronaldo Fenômeno; · Locais: Fernando de Noronha, Cataratas do Iguaçu; · Organizações: Instituto do Coração, Associação de Escoteiros; · Ideias: planejamento familiar, segurança no trabalho, sustentabilidade A classificação abrange diversos contextos em termos de produtos que as empresas oferecem ao mercado. Cada elemento desses necessita de um cuidado especial na formatação da estratégia de como produzi-los, apresentálos, promovê-los no mercado e distribuí-los. O mercado consumidor está cada vez mais exigente e com novas demandas e, para atendê-las, as empresas lançam constantemente novos produtos, os quais se apresentam cada vez mais complexos, modernos e tecnológicos. Uma empresa pode ter um portfólio de produtos ou serviços, ou seja, produzir e vender produtos variados, mas quanto maior for esse número, mais variáveis devem ser consideradas na estratégia empresarial. Isso acontece porque certamente terão mais fornecedores, clientes, distribuidores intermediários, processos envolvidos, entre outros. No mundo simulado dos jogos empresariais, por questões de complexidade, é comum ter um único produto ou serviço, ou uma família de produtos e serviços, para que os participantes do jogo consigam aplicar melhor o conhecimento sobre o assunto. Entendido o conceito de produto, um próximo assunto a ser discutido no composto de marketing é o preço. Definir o preço de um produto ou serviço é uma decisão importante, pois, ao entrar no mercado com preços não condizentes com o posicionamento da empresa, as perdas podem ser irreversíveis. Observe a definição de Andrade (2012,p. 76): O preço é um processo meticuloso de cálculos, o qual envolve aspectos ligados às finanças ou aos valores monetários despendidos e almejados como retorno pelas organizações. Ou seja, é o cálculo de custos versus lucros e a filosofia de mercado da empresa (seu posicionamento). Para definir corretamente o preço, não basta apenas conhecer seus custos, e sim analisar os dados de mercado que influenciam no seu produto. Dentre tais fatores, podem-se destacar: · os custos de produção, custos de vendas e de distribuição; · preço de mercado, ou seja, o que o cliente já está habituado a pagar por esse tipo de produto; · preço da concorrência; · ciclo de vida do produto (CVP); · que necessidade do cliente o produto atende; · condição de pagamento que se pretende praticar, entre outros aspectos. Kotler (2006, p. 434) determina que a empresa tem cinco objetivos a atingir com a função “preço”. 1. Questão de sobrevivência: é a venda do produto que trará caixa para empresa, por meio do preço de venda praticado. Uma empresa deve saber como precificar seu produto para trazer o retorno financeiro almejado e suficiente para mantê-la saudável financeiramente no mercado. 2. Maximização do lucro atual: é uma decisão que a empresa pode assumir em determinado momento para equilibrar o fluxo de caixa da empresa, para amortizar investimentos realizados no próprio produto, como atualizações, novas versões e inclusões de diferenciais, melhorar sua rentabilidade, entre outros. A maximização do lucro pode ocorrer por meio do aumento de preço, como nos casos citados ou na redução do preço para alavancar as vendas e eliminar estoques. 3. Maximização da participação de mercado: a prática de um preço menor de entrada pode auxiliar no ganho de market share e melhorar os lucros no longo prazo. 4. Desnatação do mercado (skimming máximo): essa estratégia de preços visa entrar no mercado com um preço premium que atenderá a uma parcela menor de mercado, mas que trará maior rentabilidade. É comum as empresas praticarem a desnatação inicialmente e quando esse público-alvo (classe A e B, por exemplo) está saturado, baixam o preço para atender a outras camadas de clientes. 5. Liderança na qualidade do produto: essa é uma estratégia que atrela o preço alto com a ideia de qualidade do produto ou serviço. A empresa que opta por essa estratégia inova constantemente, trazendo melhorias perceptivas ao produto para que o cliente continue a sentir-se especial ao consumi-lo. Como metodologias de precificação dos produtos e serviços, segundo Kotler (1998) pode-se utilizar: preço de markup, preço de retorno-alvo, preço de valor percebido, preço de valor, preço de mercado, preço psicológico e preço de licitação. Na prática o gestor de marketing define os preços dos produtos juntamente com os colaboradores dos setores de produção, vendas e financeiro, buscando um equilíbrio que contemple as necessidades das operações e não fuja das estratégias de mercado. Já no mundo simulado de um jogo de empresa, a equipe considera os aspectos dos custos, dos preços da concorrência, do custo do frete e também das questões econômicas informadas no período vigente. Mas é fato que no mundo simulado o cliente é sensível a questõeschave, como preço e prazo de pagamento Tema 04 – O conceito de praça Dentro do composto de marketing, a praça representa a maneira como a empresa distribuirá o produto/serviço no mercado. Para isso, será necessário conhecimento do mercado de atuação, das localizações geográficas dos clientes e intermediários. A empresa pode optar por distribuição direta, em que responsabiliza pela entrega do produto ao seu consumidor final ou efetiva parcerias com empresas especializadas como atacadistas, distribuidores, varejistas, franqueadores, entre outros, conhecidos como canais de distribuição. A empresa certamente escolherá as formas mais econômicas e mais efetivas de colocar seu produto no mercado. Mas, independentemente da maneira como isso acontece, ocorrerão custos para empresa e, se esse valor for muito alto, poderá prejudicar a venda. Isso também será traduzido para a realidade dos jogos de empresas, em que as equipes entenderão como é importante fazer com que o produto chegue até o cliente. 4.1 Descrição e contextualização No composto de marketing, o conceito de praça representa a distribuição do produto, ou seja, onde e como ele será entregue, então em algumas bibliografias o P de praça significa também ponto de venda. Segundo Paixão (2012, p. 118) a distribuição, ou ponto de venda, trata da disponibilidade de estoque, armazenagem e logística interna necessária, bem como da escolha dos melhores pontos de venda, dos canais de distribuição, do transporte e do relacionamento com esses canais. Com base na definição da autora, é possível compreender a praça como as questões logísticas do produto e, para isso, é preciso também ter uma estratégia compatível com o posicionamento da empresa. O marketing, em conjunto com o departamento de estratégia, da logística, de custos e do financeiro, decidirá a melhor forma de distribuir o produto. E por que esses setores? Porque o marketing é responsável por identificar quem é o cliente e onde ele está geograficamente. O departamento de estratégia é responsável por decidir como e onde a empresa vai se posicionar no mercado. A logística é responsável pelos canais de distribuição e sua estrutura como venda direta ou uso de intermediários. O setor de custos é responsável por identificar e validar os custos que ocorrerão com a operação, e o setor financeiro é responsável por garantir capital para suportar todas essas decisões. Como na prática a praça cuida das questões logísticas da distribuição, então serão apresentadas as principais decisões tomadas nessa seara. Forma de distribuição direta: quando a indústria é responsável pela venda direta ao consumidor final, o que não acontece com frequência para bens de grandes volumes comercializados. O mais comum é a distribuição indireta, na qual as indústrias utilizam canais de distribuição especializados (parceiros comerciais) para colocar seus produtos no mercado, o que é mais vantajoso para indústria, sem dúvida. Por meio dos canais de distribuição, é possível chegar mais longe com o produto, além de a indústria focar seus esforços em seu core business. São eles: representantes, brokers, franqueados, representantes, concessionários, atacadistas, distribuidores, varejistas, atacarejos e market places para e-commerce, entre outros. A largura do canal também é uma decisão importante, porque impacta diretamente no custo de distribuição e também no preço que será praticado no mercado. Quanto mais intermediários houver entre a indústria e o consumidor final, maiores serão os preços praticados, uma vez que cada canal precisa ter sua remuneração pela operação. Exemplo com quatro intermediários: indústria – (1) representante – (2) distribuidor – (3) atacadista – (4) varejista – consumidor final. Outra decisão que faz parte dessa parte do composto de marketing é o modal de transporte disponível em cada região, o que pode auxiliar a reduzir os custos da distribuição. Os modais de transporte são: aéreo, ferroviário, dutoviário, aquaviário e o rodoviário, sendo este último o mais utilizado no Brasil, principalmente por ser o único capaz de realizar as operações “porta a porta” (door to door), ou seja, consegue retirar a mercadoria no fabricante e entregar na casa do consumidor, se for o caso. Embora cada modal apresente seus pontos positivos e negativos, principalmente em relação à função custo da operação, na prática o importante para o gestor é saber se ele é disponibilizado na região que pretende atuar. Por mais que os modais tenham diferença de custo, de frequência e confiabilidade, o que impacta na escolha é a disponibilidade. Certamente que um gestor optaria sempre pelo modal de menor custo, mas nem sempre isso é possível, uma vez que a política de transportes no Brasil priorizou o fortalecimento da matriz rodoviária, mesmo não sendo a operação demenor custo. Além disso, outras preocupações fazem parte do dia a dia das operações logística de distribuição, sendo uma delas a logística urbana, também conhecida como logística de última milha. Esse é um desafio real e atual para os gestores das áreas de logística que reside em como entregar os produtos nos pontos de vendas que se situam nos grandes centros urbanos. Existe um movimento mundial (city logistics), em que grandes corporações de todas as áreas de logística têm discutido sobre os desafios do abastecimento dos grandes centros em meio às restrições de horário, tamanho de veículos, rodízio de placas, controles de poluentes, poluições ambiental, sonora e visual, grandes congestionamentos, entre outros. Essas situações têm sido discutidas entre as empresas, o poder público e as organizações não governamentais interessadas em melhorar as condições tanto logísticas, quanto de qualidade de vida da população dos grandes centros. Tema 05 – O conceito de promoção Um dos elementos vitais do composto de marketing (a promoção) será apresentada nesta aula como elemento crucial para acelerar a entrada do produto no mercado e alavancar as vendas por meio da comunicação com o cliente. Esse tema será abordado visando esclarecer a importância em investir em publicidade e propaganda, mas também alertando aos cuidados necessários para que a estratégia de promoção resulte positivamente, ressaltando que as empresas precisam cuidar também da sua imagem e reputação no mercado. 5.1 Descrição e contextualização O P de promoção (pode ser chamada também de propaganda) no composto de marketing é uma das atividades mais relevantes para os estrategistas e muito gratificante para o departamento de Marketing, pois é o momento de promover o produto junto aos consumidores. Reichelt (2013, p. 92) conceitua que a promoção se refere a todas as formas de comunicação da empresa com o mercado. Ela é o último dos 4 Ps, pois só depois que a empresa desenvolve suas estratégias de preço, produto e distribuição é que ela poderá comunicá-las ao mercado. Em se tratando de comunicação com o mercado, a empresa precisa ser mais assertiva possível desde o primeiro contato para não criar situações conflituosas com seu público-alvo, formadores de opinião na sociedade e também com órgãos reguladores das propagandas, por exemplo. Atualmente, existe grande preocupação com relação à imagem da empresa, então uma propaganda mal formulada e apresentada em qualquer mídia, seja de pequeno ou grande alcance, pode causar danos irreparáveis. Para que a propaganda alcance seu público-alvo e o cative, as agências de publicidade não medem esforços e criam campanhas para todos os orçamentos, mas é o gestor estrategista que dará a palavra final. De nada adianta uma campanha publicitária fantástica e milionária se não atingir o público-alvo que a empresa pretende. Para ampliar as chances de acerto, é importante um trabalho conjunto entre o setor de estratégia da empresa, do marketing e da agência contratada. Um bom estudo de mercado para avaliar assertivamente o que é importante para o consumidor e qual mídia este costuma acompanhar auxilia nesse processo. É preciso também tomar cuidado com propagandas que sejam consideradas como inadequadas para o público-alvo (infantil, por exemplo) ou que façam menção a questões consideradas delicadas para a sociedade (separatistas, homofóbicas, machistas, feministas, que incentivem bullying, alcoolismo, tabagismo, entre outros temas) e que impactam negativamente na imagem que a empresa deseja passar ao mercado. Outras decisões que impactam no sucesso da promoção do produto relacionam-se à escolha dos canais de comunicação que também deve seguir alguns cuidados. Os principais canais são: televisão, rádio, jornal, revistas especializadas, outdoors, busdoor, redes sociais, e-mail, chat online, 0800, SAC, call center, entre outros. Os custos das propagandas costumam ser altos para as empresas, então se esperam resultados positivos traduzidos em vendas e lucros. Mas é preciso estar atento ao seu cliente e ter bom senso na hora dos investimentos que normalmente são escassos, então devem ser bem aproveitados. Por exemplo, se a indústria produz um bem intermediário, ou seja, é apenas um componente para outra empresa na cadeia produtiva, certamente a mídia televisiva não é promissora, pois o telespectador não saberá para que serve tal produto, como fixadores, cabos elétricos, plástico bolha, concreto usinado, colas para madeira, entre outros. Para esses tipos de produtos recomenda-se a exposição em feiras do segmento, propaganda em revistas técnicas especializadas e displays que apresentem o produto nas lojas parceiras. Já para produtos de consumo como confecções, calçados, veículos, motos, bebidas, alimentos, joias, eletroeletrônicos, entre outros, para estes sim são recomendadas as mídias mais expositivas, em que mais consumidores finais terão acesso à informação. Isso não quer dizer que a criatividade deve ser ceifada, e sim que, por princípios éticos, morais e também de imagem, o estrategista da empresa precisa ficar atento a esses aspectos. Um bom plano de promoção do produto traz retornos favoráveis para a empresa, então não é preciso ter medo de se expor, pois a velha máxima “quem não é visto não é lembrado” faz todo o sentido em várias fases do ciclo de vida do produto. É importante reforçar que, se o produto (em alguns casos até mesmo a empresa for nova entrante) estiver entrando no mercado, serão as propagandas e promoções que o apresentarão. Então é preciso investir para se tornar conhecido. Com o passar do tempo, a empresa precisa rever sua comunicação com o mercado e mudar a mensagem que se quer transmitir do seu produto. Observe: No primeiro momento: “Experimente!” No segundo momento: “Indique-me!”. Num terceiro momento: “Já faço parte da cultura da família!”. E assim sucessivamente, criando uma imagem sólida no mercado e transmitindo confiabilidade. Nem sempre as propagandas precisam ser caras, mas sempre precisam ser criativas e passar a mensagem correta ao público-alvo, pois uma campanha mal vinculada pode trazer prejuízos para a empresa e não haver chance para retratação, pois o cliente está cada vez mais exigente e atento aos seus direitos. AULA 3 Tema 01 – A finalidade da gestão da produção no jogo de empresas 1.1 Descrição e contextualização Produzir um bem ou serviço é o foco da organização, pois é preciso ter o que ofertar ao mercado. Essa produção pode ser: totalmente realizada internamente ou parcial, uma vez que parte do processo produtivo pode ser terceirizado, o que é uma prática comum na atualidade. Para iniciar um processo produtivo de um bem manufaturado ou a prestação de um serviço, é preciso ter uma planta, ou seja, um local onde instalar sua fábrica. Na vida real as empresas fazem vários estudos de viabilidade e aplicam técnicas qualitativas e quantitativas antes de decidir pelo local A, B ou C. Essa escolha considera importantes elementos em detrimento ao tipo de empresa: uma indústria, um varejo, uma prestadora de serviço que o cliente frequenta, uma prestadora de serviço que o cliente não frequenta, um espaço para armazenagem (armazém, depósito, centro de distribuição) ou outro. Elementos importantes para uma indústria: local de fácil acesso para os fornecedores entregarem mercadoria e também para as coletas das transportadoras; oferta de mão de obra qualificada nas proximidades; transporte urbano acessível; custo do terreno; benefícios locais; redes de água, luz, esgoto, telefonia e internet; fontes de matérias-primas; disponibilidade de modais de transporte; custos operacionais; hospital, restaurantes próximos. Elementos importantes para um varejo: terreno espaçoso; custo do terreno; facilidades logísticas para os fornecedores (acesso a rodovias, facilidade de entrada e saída dos caminhões) que não tenham restrições para carga e descarga; espaço para estacionamento; facilidade de acesso para os clientes (evitar ruas movimentadas e de difícil retorno); redes de água,luz, esgoto, sinal de telefonia celular e internet; benefícios locais e oferta de mão de obra e segurança para os clientes. Prestadora de serviço que o cliente frequenta: para escolher uma boa localização para uma empresa prestadora de serviço a qual o cliente participará do processo, tais como: clínicas de estética, de saúde, estilistas e alfaiates customizados, espaços fitness em geral, assistência técnica de bens tangíveis e outros, é necessário se preocupar exatamente com o cliente. Para isso, é preciso analisar se a localização escolhida oferece as facilidades para que esse cliente seja bem atendido e sinta-se acolhido. Por exemplo: o local é acessível para cadeirantes ou pessoas com mobilidade reduzida ou baixa visão? Há vagas de estacionamento na empresa ou nas proximidades? A via de acesso é fácil ou é uma rua movimentada onde o cliente corre o risco de se envolver em algum acidente de trânsito? As condições do ambiente são boas? Construção nova ou reformada? Boa conexão com a internet? Recepção e sala de espera confortável e aconchegante? O local (bairro, centro comercial, shopping) é seguro? O gestor estrategista deve se atentar também se o local é próximo do seu público-alvo, pois os clientes optam por utilizar serviços nas proximidades de suas residências ou trabalho. Dificilmente os clientes atravessam a cidade para utilizar um serviço, a não ser que seja muito especializado ou único, pois optam por comodidade. Prestadora de serviço que o cliente não frequenta: neste caso o foco da escolha da localização é a operação, e não o cliente, uma vez que nesses casos o cliente receberá o serviço em sua empresa, residência ou por meio de mídia eletrônica (por e-mail, por exemplo). Dependendo do tipo de serviço prestado, não há necessidade de uma planta física, tais como consultorias, tradding companies, vendas pela internet, cursos de capacitações online, entre outros. Mas se houver necessidade de um local físico para que a equipe comercial se encontre, faça reuniões esporádicas ou outro, podem-se utilizar espaços coworking, os quais são temporários e reduzem custos operacionais. Ou ainda escolher um local de fácil acesso para que todos consigam chegar em tempo hábil. Localização para espaço para armazenagem: escolher onde armazenar os produtos, mesmo que temporariamente, requer alguns cuidados, tais como: facilidades logísticas de acesso, coleta e distribuição, segurança dos armazéns, redes de energia, água, esgoto, telefonia móvel, internet, estacionamento, estrutura física robusta que comporte o volume de estoque pretendido, entre outros. Depois de conhecer os elementos de impacto na escolha da localização, pode-se pensar na capacidade produtiva da planta. Segundo Moreira (2008, p. 137), chamamos de capacidade a quantidade máxima de produtos e serviços que podem ser produzidos em uma unidade produtiva, em um dado intervalo de tempo. Por unidade produtiva entendemos tanto uma fábrica como um departamento, um armazém, uma loja, um posto de atendimento médico, uma simples máquina ou posto de trabalho Com base na colocação de Moreira, é possível afirmar que independente o tipo de empresa, a definição da capacidade é a mesma. De maneira simplista, é possível definir a capacidade produtiva considerando os seguintes elementos: · Tempo disponível: é o tempo que a empresa disponibiliza para fabricar ou montar determinado produto ou atender determinado serviço. Pode ser expresso em hora/homem ou de hora/máquina, ou os dois. · Tempo necessário: é o tempo que leva para produzir ou montar determinado produto ou atender determinado serviço. No caso de fabricação e montagem de bens físicos, o tempo necessário é sempre o mesmo, já para a prestação de um serviço não, pois alguns clientes demandam mais tempo que outros. Sendo assim, pode-se dizer que o tempo necessário para fabricar ou montar a peça “A” é de 5 minutos. Já o serviço “A” leva em média 45 minutos para ser concluído, o que significa dizer que alguns serviços utilizarão mais que 45 minutos e outros utilizarão menos, mas pela média assume-se 45 minutos. É possível determinar a capacidade total da empresa pelo número de produtos prontos ou serviços atendidos no final do dia, ou parcial, quando se expressa a capacidade por departamento, como: o setor de corte tem capacidade para cortar 2.000 peças de calças jeans por dia, mas o setor de costura consegue costurar 1.400 peças por dia. Observe um exemplo do autor Moreira (2008, p. 137): um determinado departamento de montagem de uma empresa tem 5 empregados, cada qual trabalhando 8horas diárias, realizando a montagem de um componente à razão de 20 montagens por hora e por empregado, a capacidade do departamento, expressa em número de montagens do componente por dia, será: 5 empregados x 8horas/dia x 20 montagens por hora e por empregado = 800 montagens por dia A capacidade de produção não necessariamente é a mesma capacidade de venda da empresa, por isso em alguns casos, faltam produtos (gargalo ou falta de capacidade) e em outros casos, sobram produtos (capacidade ociosa). O desafio está em equilibrar essas capacidades para oferecer nível de serviço adequado ao mercado consumidor. Tema 02 – Conceito de input – processo – output no jogo de empresa Depois de ter uma planta e conhecer sua capacidade produtiva, pode-se pensar no modelo de transformação chamado: input – processo – output. Esse modelo pode ser utilizado em qualquer tipo de empresa, projeto ou atividade, pois remete à importância de pensar nos recursos necessários para uma produção. É útil para que a equipe do jogo de empresa identifique quais são os itens críticos e que não podem faltar de forma alguma. Observe a imagem a seguir, adaptado do Slack (2009, p. 36): Compreendendo o modelo com base na teoria de Slack: input para o modelo de transformação – são todos os recursos de entrada necessários para que a empresa possa existir e conseguir executar seus processos e operações. · Materiais: são as matérias-primas, insumos, componentes e peças que após processados se tornarão o produto de venda da empresa. É mais visível em uma indústria de transformação, em que o predomínio será o processamento de materiais. Estes serão adquiridos de terceiros (fornecedores) e, ao chegarem à empresa, irão direto para linha de produção ou montagem, ou para a área de estoque, aguardar o momento do processamento. · Informações: processar informações é tarefa importante em todas as organizações, mas em algumas essa é a atividade principal da empresa. Por exemplo: uma empresa de auditoria, de consultoria, de arquitetura, de contabilidade, de pesquisa, designer gráfico ou de interiores, entre outros. Com base em uma necessidade de uma empresa ou de um consumidor final, tais empresas levantam os dados pertinentes ao serviço que prestará, compilam e os processam, transformando-os em informações que embasarão importantes decisões.Observe como tais recursos de entrada podem ser divididos · Consumidores: os consumidores são processados em empresas que prestam serviços de diversas naturezas, tais como: bancos que prestam consultorias de investimentos e empréstimos, clínicas de estética, de saúde, salões de beleza, hotéis, spas, teatros, estádios, cinemas, transporte público de massa, entre outros. Embora hospitais processem importantes informações, sua operação é predominantemente processadora de consumidores. · Recursos que serão utilizados para transformação: para processar os itens citados anteriormente, as empresas necessitam de alguns recursos, tais como: ¬ Instalações: nesse quesito a empresa necessita de variados tipos de instalações, dependendo de seu processo produtivo, se será com informações, materiais ou pessoas. Recursos comumente necessários: prédios, máquinas, equipamentos industriais, equipamentos médicos, terrenos, laboratórios, parque fabril, área de vendas, área de atendimento, entre outros. ¬ Capital humano: para processar materiais, informações e consumidores, será necessário também que a empresa tenha uma equipe capacitada paratodas as suas atividades, seja na linha de produção, na linha de frente de atendimento, no marketing, na área comercial, no financeiro, entre outros. Output para o modelo de transformação: é considerado o resultado do processo, em que se tem: produto produzido, serviço prestado ou cliente atendido, preferencialmente com qualidade. Slack apresenta algumas diferenciações do output, dependendo se o produto é tangível ou intangível. Observe a tabela comparativa a seguir: Tabela 1 – Output para o modelo de transformação É importante observar na tabela a questão da qualidade, a qual foi citada em ambos os casos: produto ou serviço. No caso do produto, a qualidade é mensurável e pode ser percebida nas características visuais, estéticas e de funcionalidades do produto, além de sua durabilidade e tangibilidade. Já no serviço é mais complexo mensurar a qualidade, porque depende muito da necessidade e da perspectiva do cliente que o contratou. É comum um profissional atender dois clientes com necessidades similares e entregar o mesmo resultado para ambos, mas ter “notas ou feedback” diferentes dos dois clientes. Talvez o profissional tenha atendido a necessidade dos dois, mas a expectativa apenas do primeiro. Em um jogo de empresa, a equipe participante deve ficar atenta a qual é o foco do negócio: uma indústria de transformação (produz bens), uma prestadora de serviços, como uma clínica de estética que atende clientes, um varejista que compra e vende mercadorias ou uma empresa de consultoria que só processa informações. O tipo do negócio determinará quais inputs a empresa necessitará, que tipo de processo ocorrerá e qual será o output provável. Elementos importantes para a tomada de decisões de alocação de variados recursos, como: humanos, tecnológicos, know-how, tecnologia embarcada e financeiros. Input: Entrada Output: Saída GOOGLE: Vamos explicar melhor sobre, Output e Input. Input, significa: Contribuir, Entrada, Inserir e etc. Já no caso de Output o seu significado é: Saída, Produção, Potência, enviar Tema 03 – Sistemas de produção Depois de decidir onde localizar a empresa, definir a capacidade produtiva e conhecer o modelo de transformação: input – processo – output, é chegado o momento de conhecer quais sistemas de produção são comumente utilizados pelas organizações, sejam de manufatura ou prestadora de serviços. Conhecer esses aspectos auxiliará no momento da aquisição das máquinas e equipamentos necessários para o processo produtivo. Normalmente esses sistemas são divididos em duas grandes categorias: discretos (produção por projeto, jobbing, lote, massa) ou contínuos, os quais serão apresentados com base no volume de produção que cada processo consegue fazer e a variedade de produtos que produz. · Produção por projeto (pouco volume, alta variedade): são produtos customizados que atendem necessidades específicas. Um projeto geralmente tem um prazo de entrega maior que os demais porque a fase de planejamento e as definições das características do produto são realizadas junto com o cliente. A produção só inicia efetivamente depois de todos os detalhes acertados e, na maioria das vezes, contratos firmados e parte do pagamento realizado. Em relação ao volume de produção, é pequeno, mas oferece uma variedade alta, o que significa que cada produto produzido pode ser diferente. Exemplos clássicos de produtos produzidos nesse tipo de processo: navios, turbinas, aviões, residências, viadutos, rodovias, máquinas e equipamentos de grande porte, entre outros. Normalmente são produtos de alto valor agregado, custam valores expressivos e necessitam de mão de obra altamente especializada · Produção por jobbing (pouco volume, média variedade): é um sistema produtivo similar ao projeto, no entanto produz produtos menores, como máquinas e equipamentos de pequeno e médio porte e, por isso, consegue produzir um volume um pouco maior. Mesmo assim, a variedade da produção é alta e os produtos também são customizados, atendendo a necessidades bem específicas. A mão de obra deve ser bem especializada, para que o produto tenha as características solicitadas pelo cliente e os recursos produtivos são compartilhados com outros produtos que estão sendo produzidos ao mesmo tempo na mesma fábrica. Exemplos clássicos de produtos desse tipo de processo: gráficas, fabricação e montagem de máquinas e equipamentos como esteiras rolantes, escadas rolantes, câmaras frias, construção de protótipos e outros. · Produção em lote (médio volume, média variedade): a produção em lote é parecida com o processo de jobbing, porque também compartilha os recursos produtivos com outros produtos, mas, normalmente, como são produtos menores, o volume de produção aumenta. A empresa pode produzir em determinado momento um lote grande de determinado produto e, em seguida, preparar as máquinas (fazer o setup) e produzir um pequeno lote de outro produto. A mão de obra deve ser relativamente qualificada e as operações seguem uma sequência lógica (ex.: cortar – lixar – pintar – embalar) e pode ser flexível e ter volumes diferentes em cada uma dessas fases. Exemplos clássicos de produtos: lotes de medicamentos, confecções, alimentos congelados, pães, biscoitos, vacinas, entre outros. · Produção em massa (alto volume, pequena variedade): nesse sistema, uma empresa pode produzir bens em grande quantidade e trabalhar com previsibilidade. Não oferece flexibilidade para a fábrica, mas reduz os custos de produção devido à alta capacidade de produção. A mão de obra não precisa ser especializada, porque invariavelmente aprenderá a tarefa em pouco tempo, uma vez que os processos básicos se repetem continuamente. Além disso, é um processo que favorece a automatização da maioria das operações. Exemplos clássicos de produtos: montagem de veículos, eletroeletrônicos, linha branca, linha marrom, refrigerantes, indústria alimentícia e outros. · Produção contínua (ato volume, pouquíssima ou nenhuma variedade): esse sistema de produção é utilizado na produção com fluxo ininterrupto, o que fornece alta capacidade produtiva, mas não oferece flexibilidade. O ambiente de produção é praticamente todo automatizado e a mão de obra basicamente monitora os equipamentos. Exemplos clássicos: refinarias de petróleo, usinas de álcool, indústria química, indústria de papel, indústria do aço, entre outros. Na prestação de serviços também é possível utilizar sistemas produtivos, que, de acordo com Slack (2009, p. 136-137), são: serviços profissionais; lojas de serviços; serviços de massa, os quais também serão apresentados a partir do volume de atendimento: · Serviços profissionais: nesse sistema o cliente participa do processo e é atendido por um profissional especializado e apto a atender às necessidades individuais desse. O profissional pode se deslocar até o local onde o ciente está, sem necessidade de o cliente vir até um escritório-padrão. Podem-se citar como exemplos: serviços de consultoria, arquitetura, auditoria, engenharia, atendimento de advogados, cirurgias, entre outros. · Lojas de serviços: nesse sistema o cliente também faz parte do processo e normalmente ele se desloca até o local da prestação do serviço. Então nesse caso é necessário ter um espaço físico. Conta com um processo de linha de frente (que atende ao cliente) e retaguarda (colaboradores que ficam nos bastidores e prestam suporte ao profissional). Exemplos típicos: hotéis, restaurantes, agências bancárias, locadoras de veículos, agências de viagens, imobiliárias, entre outros. · Serviços de massa: no sistema de serviço de massa não há customização no atendimento ao cliente, porque as empresas precisam de volume de atendimento. O contato com o cliente é restrito e tem como foco disponibilizar produtos e serviços padrões para todos os tipos de clientes. São exemplos típicos: supermercados, metrô, aeroportos, transporte coletivo de massa, jornais, revistas, livrarias, cartões de crédito, SAC, entre outros. Compreendendo os sistemas de produção que as empresas podem utilizar para produçãode bens ou prestação de serviços, ficará mais fácil de formular uma estratégia para a produção da organização. Isso é útil para empresas reais que estão no mercado e também para empresas que farão parte do mundo simulado de um jogo de empresa, pois os recursos são alocados com base nessas escolhas realizadas pelo gestor estrategista das mesmas. Ademais, após compreender tais conceitos, é possível escolher o mais adequado para o negócio ou formatar um sistema próprio e híbrido que atenda à necessidade da empresa em específico. GOOGLE: A produção puxada e empurrada são métodos de trabalho para indústrias onde na produção puxada a fábrica primeiro identifica a demanda e depois puxa a produção. E na empurrada a empresa produz para o estoque, iniciando o processo produtivo com a chegada dos materiais. PUXADA: Primeiro realiza as vendas, e depois realiza a produção ( Ou seja, sem estoque ) – Just time EMPURRADA: Mantem estoques e depois realiza a venda ( Ou seja, muito estoque ) – Just in case Tema 04 – Gestão do estoque no jogo (matérias-primas, componentes e gastos gerais de fabricação) Já compreendido que, para produzir um bem ou prestar um serviço, as empresas necessitam de infraestrutura como a planta fabril ou local de atendimento, capacidade produtiva, conhecimento de seu modelo de transformação e os sistemas produtivos disponíveis, é preciso ter com o que produzir. Esse “com o que”, são as matérias-primas, componentes e gastos gerais de fabricação, os quais são adquiridos para estoque ou direto para linha de produção. Tais conceitos serão apresentados a seguir. · Matérias-primas: são os recursos que as empresas utilizam para produzir seu produto. Normalmente é comprada em grande quantidade ou para atender lotes específicos, geralmente de poucos fornecedores devido às especificações técnicas que as indústrias procuram preservar. Ao ser utilizada, a matéria-prima será suficiente para produzir determinada quantidade de bens. É considerada um custo direto da produção e não pode faltar sob risco de parar a linha de produção, aumentando os custos da empresa e atrasando a entrega para o cliente. Exemplo: algodão para fazer tecido, a cana-de-açúcar para produzir etanol, soja para fazer óleo, laranjas para fazer sucos concentrados, rolos de tecido para produzir confecções, bobinas de aço para fabricar geladeiras, lotes de tinta em pó para pintar veículos, · Componentes: muitas vezes os componentes também são considerados matérias-primas, mas o conceito é um pouco diferente. A matéria-prima será processada para se tornar um produto, já o componente será inserido no produto e geralmente é adquirido pronto de um terceiro (fornecedor). Também é considerado um custo direto porque será agregado ao produto e também não pode faltar. A ausência de um componente pode não parar uma linha de produção, mas pode interromper um processo e gerar estoques intermediários entre as linhas. Exemplos típicos: botões, zíperes, parafusos, porcas, arruelas, cartuchos plásticos, confeitos e chocolates granulados para fazer decoração de bolos, entre outros. · Gastos gerais de fabricação (GGF): são todos os produtos que a indústria utiliza para produzir um bem, mas que não é matéria-prima, componente ou mão de obra direta e é difícil de ratear o custo entre os produtos. Geralmente é fechado o valor mensal de GGF. Quando um cliente adquire um produto, ele consegue visualizar que, para produzi-lo, foram utilizadas matérias-primas e componentes, como na produção de uma mala de couro. O cliente consegue perceber a diferença entre a matéria-prima da mala (couro, linha para costura) e o componente (zíper, taxas, ilhós e outros), mas não consegue identificar o gasto geral de fabricação que ocorreu, por exemplo: o óleo utilizado para lubrificar a máquina de costura que é utilizada a cada início de um novo lote. Exemplos de gastos gerais de fabricação: óleos e graxas lubrificantes para máquinas e equipamentos (que não fazem parte da manutenção preventiva ou corretiva), aluguéis e arrendamentos, energia e água utilizada em determinado setor produtivo, entre outros. Em se tratando dos produtos citados anteriormente, é possível compreender que as empresas (principalmente indústrias) precisam se programar para tê-los disponíveis no momento da produção. Como nem todos podem ser adquiridos apenas no momento em que se precisa, as empresas utilizam estoques. Embora no mundo simulado do jogo de empresas os estoques mais comuns são as matérias-primas e os produtos acabados, os principais tipos de estoques serão apresentados a seguir. GOOGLE: O jogo de empresas ou simulador de gestão de negócios é utilizado como uma ferramenta que proporciona aos participantes, normalmente alunos de graduação, pós e cursos técnicos ou treinamentos in-company, a prática da gestão de um negócio. · Estoques de matérias-primas (insumos e GGF): as matérias-primas (MP) são estoques importantes e considerados os reguladores dos negócios. O desafio está em encontrar o equilíbrio da quantidade que proteja as linhas de produção contra paradas por falta de estoques e que não onere o fluxo de caixa. No mundo simulado do jogo de empresa, assim como nas empresas reais, quem planeja a produção e programa antecipadamente as compras paga menos. É preciso programar as compras sempre no período anterior para produzir com custos menores no período. Caso falte matéria-prima para a produção do período, é possível comprar no “mercado” (sempre há um fornecedor que entrega imediato), mas os custos são maiores. · Estoques de produtos acabados: os estoques de produtos acabados (PA) se formam quando há descompasso entre a produção e a venda. É preciso cuidar das quantidades produzidas e a demanda prevista. Se produzir muito o gestor terá que utilizar uma estratégia que incremente as vendas. No mundo simulado do jogo de empresa, essas estratégias envolvem: investir em marketing, baixar o preço e ampliar as condições de pagamento ao cliente. É importante avaliar constantemente a demanda apresentada para o período para identificar se está crescendo, decrescendo ou está estabilizada. As informações disponibilizadas pelos canais de informação do mercado sempre trazem alguns detalhes que, se bem observados, mostram as tendências do que está ocorrendo no mercado. · Estoques de materiais em processo (wip – work in process): o estoque em processo significa dizer que o processo produtivo da empresa é realizado em etapas e é possível retirar a matéria-prima do almoxarifado, levar para linha de produção, executar parte do processamento e guardar o produto para finalização posterior. Esse estoque é chamado também de estoque de semiacabado. Nas empresas reais, sempre que possível, isso é utilizado de forma estratégica: caso não tenha pedido colocado pelo cliente, os colaboradores processam uma ou outra fase no produto e os guardam até o cliente comprá-lo. Quando isso acontece, o produto é retirado do seu “estoque de semiacabado”, finalizado e entregue ao cliente. É considerado estratégico porque a mão de obra não fica parada. · Estoques de materiais em trânsito: quando a empresa coloca pedido de compra com o fornecedor e este já o expediu, o pedido está a caminho da empresa cliente. Para fins de programação, ele já é considerado. Ou seja, se o programador das compras analisar o estoque da empresa, a quantidade em trânsito já é descontada da quantidade líquida a ser comprada. · Estoques de materiais em consignação: esse estoque pertence ao produtor até sua venda, mesmo estando a venda em diversos lugares distintos. É característico quando empresas produtoras deixam seus produtos para prospecção de mercado, para vendas em domicílio, ou outro. Exemplos: vendas de cosméticos, confecções, bijuterias, jornais, revistas. · Estoques de materiais de MRO (manutenção, reparo e operações): esse estoque acontece quando a empresa precisa manter peças de reposição para máquinas e equipamentos e também para manutenção predial, tais como: torneiras, lâmpadas, parafusos, porcas, pregos, lixas, óleos protetivos
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