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Apostila Desenvolvimeto e Comportamento Motor

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Prévia do material em texto

Desenvolvimento e 
Comportamento Motor
Professora Mestra Juliana Montenegro Seron
#CURRÍCULO LATTES# 
 
Professora Mestra Juliana Montenegro Seron 
 
● Mestre em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá; 
● Licenciada em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá; 
● Professora de Pós-Graduação pelo Grupo Rhema de Educação; 
● Professora de Educação Física do Ensino Médio – Colégio Axia; 
● Docente do Curso de Design Gráfico pelo UniFCV – Centro Universitário Cidade 
Verde; 
● Gestora Educacional pelo Colégio Axia; 
● Palestrante; 
● Coaching Educacional; 
● Coordenadora do curso de Educação Física na modalidade EAD pelo UniFCV – 
Centro Universitário Cidade Verde; 
 
Experiência com formação de professores, atua com cursos de capacitação docente e 
assessoria educacional. Trabalha com organização de eventos. Atua em cursos e 
palestras online. 
 
 Link do lattes: http://lattes.cnpq.br/3070192956405562 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DA APOSTILA 
 
Seja muito bem-vindo(a)! 
Se você se interessou pelo tema que iremos trabalhar nessa disciplina, já estamos 
nos entendendo. Começamos o processo de aprendizagem que tem tudo para render 
bons frutos. Estamos iniciando nossa jornada rumo ao fantástico universo do 
desenvolvimento humano, e vamos juntos conhecer cada etapa e adquirir muito 
conhecimento sobre o assunto. 
A partir de agora teremos um combinado que vai durar o tempo que estivermos 
aprendendo juntos sobre Desenvolvimento e Comportamento motor. Vamos nos 
enveredar pelos caminhos das aprendizagens motoras do ser humano, começando 
desde antes do nascimento, e só vamos parar lá na velhice. Na verdade, o movimento 
perpassa toda a vida humana, desde a concepção até a morte, e vamos explorar tudo 
isso de maneira intensa e, na medida do possível, leve. 
● Na Unidade I vamos conhecer os conceitos básicos do desenvolvimento 
humano e compreender o desenvolvimento motor e suas especificidades. Vamos 
conhecer modelos de desenvolvimento humano, bem como os aspectos que 
afetam as aprendizagens motoras. Para terminar a unidade iremos nos encantar 
pela famosa ampulheta proposta por Gallahue e Ozmun num livro que é 
considerado a “bíblia” do desenvolvimento motor. Ficou curioso(a)? 
● Já na Unidade II começaremos a desvendar cada uma das etapas do 
desenvolvimento motor. Na verdade, vamos começar desde antes do nascimento, 
conhecendo aspectos que o afetam e que podem ocorrer mesmo antes de nascer. 
Incrível não?! Vamos conhecer como acontece o crescimento pré-natal e infantil 
e tratar de duas etapas: a dos movimentos reflexos e a dos movimentos 
rudimentares. Partindo sempre de reflexões e questionamentos pertinentes e que 
te motivem a querer aprender mais. 
● Na sequência, na Unidade III, falaremos a respeito da infância, como uma 
fase essencial de aquisições de habilidades motoras. Tantas aprendizagens 
acontecem neste período. Vamos explorar a fase das habilidades motoras 
fundamentais, o próprio nome já nos diz o quão importante é essa etapa. Em 
seguida iremos conhecer aspectos da famigerada e tão maltratada adolescência, 
que, com todas as suas peculiaridades, é a fase das habilidades motoras 
especializadas e muito se tem para aprender sobre esse período. 
● Em nossa Unidade IV vamos finalizar o conteúdo dessa disciplina com a 
fase adulta e a velhice. Faremos um passeio pelo desenvolvimento humano, 
especificamente falando da motricidade, dos 25 até os 59 anos, num primeiro 
momento, e depois a partir dos 60 anos. 
 
Estou, a partir de agora, intimando você a se apaixonar e aprender muito comigo 
sobre um dos temas mais importantes para quem trabalha com seres humanos. Posso 
garantir que seus esforços para aprender e estudar tudo o que esse material oferecer 
não serão em vão. Você sempre vai lembrar das aprendizagens que venha a adquirir 
nesta disciplina. 
Espero que você aproveite cada linha desta apostila e cada vídeo deste material, 
devorando o conhecimento que ele fornece. Que esta disciplina contribua para seu 
crescimento pessoal e profissional. E lembre-se: sempre que sentir necessidade revisite 
suas anotações e o material desta aula. 
 
Gratidão sempre e excelente percurso! 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE I 
PLANO DE CONHECIMENTO 
Professora Mestra Juliana Montenegro Seron 
 
Plano de Estudo: 
➔ Introdução e conceitos; 
➔ Compreendendo o desenvolvimento motor; 
➔ Modelos de desenvolvimento humano; 
➔ Fatores que afetam o desenvolvimento motor; 
➔ Explanação do modelo teórico do desenvolvimento motor. 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
• Conceituar e contextualizar os principais termos utilizados que permeiam o 
desenvolvimento motor; 
• Compreender o desenvolvimento motor a partir de diferentes referenciais teóricos; 
• Conhecer os fatores que interferem no desenvolvimento motor típico considerando 
suas etapas. 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Olá, caro(a) aluno(a). Daremos início à primeira unidade da disciplina de 
Desenvolvimento e Comportamento Motor. 
Nesse momento serão trabalhados alguns conceitos básicos que envolvem 
os diversos assuntos relacionados ao desenvolvimento e ao comportamento motor, 
necessários para que você possa estudar os próximos assuntos e aprender sobre 
aspectos do desenvolvimento humano. Para que você se torne o profissional que 
atue de maneira eficaz é necessário conhecer cada uma das etapas do 
desenvolvimento e os diversos aspectos que fazem parte de cada uma delas. 
Depois que conhecer alguns termos que iremos utilizar durante toda 
disciplina, você irá compreender o desenvolvimento motor, suas características e 
particularidades. Em seguida, aprenderá que existem diferentes modelos teóricos 
de desenvolvimento motor e, a partir de alguns referenciais teóricos selecionados, 
observará possibilidades de trabalho para o profissional da Educação Física. 
Vale lembrar que o desenvolvimento humano não é linear nem tampouco 
fixo, ou seja, sofre a influência de diversos aspectos e pode ser diferente de uma 
pessoa para outra, o que justifica a necessidade de que você conheça alguns 
modelos teóricos de desenvolvimento motor, buscando autores que estudam o 
assunto em suas pesquisas. Diante disso, ao término da unidade você irá conhecer 
os aspectos que podem interferir no desenvolvimento humano. Costumeiramente 
usamos para designar desenvolvimento motor os termos típico – quando as 
aprendizagens motoras estão acontecendo conforme o esperado para determinada 
idade; e atípico – quando algo nas ações motoras de um ser humano não acontece 
de acordo com o esperado e este demonstra não estar desenvolvendo as 
habilidades motoras de acordo com as tabelas de referência. Considerando o 
exposto, finalizo a unidade explicando um modelo teórico de desenvolvimento 
motor. 
Espero ter instigado sua curiosidade. A partir de agora te convido a ficar cada 
vez mais intrigado e entendido do assunto. 
Bons estudos! 
 
1 INTRODUÇÃO E CONCEITOS 
 
 
Neste tópico inicial você irá conhecer termos que serão utilizados durante 
toda a disciplina. É fundamental que, sempre que necessário, esta unidade seja 
retomada. Se achar melhor, monte uma tabela ou mapa mental desses termos para 
tê-los sempre à mão. São conceitos que fazem parte dos estudos em 
desenvolvimento humano e que dialogam, ou seja, existe uma relação entre eles, 
mas cada um tem aspectos específicos, que precisam ser conhecidos por você. Por 
isso recomendo que, ao estudar o tópico, vá montando anotações e recorra a elas 
sempre que precisar. 
 
1.1 Desenvolvimento, Maturação, Crescimento, Aprendizagem e outros 
Termos 
Neste tópico você irá conhecer termos e conceitos que serão utilizados de 
maneira recorrente na disciplina e na sua atuação como profissional da Educação 
Física. Para tanto, o embasamento teórico se deu em Gallahue e Ozmun (2013); 
Tani (2008); Fonseca (2008); Magill (2000) e Haywood e Getchell (2016).O desenvolvimento é entendido como o conjunto de processos de natureza 
biológica que representa as transformações que ocorrem em um organismo no 
decorrer da vida. Em se tratando de desenvolvimento humano, tal processo está 
relacionado a aspectos de ordem psíquica, também é fruto das frequentes relações 
e interações sociais que constrói, estabelece e promove no decorrer de sua vida. 
Sendo assim, em nós, seres humanos, o desenvolvimento abrange diversos 
aspectos, sendo: sociológico, biológico e psicológico. Considerando que tais 
dimensões funcionam de maneira interativa, formando o ser humano de maneira 
integral, temos complexidade e individualidade no mesmo ser. 
Ao tratarmos do desenvolvimento motor, falamos do conjunto de 
modificações no comportamento, nas ações motoras, de acordo com a idade. 
Constitui um processo complexo de alterações que, interligadas, envolvem 
aspectos de crescimento maturação de sistemas e aparelhos do corpo humano. O 
 
desenvolvimento motor tem início na concepção, se estende por toda a vida e 
termina ao morrer. 
Por crescimento entende-se o conjunto de modificações morfológicas do ser 
humano nos aspectos corporais, como composição e proporção dos segmentos, 
resulta da mensuração das transformações de hipertrofia – aumento de massa 
muscular – e de hiperplasia – aumento do número de células em órgãos ou tecidos. 
O crescimento é um processo permeado por mudanças hormonais complexas, 
manifestado em períodos mais e menos intensos. Portanto, não é um percurso 
linear e acaba por ser assimétrico, com momentos de maior ou menor estabilidade. 
Gallahue e Ozmun (2013, p. 30), na obra, considerada a “bíblia” do 
desenvolvimento motor, de título Compreendendo o desenvolvimento motor, 
apresentam as seguintes concepções (caro(a) aluno(a), recomendo que você grave 
este nome, será uma referência fundamental na sua área). 
 
Os termos crescimento e desenvolvimento são usados com 
frequência como sinônimos, mas há diferença de ênfase. No seu 
sentido mais puro, o crescimento físico refere-se ao aumento do 
tamanho do corpo do indivíduo ou de suas partes durante a 
maturação. Em outras palavras, crescimento físico é o aumento na 
estrutura do corpo provocado pela multiplicação ou aumento das 
células. No entanto, o termo crescimento muitas vezes é usado para 
se referir à totalidade das mudanças físicas e, assim, torna-se mais 
inclusivo, assumindo o mesmo sentido de desenvolvimento. [...] o 
desenvolvimento, no seu sentido mais puro, refere-se a mudanças 
no nível de funcionamento do indivíduo ao longo do tempo. [...] 
embora o desenvolvimento seja visto mais como o surgimento e a 
ampliação da capacidade de funcionar em um nível elevado, temos 
de reconhecer que o conceito de desenvolvimento é muito mais 
amplo e que ele é um processo cuja duração se estende pela vida 
inteira. 
 
A maturação é uma concepção estritamente biológica, expressa por um 
conjunto de modificações fisiológicas determinadas pelas especificidades 
genéticas. Apesar de encontrar o seu sentido de forma mais ampla e até mesmo 
como sinônimo de desenvolvimento, ou algumas vezes de aprendizagem, optamos 
por estabelecer maturação no patamar dos processos internos que geram 
alterações morfológicas ou do que tange ao potencial de aprendizagem e 
 
desenvolvimento do ser humano. Sobre maturação, Gallahue e Ozmun (2013, p. 
30) apresentam que 
 
refere-se a mudanças qualitativas, que permitem a progressão até 
níveis mais elevados de funcionamento. Quando vista a partir de 
uma perspectiva biológica, a maturação é primordialmente inata; ou 
seja, é determinada geneticamente e resistente a influências 
externas ou ambientais. A maturação é caracterizada por uma 
ordem de progressão fixa, em que o ritmo pode variar, mas a 
sequência de surgimento das características, em geral, não varia. 
 
Ao tratarmos de maturação nos referimos aos processos específicos que 
ocorrem em sistemas, como nervoso, ósseo, entre outros. Mesmo que possamos 
olhar aspectos maturacionais de cada um desses sistemas, é fato que existem entre 
eles uma espécie de comunicação expressa num mecanismo de regulação em 
conjunto, o que faz com que o organismo funcione de maneira harmônica. 
Segundo Haywood (2016, p. 21) 
 
Maturação denota o progresso em direção à maturidade física, ao 
estado de integração funcional ideal dos sistemas corporais de um 
indivíduo e à capacidade de reprodução. já o desenvolvimento 
continua o mesmo depois que se atinge a maturidade física. As 
mudanças fisiológicas não param ao final do período de crescimento 
físico: elas ocorrem durante toda a vida. 
 
Aspectos maturacionais são essenciais para o desenvolvimento motor e 
interferem nas aprendizagens das pessoas, ou seja, caso uma criança, adolescente 
ou adulto não esteja com seus sistemas “maduros” para desenvolver determinada 
habilidade ou competência, e isso está intimamente relacionado com a idade, ela 
pode não ocorrer. 
O que quero dizer com isso, aluno(a)? Pense na aprendizagem do andar pela 
criança, que acontece por volta dos 12 meses de vida. Pois bem, se não há 
minimamente a maturação dos sistemas nervoso, ósseo e muscular, a criança vai 
conseguir aprender a andar? Reflita sobre a situação por alguns instantes antes de 
continuar seus estudos... 
Mas vamos deixar claro que o desenvolvimento humano não depende 
exclusivamente da maturação, apesar de existirem linhas teóricas que defendem tal 
 
premissa. Neste material vamos trabalhar com a ideia de que para que o 
desenvolvimento ocorra de maneira saudável é necessário um conjunto de 
aspectos, entre esses a aprendizagem. 
Aprendizagem é entendida como o conjunto de adequações e ajustes da 
resposta a partir de uma vivência, que envolvem estruturas de tomada de decisão 
superiores. Constitui-se em processos de mudanças comportamentais derivados de 
experiências construídas em aspectos sócio afetivos, emocionais, neurológicos, 
ambientais e relacionais. 
Nesse sentido, a aprendizagem motora é o conjunto de processos motores 
e cognitivos relacionados às ações e à prática, e que acabam por modificar o 
comportamento motor. A aprendizagem motora vai estudar o desenvolvimento de 
aquisições motoras no decorrer da vida, quando, por exemplo, uma criança passa 
do não saber andar de bicicleta para o conseguir realizar tal ação motora com 
destreza e segurança e de que maneira todo o processo acontece. Nesta 
perspectiva serão estudados os aspectos que interferem na aquisição das 
habilidades motoras, bem como os mecanismos que atuam nas alterações do 
comportamento motor. 
De acordo com Gallahue e Ozmun (2013, p. 32), “aprendizado motor 
portanto, é o aspecto do aprendizado em que o movimento desempenha a principal 
parte. O aprendizado motor é uma mudança relativamente permanente no 
comportamento motor, resultando da prática ou da experiência passada”. 
Por controle motor entende-se os movimentos realizados e controlados, ou 
seja, os que são intencionais. Nesse caso são controlados voluntariamente pelo 
Sistema Nervoso Central e trabalham de maneira coordenada do sistema muscular 
e ósseo, numa relação entre sistema sensorial, meio ambiente e movimentos 
corporais. Para Gallahue e Ozmun (2013, p. 33) “é o aspecto do aprendizado e do 
desenvolvimento motor que lida com o estudo dos mecanismos neurais e físicos 
subjacentes ao movimento humano”. 
O termo comportamento motor refere-se às alterações no controle e no 
desenvolvimento motor e contempla aspectos de aprendizagem e dos processos 
maturativos relacionando a performance na realização dos movimentos corporais. 
 
Sendo assim, o comportamento motor estuda aprendizagem, controle e 
desenvolvimento motor. Estudando de que maneiras os movimentos são 
apreendidos, bem como as alterações sofridas no decorrer da vida em resposta aos 
fatores internos e externos. 
Por habilidade motora entende-se a execução de uma ação motora que 
tenhaum objetivo específico e, para tal, requer a realização de movimentos 
voluntários do corpo ou de membros, quais sejam: andar, correr, saltar, tocar um 
instrumento, entre outros. São os movimentos voluntários realizados pelo corpo 
para executar determinada tarefa. 
O termo movimento diz respeito às mudanças que observamos nas 
posições dos segmentos corporais, que culminam de atos motores subjacentes. 
E para terminar nosso glossário de verbetes fundamentais da disciplina 
vamos falar de experiência, entendida como aspectos ambientais que possibilitam 
a alteração do desenvolvimento no decorrer do processo de aprendizagem. As 
vivências da criança podem interferir no ritmo dos padrões de comportamento motor 
que surgem. Por isso é essencial que o ambiente seja saudável e que os estímulos 
proporcionados às pessoas sejam coerentes com as etapas de desenvolvimento, 
respeitem os níveis maturacionais e os interesses de acordo com a faixa etária. 
Ao iniciarmos esta unidade fiz uma sugestão que retomo agora, se, por 
acaso, você não fez. Agora que estudou diversos termos que serão utilizados no 
decorrer da disciplina, e bem provavelmente durante o curso, bem como em sua 
atuação profissional, monte uma tabela ou mapa mental do que foi trabalhado. 
Sempre que precisar ou tiver dúvida em relação a um desses verbetes recorra às 
suas anotações. 
 
 
 
 
 
2 COMPREENDENDO O DESENVOLVIMENTO MOTOR 
 No presente tópico iremos tratar do desenvolvimento motor: noções básicas 
e conceituais, aspectos históricos, métodos de estudo do desenvolvimento – 
longitudinal, transversal e longitudinal misto. Neste momento buscamos um aporte 
teórico essencial para construção dos saberes da disciplina e que irão contribuir de 
maneira significativa para as próximas unidades e para a sua formação profissional. 
 
2.1 Noções Básicas e Conceituais 
 Antes de mais nada, pense por alguns instantes na importância dos 
movimentos para a vida das pessoas. Isso mesmo... Pense no cotidiano das 
pessoas e o quanto o movimento corporal é fundamental para realização das 
inúmeras tarefas que executamos. 
Na verdade, tudo o que fazemos depende e envolve ações motoras, desde 
movimentos involuntários, como as batidas do coração ou a respiração, até os 
intencionais, como caminhar, digitar e tantos outros que executamos o tempo todo. 
 Por isso entender a maneira como tais movimentos são realizados, 
compreender o controle motor e aspectos de coordenação, realização de 
movimentos e de desenvolvimento é fundamental para entendermos a vida 
humana. 
 Ao conhecer o processo de desenvolvimento motor típico – quando se dá de 
maneira saudável e de acordo com o esperado para a idade, sem intercorrências – 
somos capazes de proporcionar estímulos adequados e orientações essenciais 
para que o ensino-aprendizagem ocorra de maneira eficaz. 
O que isso quer dizer na prática? Quando os profissionais da Educação, da 
Educação Física e até mesmo pais e responsáveis compreendem aspectos do 
desenvolvimento, estão aptos a selecionar estratégias, técnicas e atividades 
condizentes com as necessidades de desenvolvimento do aluno, o que os permite 
construir o planejamento de ensino pautado em referenciais que estudam o ser 
humano com base em suas especificidades, respeitando cada etapa de 
aprendizagem. O resultado são aulas mais significativas para o grupo, mais 
relevantes e que realmente desenvolvem habilidades essenciais para determinada 
 
faixa etária e promovem aprendizagens que serão importantes para os próximos 
conteúdos a serem aprendidos. 
Você pode estar se perguntando, mas e aquelas pessoas que têm 
desenvolvimento atípico, como crianças com transtornos do neurodesenvolvimento: 
Autismo, TDAH, Deficiência Intelectual; ou transtornos específicos de 
aprendizagem: Dislexia, Disortografia, Disgrafia, entre outros? De que serve 
conhecer aspectos e tabelas de referência de desenvolvimento motor? 
Pois bem, para essas pessoas, entender de desenvolvimento motor pelos 
profissionais que os atendem fornece um suporte consistente que contribui na 
intervenção, no processo terapêutico e na prescrição da medicação. 
Compreender os processos de desenvolvimento humano é necessário em 
diversos contextos da sua atuação profissional, quais sejam: escola, treinamento 
desportivo, academia, clínica, entre outros. Leia com atenção o que Gallahue e 
Ozmun (2013, p. 21) dizem sobre o assunto 
 
Sem noções sólidas sobre os aspectos do desenvolvimento do 
comportamento humano, podemos apenas intuir técnicas 
educativas e procedimento de intervenção apropriados. As 
instruções com base no desenvolvimento envolvem experiências de 
aprendizado que são não apenas adequadas à idade, mas também 
apropriadas e divertidas em termos de desenvolvimento. O 
fornecimento de instruções é um aspecto importante do processo 
ensino-aprendizado. As instruções, entretanto, não explicam o 
aprendizado; o desenvolvimento, sim. 
 
 E aí? Percebeu a importância de conhecer o desenvolvimento para intervir 
de maneira consistente e responsável? Sendo assim, podemos continuar nossos 
estudos... 
 Gostaria de esclarecer que para montagem deste material utilizei referenciais 
teóricos significativos sobre o tema, mas que não se configuram como verdades 
absolutas, pode ser que em suas pesquisas e estudos posteriores você encontre 
outras perspectivas e diferentes abordagens e linhas teóricas. Permita-se o debate 
entre os diferentes olhares e possibilite o diálogo e não o enfrentamento das teorias. 
 Feitos os devidos esclarecimentos, vou apresentar um esquema construído 
por David Gallahue e Ozmun (vai aparecer muitas vezes por aqui...) que consiste 
 
numa visão transacional sobre as causas do desenvolvimento motor. Neste 
momento gostaria que você observasse a imagem e buscasse exemplos do 
cotidiano que explicitem cada um dos fatores. Faça a tentativa! 
 
Figura 1 - Visão tradicional da relação causal no desenvolvimento motor 
 
Fonte: Gallahue e Ozmun (2013, p. 22). 
 
A Figura 1 mostra os diversos aspectos que atuam no desenvolvimento motor 
do ser humano e representam a maneira como estão interligados. Justamente por 
isso que o profissional da Educação Física deve estar atento às condições para o 
desenvolvimento dos seus alunos, lembrando sempre que para que uma 
aprendizagem aconteça deve estar em condições favoráveis: individuais, 
ambientais e da tarefa, como apresenta a figura. 
Para vencer a relação dicotômica que existe entre os aspectos biológicos e 
os ambientais a fim de compreender o desenvolvimento motor, Manoel (2008, p. 34) 
esclarece que 
 
 
[...] o desenvolvimento motor, nos últimos anos, é visto como um 
processo que envolve a emergência, a aquisição e o 
aperfeiçoamento de funções e habilidades a partir de um script que 
vai sendo escrito ao longo da experiência. A extensão do script, a 
gramática sobre a qual ele opera, é predeterminada pela nossa 
natureza (biológica) humana. 
 
É fundamental estudarmos o desenvolvimento como um processo contínuo 
que começa ao nascer e se estende durante toda a vida, terminando com a morte. 
Por isso devemos estudar o desenvolvimento em todas as idades, pensando que 
ocorre no decorrer da vida e que as aquisições e aprendizagens são progressivas 
e contínuas, ou seja, elas acontecem do mais simples para o mais complexo e 
dependem de aprendizagens anteriores para que possam evoluir. 
Ficou confuso? 
Exemplifico para esclarecer... Para aprender a correr, a criança deve primeiro 
andar, para andar deve aprender a ficar em pé, em equilíbrio, e assim 
sucessivamente. De acordo com Gallahue e Ozmun (2013, p. 23), 
 
O processo de desenvolvimento, e, de modo mais específico, o 
processo de desenvolvimento motor, deve nos fazer lembrar 
constantemente da individualidade do aprendiz. Cada indivíduo tem 
um cronograma singular para a aquisição das capacidades de 
movimento e das habilidades de movimento.Embora o “relógio 
biológico” do indivíduo seja bem específico, quando se trata da 
sequência de aquisição das habilidades de movimento (maturação), 
a taxa e a extensão do desenvolvimento são determinadas 
individualmente (experiência) e sofrem drástica influência das 
demandas de performance das tarefas. 
 
 Sobre o desenvolvimento motor Haywood (2016, p. 4-5) aponta que deriva 
de diversos aspectos e os aponta ao afirmar que 
 
Primeiro, é um processo contínuo de mudanças na capacidade 
funcional. pense na capacidade funcional como a capacidade de 
existir - viver, mover-se e trabalhar - no mundo real. Esse é um 
processo cumulativo, em que os organismos vivos estão sempre em 
desenvolvimento, mas a quantidade de mudanças pode ser mais ou 
menos observável ao longo da vida. Segundo, o desenvolvimento 
está relacionado à idade (apesar de não depender dela). À medida 
que a idade avança, o desenvolvimento ocorre. Todavia, ele pode 
ser mais rápido ou mais lento em diferentes períodos, e suas taxas 
podem diferir entre pessoas da mesma idade. Cada indivíduo não 
 
necessariamente avança em idade e desenvolvimento na mesma 
proporção. Além disso, o desenvolvimento não para em uma idade 
em particular, mas continua ao longo da vida. Terceiro, o 
desenvolvimento envolve mudanças sequenciais. Um passo leva ao 
passo seguinte, de maneira irreversível e ordenada. essa mudança 
é resultado de interações internas do indivíduo e de interações entre 
o sujeito e o ambiente. Todos os componentes de uma espécie 
passam por padrões previsíveis de desenvolvimento, mas o 
resultado é sempre um grupo de indivíduos únicos. 
 
Ainda sobre desenvolvimento motor, temos um pesquisador da área da 
Educação Física, com uma abordagem inicialmente desenvolvimentista, Tani (2008, 
p. 317), que considera como ótimo o desenvolvimento motor que implica no 
 
[...] aumento da diversificação e complexidade do comportamento 
motor. Entende-se por aumento de diversificação o aumento na 
quantidade de elementos do comportamento e por aumento de 
complexidade, o aumento de interação entre os elementos de 
comportamento. 
 
No próximo tópico iremos conhecer, de maneira sucinta, os principais 
aspectos históricos que permeiam os estudos de desenvolvimento motor. Tais 
informações irão contribuir de maneira significativa para compreender a importância 
de estudar o tema na sua atuação profissional. O desenvolvimento motor 
transversaliza o trabalho do profissional de Educação Física, tendo em vista que o 
seu objeto de estudo é o corpo em movimento. 
 
2.2 Aspectos Históricos 
 Os primeiros estudos que tematizam o desenvolvimento motor partiram do 
princípio da maturação e foram encabeçados por Arnold Gesell (1928) e Myrtle 
McGraw (1935). Os pesquisadores defendiam a ideia de que “o desenvolvimento é 
função de processos biológicos inatos, que resultam em uma sequência universal 
de aquisição das habilidades de movimento pelo bebê” (GALLAHUE; OZMUN, 
2013, p. 23). Além disso, partiam do pressuposto de que o ambiente influencia o 
desenvolvimento, mas que de temporariamente, tendo em vista que os aspectos 
genéticos se sobrepunham aos fatores ambientais. 
 
No final do século XIX aconteceram alguns estudos sobre a aprendizagem 
motora e, nesse momento, foram impulsionados pela Psicologia, com os 
pesquisadores Bryan e Harter (1897), ao tratar da aquisição de habilidades de 
manejo do código Morse. Posteriormente por Woodsworth (1899), com base na 
análise da relação entre precisão e velocidade nos movimentos das mãos. Franklin 
M. Henry (1964), a partir da psicologia experimental, considerado um dos principais 
pesquisadores das habilidades motoras, propõe estudos da coordenação motora 
ampla, observando ações motoras realizadas por todo o corpo em situações de 
jogos e ginásios. 
Henry teve como discípulos nas décadas de 70 e 80 Dick Schmidt e Craig 
Wrisberg, haja vista que Henry influenciou diretamente as áreas da Educação Física 
e da Cinesiologia – ciência que analisa os movimentos corporais. 
Após a segunda guerra mundial surgiram novos estudos sobre o 
desenvolvimento motor, por pesquisadores da área da Educação Física que 
trabalharam com as potencialidades da performance motora em crianças. Diferente 
de Gesell e McGraw, que trabalharam mais com bebês, Espenschade, Glassow e 
Rarick (1981) concentraram suas investigações em crianças em idade escolar. 
Depois da década de 60, os estudos acerca do desenvolvimento motor foram 
ampliando. Estudantes e pesquisadores se propuseram a investigar a aquisição dos 
padrões dos movimentos fundamentais e os meios subjacentes para tais 
aquisições, ou seja, quais aspectos interferem nas aprendizagens motoras. 
De acordo com Gallahue e Ozmun (2013, p. 24), 
 
Durante as décadas de 1980 e 1990, a ênfase do estudo do 
desenvolvimento motor de novo mudou de forma drástica. Em vez 
de focar o produto do desenvolvimento, como nas abordagens 
normativas/descritivas das três décadas precedentes, os 
pesquisadores passaram a enfatizar outra vez a compreensão dos 
processos subjacentes envolvidos no desenvolvimento motor. 
Embora a importância fundamental da hereditariedade tivesse sido 
reconhecida, agora era dada uma importância complementar às 
condições do ambiente do aprendizado e às exigências específicas 
da tarefa ou ação motora. 
 
 Com o surgimento de novas perspectivas e outras possibilidades de 
entendimento do desenvolvimento motor, os olhares para as aprendizagens foram 
 
se expandindo. Isso aconteceu também pois o desenvolvimento infantil foi sendo 
mais estudado e as particularidades da infância sendo analisadas e observadas 
com mais critérios. Durante muitos anos a criança era vista como um “adulto em 
miniatura” e bastava que ela fosse capaz de executar tarefas típicas da fase adulta 
para que a ela fossem dadas tarefas típicas da maturidade. 
Para ampliação das aprendizagens, no próximo tópico você irá conhecer 
alguns modelos de desenvolvimento humano a partir de diferentes referenciais 
teóricos, pesquisadores que se propuseram a estudar o fenômeno do 
desenvolvimento humano e, a partir disso, construíram teorias consistentes sobre o 
desenvolvimento do ser humano em perspectivas teóricas diversas. 
 
 
3 MODELOS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO 
 
 
 Neste tópico iremos conhecer algumas teorias que tratam do 
desenvolvimento humano em diferentes perspectivas. A proposta aqui é promover 
a ampliação de ideias sobre a maneira como acontece o desenvolvimento humano 
a partir de diferentes referenciais teóricos. Vale esclarecer que foram selecionados 
alguns pesquisadores que podem contribuir para sua aprendizagem, o que não quer 
dizer que sejam os únicos. 
 
3.1 Piaget – Teoria do Desenvolvimento Cognitivo 
 Uma das teorias mais exploradas pela Educação, idealizada por Piaget, a 
Teoria do Desenvolvimento Cognitivo, está entre as mais conhecidas por 
pesquisadores do desenvolvimento infantil. Piaget parte do desenvolvimento 
cognitivo para construir uma tabela de referenciais de aprendizagem, de acordo com 
a faixa etária da criança. Estuda a maneira como se aprende, do nascimento até os 
11 anos, principalmente, e sugere organizar em estágios, que podem ser 
observados na Tabela 1. 
Distinguindo quatro períodos de desenvolvimento cognitivo, quais sejam: 
sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal, Piaget 
afirma que o sujeito constrói esquemas de assimilação mentais para interpretar a 
realidade. 
 
 
 
Tabela 1 - Desenvolvimento cognitivo por estágios - Jean Piaget 
 
Fonte: Gallahue e Ozmun (2013, p. 58). 
 
A aprendizagem humana acontece por meio da adaptação, complementada 
por processos conhecidos como acomodação e assimilação, como pode ser 
observado no esquema a seguir: 
 
Figura 2 - Processos do desenvolvimento cognitivo de acordo com Piaget 
 
Fonte: Gallahue e Ozmun (2013, p. 59). 
 
 
Nesta perspectiva, Piaget (2011,p. 89) afirma que 
 
Levando em conta, então, esta interação fundamental entre fatores 
internos e externos, toda conduta é uma assimilação do dado a 
esquemas anteriores (assimilação a esquemas hereditários em 
graus diversos de profundidade) e toda conduta é, ao mesmo 
tempo, acomodação destes esquemas a situação atual. Daí resulta 
que a teoria do desenvolvimento apela, necessariamente, para a 
noção de equilíbrio entre os fatores internos e externos ou, mais em 
geral, entre a assimilação e a acomodação. 
 
 
3.2 Erik Erikson – Teoria Psicossocial 
 Conhecida como psicossocial, essa teoria apresenta fases-estágio para 
estudar o desenvolvimento humano. Embasado na experiência, Erikson defende 
que o desenvolvimento psicossocial sofre influência de aspectos motores e da 
educação pelo movimento no decorrer da vida, sendo o movimento o componente 
fundamental na relação de reciprocidade nas relações parentais. Para o autor, o 
contato físico e as experiências corporais oferecem suporte para o estado psíquico 
de confiança ou desconfiança estabelecido (GALLAHUE; OZMUN, 2013). 
A Tabela 2 mostra os estágios e as características da teoria proposta por 
Erikson. Para esse momento da sua formação, caro(a) aluno(a), este panorama é 
suficiente, já que a proposta aqui é apresentar teorias que possam dialogar com o 
desenvolvimento motor. 
 
Tabela 2 - Desenvolvimento psicossocial organizado em estágios - Erikson 
 
 
Fonte: Gallahue e Ozmun (2013, p. 55). 
 
 
 
3.3 Arnold Gesell – Teoria da Maturação 
 Gesell aborda na teoria da maturação do desenvolvimento e do crescimento 
que o aspecto principal para o desenvolvimento dos aspectos físicos e motores do 
comportamento humano é a maturação do sistema nervoso. Para o pesquisador, o 
desenvolvimento humano está pautado em adquirir uma gama de habilidades 
motoras rudimentares pelo bebê, e que essas capacidades atuam como indicadores 
fundamentais para o crescimento social e emocional do indivíduo. 
 Gallahue e Ozmun (2013, p. 44) esclarecem que Gesell 
 
descreveu várias idades em que as crianças se encontram em 
períodos “nodais” ou então “fora de foco” em relação ao seu 
ambiente. O estágio nodal é um período de maturação, durante o 
qual a criança exibe elevado grau de domínio em situações no 
ambiente imediato, apresenta equilíbrio de comportamento e 
geralmente é agradável. Estar fora de fora é o contrário: a criança 
exibe um baixo grau de domínio em situações no ambiente imediato, 
apresenta desequilíbrio ou problemas de comportamento e 
geralmente é desagradável. 
 
 Essa teoria atualmente não é largamente aceita, mas já serviu de base para 
orientar muitos estudos e pesquisas. 
 
3.4 Freud – Teoria Psicanalítica 
 A teoria psicanalítica proposta por Freud apresenta estágios e pode ser vista 
como um dos primeiros modelos do desenvolvimento humano, centrada na 
personalidade, trata de “estágios psicossexuais do desenvolvimento”, que 
 
[...] refletem várias zonas do corpo comas quais o indivíduo busca 
satisfazer o id (fonte inconsciente de motivos, desejos, paixões e 
busca de prazer) em determinados períodos etários gerais. O ego 
faz a mediação entre o comportamento de busca do prazer do id e 
o superego (senso comum, razão e consciência) (GALLAHUE; 
OZMUN, 2013, p. 43). 
 
 Freud organizou sua teoria nos seguintes estágios: oral, anal, fálico, latente 
e genital, com base nos locais de busca de prazer do ser humano e afirma que, 
cada estágio está relacionado com as sensações físicas e com as atividades 
motoras. 
 
 
3.5 Robert Havighurst – Teoria do Ambiente 
Essa abordagem parte do princípio de que, ao realizar uma tarefa e obter 
sucesso, o indivíduo fica feliz, o que garante êxito nas atividades posteriores. Caso 
a realização da tarefa não seja bem sucedida, o resultado será a infelicidade, 
desaprovação social e dificuldade. De acordo com Gallahue e Ozmun (2013, p. 62), 
 
Em cada nível do desenvolvimento, a criança encontra novas 
demandas sociais. Essas demandas, ou tarefas, surgem a partir de 
três fontes. Primeiro, surgem da maturação física. Depois, surgem 
das pressões culturais da sociedade, como aprender a ler e a ser 
cidadão responsável. A terceira fonte de tarefas é o próprio 
indivíduo. As tarefas surgem da personalidade em maturação e dos 
valores e das aspirações próprias individuais. 
 
Para Havighurst, o professor tem papel fundamental nesse processo, pois 
pode planejar de maneira adequada o processo de ensino, “identificando as tarefas 
adequadas a determinado nível de desenvolvimento e tendo plena consciência de 
que o nível de prontidão da criança é influenciado por fatores biológicos, culturais 
e pessoais”, e que estes, por sua vez funcionam de maneira integrada (GALLAHUE; 
OZMUN, 2013, p. 62) 
Havighurst organizou as etapas do desenvolvimento da seguinte forma: fase 
do bebê e primeira infância – nascimento até 5 anos; segunda infância – 6 a 12 
anos; adolescência – 13 a 18 anos; adultez jovem – 19 a 29 anos; meia-idade – 30 
a 60 anos e terceira idade – 60 anos em diante. 
Segue uma tabela, trazida por Gallahue e Ozmun (2013), que apresenta os 
marcos do desenvolvimento a partir da teoria de Havighurst. Lembrando que as 
aprendizagens devem ser observadas de maneira ampla e com certa flexibilidade, 
haja vista que o ser humano pode apresentar alterações, considerando que o que 
temos em tabelas de referência são aproximações convenientes e não protocolos 
rígidos ou enquadramentos que determinam desenvolvimento humano. 
 
Tabela 3 - Períodos do desenvolvimento de acordo com a teoria de Havighurst 
 
 
Fonte: Gallahue e Ozmun (2013, p. 62-63). 
 
 
 
4 FATORES QUE AFETAM O DESENVOLVIMENTO MOTOR 
 
 Para começo de conversa reflita sobre as seguintes questões: 
● Todas as pessoas têm as mesmas habilidades motoras 
desenvolvidas? 
● Existem aprendizagens de movimento corporal que você consegue 
e outras pessoas que conhece não conseguem fazer? 
● Todas as crianças aprendem as ações motoras com a mesma idade? 
 
Pois bem, acredito que suas respostas para as perguntas foram negativas, 
tendo em vista que, mesmo entre irmãos gêmeos univitelinos, as aquisições das 
habilidades motoras podem ser diferentes. 
O que quero dizer com isso? Que apesar de existirem referências e tabelas 
para o desenvolvimento humano, e para o motor também, existem aspectos que 
interferem e influenciam diretamente na aprendizagem humana. E o objetivo deste 
tópico é exatamente esse: mostrar para você quais fatores podem afetar o 
desenvolvimento das aprendizagens motoras. 
Sabendo que existem os fatores individuais, que estão relacionados a cada 
ser humano particularmente, os fatores ambientais, que dizem respeito ao meio no 
qual a criança está inserida, e, por último, mas não menos importante, existem os 
aspectos relacionados às tarefas físicas, como questões étnicas e culturais. É 
imprescindível que nós, profissionais da Educação Física possamos conhecer cada 
um deles, para olhar o desenvolvimento motor e todas as variáveis que interferem 
na evolução saudável. 
 
4.1 Fatores Individuais 
 Aqui tratamos dos aspectos genéticos e hereditários. Quando falamos de 
similaridades, entendemos que existe uma tendência de que o desenvolvimento 
humano aconteça de forma ordenada e previsível, porém existem aspectos 
biológicos que podem alterar tal ordem e previsibilidade. 
 
 A direção do desenvolvimento é um desses aspectos individuais, está 
relacionada à maturação neuromotora e à progressão cefalocaudal – controle da 
musculatura partindo da cabeça em direção aos pés – e proximodistal – controle 
da musculatura e dos movimentos, partindo do centro do corpo para as 
extremidades, em direção às partes mais distantes. 
 
Assim como no desenvolvimento cefalocaudal, o conceito de 
proximodistal aplica-se tanto aos processos do crescimento como à 
aquisição das habilidades de movimento. Por exemplo, em relaçãoao crescimento, o tronco e a cintura escapular crescem antes dos 
braços e das pernas, que crescem antes dos dedos das mãos e dos 
pés. Na aquisição das habilidades, a criança mais nova é capaz de 
controlar os músculos do tronco e da cintura escapular antes dos 
punhos, das mãos e dos dedos. Esse princípio do desenvolvimento 
é usado com frequência nos primeiros anos de escola, quando são 
ensinados os elementos menos refinados da escrita antes do ensino 
dos movimentos mais refinados e complexos (GALLAHUE; 
OZMUN, 2013, p. 84-85). 
 
Tais aspectos se desenvolvem durante toda a vida e na velhice acontece o 
caminho inverso, ou seja, as ações motoras que os membros inferiores e superiores 
realizam tendem a perder a destreza e eficácia. Por isso é necessário que as 
pessoas se mantenham ativas durante toda a vida e continuem fazendo atividades 
físicas na terceira idade, para que não percam a capacidade de mobilidade corporal 
adquirida, tendo em vista que isso acontece biologicamente. 
 Outro aspecto é a taxa de crescimento, que pode sofrer interferência 
quando a criança é acometida por uma doença grave que, momentaneamente, pode 
afetar o seu padrão de crescimento. Esse fator é resistente à influência externa, ou 
seja, mesmo que haja alteração no crescimento no indivíduo, por doença ou 
prematuridade, a tendência é que a criança recupere os níveis de crescimento e 
alcance os colegas com idade aproximada a sua. Caso ocorra a permanência no 
atraso de crescimento essa diferença pode afetar o desenvolvimento motor de 
maneira significativa e o efeito disso está relacionado ao tempo de duração e da 
gravidade da carência, da idade em que tal fato ocorrer e do potencial de 
crescimento genético do indivíduo. 
 
 O entrelaçamento recíproco é um aspecto do indivíduo que corresponde 
ao “entrelaçamento coordenado, progressivo e intrincado dos mecanismos neurais 
dos sistemas musculares opostos em uma relação de maturidade crescente” 
(GALLAHUE E OZMUN, 2013, p. 85). Está relacionado à capacidade de diferenciar 
e integrar mecanismos motores e sensoriais, aumentando de maneira complexa 
dois processos diferentes, chamados de diferenciação e integração. 
 A diferenciação é relativa às ações motoras amplas que vão sendo 
progressivamente refinadas na infância e adolescência. Por exemplo, a pega de um 
objeto, primeiro ela é feita com a mão toda de maneira mais global e, à medida que 
o movimento vai sendo diferenciado, vai refinando até que a pega fica como 
pegamos no lápis de maneira madura, por volta dos 7 anos. O controle desses 
movimentos refinados se dá a partir da prática. 
 A integração acontece quando os músculos opostos e os sistemas sensoriais 
interagem de maneira coordenada. A criança mais nova vai dos movimentos pouco 
coordenados e imprecisos para ações motoras definidas, maduras e orientadas. 
Sobre os processos de diferenciação e integração Gallahue e Ozmun (2013, 
p. 86) esclarecem que 
 
[...] tendem a reverter-se quando a idade avança. Conforme a 
pessoa envelhece e as capacidades de movimento começam a 
regredir, a interação coordenada dos mecanismos sensoriais e 
motores frequentemente fica inibida. O grau de regressão das 
capacidades do movimento coordenado não é mera função da 
idade, mas sofre grande influência dos níveis de atividade e da 
atitude. 
 
Outro fator individual é a prontidão, que depende da junção de aspectos 
biológicos, ambientais e físicos, diz respeito a estar pronto para aprender 
determinada tarefa. Algumas variáveis interferem na capacidade de estar apto para 
aprender uma nova habilidade de movimento corporal, quais sejam, maturação 
psíquica e física, interação de maneira motivada, aprendizado de pré-requisitos e 
ambiente rico em estímulos. O aspecto da prontidão sofre influência direta do 
professor, ou seja, cabe a quem ensina observar se a criança está “madura” e já 
 
possui as aprendizagens necessárias para vivenciar um novo estímulo, que vai dar 
origem a uma nova habilidade. 
Os períodos de aprendizagem críticos e sensíveis estão relacionados à 
prontidão e aos momentos da vida nos quais os indivíduos estão mais suscetíveis 
a certos estímulos em relação a outros períodos. Por exemplo, a criança que não 
tem nutrição adequada ou carência de experiências motoras na primeira infância 
pode sofrer consequências negativas no desenvolvimento em uma idade mais 
avançada. 
Existem etapas sensíveis amplamente determinadas, durante os quais as 
pessoas estão aptas a aprender novas tarefas de forma mais eficaz e efetiva. Vale 
destacar que o aprendizado acontece durante toda a vida, ou seja, é possível 
aprender novas habilidades motoras ou de outra natureza em qualquer momento 
da vida, mas existem períodos em que ocorre a aprendizagem facilitada, em que 
existem condições favoráveis para tal. 
 O fator que trata das diferenças individuais está relacionado às 
singularidades que cada ser humano apresenta, ou seja, cada pessoa possui seu 
cronograma próprio de desenvolvimento, que deriva da hereditariedade somada à 
influência do ambiente. Mesmo que exista uma sequência para o desenvolvimento 
das características, o ritmo das aquisições pode variar. 
As habilidades filogenéticas são vistas na perspectiva da maturação, 
surgem de forma automática e resistem às influências externas, são 
 
[...] as tarefas de manipulação rudimentares de alcançar, pegar e 
soltar objetos; tarefas de estabilidade para adquirir controle sobre a 
musculatura ampla do corpo; e as capacidades locomotoras 
fundamentais de caminhar, saltar e correr são exemplos do que é 
considerado habilidade filogenética (GALLAHUE; OZMUN, 2013, p. 
88). 
 
As habilidades ontogenéticas resultam de estímulos do ambiente e de 
oportunidades de aprendizagem. Exemplos como andar de bicicleta, nadar, não 
aparecem de maneira automática, mas devem ser aprendidos ou vistos e 
experimentados para que possam ser aprendidos pela criança, são fortemente 
 
influenciados por aspectos culturais e ambientais. De acordo com Gallahue e 
Ozmun (2013, p. 88), 
 
Embora haja uma tendência biológica para o desenvolvimento de 
determinadas habilidades em função de processos filogenéticos, 
seria simplista pressupor que, sozinha, a maturação é responsável 
pelo desenvolvimento motor. A extensão ou domínio de qualquer 
habilidade de movimento voluntário depende, em parte, da 
ontogenia, ou seja, do ambiente. Em outras palavras, oportunidades 
de prática, estímulo e instrução, a ecologia ou condições do 
ambiente contribuem significativamente para o desenvolvimento 
das habilidades de movimento ao longo da vida. 
 
 Apesar de existirem fatores individuais, ficou bastante claro que o papel do 
professor, dos estímulos e das vivências a serem oferecidas ao indivíduo 
constituem-se como essenciais na formação e no desenvolvimento das habilidades 
motoras. A aprendizagem depende de diversos aspectos, mas é imprescindível que 
seja oferecido à criança um ambiente saudável e favorável para aquisição de 
habilidades e competências quando se trata de movimento humano. 
 
4.2 Fatores Ambientais 
Quando falamos de fatores ambientais nos concentramos no comportamento 
das pessoas que convivem com as crianças, nas relações parentais estabelecidas 
e na maneira como tais relacionamentos afetam o desenvolvimento humano. 
A premissa básica para entendermos esse aspecto é que as crianças 
aprendem e passam grande parte da infância agindo por imitação. Isso mesmo, as 
crianças imitam muitas coisas que estão ao seu redor. O que justifica muitas vezes 
os pais “não saberem” a origem de determinados comportamentos, gestos ou falas 
de seus filhos. O fator conhecido como laços trata da interação recíproca que se 
estabelece entre mãe e filho, pai e filho, entre outras. Esta relação mútua pode atuar 
de maneira significativa no ritmo e na extensão do desenvolvimento da criança. 
O aspecto conhecido como estimulação e privação diz respeitoao nível de 
experiências a que o ser humano é submetido. O quanto o treinamento e a 
exposição a estímulos interferem no desenvolvimento de habilidades. Em 
contrapartida a carência e escassez de vivências pode “atrasar” tais aprendizagens. 
 
Apesar de existir um potencial biológico para que determinada habilidade seja 
desenvolvida, é fato que quando a criança é estimulada a experimentar diversas 
possibilidades de ação motora, o resultado é um repertório de habilidades e nível 
de destreza de acordo com o esperado para a idade ou até mesmo avançado se 
comparado com uma criança da mesma idade que vive em condições ambientais 
desfavoráveis em se tratando de estímulos ambientais. 
Tal aspecto é facilmente observado quando olhamos os intervalos escolares. 
Vemos meninos e meninas da mesma idade, mas com níveis de habilidades 
motoras bastante diversificados. 
 
4.3 Fatores das Tarefas Físicas 
Neste item precisamos olhar para aspectos como: etnia, classe social, 
gênero, formação étnica e cultural e, sem qualquer tipo de preconceito, olhar para 
tais fatores como passíveis de influenciar o crescimento e o desenvolvimento motor. 
Vamos exemplificar de maneira simples: se pensarmos na coordenação motora 
óculo pedal, quem desenvolve mais facilmente? Meninos ou meninas? 
Pois bem, de maneira geral, por questões culturais, os meninos são 
orientados para o futebol e suas habilidades muito precocemente, o que interfere 
na aquisição e aprimoramento das habilidades. 
Evidente que muitas afirmativas que fazíamos há algum tempo já não podem 
ser feitas atualmente, e assim as coisas vão sendo modificadas. Mas, como 
profissionais que lidam diariamente com desenvolvimento humano, é necessário 
refletir sobre diversas situações que fazem parte do nosso cotidiano e da nossa 
atuação profissional. 
A prematuridade é um aspecto bastante observado quando vamos tratar de 
desenvolvimento humano, mas especificamente das aquisições motoras. O 
nascimento prematuro pode acarretar efeitos a longo prazo e ocasionar diferenças 
nas aquisições motoras no decorrer da vida do indivíduo. Quando o bebê é 
submetido aos estímulos adequados e tem os atendimentos necessários, muitas 
vezes acaba progredindo de maneira satisfatória e acaba alcançando níveis de 
desenvolvimento de acordo com o esperado para a idade. Porém, se não houver 
 
um acompanhamento adequado e atendimento necessário, a criança pode ter seu 
desenvolvimento afetado. 
O aspecto que se refere aos transtornos de alimentação trata de situações 
como obesidade, compulsão alimentar, anorexia/bulimia, e entre crianças, 
adolescentes e adultos podem afetar de maneira acentuada o crescimento e 
desenvolvimento motor. A obesidade e o sobrepeso aumentam o risco do 
aparecimento de doenças graves, como diabetes e hipertensão e estão associadas 
a várias situações negativas de saúde, como colesterol elevado, problemas 
hormonais, entre outros. 
A compulsão alimentar é um transtorno no qual o indivíduo apresenta 
descontrole nos episódios de alimentação com intervalos e quantidades irregulares. 
A anorexia/bulimia é um transtorno psíquico que deriva da aversão à comida e na 
autoinanição, podendo resultar em atraso no desenvolvimento ou até mesmo levar 
à morte. 
O nível de aptidão física de uma pessoa afeta no desenvolvimento motor, 
quando falamos das condições de força, velocidade, flexibilidade, resistência, entre 
outras capacidades relacionadas ao condicionamento físico, estamos também 
falando do desenvolvimento das habilidades motoras. Quanto mais treinamos e nos 
exercitamos, melhores são as nossas capacidades e consequentemente melhor 
será nosso condicionamento físico. 
O aspecto que trata da biomecânica trata dos princípios mecânicos do 
movimento corporal, numa relação com estabilidade, locomoção e manipulação. O 
ser humano é capaz de movimentar-se de muitas formas, mas é importante 
conhecermos alguns movimentos básicos que dão suporte para que todos os outros 
movimentos sejam aprendidos e realizados. Entre eles podemos citar o equilíbrio 
corporal, que dá base para muitos movimentos que realizamos. Como podemos 
andar se não somos capazes de manter o corpo em equilíbrio, em bipedia? O 
equilíbrio corporal sofre a ação da gravidade sobre o corpo e a maneira como 
respondemos corporalmente a ela. 
A força em situações como aplicação e recepção está relacionada à 
capacidade de contração e relaxamento que permite executar diversas ações 
motoras e serve de pré-requisito para que o corpo realize e aprenda uma variedade 
de movimentos corporais cada vez mais complexos. 
 
 
5 O MODELO TEÓRICO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR 
Metodologicamente, o desenvolvimento motor é categorizado de acordo com 
a idade cronológica, por meio da distribuição em grupos a partir das faixas etárias 
correspondentes. Nesse sentido, Gallahue e Ozmun (2013) destacam que não são 
protocolos fechados, mas sim escalas de tempo aproximadas que mostram os 
comportamentos observáveis durante um período da vida. 
A vida humana tem como uma das características justamente passar por 
diversas transformações no seu decorrer e por diversas etapas: ovo, embrião, feto, 
recém-nascido, criança, adolescente, adulto, idoso. Tais fases perpassadas pelo 
ser humano parte do conjunto de funções básicas peculiares ao processo como um 
todo, que são crescimento, desenvolvimento e maturação, incorporado às 
dimensões cognitiva, afetiva e social. É fundamental que possamos olhar o 
desenvolvimento humano de maneira holística, ou seja, como um todo, no qual as 
dimensões cognitiva, afetiva e motora atuam e funcionam de maneira integrada, 
para que possamos contribuir de maneira significativa em suas aprendizagens. Os 
domínios do desenvolvimento humano não atuam de maneira isolada ou 
independente, mas de forma interativa. Vou exemplificar... 
Quando estamos emocionalmente desestabilizados nossa capacidade de 
aprendizagem, ou seja, nossa cognição, acaba sendo afetada. A condição afetiva 
do ser humano interfere na cognitiva e nos movimentos corporais e assim por 
diante. 
Já que mencionamos os domínios de desenvolvimento humano, vamos 
entender de maneira sucinta cada um deles: 
Domínio motor: caracteriza as estruturas para identificar os movimentos 
corporais humanos. Atualmente, usamos o termo Psicomotor para designar esse 
domínio, por entender que mente e corpo são aspectos indissociáveis e se refletem 
nas habilidades motoras. São as transformações progressivas no comportamento 
motor, que ocorrem a partir de condições ambientais, interagindo com ambientes 
favoráveis de aprendizado. Nesse domínio estão as ações motoras básicas e 
 
fundamentais, como andar, correr, saltar, pegar, lançar etc. Além dessas, também 
as habilidades esportivas, laborais e específicas, como pilotar um avião. 
Domínio cognitivo: são as mudanças progressivas nas habilidades de 
pensamento, raciocínio e ação. É constituído de diversos processos mentais, tais 
como: atenção, concentração, memória, entre outros. 
Domínio afetivo: diz respeito à capacidade de interação e relacionamento 
que o ser humano aprende no decorrer da vida. As pessoas utilizam o movimento 
para se relacionarem com o mundo ao seu redor, com as pessoas, com os objetos, 
com a natureza. Esse domínio trata dos comportamentos sociais que são 
aprendidos quase em sua totalidade e podem ser melhorados. 
É de suma importância conhecer os domínios do desenvolvimento, tendo em 
vista que existe uma inter-relação entre eles. Nosso comportamento motor responde 
aos estímulos decorrentes das demais dimensões do desenvolvimento humano. 
Quando tratamos do desenvolvimento motor, buscamos referências que 
possam contribuir para entender as aquisições e aprendizagens no decorrer da vida, 
do nascimento até a velhice. Para nos ajudar no entendimento das aprendizagens 
motoras, irei apresentar a famosa “ampulheta” do desenvolvimento motor, propostapor Gallahue e Ozmun (2013), que mostra as etapas distribuídas por faixa etária. 
A ideia é que você comece a se familiarizar com ela. Para tanto, gostaria que 
você observasse a imagem a seguir e pensasse por alguns instantes em crianças 
e adolescentes do seu convívio, se assim for possível, que estejam em cada uma 
das etapas. 
 
 
 
Figura 3 - Fases e estágios do desenvolvimento motor 
 
Fonte: Gallahue e Ozmun (2013, p. 69). 
 
 Essa ampulheta apresenta as etapas do desenvolvimento motor, que, neste 
momento do material, serão brevemente apresentadas. Cada uma das etapas 
mostradas será devidamente tratada nas próximas unidades. Fique tranquilo(a), 
aluno(a), que ao término desta disciplina você irá conhecer todas as fases do 
desenvolvimento motor de maneira detalhada, a fim de que tais conhecimentos 
possam auxiliar sua prática. 
 Vale ressaltar que tal ampulheta sofreu algumas alterações, ao considerar 
que existem aspectos que interferem no desenvolvimento da motricidade, e ampliou 
o modelo para o que será apresentado na sequência. Observe com atenção quais 
alterações foram realizadas e tente, como num jogo das diferenças, detectar tais 
modificações. A nova versão foi chamada “ampulheta triangulada”. 
 
Figura 4 - Ampulheta triangulada proposta por Gallahue e Ozmun 
 
 
Fonte: Gallahue e Ozmun (2013, p. 76). 
 
 E então? Observou as inserções? Veja o que Gallahue e Ozmun (2013, p. 
76) afirmam sobre a figura 
 
Preenchimento da ampulheta individual com “areia” (i.e., substância 
da vida). A ampulheta representa a visão descritiva (produto) do 
desenvolvimento. O triângulo invertido representa a visão 
explicativa (processo) do desenvolvimento. Ambas são úteis à 
compreensão do desenvolvimento motor à medida que o indivíduo 
se adapta continuamente às mudanças na busca constante pela 
aquisição e manutenção do controle motor e da competência no 
movimento. 
 
Essa ampulheta fornece a visão descritiva de desenvolvimento humano, 
mostrando as fases típicas e os estágios de acordo com a faixa etária, do 
nascimento até a velhice. O triângulo invertido que atravessa a figura consiste numa 
orientação visual para observarmos aspectos como hereditariedade, meio e a 
maneira como interferem na realização das tarefas de aquisição e desenvolvimento 
das habilidades motoras. 
 
É fundamental estar atento(a) aos aspectos que interferem no 
desenvolvimento motor, como os autores colocam na imagem: hereditariedade e 
ambiente. Aspectos que podem ser herdados geneticamente e que fazem diferença 
na aquisição e desenvolvimento de aprendizagens motoras e aspectos ambientais 
como uma variável essencial na aprendizagem das ações motoras pelas pessoas. 
Na segunda, os profissionais que passam pela vida do indivíduo consistem em 
elementos fundamentais, ou seja, os estímulos recebidos pelas crianças serão 
decisivos no seu desenvolvimento saudável ou não. Esteja sempre atento(a) para 
a escolha das atividades e intervenções a serem realizadas para que sejam 
coerentes com as necessidades, interesses e etapas de desenvolvimento do grupo 
que atende. 
 Como podemos observar na própria ampulheta o desenvolvimento motor 
está organizado em estágios: reflexivo, rudimentar, fundamental e especializado. 
Essas etapas vão do nascimento até por volta de 12 anos de idade. A partir de 12 
anos o ser humano vai especializando os movimentos que já aprendeu e vai 
aprimorando suas habilidades motoras aprendidas anteriormente. 
Sobre o assunto Gallahue e Ozmun (2013, p. 80) esclarecem que 
 
A aquisição de competências no movimento é um processo 
extensivo, que começa com os movimentos reflexos iniciais do 
recém-nascido e continua por toda a vida. O processo pelo qual o 
indivíduo passa pelas fases dos movimentos reflexo, rudimentar e 
fundamental, até chegar, finalmente, a fase das habilidades do 
movimento especializado e influenciado por fatores da tarefa, do 
indivíduo e do ambiente. 
 
 Para esta unidade do material ficaremos por aqui. Daqui em diante iremos 
conhecer cada etapa do desenvolvimento motor e suas particularidades 
 
 
 
SAIBA MAIS 
Vamos falar sobre Psicomotricidade? 
Durante a unidade tratamos do Desenvolvimento Motor numa perspectiva 
essencialmente desenvolvimentista e foram apresentadas diversas perspectivas 
teóricas e a fundamentação pautada em autores que, em seus estudos, 
privilegiaram as ações motoras como objeto de estudo. Neste momento trago uma 
ciência que tem por objetivo ampliar o olhar para a aprendizagem e para a 
realização dos movimentos corporais. 
Diante disso, apresento a definição de Psicomotricidade de acordo com a 
Associação Brasileira de Psicomotricidade (2019, on-line) e convido você a se 
encantar por essa área, que olha para os movimentos humanos de maneira mais 
abrangente e além da simples execução física deles. 
“’Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de 
movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito 
cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.’ 
(Associação Brasileira de Psicomotricidade) 
‘A Psicomotricidade baseia-se em uma concepção unificada da pessoa, que inclui 
as interações cognitivas, sensório motoras e psíquicas na compreensão das 
capacidades de ser e de expressar-se, a partir do movimento, em um contexto 
psicossocial. Ela se constitui por um conjunto de conhecimentos psicológicos, 
fisiológicos, antropológicos e relacionais que permitem, utilizando o corpo como 
mediador, abordar o ato motor humano com o intento de favorecer a integração 
deste sujeito consigo e com o mundo dos objetos e outros sujeitos.’ (Costa, 2002) 
‘Em razão de seu próprio objeto de estudo, isto é, o indivíduo humano e suas 
relações com o corpo, a Psicomotricidade é uma ciência encruzilhada... que utiliza 
as aquisições de numerosas ciências constituídas (biologia, psicologia, psicanálise, 
sociologia, linguística...) Em sua prática empenha-se em deslocar a problemática 
cartesiana e reformular as relações entre alma e corpo: O homem é seu corpo e 
NÃO - O homem e seu corpo’. (Jean-Claude Coste, 1981) 
 
A psicomotricidade pode também ser definida como o campo transdisciplinar que 
estuda e investiga as relações e as influências recíprocas e sistémicas entre o 
psiquismo e a motricidade. 
Baseada numa visão holística do ser humano, a psicomotricidade encara de forma 
integrada as funções cognitivas, sócio-emocionais, simbólicas, psicolinguísticas e 
motoras, promovendo a capacidade de ser e agir num contexto psicossocial. A 
psicomotricidade possui as linhas de atuação educativa, reeducativa, terapêutica, 
relacional, aquática [...]”. 
Fonte: Associação Brasileira de Psicomotricidade (2019). 
#SAIBA MAIS# 
 
 REFLITA 
“Se uma pessoa não pode aprender da maneira que é ensinada, é melhor ensiná-
la da maneira que pode aprender” (Marion Welchmann). 
 
O desenvolvimento depende de história e contexto. Cada pessoa desenvolve-se 
dentro de um conjunto específico de circunstâncias ou condições definidas por 
tempo e lugar. Os seres humanos influenciam seu contexto histórico e social e são 
influenciados por eles. Eles não apenas respondem a seus ambientes físicos e 
sociais, mas também interagem com eles e os mudam (PAPALIA; OLDS; 
FELDMAN, 2006). 
#REFLITA# 
 
 
 
 
https://www.pensador.com/autor/marion_welchmann/
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Então, caro(a) aluno(a), chegamos ao término desta unidade, que foi 
recheada de conhecimento. Repleta de conceitos, busquei apresentar a disciplina 
de maneira a estimular diversas curiosidades em você. É fundamental que neste 
momento você faça um balanço das aprendizagens adquiridas durante o percurso. 
Para isso irei retomar o que vimos: conceitos de aprendizagem, desenvolvimento, 
maturação e crescimento para que fosse estabelecido o primeiro contato com a 
disciplina, lembrando que esses termos serãolargamente utilizados durante sua 
vida acadêmica e em sua atuação profissional. 
Em seguida começamos a entender do que se trata esse tal 
desenvolvimento motor, suas características, sua relevância na vida do ser 
humano e porque é tão importante conhecer seus aspectos e suas particularidades. 
Continuamos nossos estudos falando de diversas perspectivas teóricas que 
dialogam com o desenvolvimento motor e contribuem para entender de que maneira 
acontece o desenvolvimento humano. E chegamos, então, na etapa de estudos que 
fomos investigar o que pode interferir nas aquisições motoras do ser humano, que 
aspectos podem prejudicar ou potencializar a aprendizagem dos movimentos pelas 
pessoas. Nesse momento vimos o quanto é fundamental o papel do professor e a 
escolha das intervenções feitas por ele. 
E, por fim, mas não menos importante, conhecemos a famosa ampulheta 
proposta por Gallahue e Ozmun, que, acredite, vai povoar muito seus pensamentos 
no decorrer da disciplina que estamos cursando e deste curso. Ela nos mostra, de 
maneira figurada, que existem etapas para as aprendizagens motoras, que elas 
funcionam de maneira hierárquica e organizam o desenvolvimento motor de forma 
esquemática. 
Antes de convidar você a partir para a próxima unidade, gostaria de ressaltar 
a relevância de explorar as indicações que fiz neste material, as referências que 
sugiro para complementar seus estudos e fazer desta disciplina o diferencial na sua 
profissão. 
Feita esta breve revisão podemos partir para as próximas unidades do nosso 
estudo. Preparado(a)? 
 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
 
Caro(a) aluno(a), 
Neste momento da unidade sugiro algumas leituras que podem contribuir para 
melhorar seus estudos sobre o tema que estamos conhecendo. Sugiro que, 
mediante leitura dos textos sugeridos, você faça anotações e apontamentos por 
escrito junto com os materiais que utiliza na disciplina. Essas leituras podem 
fomentar uma série de aprendizagens novas e instigar possíveis investigações que 
irão fazer de você o(a) profissional diferenciado(a) que o mercado busca na 
atualidade. 
 
DESENVOLVIMENTO MOTOR: PASSADO, PRESENTE E FUTURO 
http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/05/desenvolvimento-
motor-presente-passado-e-futuro.pdf 
 
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE CRIANÇAS COM 
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 
http://www.scielo.br/pdf/rbcdh/v12n1/a06v12n1 
 
DESENVOLVIMENTO HUMANO 
https://www.academia.edu/22315624/Diane_E._Papalia_-
_Desenvolvimento_Humano.PDF 
 
ACERCA DA RELAÇÃO ENTRE ENSINO, APRENDIZAGEM E 
DESENVOLVIMENTO 
https://www.redalyc.org/pdf/374/37415106.pdf 
 
APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO: O PAPEL DA MEDIAÇÃO 
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/sem_pedagogica/jul_2009
/aprendizagem_desenvolviemnto_sforni.pdf 
 
http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/05/desenvolvimento-motor-presente-passado-e-futuro.pdf
http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/05/desenvolvimento-motor-presente-passado-e-futuro.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rbcdh/v12n1/a06v12n1
https://www.academia.edu/22315624/Diane_E._Papalia_-_Desenvolvimento_Humano.PDF
https://www.academia.edu/22315624/Diane_E._Papalia_-_Desenvolvimento_Humano.PDF
https://www.redalyc.org/pdf/374/37415106.pdf
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/sem_pedagogica/jul_2009/aprendizagem_desenvolviemnto_sforni.pdf
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/sem_pedagogica/jul_2009/aprendizagem_desenvolviemnto_sforni.pdf
 
LIVRO 
 
• Título: Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem 
• Autor: Vitor da Fonseca 
• Editora: Artmed 
• Sinopse: Neste livro, Vitor da Fonseca apresenta um levantamento das principais 
linhas de conceituação do desenvolvimento psicomotor, conseguindo superar o 
desafio de unificar concepções de distintas disciplinas e de vários autores oriundos 
de diferentes culturas. O resultado é a mais completa e compreensível descrição do 
modo como funciona a psicomotricidade. 
 
 
 
FILME/VÍDEO 
 
• Título: O enigma de Kaspar Hauser 
• Ano: 1975 
• Sinopse: Um filme alemão ocidental de 1974, um dos mais celebrados do 
diretor Werner Herzog. O trabalho, cujo título significa, em tradução literal, "cada um 
por si e Deus contra todos" narra a história de Kaspar Hauser, uma criança 
abandonada envolta em mistério, encontrada na Alemanha Ocidental do século 
XIX, com alegadas ligações à família real de Baden. O filme fez parte da competição 
para a Palma de Ouro no Festival de Cannes 1975, em que ganhou três prêmios. 
O filme de Werner Herzog é baseado no livro "Kasper Hauser oder die Trägheit des 
Herzens", de Jakob Wassermann, publicado em 1908, que, por sua vez, retrata o 
caso de um adolescente encarcerado na Alemanha do século XIX até a idade de 16 
anos, quando teve seu primeiro contato verbal e social. Somente depois disso pôde 
ser observado algum desenvolvimento de Kaspar Hauser na linguagem e na 
socialização com outros indivíduos. 
Devido à aquisição tardia de uma língua materna, fora do período crítico da infância, 
Kasper Hauser nunca desenvolveu a competência linguística de um falante nativo, 
principalmente no que concerne à sintaxe. Além disso, outras habilidades sociais 
foram seriamente prejudicadas, ainda que ele fosse capaz de aprendizagem de 
disciplinas. Tal episódio demonstra a importância da linguagem no processo 
socializador de um indivíduo. 
• Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Wplj0ITkwho 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Filme
https://pt.wikipedia.org/wiki/1974_no_cinema
https://pt.wikipedia.org/wiki/Werner_Herzog
https://pt.wikipedia.org/wiki/Kaspar_Hauser
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alemanha_Ocidental
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX
https://pt.wikipedia.org/wiki/Baden
https://pt.wikipedia.org/wiki/1975
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jakob_Wassermann
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX
https://pt.wikipedia.org/wiki/Aquisi%C3%A7%C3%A3o_da_linguagem
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_materna
https://pt.wikipedia.org/wiki/Falante_nativo
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Processo_socializador&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Processo_socializador&action=edit&redlink=1
https://www.youtube.com/watch?v=Wplj0ITkwho
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE. O que é 
Psicomotricidade. 2019. Disponível em: https://psicomotricidade.com.br/sobre/o-
que-e-psicomotricidade/. Acesso em: 25 abr. 2020. 
 
FONSECA, V. Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem. 2.ed. São Paulo: 
Artmed, 2008. 
 
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J.C. Compreendendo o desenvolvimento motor: 
bebês, crianças, adolescentes e adultos. 7. ed. São Paulo: Phorte, 2013. 
 
HAYWOOD, K. M.; GETCHELL, N. Desenvolvimento Motor ao Longo da Vida. 
6. edição. São Paulo: Artmed, 2016. 
 
MAGILL, R. A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo: 
Edgard.Blücher, 2000. 
 
MANOEL, E. J. O estudo do desenvolvimento motor: tendências e perspectivas. 
In: TANI, G. Comportamento motor: Aprendizagem e Desenvolvimento. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan 2008. 333 p. 
 
PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano. 8. 
ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. 
 
PIAGET, J. Seis estudos de Piaget. 25. ed. Rio de Janeiro: Forense 
Universitária, 2011. 
 
TANI.G, Comportamento motor: Aprendizagem e Desenvolvimento. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 
 
 
 
UNIDADE II PRIMEIRA INFÂNCIA 
Professora Mestra Juliana Montenegro Seron 
 
Plano de Estudo: 
➔ Fase pré-natal e infantil; 
➔ Reflexos infantis e estereótipos rítmicos; 
➔ Habilidades motoras rudimentares; 
➔ Percepção infantil. 
 
Objetivos de Aprendizagem: 
● Conceituar e contextualizar os aspectos que afetam no desenvolvimento 
motor e que acontecem na fase pré-natal; 
● Compreender as características do crescimentoinfantil nas fases pré-natal e 
no período da infância no que tange o desenvolvimento motor; 
● Entender as particularidades do desenvolvimento desde o período 
gestacional até a infância; 
● Conhecer as etapas de desenvolvimento motor do movimento reflexo e do 
movimento rudimentar; 
● Entender a percepção infantil e de que maneira são desenvolvidas as 
percepções. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Caro(a) estudante, 
É com satisfação que dou início à nossa Unidade II desta disciplina. Durante 
nossos estudos você terá a oportunidade de compreender o começo do 
desenvolvimento infantil, quando pensamos numa perspectiva cronológica. Isso 
mesmo. Vamos começar esta caminhada estudando o desenvolvimento motor 
antes do ser humano ter nascido, na fase que chamamos de pré-natal, olhando para 
aspectos que acontecem durante a gestação, no que se refere ao crescimento e 
desenvolvimento. Com base nas teorias de desenvolvimento que já estudamos, 
estamos falamos da origem das aprendizagens e do comportamento motor. 
Pensando em contribuir em sua formação de maneira significativa, iremos 
explorar aspectos do desenvolvimento desde a fase pré-natal, por entender que 
nesse período acontecem diversas situações que devem ser aprendidas e que 
interferem na vida futura e nas intercorrências ao longo do desenvolvimento. 
Neste momento da disciplina nós iremos conhecer a base da ampulheta 
proposta por Gallahue e Ozmun (2013), que foi apresentada a você na primeira 
unidade, a dos movimentos reflexos, que são aqueles realizados pelo bebê, e a fase 
dos movimentos rudimentares, ou seja, iremos explorar o desenvolvimento motor 
do nascimento até 2 anos de idade. 
Se buscarmos historicamente, durante muito tempo a infância não era vista 
com suas particularidades e especificidades. A criança era vista como “adulto em 
miniatura” e socialmente bastava que ela fosse capaz de realizar as tarefas típicas 
da vida adulta para que ela assumisse diversas responsabilidades, dando adeus à 
infância e tudo àquilo que uma criança precisa para se desenvolver como ser 
humano. 
Hoje existem inúmeros estudos que apontam para o quanto esse período da 
vida é fundamental para as etapas futuras e o quanto existe uma base de 
aprendizagens que acontece na infância e que são aprendizagens essenciais e 
habilidades necessárias, que serão utilizadas em muitas outras demandas, como 
na alfabetização, por exemplo. 
 
Vamos, então, conhecer as duas primeiras fases do desenvolvimento motor: 
movimento reflexo e movimento rudimentar? 
 
 
 
1 FASE PRÉ-NATAL E INFANTIL 
 
 Neste tópico iremos começar a explorar o desenvolvimento motor, partindo 
da etapa pré-natal, que corresponde aos 9 meses ou 40 semanas de gestação, que 
pode, por diversos fatores, durar mais ou menos tempo. Vamos apresentar aqui 
uma série de aspectos que podem acontecer nesse período e podem também ser 
controlados, e, por sua vez, impactam o desenvolvimento motor do bebê e no 
decorrer da vida. Em seguida iremos tratar da taxa de crescimento pré-natal e 
infantil, sabendo que em nenhum momento da vida o corpo humano cresce como 
desde a concepção até os dois anos aproximadamente. 
Pensando na velocidade de crescimento que acontece nesse período de que 
formas o movimento se comporta? E as aprendizagens motoras? 
Neste tópico iremos conhecer aspectos da gestação que interferem no 
desenvolvimento, ou seja, condições de antes ou durante a gravidez que aumentam 
o risco da criança ter intercorrência e consequências no seu desenvolvimento. Em 
seguida vamos entender como acontece o crescimento pré-natal e durante a 
infância. 
 
1.1 Fatores Pré-Natais que Afetam o Desenvolvimento 
 Existem diversos fatores que afetam o desenvolvimento da criança e podem 
inclusive interferir futuramente no aprendizado de diversas habilidades e que 
acontecem durante a gestação. 
 Os fatores nutricionais e químicos estão relacionados à alimentação da 
mãe durante o período da gravidez. Se tais aspectos irão realmente interferir no 
desenvolvimento vai depender de algumas variáveis, tais como: “a condição do feto, 
o grau de abuso nutricional ou químico, a quantidade ou dosagem, o período da 
gravidez” (GALLAHUE; OZMUN, 2013, p. 100). O risco para o feto se dá quando 
existe um ou mais desses fatores apresentados. 
 Especificamente como aspecto nutricional temos a má nutrição pré-natal, 
que podem ter como resultado a má nutrição do feto, da placenta ou da mãe. A 
nutrição materna adequada significa que a mulher não ingere a quantidade 
 
necessária de nutrientes diariamente, o que contribui significativamente para a 
saúde geral da mãe e do bebê e, em alguns casos, impede deficiências de 
nascimento. Existem diversos estudos que associam determinados nutrientes a 
menor incidência de doenças, como, por exemplo, a ingestão do ácido fólico e a 
redução de deformidades do tubo neural que ocasiona a mielomeningocele ou 
espinha bífida. 
 Um dos aspectos químicos que pode causar danos no desenvolvimento 
infantil é o uso de medicamentos e drogas pela mãe. Como a parede da placenta é 
“porosa”, é possível que substâncias a penetrem e atinjam o feto. Medicamentos 
comprados rotineiramente nas farmácias, sem necessidade de receita ou 
acompanhamento médico podem causar danos para o feto. Por isso o cuidado com 
a gestante e os medicamentos a serem usados durante a gravidez são necessários, 
principalmente em determinados períodos da gestação. 
 Você já deve ter lido algo ou ouvido falar em doenças que acometem o 
universo infantil e que podem ser associadas ao uso de determinados remédios. 
Muitas vezes são pesquisas em andamento ou especulações, mas existe uma 
relação íntima do uso de medicamentos com o desenvolvimento do bebê e o 
surgimento de doenças. Sempre que for considerada a possibilidade de que uma 
disfunção seja associada ao uso de medicamentos durante a gestação devem ser 
considerados os seguintes fatores: período da gravidez que foi tomado, dose, tempo 
que tomou o remédio, predisposições genéticas do feto, interação dos quatro 
aspectos. 
A tabela a seguir mostra alguns exemplos de medicamentos que ocasionam 
efeitos na criança quando usados durante a gestação. 
 
 
 
Tabela 1 - Efeitos de medicamentos usados durante a gestação que podem afetar 
o desenvolvimento 
 
Fonte: Gallahue e Ozmun (2013, p. 111). 
 
Por outro lado, existem aqueles medicamentos que são “necessários”, ou 
seja, que a mãe precisa tomar, pois estão em tratamento médico ou por mal-estar. 
Evidente que quando existe o acompanhamento médico saudável, o profissional vai 
receitar remédio em último caso. Vários medicamentos, sem receita, apresentam 
potencial para prejudicar o desenvolvimento do feto. A tabela a seguir mostra 
algumas doenças que a mãe pode ter, qual medicação é administrada e quais seus 
possíveis efeitos. 
 
Tabela 2 - Drogas usadas durante a gestação e seus possíveis efeitos no bebê 
 
Fonte: Gallahue e Ozmun (2013, p. 112). 
 
 
Por último vamos falar sobre o uso de drogas lícitas e ilícitas durante a 
gravidez. Você já ouviu falar sobre a Síndrome Alcoólica Fetal ou do Alcoolismo 
Fetal? Pois bem, está relacionada ao abuso de álcool durante a gestação e a 
maneira como tal hábito afeta o desenvolvimento do feto. Essa síndrome, além de 
causar alterações nas características faciais, traz como consequências atrasos no 
desenvolvimento psicomotor. 
Sobre o uso de álcool e tabaco na gestação Gallahue e Ozmun (2013, p. 
113) explicam que 
 
Embora o álcool e o tabaco sejam considerados por muitos como 
drogas que alteram a mente ou o humor, nos falaremos elas em 
separado por causa da frequência de uso e para amplificar os 
potenciais perigos. Foi relatado variavelmente que há mais de um 
milhão de mulheres alcoolistas em idade fértil. O feto é afetado duas 
vezes mais rápido do que a mãe pelo consumo de álcool e com o 
mesmo nível de concentração. 
 
 O uso

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