Buscar

Abdome Agudo Inflamatório I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

É causada por processo inflamatório e/ou infeccioso em cavidade 
abdominal, órgãos ou estruturas adjacentes. Costuma cursar com 
manifestações de peritonite e alterações de ritmo intestinal. 
Caracteriza-se por dor de início insidioso e intensidade progressiva. 
Pode ser causado por um processo agudo ou pela agudização de uma 
doença crônica. 
Dentre as causas destacam-se: apendicite aguda, colecistite aguda, 
pancreatite aguda e diverticulite aguda. 
A dor abdominal pode ser de origem somática ou visceral, referida ou 
irradiada, ou originada a partir de mediadores inflamatórios que 
estimulam as terminações nervosas resultando em dor localizada. 
A fisiopatologia do AAI baseia-se, sobretudo, na extensão do 
processo inflamatório/infeccioso ao peritônio e às modificações do 
funcionamento do trânsito intestinal. 
Quando o processo inflamatório e/ou infeccioso atinge o peritônio 
visceral, ocorre paralisia da musculatura lisa envolvida, gerando Íleo 
paralítico → Inervação pelas fibras autonômicas → Distensão e 
contração viscerais → Dor difusa e mal localizada. 
Quando a inflamação se estende ao peritônio parietal ocorre 
contratura muscular abdominal localizada ou difusa → Inervação 
ocorre pelas fibras somáticas cerebroespinais → Dor localizada, 
contínua e intensa. 
Ao se instalar o processo de peritonite, a deterioração clínica do 
indivíduo pode ocorrer rapidamente e constitui-se um sinal de 
gravidade e mau prognóstico. 
A dor abdominal é o sintoma preponderante no AAI, podendo ser 
decorrente de um processo recente, como na apendicite aguda, ou 
crônico agudizado tal qual nos casos de colecistite aguda por litíase 
biliar ou diverticulite por doença diverticular do cólon. 
A dor costuma ser progressiva nos casos de apendicite, colecistite 
aguda, pancreatite aguda e diverticulite. 
Quando a dor evolui com piora progressiva uma conduta cirúrgica é 
necessária na maioria das vezes. 
A dor exacerbada com a movimentação é comumente vista no AAI, e 
habitualmente indica peritonite. 
Náuseas e vômitos podem ocorrer na evolução do AAI, podendo ser 
resultado do quadro álgico intenso ou até mesmo de estase intestinal 
secundária à irritação do peritônio visceral. 
A febre é um sintoma comumente observado, podendo surgir já nas 
fases iniciais do processo, com temperaturas mais brandas, piorando 
com a evolução do quadro, sobretudo quando há processo supurativo 
instalado. 
Obstipação comumente ocorre no AAI secundária à paralisia das alças 
intestinais. Entretanto, diarreia pode estar presente, sobretudo em 
casos de abscessos pélvicos. Disúria pode ocorrer nos casos de 
apendicite. 
– Hemograma: procurar por leucocitose e aumento de neutrófilos – 
verificar se há desvio para a esquerda 
– Sumário de Urina: identificar causas urinárias. Pesquisar 
desidratação, colúria, leucocitúria 
– Amilase e lipase: marcadores inflamatórios. Elevação do valor em 
3x sugere pancreatite aguda 
– BHCG, dosagem de eletrólitos, creatinina, ureia sérica e função 
hepática: estimar perdas e avaliar outras causas, como doenças renais, 
causas hepáticas e biliares e gravidez. 
– Radiografia de tórax: presença de ar em cavidade abdominal – 
pneumoperitônio. 
– Radiografia de abdome: obstruções intestinais, alças distendidas, 
níveis hidroaéreos 
– Ultrassonografia abdominal: causas ginecológicas e biliares 
Presença de cálculos, espessamento das paredes da vesícula, dilatação 
ductal, aumento do diâmetro do apêndice 
– Tomografia computadorizada: espessamento de paredes, 
densificação de gordura pericólica, delimitação pancreática. 
O abdome agudo ginecológico ou a síndrome do abdome agudo 
ginecológico é uma manifestação clínica cuja principal característica 
é a dor abdominal aguda, que requer abordagem imediata, clínica ou 
cirúrgica. Constitui-se em um dos problemas mais importantes na 
prática médica em virtude de sua alta incidência, das dificuldades e 
dúvidas no seu diagnóstico e da necessidade de se adotar uma 
terapêutica precoce. O abdome agudo cirúrgico é uma situação clínica 
frequente, responsável por cerca de 7% a 10% das consultas em 
prontos atendimentos, de apresentação brusca, que se manifesta 
mediante sintomas e sinais indicativos de uma afecção abdominal 
aguda potencialmente grave e de caráter evolutivo. Exige decisões 
terapêuticas rápidas e objetivas, em que se estabelece a necessidade 
ou não de uma intervenção cirúrgica e se essa deve ser realizada 
imediatamente ou não. Caso essas ações não ocorram em tempo hábil, 
as consequências podem ser irreparáveis, e estas variam desde a 
condição de cronificação do processo de dor, com perda de fertilidade, 
até óbito. A dor aguda no abdome inferior e na pelve é uma queixa 
comum. Sua definição varia de acordo com a duração, mas, em geral, 
o desconforto está presente há menos de sete dias. 
O abdome agudo pode ser causado por uma variedade de transtornos. 
A localização da dor pode ser útil na classificação do abdome agudo, 
por indicar as possíveis causas ou os órgãos acometidos. O abdome 
agudo também pode ser classificado segundo a natureza do processo 
patológico que envolve as estruturas abdominais. Além disso, doenças 
de localização extra-abdominal ou sistêmica podem ser responsáveis 
por esse quadro clínico. 
A dor pode ser classificada em somática, visceral ou referida, de 
acordo com o tipo de fibras nervosas aferentes envolvidas. Além 
disso, a dor pode ser inflamatória ou neuropática, dependendo da fase 
fisiológica que a produz. A dor somática ou parietal origina-se de 
nervos aferentes do sistema nervoso somático, que inerva o peritônio 
parietal, pele, músculos e tecidos subcutâneos; é caracteristicamente 
aguda, localizada, fixa e constante; e é comum em casos de abdome 
agudo inflamatório. Já a dor visceral tem origem em fibras aferentes 
do sistema nervoso autônomo, que transmite informações das vísceras 
e do peritônio visceral, essas fibras são esparsas e, por isso, o estímulo 
sensorial é difuso, resultando normalmente em dor generalizada, 
obtusa e mal localizada; piora com a distensão e a contração das alças 
intestinais. Os estímulos nocivos, normalmente, são estiramento, 
distensão, isquemia, necrose ou espasmos dos órgãos abdominais. As 
fibras viscerais aferentes são pouco mielinizadas e os potenciais de 
ação disseminam-se com facilidade para estimular os nervos 
somáticos adjacentes. Assim, a dor visceral, algumas vezes, é referida 
aos dermátomos que correspondem a essas fibras nervosas somáticas 
adjacentes, caracterizando a chamada dor referida. 
– Definição: pode ser definida como a inflamação química e/ou 
bacteriana da vesícula biliar, na maioria das vezes desencadeada a 
partir da obstrução do ducto cístico. Como a litíase vesicular ou 
colelitíase são a principal causa dessa doença, a obstrução decorre da 
impactação de um cálculo na região infundíbulo-colocística, com 
consequente hipertensão, estase, fenômenos vasculares, inflamatórios 
e proliferação bacteriana. A colecistite aguda acomete 
preferencialmente pessoas de sexo feminino, adultos jovens e idosos, 
sendo, frequentemente, a primeira manifestação da doença litiásica. 
– Fisiopatologia: o processo desencadeado pode involuir, abortar, 
como decorrência da mobilização do cálculo. Pode, também, evoluir 
para hidropisia vesicular, empiema, necrose, perfuração bloqueada ou 
em peritônio livre (coleperitônio). Menos frequentemente, a 
colecistite aguda pode ocorrer na ausência de obstrução do ducto 
cístico, quando é denominada alitiásica com fisiopatologia pouco 
conhecida. Pode estar associada a processos autoimunes, toxinas 
circulantes ou substâncias vasoconstritoras, acometendo pacientes 
hospitalizados crônicos, em unidades de terapia intensiva, 
politraumatizados, sépticos, em pós-operatório e idosos. 
– Quadro Clínico: a dor é a principal manifestação da colecistite 
aguda, frequentemente desencadeada pela ingestãode alimentos 
colecistocinéticos. Inicialmente, assume o caráter de cólica, expressão 
clínica do fenômeno obstrutivo, e a seguir torna-se contínua, como 
decorrência dos fenômenos vasculares e inflamatórios. À localização 
inicial no hipocôndrio direito, segue-se irradiação para o epigástrio, 
dorso e difusa para o abdome na vigência de complicações. Náuseas 
e vômitos são frequentemente observados. O estado geral está na 
dependência da intensidade do processo inflamatório e principalmente 
infeccioso. Costuma estar preservado, sem grandes alterações 
hemodinâmicas e apresentar febre raramente superior a 38°C. É 
possível observar icterícia discreta. A inspeção do abdome revela 
posição antálgica ou discreta distensão. A palpação do abdome é, sem 
dúvida, o recurso propedêutico mais valioso, podendo revelar 
hipersensibilidade no hipocôndrio direito e defesa voluntária. O sinal 
de Murphy (interrupção da inspiração profunda pela dor à palpação 
da região vesicular) é, talvez, a expressão maior da propedêutica 
abdominal na colecistite aguda. A percussão abdominal revela dor ao 
nível do hipocôndrio direito, consequente à irritação do peritônio 
visceral, o mesmo ocorrendo com os ruídos hidroaéreos que se 
encontram diminuídos ou, até normais. É importante ressaltar que tal 
exuberância propedêutica pode estar mascarada em pacientes idosos 
ou imunocomprometidos. 
– Exames de Imagem: a USG de abdome é o exame de escolha inicial, 
apresenta 99% de sensibilidade para visualização de dilatação ductal 
nos casos de coledocolitíase associada. A TC de abdome é utilizada 
na presença de dúvidas diagnósticas após realização da USG ou para 
investigar acometimento de órgãos adjacentes, como pâncreas e 
duodeno, caso o quadro sugira, possui baixa sensibilidade para 
colelitíase, sendo mais útil no diagnóstico diferencial com 
colangiocarcinoma, coledocolitíase e para avaliação de complicações. 
Já o RX de abdome em 10 a 20% dos casos pode-se identificar a 
presença de cálculos radiopacos no hipocôndrio direito. o Podem ser 
identificada dilatação de alças adjacentes à vesícula devido ao íleo 
paralítico secundário. 
– Definição: a pancreatite aguda é uma doença que tem como 
substrato um processo inflamatório da glândula pancreática, 
decorrente da ação de enzimas inadequadamente ativadas, que se 
traduz por edema, hemorragia e até necrose pancreática e 
peripancreática. Este quadro é acompanhado de repercussão sistêmica 
que vai da hipovolemia ao comprometimento de múltiplos órgãos e 
sistemas e, finalmente, ao óbito. 
– Fisiopatologia: aproximadamente 80% das pancreatites agudas 
estão relacionadas à doença biliar litiásica ou ao álcool. Embora 
muitas outras etiologias já estejam estabelecidas (trauma, drogas, 
infecciosas, vasculares e manuseio endoscópico), uma parcela não 
desprezível permanece com a etiologia desconhecida, sendo, portanto, 
denominada idiopática. 
– Quadro Clínico: nem sempre o quadro clínico da pancreatite aguda 
é característico, o que, por vezes, torna difícil o seu diagnóstico. São 
importantes, pela frequência, a dor abdominal intensa, inicialmente 
epigástrica e irradiada para o dorso, em faixa ou para todo o abdome, 
além de náuseas e vômitos, acompanhada de parada de eliminação de 
gases e fezes. O polimorfismo no quadro clínico da doença é o 
principal responsável pelo erro no seu diagnóstico. Considerando a 
ampla variedade de apresentações da pancreatite aguda, bem como o 
grande potencial de gravidade da doença, há muito se constitui 
preocupação a caracterização das formas leves e graves da pancreatite. 
A diferenciação entre essas formas pode ser feita pelos critérios 
prognósticos com base em dados clínicos, laboratoriais e de imagem. 
A diferenciação entre essas formas pode ser feita pelos critérios 
prognósticos com base em dados clínicos e laboratoriais (critérios de 
Ranson, APACHE II e outros) e/ou radiológicos (critérios de 
Balthazar). O exame físico da pancreatite aguda nas formas leves (80 
a 90%) mostra um paciente em regular estado geral, por vezes em 
posições antálgicas, sinais de desidratação e taquicardia. O abdome 
encontra-se distendido, doloroso difusamente à palpação profunda, 
especialmente no andar superior e com ruídos hidroaéreos 
diminuídos. Algumas vezes, é possível palpar abaulamentos de 
limites indefinidos, os quais sugerem a presença de coleções 
peripancreáticas. Nas formas graves de pancreatite aguda (10 a 20%), 
o paciente se encontra em estado geral ruim, ansioso, taquicárdico, 
hipotenso, dispnéico e desidratado. O abdome encontra-se distendido, 
doloroso difusamente e com sinais de irritação peritoneal difusa. É 
possível identificar equimose e hematomas em região periumbilical 
(sinal de Cullen) ou nos flancos (sinal de Grey Turner). Os ruídos 
hidroaéreos encontram-se reduzidos, ou mesmo abolidos. Nessa 
eventualidade, impõe-se tratamento em unidades de terapia intensiva 
e por equipe multidisciplinar. 
– Exames de Imagem: o diagnóstico de pancreatite aguda requer pelo 
menos dois dos três seguintes achados: 
A amilase sérica eleva-se precocemente, apresentando normalização 
dos seus níveis após 48 horas, enquanto que a lipase eleva-se mais 
tardiamente que a amilase, porém seus níveis permanecem altos por 
mais tempo. A TC de abdome contrastada é o exame de escolha, já 
que permite boa visualização do pâncreas e de complicações; é útil 
para diagnóstico e estratificação da gravidade do quadro; pode-se 
fazer o estadiamento precoce através da classificação de Balthazar. 
– Definição: a diverticulite dos colos caracteriza-se pelo processo 
inflamatório de um ou mais divertículos, podendo estender-se às 
estruturas vizinhas e causar uma série de complicações. A doença 
diverticular dos colos compreende a diverticulose universal dos colos, 
a doença diverticular do sigmóide e o divertículo do ceco, cada uma 
dessas formas com características peculiares. Essa doença é mais 
comum em pessoas acima de 50 anos de idade, fato que contribui para 
o aumento da sua morbimortalidade. 
– Fisiopatologia: existem 2 tipos de divertículos, os verdadeiros – que 
vão apresentar herniação sacular de toda a parede intestinal – e os 
pseudodivertículos – protusão da mucosa e submucosa através da 
muscular própria do cólon (mais comum). Costumam acometer o 
cólon esquerdo e o sigmoide, tendo o reto poupado SEMPRE. 
Ocorrem no ponto em que as artérias nutrientes, ou vaso retos, 
penetram a muscular própria, dando origem a uma ruptura na 
integridade da parede colônica. Essa restrição anatômica pode resultar 
da zona de pressão relativamente alta dentro da camada muscular do 
cólon sigmoide. Contrações de maior amplitude, combinadas com as 
fezes endurecidas e ricas em gorduras dentro do lúmen sigmoide em 
uma área de fraqueza da parede colônica, resultam na criação desses 
divertículos. Como consequência, os vasos retos são comprimidos ou 
sofrem erosão, resultando em perfuração ou sangramento. 
– Quadro Clínico: sangramentos (mais comum hematoquezia nos 
pacientes > 60 anos, pacientes de risco) autolimitados e param de 
forma espontânea com repouso intestinal, inflamação do divertículo, 
febre, anorexia, dor no quadrante inferior esquerdo do abdome e 
obstipação, alguns casos apresentam peritonite sendo indicativo de 
perfuração. 
– Exames de Imagem: investigação do sangramento com 
colonoscopia ou angiotomografia, solicitar TC de abdome para 
investigação de diverticulite aguda, será possível perceber 
divertículos no sigmoide, parede colônica espessada > 4mm e 
inflamação na gordura pericólica, com maior ou menor quantidade de 
acúmulo de material de contraste ou de líquido. 
 
 
– Definição: emergência cirúrgica abdominal mais comum, a 
perfuração é a complicação mais comum, com maior risco em 
menores de 5 anos ou maiores de 65 anos. 
– Fisiopatologia: sua patogênese não é completamente 
compreendida. Fecalitos, resíduosalimentares, hiperplasia linfoide, 
fibrose intraluminal, tumores, bactérias, vírus, DII, podem causar 
apendicite. A obstrução do lúmen do apêndice é considerada uma 
etapa importante no desenvolvimento da apendicite (obstrução → 
supercrescimento bacteriano + distensão luminal → aumento da 
pressão intraluminal → inibição do fluxo de linfa e sangue → 
trombose vascular e necrose isquêmica com perfuração do apêndice 
distal). A maioria dos pacientes que apresentarão perfuração o fazem 
antes de serem avaliados por cirurgiões. Quando ocorre a perfuração, 
o vazamento resultante pode ser contido pelo omento ou outro tecido 
adjacente, formando um abcesso. A perfuração livre geralmente causa 
peritonite grave. 
– Quadro Clínico: os pacientes com mais de 48h de evolução tem 
mais chances de apresentar perfuração. A apresentação 
sintomatológica característica da apendicite aguda é quadro inicial de 
dor abdominal inespecífica (dor referida), de intensidade moderada, 
localizada em região periumbilical, que cursa com náuseas e anorexia. 
Cerca de 12h após o começo dos sintomas, a dor migra em cerca de 
50-60% dos pacientes, se localizando em fossa ilíaca direita, no ponto 
de McBurney, que é localizado no limite entre o terço médio e lateral 
de uma linha traçada da espinha ilíaca anterossuperior direita ao 
umbigo. A migração da dor é o sintoma mais importante para o 
diagnóstico da apendicite aguda. Náuseas e vômitos também podem 
acompanhar a dor e a febre acontece mais tardiamente no curso da 
doença. Alguns pacientes apresentam sintomas inespecíficos como: 
indigestão, flatulências, alteração do hábito intestinal, diarreia, mal 
estar generalizado. No caso de perfuração o paciente pode apresentar 
duas apresentações clínicas: perfuração bloqueada é quando um 
abscesso é formado, o paciente queixa-se de desconforto em fossa 
ilíaca direita e pode haver presença de plastrão (massa palpável); e na 
perfuração livre ocorre dor de grande intensidade e com aspecto 
difuso. O abdome do paciente se apresenta em tábua com rigidez 
generalizada e temperatura maior que 39 graus. Esse segundo quadro 
pode evoluir para sepse. Ocasionalmente, a dor pode melhorar um 
pouco após a ruptura do apêndice por causa de alívio da distensão 
visceral, embora um verdadeiro intervalo livre de dor seja incomum. 
Outros sintomas possuem relação com a posição da ponta do apêndice 
inflamado. Se for próximo a bexiga, por exemplo, pode ser achado 
hematúria microscópica e manifestações urinárias. No exame físico 
do paciente com apendicite aguda geralmente o acometido pelo 
quadro fica imóvel no leito. Está febril, com temperatura em torno de 
38 graus. No exame do abdome, apresenta hipersensibilidade à 
palpação, no ponto de McBurney principalmente, com defesa 
abdominal. Um achado precoce é hipersensibilidade cutânea no 
quadrante inferior direito. Algumas manobras no exame físico podem 
dar sinais para o cirurgião da inflamação e confirmar o diagnóstico. 
Os pacientes podem apresentar o sinal de Blumberg, sinal de Rovsing 
e o sinal de Psoas. Outra parte importante do exame físico é a pesquisa 
de massa em fossa ilíaca direita, que pode indicar um abcesso. 
– Exames de Imagem: 
 
Antibioticoterapia empírica: cefazolina, cefuroxima ou ceftriaxona 
nos casos leves a moderado → nos casos mais graves podem ser 
usados carbapenêmicos, betalactâmicos com inibidores de 
betalactamase, fluoroquinolonas com metronidazol. 
Colecistectomia de emergência em pacientes com instabilidade 
hemodinâmica ou dor intratável e para aqueles com complicações. 
Para os indivíduos estáveis, a colecistectomia deve ser realizada no 
mesmo internamento, dentro de três dias após o início dos sintomas – 
pacientes ASA I ou II. 
Pacientes ASA III, IV ou V, sem indicação de colecistectomia de 
emergência, pode ser feito tratamento não cirúrgico inicialmente → 
antibioticoterapia e drenagem da vesícula biliar. Caso não respondam, 
tratamento cirúrgico deve ser instituído. Prefere-se cirurgia 
laparoscópica à laparotomia. 
Ressucitação volêmica agressiva nas primeiras 24 horas;Nutrição 
enteral após o quinto dia caso não tolere dieta oral; 
Antibioticoterapia em caso de infecção documentada a partir da 
segunda semana de suporte clínico; 
Estão indicadas terapias minimamente invasivas nos casos de 
complicações a partir da quarta semana, como a ultrassonografia 
endoscópica em vigência de pseudocisto pancreático; 
CPRE nos casos de pancreatite secundária a colelitíase com evidência 
de colangite sobreposta. 
A doença assintomática pode ser descoberta em exames de rotina e 
deve ser controlada preferencialmente por alterações dietéticas (como 
dieta enriquecida com fibras e parar de fumar). 
A doença diverticular sintomática não complicada, com confirmação 
radiográfica e hematológica de inflamação e infecção dentro do cólon, 
deve ser tratada inicialmente com ATB (Trimetroprim ou 
ciplofloxacino + metronidazol → bastonetes gram negativos aeróbios 
e bactérias anaeróbias) e repouso intestinal. 
Tratamento cirúrgico indicado para pacientes de baixo risco que não 
tiveram melhora rápida com tratamento clínico e todos os pacientes 
que apresentam um risco cirúrgico baixo com doença diverticular 
complicada. As metas do tratamento são controle da sepse, eliminação 
de complicações como fístula ou obstrução, remoção do segmento 
colônico enfermo e a restauração da continuidade intestinal. Faz-se a 
remoção do sigmoide doente até a junção retossigmóidea para evitar 
recidiva. 
Tratamento hospitalar da diverticulite não complicada: 
o Antibioticoterapia venosa contra gram-negativos e anaeróbios; 
o Analgesia; 
o Reposição volêmica; 
o Dieta zero para repouso intestinal, com retorno em 2 a 3 dias. 
Nos casos leves → continuação ou início do tratamento em caráter 
ambulatorial com antibioticoterapia oral por 7 a 10 dias, evolução 
gradual da dieta, com reavaliações a cada 2 a 3 dias inicialmente e 
semanalmente até resolução completa do quadro. 
Pacientes estáveis hemodinamicamente devem ser submetidos à 
ressecção definitiva do segmento colônico acometido → Em 
pacientes classificados como Hinchey I ou II pode-se proceder à 
anastomose primária com ou sem ostomia protetora. 
Pacientes instáveis necessitam de abordagem menos invasiva, como 
ressecção limitada ou drenagem percutânea de coleções → 
procedimento à Hartmann é preferido à anastomose primária em 
pacientes com apresentações mais graves (Hinchey III ou IV). 
Na ausência de contraindicações, um paciente com história clínica e 
exame físico fortemente sugestivos e com achados laboratoriais que 
sustentem o diagnóstico deve ser submetido com urgência à 
apendicectomia. Nessa situação, não há necessidade de exames de 
imagem. Sempre que houver dúvidas quanto ao diagnóstico, observar 
o paciente e repetir o exame abdominal em 6 a 8 horas. 
Para a apendicite não complicada → apendicectomia dentro de 12 
horas após o diagnóstico. 
Antibioticoprofilaxia 1 hora antes da cirurgia para aqueles que serão 
abordados imediatamente e antibioticoterapia venosa para os que 
esperarão por tempo maior a cirurgia. 
Pacientes instáveis com apendicite perfurada devem ser submetidos à 
cirurgia imediatamente; para os estáveis, antibioticoterapia inicial e 
drenagem percutânea de coleções localizadas com apendicectomia 6 
a 8 semanas após pode ser uma alternativa. Pode ser por 
videolaparoscopia ou laparotomia. 
Estudos recentes analisaram o manejo com antibioticoterapia isolada 
em indivíduos com apendicite aguda não complicada, sugerindo que 
essa pode ser uma estratégia viável na possibilidade de seguimento 
dos pacientes, entretanto não existem evidências suficientes que 
indiquem seu uso rotineiro, uma vez que muitos desses pacientes 
necessitarão de abordagem cirúrgica na evolução do quadro. 
• Schafer AI, Goldman.L. Cecil Tratado de Medicina Interna. 26ª Ed. 
Rio de Janeiro: Elsevier;2018. 
• Braunwald E, Fauci AS, Kasper DL, Hauser SL, Longo DL, Jameson 
JL. Medicina Interna de Harrison. 20ª Ed. Amgh Editora; 2020. 
• Resumo SanarFlix: Abdome Agudo Inflamatório. 
• Resumos da Med 
• https://www.sanarmed.com/abdome-agudo-inflamatorio-colunistas 
 
https://www.sanarmed.com/abdome-agudo-inflamatorio-colunistas

Continue navegando