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Morfofisiologia Reprodutiva de Porcas - Fisiopatologia da Reprodução da Fêmea

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● Particularidades: Fêmeas multíparas, apre-
sentando útero extenso. Os ovários são suspensos 
na cavidade abdominal, ligados ao mesovário; 
apresentam formato de cacho de uva com alta 
população folicular; pesam de 3-7 gramas e 
apresentam diâmetro de 2-4cm. O ovário esquer-
do é 60% mais funcional. A tuba uterina apresenta 
comprimento de 15-30cm. O corpo uterino é curto 
e ovóide, de 5 a 6cm. O útero apresenta esfíncter 
entre o corpo e os cornos, sendo importante para 
a liberação dos leitões para o nascimento. A cérvix 
apresenta 15-20cm de comprimento e possui vá-
rias proeminências em organização de saca rolha. 
A vagina possui 20-40cm, e o vestíbulo 6-8cm. As 
glândulas mamárias são duplas em cada teta, e o 
número de tetas é de 6-20. A puberdade é al-
cançada em 180 a 210 dias. 
● Endocrinologia: Fêmeas respondem bem a 
presença do macho, secretando GnRH. Fotoperío-
do e nutrição não são fatores decisivo. Porém, o 
calor suprime o ciclo em 10% das fêmeas pela 
liberação de cortisol por estresse calórico. 
 ➤ Estrógeno: Responsável pelo comportamen-
to sexual, características secundárias e efeito 
anabólico. 
 ➤ Progesterona: Produzida pelo corpo lúteo, 
sinérgico ao estrógeno. Prepara o trato reprodu-
tivo para gestação. 
 ➤ Relaxina: Produzida pelo corpo lúteo, dilata 
a cérvix e relaxa os ligamentos. 
 ➤ Prostaglandina: Responsável pelas contra-
ções uterinas após o coito e realização da luteólise. 
 ➤ Inibinas: Produzidas pelas células da granu-
losa, são responsáveis por regular a liberação de 
FSH durante o crescimento folicular. 
● Ciclo Estral: São poliéstricas anuais com du-
ração de 21 dias. A fase folicular abrange: pró-
estro (1-2 dias), estro (2-3 dias), ovulação (38-48h 
após estro); já a fase luteal, metaestro (2-3 dias) e 
diestro (12-14 dias). 
 ☞ Pró-Estro: Marcado pelo crescimento folicu-
lar, aumento na produção de estrógenos e modifi-
cações anatômicas e comportamentais como hi-
peremia, edema, secreção vulvar, atração. Porém, 
ainda não aceita monta. 
 ☞ Estro: Aceita monta e pressão lombar por 
reflexo dos altos níveis de estrógeno sobre o 
sistema nervoso central. As porcas passam a 
procurar machos ou outras fêmeas, reduzem o 
apetite, ficam com vulva hiperêmica, edemaciosa 
e com secreção. A presença do macho é essencial 
para o diagnóstico. 
 
Morfofisiologia 
Reprodutiva 
 ☞ Metaestro: Não aceita monta, o estrógeno 
está em níveis basais. Os folículos se tornam 
corpos hemorrágicos, que se transformam em 
corpos lúteos, iniciando a produção de progeste-
rona, que relaxa a musculatura uterina e inter-
rompe o crescimento folicular. 
 ☞ Diestro: Apresenta corpo lúteo em níveis 
máximos de progesterona antes de ocorrer a re-
gressão e reinicio do ciclo em fêmeas vazias. Se 
houver gestação, o corpo lúteo se mantém. A 
presença de menos de 4 embriões não induzem o 
reconhecimento materno, e a gestação é inter-
rompida. 
 ☞ Fertilização: O ovócito não se encontra com-
pletamente maturado, a meiose não está plena. 
● Gestação: O reconhecimento materno é a par-
tir da secreção de estradiol pelos embriões, sendo 
os dias 11-12 críticos. Apresenta um mecanismo 
antiluteolítico por redirecionar a PGF2α. Requer 2 
embriões por corno. 
 ➤ Diagnóstico: Histórico, palpação retal, ul-
trassonografia, sinais de gestação avançada, re-
torno ao cio, biópsia vaginal e dosagens hormo-
nais. 
● Anestro Pós-Parto: Pode ocorrer pela dura-
ção da lactação, distocias, baixo consumo alimen-
tar. A lisina é um aminoácido essencial limitante 
nas reações e possui metabolismo orientado para 
deposição de proteína corporal. 
● Puerpério: Útero restabelece seu tamanho e 
peso dentro de 21-28 dias após o parto. 
● Principais Afecções: Leptospirose, que causa 
baixa eficiência reprodutiva com mumificação fe-
tal; brucelose, que induz aborto; erisipela, que 
induz aborto e septicemia; circovírus suíno, que 
causa aborto, mumificação fetal e natimortos; par-
vovirus suíno, que causa morte embrionária e 
mumificação; síndrome reprodutiva e respirató-
ria, que apresenta alta mortalidade em recém 
nascidos; diarreia epidêmica, que afeta o cresci-
mento; peste suína clássica, que induz aborto e 
malformações; doença de aujeszky, que induz a-
borto; toxoplasmose, que diminui índices repro-
dutivos; síndrome mastite-metrite-agalaxia; que 
causa leitões inquietos e famintos; intoxicação por 
zearalenona-estrogenismo, uma micotoxina que 
afeta os índices reprodutivos.

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