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Prévia do material em texto

Crescimento e 
Desenvolvimento 
Humano
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Eric Leal Avigo
Revisão Técnica:
Prof. Me. Danilo Cândido Bulgo
Revisão Textual:
Prof.ª Dra. Selma Aparecida Cesarin
Conceituação e Terminologia
Conceituação e Terminologia
 
 
• Permitir ao aluno conhecer os principais conceitos de crescimento e desenvolvimento humano, 
bem como a terminologia utilizada;
• Compreender tais conceitos, relacionando-os à sua Área de atuação profissional.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Conceitos Introdutórios e Terminologia;
• Crescimento da Estrutura Corporal;
• Maturação;
• Ambiente.
UNIDADE Conceituação e Terminologia
Contextualização
Para iniciarmos esta Unidade, convido você a refletir sobre uma imagem seguida de 
algumas questões, que podem ser consideradas centrais nessa e que auxiliarão, mais tarde, 
o estudo dos materiais no entendimento das mudanças que ocorrem ao longo da vida.
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Rui Ana Luca Andressa
Figura 1
Fonte: Adaptada de Getty Images
Suponha que as crianças apresentadas na imagem anterior tenham a mesma idade, 
por exemplo, por volta de 10 anos. 
A primeira pergunta convidativa à reflexão seria: por que apresentam alturas diferen-
tes se têm praticamente a mesma idade? Como explicar tais diferenças? Isso pode afetar 
minha intervenção profissional? 
Talvez você, aluno(a), possa achar a resposta a essas perguntas um pouco óbvias, 
mas perceberá, ao longo dos estudos, que existem processos envolvidos nas mudanças 
de crescimento em altura, que ocorrem entre as crianças e que, em alguns casos, pode 
interferir de forma contundente em nossa intervenção profissional.
Imagine a seguinte situação: você, Profissional da Saúde, solicita para que quatro 
pacientes típicos, ou seja, sem alterações patológicas, e que são atendidos no Setor 
Pediátrico, na Área de Promoção da Saúde, realizem uma mesma tarefa de movimento, 
podendo ser saltar em determinada distância ou arremessar uma pequena bola. 
Todas as crianças realizarão os movimentos dessa tarefa da mesma maneira? Saltarão 
ou arremessarão a bola na mesma distância ou altura? 
É muito provável que não. 
Se tiver dúvida a respeito disso, peça a duas crianças que conheça, de idades aproxi-
madas ou não, para executarem essas tarefas, e observe a realização. 
8
9
Você verá, ainda, que, embora os movimentos sejam similares, cada uma apresentará 
uma configuração corporal diferente no momento de realização da ação motora e, tam-
bém, que a distância que a bola alcançou ou a distância do salto realizado será desigual. 
Por que essas diferenças na execução da tarefa motora? Se as crianças têm idades 
dife rentes, você, provavelmente, argumentará que as diferenças existentes na execução 
da tarefa foram justamente por conta dessa diferença de idade, mas pensando em crian-
ças da mesma idade, por que ocorrem tais diferenças? 
Você pode se questionar, ainda, por exemplo: “será que a diferença genética dessas 
crianças pode ter influência?
Diferença genética? O que necessariamente isso quer dizer? 
Será que tais diferenças na realização da tarefa do salto e do arremesso são somente 
por conta de fatores biológicos de cada uma das crianças? 
Reflita a respeito... 
Depois disso, “mergulhe” no Material Teórico da Unidade com essas perguntas em mente.
Isso ajudará na compreensão do conteúdo abordado da Unidade.
9
UNIDADE Conceituação e Terminologia
Conceitos Introdutórios e Terminologia
Você, estudante da Área da Saúde, pode estar se perguntando: afinal, a que se refere 
o conteúdo da Disciplina de Crescimento e Desenvolvimento Humano? Crescimento, 
desenvolvimento, não é tudo a mesma coisa? O que isso tem a ver com a minha atuação 
como profissional do movimento humano? Antes de sanar tais dúvidas, entenda que o 
conhecimento proveniente dessa Área é também importante para várias outras Áreas e 
atuação além dos Cursos da Área da Saúde.
Esse conhecimento é necessário para qualquer profissional que, de alguma forma, 
precise trabalhar com pessoas. Para você, futuro profissional da Área da Saúde, tais 
conhecimentos e conceitos são fundamentais. 
Entenda, porém, que estudos nessa Área são, então, mais amplos e rompem com as 
barreiras de uma única Área de atuação ou profissão. Justamente por isso, o crescimento 
e o desenvolvimento do ser humano ao longo da vida é fruto de estudos realizados ao 
longo de muitos anos, a partir de diferentes perspectivas. 
Apesar disso, apenas no fim do século XVIII, estudos sobre o crescimento biológico, 
a maturação e o desenvolvimento de bebês e crianças concederam à Área grande e 
rápido avanço científico. 
Esses termos básicos foram definidos sobre uma forte base histórica nas Ciências 
Médica, Antropológica e Humana.
Crescimento está diretamente relacionado à atividade biológica preponderante du-
rante as primeiras duas décadas de vida, sendo incluídos, ainda, os nove meses de vi- 
da intrauterina. 
A pessoa, enquanto cresce, também amadurece, sendo esse o motivo de muitas 
vezes os termos crescimento e maturação serem utilizados juntos, em alguns casos, até 
mesmo como sinônimos. 
Apesar disso, é importante destacar que esses dois termos vão se referir às mudanças 
biológicas específicas. 
O termo desenvolvimento também é frequentemente relacionado e erroneamente 
interpretado como a mesma coisa, sendo confundido tanto com crescimento quanto 
com maturação. 
Apesar de ser, em alguns momentos, complicado interpretar certas mudanças que 
ocorrem no indivíduo separadamente, é importante entender que desenvolvimento tem 
um significado mais amplo, ou seja, envolve mais fatores em sua compreensão e, por 
isso, deve ser estudado e relacionado com certa cautela.
Crescimento, maturação e desenvolvimento são processos centrais na evolução das 
crianças, desde sua concepção até a fase adulta. Com exceção da maturação, tais pro-
cessos perpetuam ao longo de toda a vida adulta, seguindo para o envelhecimento e se 
encerrando somente no fim da vida. 
10
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Ao longo de cada uma dessas fases da vida, existem certas peculiaridades que irão 
influenciar o comportamento do ser dentro do ambiente e ou no contexto social em que 
se encontra inserido.
As respostas para essas perguntas e muitas outras que surgirão, não somente ao 
longo desta Unidade, mas no decorrer da Disciplina, só poderão ser respondidas depois 
de uma compreensão básica dos principais conceitos e terminologias para o estudo do 
Crescimento e do Desenvolvimento Humano. 
A seguir, alguns desses conceitos específicos serão sucintamente abordados.
Trocando Ideias...
Estudos sobre atividade física também são decorrentes de longa data e suas implicações são 
feitas a partir da estrutura do ser que a pratica. Compreender as mudanças que ocorrem ao 
longo da vida, seja em termos de crescimento, seja maturação, seja desenvolvimento, são 
fundamentais para embasar qualquer discussão acerca da realização dos movimentos do 
ser humano. Por exemplo, por que um bebê só realiza determinados movimentos? Como 
esse mesmo bebê passa a adquirir novos movimentos e, ainda, apresentar os mesmos mo-
vimentos só que agora com execução mais elaborada e eficiente? Por que uma criança rea-
liza uma mesma habilidade motora que um adolescente ou adulto com uma configuração 
corporal diferente e menos refinada? 
Responda a si mesmo por que realiza certos movimentos, mais ou menos eficientes, na 
prática de algum Esporte do que pessoas da sua mesma idade.
Crescimento da Estrutura Corporal
Importante!
Crescimento é um aumento no tamanho do corpo como um todo, ou também, o aumento 
de partes específicas.
Pense num bebê ao nascer (em condições normais): ele mede de 48 a 53 centímetros 
e pesa cerca de 3 a 4 quilos. 
Com apenas 5 meses de vida, esse mesmo bebê vai, no mínimo, dobrar seu peso 
corporal e, ainda, triplicá-lo em torno dos 24 meses de vida. Sua estatura quase dobra 
aos 2 anos idade (observe a Figura 1) e, com duas décadas de vida, alcança seu ápice,ficando em torno de 1,72m de altura, se for homem, e 1,61m se for mulher, segundo os 
dados do IBGE para altura mediana da população brasileira.
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UNIDADE Conceituação e Terminologia
Figura 2 – Bebê no nascimento e após 24 meses de vida
Fonte: Adaptada de Getty Images
Fica evidente o aumento no tamanho do corpo como um todo, e se pensarmos nas 
partes específicas, não são necessários muitos exemplos: os órgãos e ou tecidos (isto é, 
tecido muscular, adiposo, ósseo etc.) do nosso corpo aumentam em tamanho no decor-
rer dos anos. 
Os diferentes segmentos corporais também aumentam em seu tamanho, braços, per-
nas, mãos e pés. Inclusive, esses segmentos aumentam em proporção diferente, seja na 
relação entre eles, ou na relação com outras partes do nosso corpo, como a cabeça que, 
proporcionalmente no nascimento, corresponde a um terço do tamanho do nosso corpo.
Ao longo dos anos, essa proporção vai diminuindo e chegando à fase adulta, com 
apenas um décimo do tamanho total do corpo.
A seguir observe a figura com proporções dos segmentos corporais durante algumas 
etapas do ciclo vital:
Figura 3 – Proporções de crescimento dos segmentos corporais ao longo da vida
Fonte: Adaptada de BITTENS, 2018
Importante!
Mudanças no tamanho do corpo são decorrentes de três processos celulares específicos: 
hiperplasia, hipertrofia e agregação.
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A hiperplasia está relacionada ao aumento no número de células, que ocorre em fun-
ção da divisão celular (mitose), uma replicação do DNA com uma migração subsequente 
do cromossomo replicado em células funcionais e idênticas. 
Na hipertrofia celular, ocorre o aumento no tamanho das células, que envolve um 
aumento nas unidades funcionais intracelulares (proteínas e substratos), como é evidente 
na hipertrofia muscular decorrente da prática regular de atividade física. 
As substâncias intercelulares orgânicas e inorgânicas têm função de ligar e de agregar 
as células em complexos e, ao processo de aumento nessas substâncias intercelulares, 
atribui-se o nome de agregação.
Esses três processos celulares ocorrem durante todo o crescimento, mas com predo-
minância variada de acordo com a idade e o tecido envolvido. Por exemplo, o número de 
neurônios já é razoavelmente bem estabelecido ainda na gestação, enquanto o número 
de fibras musculares será estabelecido, predominantemente, após o nascimento, e am-
bos os tecidos, depois disso, crescem, principalmente, por hipertrofia. 
Já durante o crescimento ósseo, os três processos estão presentes e, nesse caso, a 
hipertrofia óssea pode ser diretamente afetada pelos hábitos de vida, na prática de ativi-
dade física, ao longo de toda a vida.
Saiba mais sobre os efeitos da prática de atividade física na saúde óssea. 
Disponível em: https://bit.ly/3CKCAGq
Algumas características sobre crescimento merecem ser destacadas:
• Crescimento não é linear, ou seja, existem fases e ou períodos nos quais as mudanças 
nas dimensões do corpo são mais drásticas;
• Crescimento é relativamente fácil de mensurar, por exemplo, obtendo a massa (peso), 
a estatura (altura), o comprimento, a circunferência dos segmentos etc.;
• Crescimento varia de indivíduo para indivíduo: fatores biológicos (genéticos) ditam 
o ritmo do crescimento.
Apesar do crescimento ser predominantemente influenciado pelo componente bioló-
gico, vale destacar que fatores externos, conhecidos também como fatores ambientais, 
podem influenciar essas transformações dos componentes do desenvolvimento corpo-
ral. Por exemplo: desequilíbrio alimentar, ocasionando a desnutrição ou a obesidade, a 
falta de atividade física ou sedentarismo, o uso de drogas, medicamentos, aquisição de 
doenças etc. 
Discussões mais aprofundadas acerca do papel do ambiente, não só em mudanças 
de crescimento, mas também no desenvolvimento do ser, serão abordadas não só mais 
adiante nesta unidade, e também ao longo desta Disciplina.
Assim, é fundamental compreender os aspectos multidimensionais que envolvem a 
vida humana, identificando os aspectos biopsicossociais.
13
UNIDADE Conceituação e Terminologia
Maturação
Maturação refere-se às mudanças funcionais qualitativas que ocorrem com a idade.
Importante!
Pode-se dizer, também, que maturação está relacionada às mudanças biológicas que 
ocorrem de forma ordenada, direcionadas a atingir o estado maduro ou adulto, sem 
influência direta de estímulos externos conhecidos.
O termo maturação é mais difícil de entender e, consequentemente, mais difícil de 
definir do que Crescimento. 
Simplificadamente, entende-se maturação como o processo de se tornar maduro, 
progredir para o estado de amadurecimento. 
É importante destacar que a maturidade está intimamente ligada às características 
biológicas do ser, e isso contribui frequentemente com a confusão existente na compre-
ensão de crescimento e de maturação, justamente pelo fato de que, na maioria das vezes, 
crescimento e maturação estão intimamente relacionados e atuando conjuntamente.
Alguns exemplos podem elucidar a compreensão acerca da maturação. 
A maturidade sexual é atingida pela capacidade de reprodução. A maturidade no Sistema 
Nervoso está relacionada à formação das conexões nervosas. A maturidade esquelética é 
atingida pela ossificação completa do esqueleto adulto. 
Essa capacidade de reprodução, a formação das conexões neuronais e a ossificação 
do esqueleto ocorrerão em um determinado tempo ditado pela estrutura genética e ou 
biológica do ser que progredirá, direcionando-se a um estado biológico maduro. 
As variações nesse progresso serão reguladas pela especificidade genética do ser, 
e apesar de existirem certas idades comuns para a maturação dos diversos Sistemas 
Biológicos de um indivíduo, quem ditará o tempo exato de ocorrência das mudanças 
maturacionais será justamente sua especificidade biológica. 
Por outro lado, conforme mudanças maturacionais ocorrem, por exemplo, no Sistema 
Ósseo, essas mudanças são dimensionadas como crescimento, indicando a variação em 
tamanho da pessoa.
Importante!
Podemos dizer, então, que quem dita as mudanças maturacionais do ser é seu relógio bio-
lógico. Sendo assim, as pessoas diferem consideravelmente em seus índices de maturação.
14
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Maria PedroEduarda Antônio
Figura 4 – Crianças na mesma faixa de idade (por volta 
dos 10 anos de idade), mas com diferentes estaturas
Fonte: Adaptada de Getty Images
Como pode ser observado na Figura 4, duas crianças podem ter praticamente o 
mesmo tamanho (Eduarda e Pedro), ou seja, o mesmo grau de crescimento, mas não 
necessariamente estar no mesmo estágio de maturidade sexual, esquelética e nervosa. 
Na verdade, dificilmente elas estarão no mesmo grau de maturidade, pois cada indi-
víduo possui seu relógio biológico, que é programado por sua estrutura genética (a não 
ser que sejam gêmeos idênticos).
Saiba mais sobre a formação dos gêmeos idênticos:
• Gravidez de Gêmeos: Gêmeos Univitelinos (Monozigóticos) e Bivitelinos (Dizigóticos) 
– Embriologia. Disponível em: https://youtu.be/mcDQ_wMsnNo
• Você sabe como os gêmeos são formados?
Disponível em: https://youtu.be/KhlWspqR87s
Digamos que ambas as crianças tenham a mesma estatura. Entretanto, uma criança 
pode ter atingido 60% do seu potencial de crescimento em estatura, ou seja, sua esta-
tura adulta final, e a outra criança já pode ter atingido 70% desse seu potencial de cres-
cimento longitudinal. 
Outro exemplo é quando observamos crianças na mesma faixa etária com tamanhos 
distintos (na Figura 4, por exemplo, Antonio e Pedro). 
No caso, podem não só ter um potencial de crescimento diferente, como também 
estar em percentuais de estatura final mais perto ou longe do que seria o 100%. 
E você pode até questionar: o que define esse potencial de crescimento? Justamente 
a carga genética herdada da contribuição dos pais, que foi definida ainda na concepção, 
não só definindo o potencial de crescimento, mas diversos outros aspectos, tais como 
cor dos olhos, da pele, dos cabelos etc. 
Mais considerações acercada concepção do ser humano serão abordadas em outro 
momento, ao conversarmos sobre a vida pré-natal ou o pré-nascimento.
15
UNIDADE Conceituação e Terminologia
Fica evidente que crescimento e maturação são conceitos muito próximos e, de certa 
forma, na maioria das vezes, serão abordados juntos, apesar de se referirem a processos 
e aspectos distintos.
O foco desses conceitos será sempre entender as mudanças biológicas, sejam elas no 
tamanho ou na progressão da maturidade, que ocorrem desde a concepção até a vida 
adulta, que é o estágio de maturidade completa. 
Tais conceitos discutidos até agora devem ser vistos como dinâmicos, ou seja, ape-
sar de separarmos crescimento e maturação, a interpretação das mudanças devem ser 
vistas relacionando-os, inclusive, e não os isolando dos fatores externos do ser, ou seja, 
o ambiente que, assim como pode interferir no crescimento, pode desencadear atrasos 
ou avanços nesse relógio biológico, alterando o ritmo considerado normal no progresso 
à maturidade. 
Maturação e desenvolvimento são termos frequentemente utilizados de forma conjun-
ta e, por sua vez, também confundidos em suas definições, principalmente, pelo fato de 
que desenvolvimento pode ser entendido como um termo mais abrangente que envolve, 
inclusive, a maturação dos Sistemas Biológicos. 
A partir de agora, iniciaremos as discussões sobre esse conceito, que será abordado 
repetidas vezes ao longo do Curso e que não deve ser de forma alguma confundido com 
os termos até aqui já estudados.
Desenvolvimento
Importante!
Desenvolvimento pode ser definido como um processo de mudanças qualitativas e 
quantitativas no nível de funcionamento de um indivíduo.
Podemos caracterizar, também, o desenvolvimento do ser pela sequência de modifi-
cações evolutivas nas funções do organismo.
Para melhor entendermos tais definições, é interessante dividirmos desenvolvimento 
em dois contextos distintos, apresentados a seguir.
Contexto Biológico
Nesse contexto, as mudanças são provocadas pelo organismo (biológico) do ser, refe-
rem-se ao processo de diferenciação e de especialização das células embrionárias em 
diferentes tipos de células, de tecidos, de órgãos e de unidades funcionais. 
Isso vai ocorrer, principalmente, na vida pré-natal, quando os tecidos, os órgãos e os 
sistemas ativados pelos grupos de genes estão sendo formados. Trata-se do momento 
em que o bebê ainda se encontra dentro da barriga da mãe. Por exemplo, por meio da 
divisão celular, surgirão células especializadas para os Sistemas Visual e Auditivo, células 
específicas para pele e cabelo, bem como para os diversos Sistemas: Nervoso, Muscular, 
Ósseo etc. Obviamente, esses processos continuam após o nascimento, à medida que 
os diferentes sistemas do corpo vão sendo cada vez mais definidos, ou seja, algumas 
funções vão sendo refinadas, por exemplo, a melhora da visão, da audição etc.
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Figura 5 – Formação Fetal
Fonte: Getty Images
Contexto Comportamental
Nesse contexto, as mudanças são decorrentes do desenvolvimento de competências 
em vários domínios inter-relacionados, conforme a criança se ajusta ao seu “nicho” 
cultural – conjunto de símbolos, valores e comportamentos que caracterizam uma popu-
lação ou cultura. 
Por ele, observam-se as mudanças provocadas pelo contexto particular de uma cul-
tura em que a criança nasce e se desenvolve, ocorrendo, assim, a aquisição e o refina-
mento de comportamentos que são esperados pela Sociedade. 
No contexto comportamental, desenvolvimento está relacionado à competência nos 
domínios: motor, social, cognitivo, emocional e moral. 
O desenvolvimento, em cada um desses domínios, é moldado pela relação do indiví-
duo com o ambiente que o cerca, por exemplo, seu lar, sua vizinhança, a Escola em que 
estuda, se frequenta a Igreja, o Clube, a Academia etc.
Entender desenvolvimento por essa abordagem comportamental implica adquirir e 
 desenvolver competências em diferentes domínios, dentre os quais, por serem decorrentes 
de influências externas ao ser, aquelas que, principalmente, permitem a atuação de profis-
sionais que trabalham com pessoas. 
Dessa forma, o Profissional de Saúde, de modo geral, destaca-se por ter em sua 
essência a habilidade de interagir com os indivíduos em todas as etapas do ciclo vital.
O desenvolvimento cognitivo, e porque não dizer, o aprendizado cognitivo está rela-
cionado às mudanças progressivas na capacidade de pensar, raciocinar e, por meio 
dessa perspectiva, agir. 
Da Sociedade advém toda uma estrutura de conceitos considerados essenciais para 
aprendizagem cognitiva do ser, que vão sendo adquiridos, dentre outros lugares, prin-
cipalmente, na Escola, em decorrência da Educação Básica, podendo prosseguir até a 
Universidade, nos diversos Cursos e em diferentes Áreas de Conhecimento das Ciências 
Exatas, Humanas e Biológicas.
17
UNIDADE Conceituação e Terminologia
O desenvolvimento social e ou moral está ligado a comportamentos esperados pela 
Sociedade em significados éticos, estando atrelado ao que se deve ou não fazer a partir 
de uma opinião pública geral de uma Nação ou Estado, podendo ser pautados ou não 
em valores religiosos que são predominantes, por exemplo, em determinado país. 
Muito se discute sobre direitos e deveres como um cidadão pertencente a uma nação, 
que envolve tanto sua autonomia e liberdade de expressão quanto seus limites definidos 
por uma Lei de Estado que visa ao bem e à ordem geral da nação. 
O desenvolvimento social e o moral do ser são moldados, inicialmente, em seu pró-
prio lar, no qual a criança se desenvolve a partir dos valores vindos da família, que 
podem ou não ser confrontados, à medida que essa criança cresce e se relaciona com 
outros ambientes e outras pessoas, pois as habilidades desenvolvidas extramuro são as-
pectos fundamentais de interação entre o indivíduo e o mundo à sua volta.
Essa capacidade que as pessoas possuem de se relacionar está ligada ao desenvolvi-
mento emocional e ou afetivo. 
Esses aspectos advém da capacidade de as crianças agirem, interagirem e reagirem 
com as outras pessoas. 
O desenvolvimento emocional está presente em todos os momentos de interação 
entre os pares, ou, ainda, na simples reflexão e percepção do ser sobre si mesmo após 
essa interação. 
Esperança, sonhos, aspirações, emoções, sorte e azar são alguns exemplos de sen-
timentos e de expressões do ser acerca do mundo em sua volta, e o desenvolvimento 
desses sentimentos, assim como no desenvolvimento cognitivo e social, virá da relação 
da pessoa com o ambiente que ao cerca, da sua cultura, da relação com as pessoas pre-
sentes em sua casa, bairro, Escola, Igreja, locais de lazer etc.
Figura 6 – Interação social infantil
Fonte: Getty Images
Chegamos ao domínio em que, para Profissionais do Movimento, como os Profissio-
nais do Cenário de Saúde, é o que mais diretamente é relacionado e, consequentemente, 
bastante enfatizado ao longo do Curso: hora de falar sobre o desenvolvimento motor!! 
Antes de qualquer coisa, é importante destacar que, apesar da importância dada a 
um ou outro domínio no desenvolvimento do ser, de acordo com o campo de atuação 
18
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profissional e área de estudo, é impossível dissociar o comportamento do ser do desen-
volvimento cognitivo, afetivo, sócio e motor. A todo momento, todos estarão presentes, 
sendo possível, apenas, mapear a ênfase em um ou outro aspecto. 
Em outras palavras, quando buscamos proporcionar a uma criança melhora no desen-
volvimento motor, também propiciamos mudanças cognitivas, afetivas, emocionais, 
 sociais e morais: propiciamos mudanças no ser como um todo.
Mas afinal, o que vem ser desenvolvimento motor?
Iniciaremos o estudo sobre o desenvolvimento motor, de forma mais geral nesta 
Unidade, já que nos aprofundaremos acerca dessa temática ao longo de todo o Curso.
Desenvolvimento Motor
Desenvolvimento motor é um processo contínuo, com mudanças progressivas do com-
portamento motor desde a concepção até a morte.
Ao olhar os movimentospossíveis de serem realizados por um bebê, ao longo do pri-
meiro ano de vida, ao mesmo tempo em que se percebe a complexidade dos movimentos 
mais refinados e executados por um adulto, ou mesmo por uma criança um pouco mais 
velha, fica nítido que as mudanças ocorridas no comportamento do ser acontecem ao 
longo da vida. 
O entendimento desse processo vem sendo um desafio para diversos estudiosos inte-
ressados em compreender esse fenômeno ao longo de séculos, sendo considerado o 
início do maior avanço dessa Área a primeira metade do século IX.
Trocando Ideias...
Como as mudanças motoras acontecem? O que ocasiona essas mudanças? Por que tais mu-
danças ocorrem no repertório de movimentos possíveis por um indivíduo? Perguntas desse 
tipo impulsionaram o avanço dessa Área nos permitindo, atualmente, melhor entendê-la.
Figura 7 – Desenvolvimento motor
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Conceituação e Terminologia
Assista ao vídeo disponível no link a seguir (se preciso, mais de uma vez), e tente observar 
os detalhes na execução dos movimentos que compõem as habilidades motoras conhecidas 
como básicas e ou fundamentais (tais como correr, saltar, lançar etc.) realizadas por crianças 
em diferentes idades. Disponível em: https://youtu.be/NduivVHdkoE
Observe que, no decorrer das diferentes idades, crianças realizam determinadas habi-
lidades motoras em padrões de execução diferentes. Uma habilidade motora consiste 
em uma série de movimentos realizados com precisão e exatidão e, ao visualizarmos 
sua execução, identificamos determinado padrão que identifica aquele conjunto de movi-
mentos realizados ao mesmo tempo e ou na mesma sequência. 
Perceba alguém enquanto anda!
Agora, imagine uma pessoa enquanto salta. O que nos faz distinguir o que é andar 
e o que é saltar? 
Não é, justamente, o padrão de coordenação, a configuração corporal, decorrente da 
relação dos segmentos corporais, utilizada que, ao visualizarmos, permite-nos identificar 
ser uma ou outra habilidade? 
Coordenação motora refere-se justamente a isso: a como um indivíduo relaciona seus 
segmentos corporais na realização de determinada habilidade ou ação motora. 
É importante que você, como futuro Profissional da Saúde, compreenda a classifica-
ção da coordenação motora, que é dividida em dois tipos: coordenação motora grossa 
e coordenação motora grossa fina:
• Coordenação motora grossa: tem envolvimento com habilidades de cunho menos 
delicado para sua execução, como, por exemplo: pular, saltar obstáculos, subir e 
descer escadas, dentre outras. Tem relação com grupos grandes da musculatura 
corporal e pode estar relacionada à capacidade para realizar atividades esportivas. 
Vale destacar que a prática de atividade física e esportes diversos pode auxiliar no 
desenvolvimento desse tipo de coordenação motora;
Figura 8 – Coordenação motora grossa
Fonte: Getty Images
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• Coordenação motora fina: tem relação com habilidades mais delicadas, como de-
senhar, pintar, folhear um livro e manusear objetos pequenos, dentre outras. Nessa 
perspectiva, observa-se um envolvimento de pequenos músculos.
Figura 9 – Coordenação motora fi na
Fonte: Getty Images
Importante!
Cada indivíduo pode apresentar capacidades distintas, bem como ritmos diferentes. 
Uma habilidade que pode ser fácil para uma pessoa pode ser completamente impossível 
para outra. Desse modo, é importante proporcionar ao indivíduo estimulações diversas, 
com o objetivo de desenvolver de modo adequado sua coordenação motora. Existem de-
sordens motoras que podem trazer dificuldades aos indivíduos para o desenvolvimento 
de determinadas habilidades motoras, seja grossa, seja fina.
A aquisição de um comportamento motor esperado pelos marcos do desenvolvi-
mento de cada etapa da vida, como adquirir, em determinada idade, o andar, o saltar, o 
correr etc., depende da relação e da interação do indivíduo com o ambiente que o cerca. 
Essa interação da pessoa com o meio externo em que está inserida permitirá a aquisi-
ção de comportamentos comuns, seja no domínio cognitivo, seja no afetivo e, também, 
no motor. 
Já parou para pensar por que nos deslocamos de um local para outro na posição 
bipodal (com dois apoios, somente os pés no chão) e não como a maioria dos animais, 
com as quatro patas apoiando e impulsionando o deslocamento? E porque a maioria dos 
bebês primeiro engatinha (na maioria das vezes) para somente por volta de um ano de 
idade conseguirem dar os primeiros passos? 
Para responder, é necessário pensar tanto no contexto biológico, como estrutural-
mente as pessoas são diferentes dos animais, como nos membros inferiores são fortes 
para sustentar o peso do corpo apenas com dois apoios. 
E também pensar que se deslocar dessa maneira é um comportamento esperado 
pela Sociedade, prova disso, que o bebê, à medida que adquire força nos seus membros 
inferiores, coxa, perna e pé, busca primeiro conseguir ficar em pé, e após certo tempo 
de tentativas e erros dar os primeiros passos.
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UNIDADE Conceituação e Terminologia
Figura 10 – Aquisição do comportamento motor
Fonte: Getty Images
É importante compreender o que vem a ser o fenômeno desenvolvimento motor e 
ficar instigado a entender porque ele acontece. 
A hereditariedade única de uma pessoa, em conjunto com as condições ambientais 
específicas em que se encontra inserida (oportunidades de praticar movimentos, motiva-
ção em praticar, cultura de determinada região) delimitarão a aprendizagem de determi-
nadas habilidades motoras, ou seja, delimitarão a ocorrência do desenvolvimento motor. 
Perceba que não somente para o desenvolvimento motor, mas para o desenvolvimento 
do ser como um todo, pensando nos aspectos relacionados aos domínios cognitivo, social, 
afetivo etc., o ambiente tem papel crucial, que interfere na aquisição de comportamentos. 
Como previamente discutido, o ambiente pode, ainda, não só interferir e, porque não 
dizer, definir diversas características do desenvolvimento do ser como um todo, como 
pode também agir (ainda que indiretamente) nos processos de crescimento e maturação 
do ser. 
Muito se falou sobre ambiente até agora, e é importante também defini-lo para elu-
cidar o entendimento não só do que já foi discutido, mas para tudo que venha a ser 
discutido a seguir, durante o Curso.
Ambiente
O ambiente e ou contexto refere-se às circunstâncias, aos objetos ou às condições em 
que o indivíduo está inserido. 
O ambiente propicia oportunidades e diferentes experiências à pessoa que o vivencia.
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Trocando Ideias...
Andar no asfalto é igual a andar dentro da água? Será que andar na terra com a força da 
gravidade atuando é diferente de andar na lua, onde a força gravitacional está próxima de 
zero? Não é necessário ir tão longe: por que será que nos Estados Unidos entre os Esportes 
mais praticados, incluem-se, principalmente, o Basebol e o Futebol Americano, enquanto 
no Brasil pratica-se predominantemente o futebol e, em menor quantidade, o Voleibol, o 
Basquetebol e o Handebol? Por que as Artes Marciais são tidas como tão importantes nos 
países orientais? Por que as pessoas falam idiomas diferentes, costumam se vestir de ma-
neira diferente, possuem opiniões diferentes, não só em países diferentes, mas até mesmo 
em regiões diferentes de um mesmo país?
Perceba que, o ambiente, o contexto de inserção do indivíduo, refere-se justamente a 
tudo que influencia seu interior (organismo) e está externamente ligado a ele. 
Experiências vivenciadas no ambiente podem alterar ou modificar o aparecimento de 
várias características do desenvolvimento por meio do processo de aprendizagem, além 
de também interferir no processo natural de crescimento e de maturação do ser.
Aprendizagem
• Prática;
• Esforço.
Maturação
• Desabrochar de
potenciais e aptidões.
Figura 11 – Relação entre a aprendizagem e ou aquisição de novos comportamentos por meio da prática 
e do esforço com os potenciais do ser humano decorrentes da maturação dos diversos Sistemas
Por meio de aprendizagem(oportunidade e condições do ambiente), os indivíduos 
adquirirão capacidades para utilizar suas aptidões potenciais. 
Por que mesmo um bebê só conseguirá dar seus primeiros passos por volta dos doze 
meses de idade? 
Porque nessa idade, sua estrutura, em termos de crescimento (proporção de tamanho 
entre os segmentos), seus diversos Sistemas (muscular, esquelético, neural), já estarão ma-
duros a ponto de receber estímulos ambientais (força da gravidade, vontade de andar ou 
de se aproximar ao ver os pais ou algo interessante) que, com tais fatores combinados, 
ocasionarão a aquisição da habilidade motora andar. 
Isso só foi possível porque esse bebê já possuía certo potencial, ou seja, maturação das 
diversas estruturas envolvidas, o que possibilitou a aprendizagem após a prática e o esforço. 
Primeiro, tentando manter-se em pé, mantendo a musculatura da cabeça, do pescoço 
e do tronco ativada, proporcionando o equilíbrio e a sustentação necessária, para que, 
então, um dos pés consiga sair do chão tentando o primeiro passo, sem perder o con-
trole do corpo como um todo, repetindo o mesmo com o outro pé, até conseguir se 
deslocar pelo espaço, sem auxílio algum (mão apoiadas no chão, na parede, nas mãos 
dos pais etc.).
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UNIDADE Conceituação e Terminologia
O mais importante é compreender que mudanças no comportamento motor são pos-
síveis à medida que o organismo do ser vai maturando e crescendo, mas não de forma 
isolada do mundo que o cerca.
As mudanças são desencadeadas e só são possíveis de acontecer com os estímulos 
ambientais, atuando em conjunto, com menos intensidade no início da vida, mas pre-
ponderante ao longo de toda a vida.
Importante!
Entender a que se refere o ambiente e como ele pode interferir nas mudanças do ser, prin-
cipalmente, as relacionadas ao processo de desenvolvimento, atinge extrema importância 
para profissionais que trabalham com crianças, por exemplo, o Profissional que atua no ce-
nário Pediátrico. Entende-se como papel do Profissional da Saúde: criar condições e propor 
ações para alcançar a plenitude do processo desenvolvimental, conhecer e utilizar os dados 
normativos disponíveis para que seja possível propiciar estimulação precoce e pautada nos 
marcos do desenvolvimento e propiciar ou apontar, quando necessário, intervenção multi-
profissional para potencializar a criança.
O primeiro cuidado a ser tomado, e que merece ser destacado aqui, é conseguir dis-
tinguir e diferenciar os termos e os conceitos até então abordados, em especial, saber 
diferenciar e entender crescimento e desenvolvimento como mudanças decorrentes de 
processos distintos. 
O Quadro a seguir indica alguns pontos que auxiliam nessa distinção dos processos:
Quadro 1 – Principais diferenças entre os processos de crescimento 
e de desenvolvimento do ser humano ao longo da vida
Crescimento
• Menos abrangente;
• Mudanças Quantitativas;
• Mudanças no tamanho e no peso, predominantemente, nas 
duas primeiras décadas de vida;
• Predominantemente biológico;
• Mudanças são influenciadas principalmente pela Maturação.
Desenvolvimento
• Mais abrangente;
• Mudanças quantitativas e qualitativas; 
• Mudanças funcionais desde o nascimento, passando pela ma-
turidade, até a morte;
• Contextos biológico e comportamental (Ambiente);
• Mudanças são influenciadas principalmente pelo Ambiente.
Conforme ilustrado no Quadro, alguns pontos que diferenciam os conceitos cresci-
mento e desenvolvimento podem ser destacados.
• Se o crescimento do ser humano será direcionado por seu relógio biológico e, con-
sequentemente, acontecerá naturalmente, a não ser que haja alguma interferência 
drástica do ambiente, como no uso de drogas, desnutrição e ou doenças pré-adqui-
ridas na gestação, entre outros fatores. Pode-se dizer que ele é menos abrangente 
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do que o desenvolvimento. Como as mudanças que ocorrem no desenvolvimento 
do ser decorrem da influência dos diferentes domínios social, afetivo, motor, cog-
nitivo etc., acompanhadas do desenvolvimento das funções do organismo, pode-se 
dizer que, por existirem múltiplos fatores influenciando tais mudanças, desenvolvi-
mento é mais abrangente;
• Enquanto crescimento está voltado a mudanças no tamanho, ou seja, voltada para 
aspectos quantitativos, por exemplo, quantidade de centímetros que um indivíduo 
cresceu em estatura, desenvolvimento envolve tanto aspectos quantitativos, como 
na quantidade de informações armazenadas na memória, a velocidade de lança-
mento de uma bola após um arremesso, assim como também com aspectos quali-
tativos, como na configuração corporal utilizada nesse mesmo arremesso, a forma 
e ou coordenação que os movimentos foram realizados;
• Enquanto crescimento ocorre, principalmente, nas duas primeiras décadas de vida, 
sendo os primeiros 24 meses a fase em que, proporcionalmente, o ser humano 
mais cresce, desenvolvimento engloba mudanças no comportamento do ser desde 
o nascimento até o fim da vida;
• Pode-se concluir afirmando que o crescimento é predominantemente biológico, 
influenciado pelo processo de maturação do ser, enquanto desenvolvimento tam-
bém envolve um contexto biológico, entretanto, acompanhado, principalmente, por 
influências comportamentais advindas do ambiente que o cerca.
Em Síntese
Se o processo de crescimento é predominantemente biológico, enquanto desenvolvi-
mento está ligado às influências externas ao ser que está aprendendo, podemos dizer 
que, da mesma forma que crescimento e maturação estão intimamente ligados, desen-
volvimento e ambiente estão diretamente relacionados e em constante interação
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UNIDADE Conceituação e Terminologia
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Os Primeiros Passos: Aprendendo a Andar
https://youtu.be/_s4n7BXRRJY
Aprendendo a Andar: Desenvolvimento Motor
https://youtu.be/NC5Aass8f00
Fisioterapeuta orienta mães a estimular os bebês
https://youtu.be/utMLHEdTNIY
Estimulação precoce pode ser feita com objetos do dia a dia
https://youtu.be/MZv8Rg8FQwc
O que é estimulação precoce
https://youtu.be/m0RCZwgtes4
Será que seu bebê tem atraso no desenvolvimento?
https://youtu.be/AKCIUaWMmLc
 Leitura
Aquisição de habilidades motoras: do inexperiente ao habilidoso
https://bit.ly/3xWdJvK
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Referências
GALLAHUE, D. L. Compreendendo o Desenvolvimento Motor: Bebês, Crianças, 
Adolescentes e Adultos. 2. ed. São Paulo: Phorte, 2003.
________; DONNELLY, F. Educação Física Desenvolvimentista para Todas as Crian-
ças. 4. ed. São Paulo: Phorte, 2008.
MALINA, R. M.; BOUCHARD, C. Growth, Maturation and Physical Activity. 2. ed. 
Champaign: Human Kinetics, 2004.
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