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Manejo Reprodutivo de Bovinos O manejo reprodutivo é a combinação de um conjunto de técnicas relacionadas com a reprodução animal, que visam otimizar a eficiência reprodutiva de rebanho. Nesse sentido, a eficiência reprodutiva é índice que apresenta o desempenho do manejo reprodutivo de um rebanho, englobando todas as características ligadas à reprodução da fêmea, incluindo as principais fases da criação. Esse manejo possui como pilar a nutrição, sanidade (prevenção de doenças), genética e manejo (cura de umbigo, fornecimento do colostro, etc). Melhoramento Genético As técnicas de melhoramento genético, tem como principal objetivo imputar aos bovinos de um rebanho características positivas de produção. Nesse sentido, um dos cuidados a serem tomados está relacionado à escolha dos reprodutores com o intuito de que com o passar do tempo, a herança de características positivas seja maior que a de negativas. A seleção dos touros reprodutores deve passar por um criterioso exame seletivo para avaliar aspectos como: condição corporal e principalmente do aparelho genital, a fim de identificar processos inflamatórios, anomalias e defeitos. Além da analise do fenótipo do animal e outros testes de progênie e andrológico. A inseminação artificial (IA) é um meio eficaz de alcançar um rebanho de qualidade e uma melhora reprodutiva de bovinos. No caso do gado de corte, a IA possibilita a produção de animais de alta performance para produção de carne. Vacas férteis são aquelas que ficam prenhas assim que se inicia a maturidade sexual, elas são aptas a levar a prenhez até o fim da gestação e apresentam capacidade reprodutiva de um bezerro sadio ao ano. O estado sanitário do rebanho influencia diretamente no nascimento de bezerros, uma vez que existem doenças infecciosas, que comprometem o aparelho reprodutor dos animais, prejudicando severamente a fecundação e ocasionando o aumento de fatores como: abortos, infertilidade, disfunções hormonais, cios repetidos, além de nascerem com porte bem menor que o normal. Práticas de Manejo Identificação dos animais e registros de ocorrências (abortos, DG, peso da cria, ano nascimento, peso a desmama, etc), escolha do período de monta, escolha do sistema de acasalamento, preparo de novilhas para reposição, diagnostico de gestação e descarte, determinação da idade à desmama, atendimento às exigências nutricionais e controle sanitário do rebanho. Classificação ECC – Escore de Condição Corporal É análise subjetiva usada para avaliar a condição corporal do animal, sendo utilizadas duas escalas que podem variar do 1 ao 5 e outra do 1 ao 9. Sendo: ECC 1 = caquético ECC 4 = gordo ECC 2 = magro ECC 5 = obeso ECC 3 = média ou ideal Nas vacas leiteiras os pontos a serem avaliados para definição do ECC é através do íleo, processo transverso, ligamento sacral, ísquio, articulação coxofemoral e ligamento da base da cauda. Para avaliação do ECC deve se levar em conta a categoria animal. Os nutrientes ingeridos são utilizados de uma forma de prioridade: 1° Metabolismo basal 2° Atividade 3° Crescimento 4° Reserva de energia 5° Gestação 6° Lactação 7° Reservas energéticas adicionais 8° ciclo estral e concepção Baixa Eficiência Reprodutiva Os fatores que levam a baixa eficiência são reflexos de distúrbios que afetam negativamente a função fisiológica das fêmeas e dos machos. Os principais fatores da baixa eficiência são: baixo desempenho reprodutivo, potencial genético inferior dos animais e alimentação inadequada, tendo como consequência o aumento do período de serviço, a elevação do numero de serviço/concepção, aumento do intervalo entre partos, redução da vida útil da fêmea e descartes precoces de reprodutores. Suplementação para Bezerros Creep-feeding: sistema utilizado para aumentar o ganho de peso dos bezerros à desmama através da utilização de um cocho privativo, dentro de um cercado, ao qual só o bezerro tem acesso. Creep-grazing: é uma forma de fornecer forrageira de melhor qualidade aos bezerros em aleitamento, consiste em cercar uma área dentro da invernada das vacas, de forma que só os bezerros tenham acesso, e introduzir, nessa área, pasto de ótima qualidade. O bezerro possui importância nos estímulos visuais e olfatório na inibição da secreção de LH durante a fase de aleitamento, bem como a expressão da seletividade materna. Efeitos da Amamentação no Restabelecimento da Atividade Ovariana Pós-Parto A amamentação promove a supressão da atividade ovariana durante o período pós- parto imediato (anestro fisiológico), suprime a liberação pulsátil de LH pela pituitária, interfere na liberação de GnRH pelo hipotálamo/hipófise não responde adequadamente ao estimulo GnRH. Vários neurotransmissores podem estar envolvidos com efeitos deletérios da amamentação os opioides endógenos (endorfinas, encefalinas e dinorfinas) que atuam inibindo a liberação de GnRH pelo hipotálamo. As altas concentrações de opioides endógenos são mantidas durante o inicio da lactação em vacas que amamentam seus bezerros e inibem a liberação de LH, a ocitocina liberada pela neurohipófise e os opioides endógenos agem sinergicamente para facilitar o surgimento do comportamento. A interação mãe-cria pode suprimir o estro e a ovulação mesmo não havendo o estimulo de amamentação. O estado nutricional pré e pós-parto influencia as concentrações de LH na hipófise, sendo que vacas com ECC ao parto de 3 ou maior e que exibiram um aumento no ECC após o parto tiveram concentrações de LH na hipófise maiores do que os demais grupos. Efeito da Mamada na Duração do Anestro Analisando o efeito da mamada na duração do anestro pós-parto verificou que a restrição da amamentação a única vez ao dia durante 30 minutos, levou a redução de 17 dias no período de anestro, verificou também que as vacas que permaneciam totalmente isoladas de suas crias, sem contato visual nem auditivo, apresentam redução ainda maior (28 dias) no intervalo do parto até o primeiro cio, esse fato permite concluir que, outros fatores além do estímulo tátil nos tetos, influem na inibição das atividades reprodutivas de fêmeas bovinas no pós-parto. Desmame Em gado de corte deve ser feito entre 6 a 8 meses, pode ser feito mais tardiamente ou antecipado com suplementação do bezerro, sem causar prejuízo ao seu desenvolvimento. A idade da desmama sempre vai ser conferida de acordo com a disponibilidade de forragens e suplementação e da condição corporal da vaca. O início da lactação (maior exigência nutricional) deve coincidir com épocas de pastagens de boa qualidade, a desmama deve acontecer no início do período seco, onde ocorre a redução das exigências nutricionais da vaca. Deve realizar descarte de vacas que desmamaram bezerros mais leves e que estão vazias, liberando pastagens para outras categorias de animais, mantendo aquelas que possuem maior habilidade materna, ou seja, desmama bezerros mais pesados. Deve-se dar preferencia ao desmame no final da estação das chuvas, início da estação seca, quando as pastagens são de melhor qualidade, desta forma com estação de monta de outubro/novembro a janeiro a desmama aconteceria entre janeiro/fevereiro a abril/maio do ano seguinte. Durante a desmama há estresse causado pelo efeito emocional e nutricional onde é privado do leite, que é a base de sua alimentação, e em seguida submetido a um pasto normalmente amadurecido, pobre em qualidade e com reduzida digestibilidade, causando um atraso no desenvolvimento, maior suscetibilidade a doenças e parasitoses. A permanência de algumas vacas madrinhas,junto ao lote de bezerros desmamados, é sempre aconselhável como forma de diminuir o estresse, a suplementação alimentar e a utilização de pastos reservados, e o apadrinhamento são medidas indispensáveis para não agravar o quadro. O controle de ecto e endo parasitas assim como vacinações preventivas, devem ser realizados de forma menos estressante possível. Para determina a percentagem de desmama deve-se proceder da seguinte forma: Desmama tradicional: feita quando os bezerros atingem entre 6 a 10 meses, neste momento, já possuem pleno desenvolvimento ruminal e a dependência do leite materno é mínima, entretanto, mesmo com pouca dependência nutricional materna o desempenho dos bezerros depois de desmamados tende a decair consideravelmente. Desmama precoce: feita entre 2 e 4 meses, justificada quando há escassez de forragem durante o período de monta e lactação, permitindo que as femeas recuperem o ECC e possam conceber ainda dentro da estação de monta, normalmente realizado em vacas primíparas. A suplementação dos bezerros deixa essa prática antieconômica . Vacas que desmamaram precocemente ( 2 meses e 10 dias de idade) ganharam 67Kg de peso a mais em relação as vacas que desmamaram seus bezerros aos 7 meses e com relação ao desempenho reprodutivo, as taxas de prenhez foram 91% para as vacas com desmame precoce, contra 26% para o desmame tradicional. O estresse da amamentação é o principal fato do baixo desempenho reprodutivo na pecuária e está relacionado à deficiência nutricional e a intensidade de amamentação, para maior eficiência, a desmama precoce deve ocorre dentro da estação de monta, possibilitando a reconcepção imediata, sendo recomendada para períodos escassez de forragem e, para novilhas de primeira cria, quando a condição corporal é baixa. Quando realizado a desmama precoce ocorre a necessidade de suplementação com uma boa mistura mineral, palatabilizante, estimulantes da flora ruminal, estimulantes de apetite, leite em pó (observar relação custo X benefício) e acesso a bom volumoso. A desmama precoce tem como vantagens a redução do estresse da lactação, diminuição dos requerimentos nutricionais da vaca, antecipa o restabelecimento do desempenho reprodutivo. Desmama temporária - Shang: consiste na separação temporária do bezerro por um período de 48 a 72 horas, a partir de 30 dias pós-parto, podendo ser repetida quantas vezes forem necessárias dentro da estação de monta. Amamentação controlada: tem o objetivo de controlar o acesso do bezerro à amamentação, a partir de 30 – 45 dias de idade os bezerros são apartados das vacas e amamentados em 2 períodos das 6 as 8 horas e das 16 a 18 horas. Monta em Bovinos/Monta Continuada O touro permanece com o rebanho durante o ano todo e os nascimentos se distribuem ao longo do ano, apesar de uma maior concentração durante os meses de julho a setembro. A ocorrência de nascimentos em épocas inadequadas prejudica o desenvolvimento dos bezerros, devido à maior incidência de doenças de parasitos, ou menor disponibilidade de pastagens para as matrizes, durante o período de lactação. A maior dificuldade é o controle zootécnica e sanitário do rebanho, devido à falta de uniformidade dos animais. Estação de Monta A estação de monta (EM) é uma prática da criação de bovinos em que as fêmeas em reprodução são expostas ao touro ou à inseminação artificial (IA) durante um determinado período do ano, com o objetivo de concentrar os partos e, em sequencia as operações. A implantação deve coincidir com o período do ano de maior disponibilidade de forragens de melhor qualidade (estação das chuvas), deve realizar avaliação da fertilidade dos touros ou do sêmen para não ocorrer comprometimento nos índices de prenhez e deve avaliar a condição ginecológica das fêmeas antes de entrarem na EM e, de acordo com resultado, estabelecer estratégias de manejo para aumentar a eficiência reprodutiva. O período da estação de monta recomendada é de no máximo 4 meses (120 dias), ideal 3 meses, pois as fêmeas terão oportunidade de 5 – 7 cios consecutivos conceberem. A implantação da E.M na propriedade deve ser longa, começando com 6 a 7 meses (setembro a março) e ir diminuindo os meses ano a ano. Se este período não for suficiente, constata-se que deve estar ocorrendo alguma deficiência no sistema, como baixas taxas fertilidades dos touros e/ou matrizes, subnutrição, ou manejo inadequado, descarte de animais com problemas. A implantação da estação de monta gera diversas vantagens como lotes uniformes de bezerros, concentração de nascimentos em um determinado período do ano, calendário sanitário e manejo ocorrem em idades e épocas especificas, plena recuperação do touro devido o período de descanso. A escolha da estação de monta depende de diversos fatores como condições climáticas, disponibilidade de pastagens, mão de obra, época adequada para nascimento dos bezerros e finalidade de produção. A estação de monta para novilhas (290 – 300 Kg/vivo) deve iniciar 30 dias antes da EM de vacas, possuindo duração de 45 – 60 dias para ter mais tempo para recuperação do estado fisiológico após a primeira cria. Fertilidade dos Touros É realizado exame andrológico completo para determinação da fertilidade. O exame físico consiste na analise de defeitos de aprumos, condição corporal, incidência de doenças, problemas respiratórios e dentição. O exame do trato reprodutivo são anormalidades dos órgãos genitais. Deve realizar avaliação das características do sêmen, avaliação da libido e capacidade de monta e relação touro/vaca. Inseminação Artificial em Bovinos Inseminação artificial é a técnica de deposição mecânica do sêmen in natura ou diluído no aparelho reprodutor da fêmea (útero), após a introdução do sêmen no trato genital da fêmea, ocorrerá naturalmente a fecundação (união do espermatozoide com o óvulo e a formação de um novo ser ocorre naturalmente, sem a interferência do homem). Possui vantagem da utilização de touros provados, inseminar inúmeras vacas, não há necessidade de compra de touros em pequenas propriedades, melhoramento genético em menor tempo, diminuição de doenças reprodutivas, utilização de animais que apresentaram lesões, padronização do rebanho, diminuição de chances de partos distócicos, datas precisas de parto, efetuar cruzamentos com animais de alta produção. A IA possui desvantagens como investimento inicial, necessidade de pessoal capacitado, necessidades de instalações básicas (tronco coberto, cômodo para materiais de IA, botijão, pia com água corrente) e necessidade de maior cuidado na observação do cio. A detecção do cio pode ser realizada com observação dos animais no período da manhã e no final da tarde (vacas observadas em cio pela manhã inseminadas na tarde do mesmo dia e vacas observadas em cio no período da tarde inseminadas na manhã do dia seguinte), rufiões, fêmeas androgenizadas, marcadores de tinta, buçal marcador e detectores eletrônicos. O cio se repete entre 18 a 24 dias com duração de estro de 12 horas para zebuínos e 14 horas para taurinos com tempo médio de 12 horas, a ovulação ocorre 6 a 18 horas após o final do cio e o ovulo possui vida útil de 6 a 10 horas e o sêmen de 20 a 30 horas. Os materiais utilizados na IA são: botijão de nitrogênio líquido, sêmen, luvas, bainhas, aplicador, termômetro, cortador de palhetas, pinça, tesoura, papel toalha, garrafa térmica, descongelador e água quente. O sêmen deve ser descongelado em água com temperatura entre 35 a 37°C, quando o sêmen é descongelado em temperatura inferiores a esta o tempo de descongelamento é maior permitindo nova organizaçãode cristais de gelo que provoca danos em varias partes dos espermatozoides, na temperatura correta e no tempo de 30 segundos a velocidade de descongelamento é rápida o bastante para evitar a reorganização destes cristais, o que promove sobrevivência de um maior número de espermatozoides viáveis, proporcionando assim maior poder fecundante da dose descongelada. Antes de iniciar a IA deve conter o animal no tronco e observado o muco (clara de ovo), realizar a montagem do aplicador com bainha e palheta, antes de inserir o aplicador realizar limpeza da vulva com o dorso da mão e então insira o aplicador e atravesse a cérvix e aplique o sêmen no colo do útero. Diagnostico gestacional em 30 dias.
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