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Resumo de Trauma Reparo e cicatrização de Feridas SILVA, A.M.S. 6ºp. Odontologia, Universidade Tiradentes. Aracaju/SE. 2019. Causas de danos aos tecidos Físicos 1. Fluxo de sangue comprometido 2. Esmagamento 3. Desidratação 4. Incisão 5. Irradiação 6. Resfriamento 7. Aquecimento Químicos 1. Agentes com o PH não fisiológico 2. Agentes com tonicidade não fisiológica 3. Proteases 4. Vasoconstritores 5. Agentes trombogênicos Etapas da cicatrização de feridas Etapa de inflamatória Momento da lesão- 3 a 5 dias (1) Vascular Vasoconstrição -> Diminuição do fluxo sanguíneo local coagulação do sangue -> Em minutos histamina e protaglandinas -> Vasodilatação -> extravasamento de plasma e leucócitos para os tecidos intersticiais; obstrução dos vasos linfáticos -> Edema. Sinais cardinais da inflamação: Calor, Rubor, Tumor, Dor, Perda de função Calor- Vasodilatação, aumento do metabolismo celular Rubor- Vasodilatação, hiperemia Tumo- Vasodilatação, extravasamento de fluidos (permeabilidade)influxo celualr (quimiotaxia); Dor- Liberação de mediadores afetam terminações nervosas. Ocasionam a PERDA DE FUNÇÃO (2) Celular Complemento sérico -> Fatores quimiotáxicos (leucócitos polimorfonucleares – NEUTRÓFILOS) -> Vias sanguíneas – Marginação -> Parede do vaso – DIAPEDESE ... Etapa fibroblástica -3º ao 4º dia depois da lesão: dura por 2 a 3 semanas - fios de fibrina -Fibroblastos – produção de colágeno e fibronectina ( ajuda a estabilizar a fibrina; Auxilia o reconhecimento material estranho_ remoção do sistema imune; Fator quimiotático para fibroblastos; ajuda a guiar macrófagos) -Tropocolágeno- colágeno em grande quantidade (reforçar a ferida) - 2 a 3 semanas: ferida rígida, eritematosa (vascularização) e resistente a lesão. - Neo-angiogênese- processo de formação de novos vasos sanguíneos para manter o ambiente de cicatrização da ferida, responsável pela nutrição do tecido e aumento de aporte de células como leucócitos e fibroblastos para o local da ferida. -Epitelização - As células epiteliais a partir de 24 a 36 horas pós lesão, migram das bordas da lesão para o leito da ferida Etapa de remodelação -Maturação da ferida (até 3 meses) -Fibras de colágeno desorientadas destruídas-> novas fibras resistentes à tensão -Cicatriz menos firme, menos eritematosa -Contração da ferida-> contração no sentido da periferia em direção ao centro da ferida de toda a espessura região circundante. FATORES QUE PREJUDICAM A CICATRIZAÇÃO DA FERIDA · Corpo estranho Bactérias e sujeira : Infecção Material de sutura : reação inflamatória · Tecido necrosado: Barreira para crescimento de células reparadoras *fase inflamatória prolongada Nicho para bactérias (hematoma) · Isquemia Diminuição do fornecimento de sangue *Necrose, diminuição anticorpos, glóbulos brancos, antibióticos, oxigênio Sutura apertada, retalhos inadequados, excessiva pressão (hematomas, edemas), anemia... · Idade: Quanto mais idoso mais difícil a cicatrização · Hiperatividade do paciente: dificulta a aproximação das bordas da ferida · Oxigenação dos tecidos: Alterações do tecido sanguíneo normal dos tecidos dificultam a cicatrização. Cigarro, por exemplo, reduz o aporte de oxigênio para as células. · Nutrição: Deficiências nutricionais ( vitamina C e proteína) prejudicam a cicatrização · Diabetes: Hiperglicemia (permeabilidade vascular/fluxo sanguíneo-isquemia da ferida) · Medicamentos: os corticóides, quimioterápicos e radioterápicos- resposta inflamatória deficiente. · Estado imunológico: nas doenças imunossupressoras a fase inflamatória da cicatrização (leucócitos e fagocitose) –ausência de monócitos – fibroblastos comprometidos (produtores de colágeno) · Radiação nos tecidos- vasculite obliterativa (hipoxia dos tecidos) Cicatrização por primeira intenção (Primária) - mínima ou sem perda de substância - Margens da ferida colocadas e estabilizadas na mesma posição anatômica -Minima cicatriz, menor risco de infecção - Ideal teórico: reepitelização , deposição de colágeno, contração e remodelação Cicatrização por segunda intenção (Secundária) -Intervalo entre as margens da ferida, ou perda de substância -cura lenta com maior cicatriz -Ideal teórico: grande quantidade de reepitelização, deposição de colágeno, contração e remodelação; EX: Extrações dentárias, úlceras, aculsão tecidos moles Cicatrização por terceira intenção (Terciária) -Cirurgias de enxertos -Cirurgias infectadas Deiscência da ferida Separação parcial ou total das margens da lesão Cicatrização do alvéolo pós extração Exodontia Alveolo vazio: osso cortical + ligamento periodontal dilacerado + epitélio bucal coronário -> SANGUE - (1ª semana) Fase inflamatória: GL brancos-> remoção de bactérias, fragmentos de osso/ fibroblastos e vasos capilares / epitélio cobre o osso / osteoclastos - (2ª semana) Tecido de granulação- deposição de osteóide - (3ª e 4ª semana) Epitelização completa - 3 a 4 meses: Revestimento completo do osso cortical Cicatrização óssea Inflamação/ fibroplastia/ remodelação -presença de osteoclastos e osteoblastos -vascularização e imobilização (sem vascularização ou oxigênio excesso e tensão ou torque) Lesões de tecidos moles da face · Ferimento localizado na face, podendo afetar a pele , gordura, músculos, nervos e glândulas. · Podem ter combinações de lesões · Exame clínico rigoroso Abrasão -lesão por frisão do objeto e o tecido mole - escoriação ou esfolamento - superficial, desnuda epitélio -“arranhões” em crianças - Ponta nasal, mento, lábio - Remoção de partículas -> evitar tatuagem. Conduta: 1. Remoção de corpos estranhos 2. Lavagem abundante (SF 0,9%) 3. Aplicação de uma pomada antibiótica ou petrolato (para manter a ferida úmida, otimizando a epitelização) Contusão - Equimose (hemorragia subcutânea) ou submucosa -Trauma objetos rombos - Associado a traumas faciais ou dento alveolares -Crescimento ativo- ligadura do vaso Conduta: 1. Observação 2. Intervenção cirúrgica em situações que necessitem de hemostasia, drenagem de um hematoma ou para suturar alguma laceração superposta 3. Gelo ou curativo compressivo Laceração -Perda de continuidade nos tecidos epiteliais e subepiteliais -Mais comum: objeto cortante (faca, pedaço de vidro) -Podem ser irregulares -Pode romper nervos, vasos, músculos e chegar até osso -Exame clínico minucioso Conduta: 1. Anestesia local ou geral 2. Limpeza da ferida (irrigação abundante com solução salina SF 0,9%) 3. Em torno da ferida antissépsia (Solução degermante Clorexidina ou Iodo) *quando a lesão for em locais cobertos por cabelos ou pelos, tricotomizar *se a sujeira for impulsionada para a ferida, excisar os tecidos envolvidos ou remover corpos estranhos com cureta delicada ou lâmina de bisturi 4. Desbridamento, remoção do tecido necrótico de 1 a 2mm das margens da ferida para reavivar seus bordos e facilitar a cicatrização 5. Hemostasia, quando o sangramento não for contido espontaneamente, realiza-se pinçagem dos vasos e ligamento com fio absorvível 3-0 ou 4-0, ou cauterizar. 6. Fechamento da ferida, para eliminar espaços mortos. As feridas devem ser fechadas, preferencialmente dentro das 24 horas do trauma, porém em casos de suspeita de contaminação ou edema pronunciado que inviabilize o fechamento precoce, está indicado a antibioticoterapia sistêmica e colocação de gaze estéril sobre a ferida, que deverá ser mantida até receber tratamento definitivo. Reparar a ferida em camadas (músculo com fio absorvível, tecido adiposo, ductos, glândulas salivares) tecidos subcutâneos (fio náilon 6-0). 7. Terapias de suporte (para lesões profundas) Drenos- para lesões profundas, removidos entre 2 e 4 dias Curativos- acima da sutura. Feridas pequenas= Micropore, feridas maiores= curativo oclusivo e compressivo. São trocados a cada 48 h e as suturas removidas de 5 a 7 dias. 8. Prevenção da infecção: Feridas contaminadas: Cefalexina 1g, a cada 6 horas durante 3 a 5 dias Infecções USO OBRIGATÓRIO Antitetânica: injeção intramuscular de 250 unidades de globulina antitetânica humana. Feridas por mordeduras de animais ou humanos-Cachorro em crianças -Altamente contaminadas (polimicrobianas) Conduta: 1. Lavar abundantemente (SF 0,9%) 2. Desbridamento, hemostasia, Sutura. 3. Uso de antibiótico quando há fator de risco de infecção: recomendado: Amoxicilina /clavulanato na dose de 20 a 40 mg/kg/dia, oral a cada 8 horas por 5 dias 4. Profilaxia de tétano 5. Vacina antirrábica Ferimento por arma branca (FAB) Perfuração por arma de fogo (PAF) -Facas, machados -Lineares, podem ser profundos -Orifício entrada e saída -Avaliar fraturas ossos da face -Revolver, espingarda e ferimento avulsivo de alta energia -Altamente infectados - Antibióticoterapia Conduta: 1. Cuidados básicos de limpeza, desbridamento, hemostasia ... 2. Atenção aos procedimentos emergenciais de proteção à vida (ATLS) 3. Antitetânico e antibiótico Atendimento ao paciente com politraumatismo de face Formas de energia: Mecânica (75%) Química Térmica Elétrica O objetivo do cuidado emergencial é reconhecer as injúrias que trazem ameaça à vida e prover medidas salvadoras e de suporte até que um cuidado definitivo possa ser iniciado. Trauma maxilo facial, ferimento localizado na face, podendo afetar a pele, gordura, músculos, nervos e ossos, e dano cerebral em casos graves. Princípios do atendimento 1. ABCDE do Trauma 2. Primum non nocere (não causar danos) 3. Tratamento de risco de morte dentro da hora ouro 4. Reavaliação periódica do paciente 5. Conhecer o mecanismo de injúria A -> tratamento das vias respiratórias e estabilização da coluna cervical · Aspirar sangue, e remover corpos estranhos como corpos estranhos, próteses, dentes ou restaurações. · Quando a via aérea está comprometida, realizar manobras manuais como elevação do mento ou tração da mandíbula para melhorar a glossoptose; ou utilizar de métodos mecânicos, cânulas orofaríngeas, nasofaríngeas, dispositivos supraglóticos, intubação endotraqueal, ou métodos transtraqueais. · Deixar a cabeça do paciente em posição neutra, com métodos manuais ou utilizando colar cervical, utilização de coxim (em crianças de 2 a 3 cm embaixo dos ombros, em adultos abaixo do pescoço) para evitar hiperextensão. B-> Ventilação · A freqüência normal é entre 12 a 20 incursões ventilatorias por minuto · Em casos de apneia utilizar mascara facial associada a balão de oxigênio C-> Circulação e controle de hemorragia · Hemorragia externa = aplicar pressão direta no local · Hemorragia interna= transporta o paciente para centro de trauma · O pulso deve estar presente, cheio e regular, do contrario indicam sangramento · A pele de indivíduos brancos devem estar rosadas, do contrario indica perfusão deficiente, pele azulada = oxigenação incompleta · Temperatura fria = perfusão diminuída · Pele seca= boa perfusão, pele não úmida= choque e perfusão diminuída D-> Disfunção neurológica A redução do nível de consciência indica: 1. Oxigenação cerebral diminuída (hipoxia ou hipoperfusão) 2. Lesão do sistema nervoso central 3. Intoxicação por drogas ou álcool 4. Distúrbios metabólicos (diabetes, convulsão, parada cardíaca) Nível de consciência Conhecimento do mecanismo do trauma: Previsão do tipo de lesão Lesões crânio faciais _ lesões por desaceleração -> uso obrigatório do colar cervical -> para fazer o diagnóstico, retirar temporariamente o colar e estabilização manual. Triagem de tratamento: 1. Tratamento imediato (ex: hemorragias) 2. Poucas horas (ex: Feridas contaminadas e fraturas expostas em pacientes estabilizados) 3. Primeiras 24 horas (ex: fraturas e feridas limpas) 4. Mais de 24 hrs (ex: pacientes com grave estado geral) Dilemas do traumatismo 1. Hemorragias 2. Edemas e hematoma de língua 3. Fraturas de mandíbula bilaterais 4. Corpos estranhos 5. Vômitos Comprometimento de vias aéreas · Sangue e secreções · Fraturas mandibulares com queda posterior da língua · Fratura de terço médio de face · Maxila com queda para inferior e posterior para nasofaringe · Corpos estranhos: dentes avulsionados Via aérea intubação? · Facilitação de outros procedimentos (drenos torácicos) · Possibilidade de exame clínico em orofaringe de paciente com hemorragia · Possibilidade de lesões cervicais · Impossibilidade de avaliação clínica de lesões associadas Casos para intubação: · Fratura mandibular bilateral · Perda de reflexos protetores · Convulsões · Grandes sangramentos intraorais · Gasometria duvidosa · Transferência hospitalar · Grandes edemas · ECG <8 *Intubação nasal: Fratura de terço médio da face e rinorréia (secreção nasal). TRAUMA DE FACE Terço superior -> Frontal Terço Médio -> Maxila, zigoma, órbita e nariz Terço inferior -> Mandibula Avaliação do paciente com trauma de face: · Como aconteceu? · Quando aconteceu? · Quais as características especificas da lesão? Objeto, tipo impacto, direção do impacto... · Houve perda da consciência? · Que sintomas o paciente apresenta no momento? (Dor parestesia, alterações visuais, má oclusão, alteração de consciência) Exame clínico Face geral: 1. Assimetria 2. Descolorações 3. Hematomas e edemas 4. Lesões em geral -Lacerações -Exposição óssea -Abrasão Base do crânio 1. Exposição 2. Inspeção da região de cabeça e pescoço 3. Palpação de ossos da cabeça e pescoço 4. Inspecionar por defeitos ou depressões 5. Avaliar a região naso-órbito-etmóidal Terço superior- Frontal Podem causar grandes complicações: TCE Pouco comum (2 a 15%) Causas principais: Acidentes automobilísticos Associado a fratura de nariz, órbita e etmoide Fratura de cortical de externa de seio frontal Conduta clínica: 1. Palpação óssea 2. Inspecionar por defeitos ou depressões 3. Avaliar lacerações Diagnóstico: Exames físico e de imagem Conduta cirúrgica: Redução cirúrgica aberta: placa e parafuso + cimento cirúrgico Terço médio da face 1. Avaliação ocular -Tecidos ou corpos estranhos -Volume e integridade 2. Reação pupilar 3. Movimentação dos olhos-músculos 4. Diplopia 5. Hemorragias subconjuntivais 6. Palpação óssea -Crepitação, degraus ou irregularidades -supra, lateral e infraorbital, eminência e arco zigomático, maxila e ossos nasais 7. Movimentações da maxila · Fratura de maxila Le fort I, Le Forte II e Le Fort III Disjunção Crânio-maxila Fraturas em conjunto com outras fraturas da face Causas principais: acidentes automobilísticos e agressões físicas Pacientes jovens Relacionada a pilares de sustentação da maxila Fragilidade: Seio maxilar Exame Clínico: 1. Equimose periorbitária 2. Lacerações 3. Edema de face/ face prolongada 4. Epistaxe nasal 5. Equimose vestibular e palatina, dentes fraturados 6. Má oclusão 7. Mobilidade da maxila (apoia no nariz e nos dentes) Classificação das fraturas: · Le fort I: Porção inferior da maxila no sentido horizontal, da abertura piriforme até a área de sutura pterigomaxilar · Le fort II: Separação da maxila e do complexo nasal da base do crânio, da área do rebordo zigomático-orbital, da área da sutura pterigomaxilar · Le fort III: Separação/disjunção craniofacial-separação completa do terço médio da face no nível do complexo naso-órbito-etmoidal e da área pterigomaxilar. Conduta: Exame Clínico-> Fratura -> Exame complementar por imagem -> Tratamento cirúrgico ou conservador Exame Clínica -> Sem evidencia de fratura-> tratamento clínico se necessário Tratamento conservador: Redução fechada: fixação intermaxilar ou maxilomandibular Tratamento Cirúrgico: Redução aberta: Placas e parafusos (fixação interna rígida) Mobilização da maxila Complicações: 1. Parestesia do nervo infraorbital 2. Enoftalmia (retração anormal do olho) 3. Infecção 4. Desvio de septo 5. Obstrução nasal 6. Alteração na visão 7. Não união 8. Má união ou má oclusão 9. Epífora (olhos lacrimejantes) 10. Sinusite ... · Fratura de zigoma Projeção da face Causas principais: Acidentes automobilísticos e agressões físicas, quedas, lesões esportivas Quatro articulações envolvidas: Temporal, frontal, maxila e esfenoide Assoalho orbital Arco zigomático Complicações: 1. Parestesia infra-orbitária 2. Má-união 3. Assimetria 4. Enoftalmo, Hipoftalmo 5. Diplopia (17 a 83%): edema, hematoma, aprisionamentomuscular extra ocular, lesão nervos cranianos (III, IV e VI) · Fratura de órbita · Fratura de nariz Osso mais projetado da face Maior incidência de fratura isolada Causas principais: acidentes automobilísticos e agressões físicas, quedas, lesões esportivas Associado à fratura de zigoma, vômer, septo nasal Irrigação abundante : Epistaxe nasal – tamponamento nasal posterior Exame Clínico: 1. Inspeção e palpação 2. Edema nasal, obstrução nasal 3. Edema e equimose periorbitária 4. Deformação da pirâmide nasal 5. Alteração do contorno nasal 6. Desvio nasal da linha média 7. Epistaxe nasal Classificação de fratura nasal Tipo I- Envolve a pirâmide nasal e a parte anterior do septo. Tipo II- Atinge a base da pirâmide nasal e o septo mais posteriormente. Tipo III- Se estende para a maxila e o osso frontal; corresponde a uma fratura naso-orbitária. Conduta: 1. Tratamento de fraturas conservador 2. Não abordar a fratura: esperar consolidação 3. Sem grandes deslocamentos ou afundamentos 4. Risco de obstrução nasal permanente 5. Redução incruenta (fechada) 6. Forceps especiais : Walsham (para ossos nasais) e o de Asche (para o septo nasal) Complicações: 1. Hematoma septal: Necrose da cartilagem 2. Epistaxe nasal persistente 3. Tardias: Desvio nasal, obstrução nasal, deformidade em sela Terço Inferior da face · Mandíbula Segundo osso facial que mais fratura Principais causas: acidentes automobilísticos e agressões Presença de terceiros molares inclusos: região de fraqueza inerente à região de ângulo mandibular Várias formas de classificação: localização anatômica, padrão da fratura, fratura ou não da articulação. Exame clínico: 1. Assimetria facial 2. Tecidos Moles (lábios) 3. Palpação óssea mandibular -Crepitação, degraus ou irregularidades -Pré-auricular (côndilos), base e ângulo mandibular - Limitação da abertura bucal- dor 4. Oclusão, equimoses, edemas 5. Abertura bucal 6. Equimose ou hematoma sublingual 7. Edemas, dor 8. Traumatismos dentários -Dentes avulsionados, fraturados, mobilidade dentária, fraturas ósseas 9. Corpos estranhos 10. Lacerações labiais, linguais e palatais Classificação das fraturas: Primeiro passo para definição do plano de tratamento: · Se possuem deslocamento ou não -Desfavorável -Favorável · Inserções musculares: masseter, temporal, pterigoideo medial · De acordo com o padrão das fraturas: -Galho verde -Simples -Cominutiva -Composta Conduta: Lesões de tecidos moles 1. Intra oral - Limpeza das lacerações - Remoção de corpos estranhos - Controle de sangramento - Avaliação de ductos das glândulas salivares 2. Extra oral - Identificar o tipo de ferimento - Ferimento contaminado/sujo - Perda de substância - Corpos estranhos - Comprometimento de estruturas Conduta: Exame clínico -> fratura -> Exame complementar por imagem -> Tratamento cirúrgico ou conservador Exame clínico -> Sem evidencia de fratura -> tratamento clínico necessário Tratamento conservador: Redução fechada: fixação intermaxilar ou maxilomandibular de 6 a 8 semanas Outros bloqueios: Yvy, laçada contínua, parafusos, Tratamento Cirúrgico: Redução aberta: Placas e parafusos (fixação interna rígida) Mobilização da maxila Complicações: 1. União tardia 2. Má-união (pode não ser detectável) 3. Não união (não tem cicatrização óssea/dor e mobilidade óssea) 4. Má oclusão 5. Infecção 6. Lesão nervosa 7. Alteração de crescimento (fraturas de côndilo/pacientes jovens) 8. DTM (fraturas de condilares: desarranjos internos; anquilose) Exames de imagem · Panorâmica: possibilita identificação de fraturas em quase toda mandíbula, exceto a sínfise mandibular, dificilmente é encontrada em hospitais · Posteroanterior (PA) de mandíbula: visão geral da mandíbula e sempre deve ser solicitada quando houver suspeita de fratura de mandíbula · Anteroposterior de mandíbula (towne): é indicada quando há suspeita de fratura de côndilo, deve ser feita com o paciente sob abertura bucal maxima · Transorbital: são feitas duas incidências (direita e esquerda) oferecendo excelente visibilidade dos condilos. · Lateral oblíqua de mandíbula: também é realizada do lado direito e esquerdo, auxiliando o diagnóstico de fratura do processo coronoide, ângulo e região submandibular, assim como a PA sempre deve ser solicitado quando tiver suspeita de fratura · Submentovertex ou axial de hirtz bem penetrada: demonstra deslocamento do arco mandibular · Radiografias intraorais: incidências periapicais auxiliam na avaliação de traumas dentoalveolares · Tomografia computadorizada: só realizados cortes axiais, coronéis e sargitais finos e feito a reconstrução 3D da mandíbula, é feita janela para osso e para tecido mole. Sempre devem ser solicitadas Deformidade dentofacial Algum tipo de desvio morfológico e ou funcional do sistema estomatognático, o qual resulta de alterações no processo de desenvolvimento normal, sendo que, nem todos esses desvios são suficientemente severos que necessitem de intervenção cirúrgica. São alterações do desenvolvimento dos maxilares que frequentemente resultam em desarmonias faciais e alterações da oclusão dentária. Para o tratamento dessa condição, está bem estabelecido que os melhores resultados são obtidos quando existe a associação do tratamento ortodôntico à cirurgia ortognática. Causas: · Tendências hereditárias · Problemas pré-natais · Condições sistêmicas durante o crescimento · Trauma · Influências ambientais Avaliação dos pacientes com deformidades dentofacial Queixa do paciente: estética ou funcional? Avaliação clínica facial: · Vista frontal e perfil · Equilíbrio facial total · Relações das proporções das dimensões transversais e verticais da face · Determinações das relações anteroposteriores e verticais Avaliação intrabucal : · Exame odontológico completo (saúde dental e periodontal, tecidos moles) · Oclusão dentária, postura lingual · Forma dos arcos, simetria, alinhamento dentário, anomalias oclusais Avaliação da ATM · Palpação · Movimentos mandibulares · Abertura bucal/limitação da abertura bucal · Aparelho ortodôntico Avaliação documentação / Exames complementares · Analise dos modelos de estudo · Analise das radiografias: panorâmica e telerradiografia perfil e frontal · Traçados cefalométricos · Imagens de ATM, TCM, TCFC · Reconstruções Considerações ortodônticas pré-cirurgicas · Época de tratamento · Adultos: mais rápido possível · Crianças em crescimento: tentativa de aparelhos ortopédicos / grande discrepância e crescimento desfavorável -> Cirurgia · Objetivos do tratamento ortodôntico : corrigir compensações dentárias/ reposicionamento em suas bases esqueléticas · 12 a 18 meses de tratamento prévio Classificação das deformidades Deformidade dos maxilares: · Deficiência anteroposterior -Achatamento da região malar e paranasal -Projeção exagerada do globo ocular -Base nasal afilada -Ângulo nasolabial obtuso -Má definição do sulco nasolabiogeniano -Intraoral: padrão CLASSE III · Excesso anteroposterior -Projeção exagerada da região malar e paranasal -Projeção exagerada do lábio superior -Base nasal alargada -Ângulo nasolabial agudo -Intraoral: padrão CLASSE II · Deficiência vertical da maxila -Sulco nasolabial acentuado -Face envelhecida -Deficiência exposição incisivos superiores -Pode ter perda na dimensão vertical -Intraoral: Padrão CLASSE III · Excesso vertical da maxila -Sorriso gengival -Face longa -Exposição exagerada dos incisivos superiores em repouso -Intraoral: Padrão CLASSE I/ mordida aberta anterior · Deformidade transversal da maxila -Excesso: mordida cruzada bucal superior -Deficiência: atresia de palato -Mordida cruzada lingual superior Intraoral: padrão CLASSE I, II ou III Deformidades mandibulares: · Excesso anteroposterior: -Projeção exagerada do 1/3 inferior da face -Lábio inferior muito a frente do superior -Comprimento do mento aumentado -Ângulo cervical ~=90° -Intraoral: Padrão CLASSE III · Deficiência anteroposterior - Projeção pobre do 1/3 inferior da face -Lábio inferior retraído em relação ao superior -Região submentonianacurta -Comprimento do mento aumentado -Ângulo cervical obtuso (aberto) -Intraoral: Padrão classe II Assimetrias faciais: · Anomalias em maxila e mandíbula -Hiperplasia ou Hipoplasia condilar -Síndromes -Traumas faciais Tratamento Ortocirúrgico Tratamento ortodôntico prévio: · Alinhamento e nivelamento dos dentes · Nivelamento cirúrgicos nas bases ósseas · Fechamento dos espaços · Estabilização dos arcos para a cirurgia Planejamento final do tratamento: · Montagem em articulador · Cirurgia de modelos: Confecção dos guias · Tecnologia digital: sobreposição de imagens · Cirurgia virtual guiada Técnicas cirúrgicas · Osteotomia de maxila total -Osteotomia Le Fort I -Avanço de Maxila -Reposicionamento inferior da maxila (interposição de enxerto) -Reposicionamento superior da maxila (remoção de osso) -Disjunção de maxila -Wassmund 1927 Técnica: Incisão em fundo de vestíbulo de molar a molar superior Osteotomias maxila da abertura piriforme até pilar zigomático, cuidado raízes dos dentes (4mm de osso acima do ápice) Tuberosidade/ processo pterigoide · Osteotomia de mandíbula -Osteotomia sagital -Avanço e recuo de mandíbula -Traumer e Obergeser 1957 -Ampla área de contato entre segmentos ósseos -Estabilidade pela fixação e cicatrização -Distúrbios neurossensoriais (nai) -Deve-se remover os 3º molares (6 meses antes) Técnica: Incisão paralela ao ramo da mandíbula ao longo da linha oblíqua Osteotomias horizontal na cortical lingual acima da língula Osteotomia borda anterior do ramo até molares inferiores Osteotomia vertical da face lateral do corpo -> borda inferior da mandíbula 45º Segmento proximal (côndilo) Segmento distal (dentes) · Osteotomia vertical do Ramo Recuo mandíbula (8mm) Rapidez de execução Ausência de síntese (BMM) Redução de tempo cirúrgico Menor parestesia (nai) Incisão: linha obliqua externa da ½ do ramo até altura 1ºm Desinserção do M temporal do processo coronoide / afastadores especiais Osteotomia região posterior da antilígula (5 a 7mm da borda posterior do ramo) Osteotomia até o ângulo Segmento proximal lateral e passivamente ao ramo mandibular · Osteotomia para mento (mentoplastia) -Avanço de mento -Diminuição e aumento vertical de mento -Cirurgias combinadas para melhorar harmonização -Acesso em fundo de vestíbulo em mento -Não descolar toda a sínfise -Ápices dentais e n. mentual · Assimetrias faciais -Combinação de osteotomias Cuidados pós op · Cirurgia hospitalar · Pacientes podem estar bloqueados · Nutrição adequada: liquido pastoso- perda de peso · Higiene oral rigorosa · Analgesia de média potência · Parestesia · Edema intenso (redução em 6 meses) Tratamento orto pós op · Finalização ortodôntica · Alinhamento e posicionamento final dos dentes · Fechamento de qualquer espaço residual · 6 a 10 meses · Contenção ortodôntica
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