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Analisar a condição clínica do paciente tendo em vista a realização da intervenção cirúrgica, buscando reduzir complicações. └ Anamnese └ Exame clínico └ Exames de Imagem └ Exames Laboratoriais └ Estudos de Modelos └ Estudo Fotográfico SEQUÊNCIA PARA COLETA DE DADOS 1. Dados do paciente: └ Nome completo, endereço residencial, idade, sexo e profissão. └ Avaliação da confiabilidade do paciente – credibilidade. 2. Queixa principal: └ Identificação do problema └ Estabelecimento de prioridades durante a obtenção do histórico └ Ajuda no planejamento do tratamento 3. História da queixa principal: └ Circunstâncias do início e desenvolvimento do problema. └ Investigação de sintomas e sinais iniciais a queixa do paciente. 4. História médica - paciente e família: └ Documentação de condições médicas passadas └ Pesquisa de fatores genéticos, sociais ou ambientais └ Investigar especificamente sobre problemas médicos que tendem a alterar o tratamento odontológico do paciente 5. Revisão dos sistemas**: └ Método sequencial e detalhado de conferir os sintomas do paciente órgão por órgão └ Geral: Febre, calafrios, sudorese, perda de peso, fadiga, mal-estar, perda de apetite └ Cabeça: Dor de cabeça, tontura, desmaio, insônia └ Ouvidos: Diminuição da audição, tinido (zumbido), dor └ Olhos: visão turva, visão dobrada, excesso de lágrimas, secura, dor └ Nariz e seios paranasais: rinorreia, epistaxe, problemas em respirar pelo nariz, dor, mudança em sentir cheiro └ Área da articulação temporomandibular: Dor, ruído, limitação nos movimentos mandibulares, travamento └ Bucal: Dor nos dentes ou sensitividade, irritação nos lábios ou na mucosa, problemas em mastigar, problemas em falar, mau hálito, obturações soltas, irritação na garganta, ronco alto └ Pescoço: Dificuldade em engolir, mudanças na voz, dor, rigidez └ A necessidade de checar sistemas além dos da região maxilofacial, depende das circunstâncias clínicas; os sistemas cardiovascular e respiratório geralmente requerem avaliação antes da cirurgia oral ou da sedação. 6. Exames: └ Sinais vitais └ Exame extra-oral └ Exame intra-oral PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS Medição dos sinais vitais: serve como um dispositivo para detectar problemas médicos que não foram previstos e como uma base para medições futuras. Frequência respiratória: └ Normal: 14- 20 respirações por minuto └ Padrão: superficial ou profunda └ Ritmo: regular ou irregular └ Sinais de comprometimento: cianose, inquietação, dispneia, sons respiratórios anormais. Temperatura: └ Normal: 36,7°C a 37,2°C └ Variações normais: 0,3 a 0,6 da média └ Aumento da temperatura: doenças infecciosas, trauma, ansiedade. Pulso: └ Frequência: em adultos – 60 a100 bpm └ Ritmo: regular ou irregular └ Intensidade: forte ou fraco └ Locais mais comuns para verificação: artéria radial, carótida. Pressão Arterial: └ Artéria braquial └ P. Sistólica: 100-140 mmHg; P. Diastólica: 90-60 mmHg └ Urgência Hipertensiva* AVALIAÇÃO DA CAVIDADE ORAL Inspeção, palpação, percussão e auscultação. Avaliação do tecido ósseo: └ Visual e palpação └ Exames radiográficos └ Estudo dos modelos Avaliação do tecido mole: └ Visual e palpação └ Tencionamento de tecidos Inspeção com próteses: └ Retirar as próteses removíveis Inspecionar o número e a qualidade dos dentes: └ Percussão dos dentes Utilizar: └ Modelos de gesso: possibilitam avaliar, diagnosticar e planejar └ Estudo radiográfico: técnicas intra e extra-bucais. Exame físico antes da cirurgia: Inspeção Cabeça e rosto: Forma geral, simetria, distribuição de cabelo Ouvido: Reação normal a sons Olho: Simetria, tamanho, reatividade das pupilas, cor da esclera e da conjuntiva, movimento, teste de visão Nariz: Septo, mucosa, permeabilidade Boca: Dentes, mucosa, faringe, lábios, tonsilas Pescoço: Tamanho da glândula tireoide, distensão venosa jugular Palpação ATM: Crepitação, sensibilidade Paranasal: Dor nos seios paranasais Boca: Glândulas salivares, assoalho da boca, lábios, músculos da mastigação Pescoço: Tamanho da glândula tireoide, linfonodos Percussão Paranasal: Ressonância nos seios paranasais (dificuldade em avaliar) Boca: Dentes Auscultação ATM: Cliques, crepitação Pescoço: Sons da carótida Breve exame maxilofacial (exame de rotina): Região da ATM Palpar e auscultar as articulações. Medir a variação de movimento da mandíbula e o padrão de abertura. Região Nasal e Paranasal Fechar cada narina, individualmente, para checar patência. Inspecionar mucosa nasal anterior. Boca Retirar todas as próteses removíveis. Inspecionar a cavidade oral em busca de lesões nas mucosas dental, bucal e da faringe. Olhar as tonsilas e a úvula. Segurar a língua fora da boca com uma gaze seca enquanto as bordas laterais são inspecionadas. Palpar a língua, os lábios, o assoalho da boca e as glândulas salivares (checar a saliva). Palpar o pescoço para checar o tamanho dos linfonodos e da glândula tireoide. Inspecionar as veias jugulares. EXAMES LABORATORIAIS Exames solicitados frequentemente em Odontologia: └ Hemograma └ Coagulograma └ Glicemia OBS: os resultados da avaliação médica são usados para atribuir uma classificação ao estado físico. AVALIAÇÃO DE FOTOGRAFIAS EXTRA E INTRABUCAS Ajuda no arquivamento do trabalho em portfólio e no empoderamento do planejamento. CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO FÍSICO DO PACIENTE (ASA) ASA I Paciente normal, saudável Ambulatório ASA II Paciente portador de doenças sistêmicas leves (obeso, etilista, tabagista Ambulatório ASA III Portador de doença sistêmica limitante Ambulatório ASA IV Portador de doença sistêmica severa incapacitante – risco de vida (cirurgia – último recurso) Urgência Hospitalar ASA V Paciente moribundo (24h de vida) Hospitalar ASA VI Morte cerebral (doação de órgãos) Hospitalar Se o paciente não for ASA I ou ASA II, o CD deve: └ Modificar os planos habituais do tratamento com medidas de redução de ansiedade, técnicas farmacológicas de controle de ansiedade e monitoramento mais cuidadoso do paciente durante o procedimento (necessário para o ASA II). └ Obter consulta médica para orientação em preparar pacientes para passar por cirurgias bucais ambulatoriais. └ Se recusar a tratar o paciente em ambiente ambulatorial ou encaminhar o paciente para um cirurgião bucomaxilofacial. Formação e habilidade profissional: └ Indicação de um especialista; └ Obrigação moral e responsabilidade médico-legal. Planejamento do procedimento cirúrgico. PLANEJAMENTO DO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO Revisão da história médica do paciente; Solicitação e análise dos exames complementares. Planejamento pré-operatório: └ Plano cirúrgico detalhado └ Plano para controlar a ansiedade e dor └ Plano de recuperação pós-operatória Princípios cirúrgicos básicos: └ Princípios de biossegurança └ Manuseio atraumático dos tecidos └ Controle da força └ Hemostasia └ Cuidados com a ferida Acidentes: Intercorrências que acontecem durante um procedimento. Complicações: Dificuldades que acontecem após um procedimento. Acidentes e complicações estão relacionados aos aspectos: └ Anestésicos └ Transoperatórios └ Pós-operatórios ACIDENTES Lesões a tecidos moles Fratura de coroa/raiz Fraturas do processo dento alveolar Lesões a dentes adjacentes Fratura de agulha Fratura de instrumental Hemorragias Deslocamento dentário/introdução de dente no seio maxilar Comunicação Bucossinusal Luxação das ATMs Fratura mandibularCOMPLICAÇÕES Hemorragia Edema, equimose e dor Alveolite Infecções Distúrbios neurossensoriais Fístula bucossinusal EDEMA Dissipação de exsudato inflamatório. Comum em extrações de múltiplos dentes inclusos como reflexão de tecido mole e remoção de osso. O inchaço chega ao máximo 36 a 48 horas após o procedimento cirúrgico e começa a diminuir no terceiro ou quarto dia e some, usualmente, até o final da primeira semana. O inchaço que aumenta após o terceiro dia pode ser um sinal de infecção mais do que uma renovação do edema pós-operatório. Tratar aplicando bolsa de gelo no 1º dia pós-operatório; Pacientes devem ser informados que um inchaço moderado é normal e é uma reação saudável do tecido em resposta ao trauma cirúrgico. EQUIMOSE Fragilidade capilar; Sangue extravasa na submucosa e no subcutâneo, aparentando uma lesão nos tecidos orais. Comum em pacientes idosos: devido ao seu tônus tecidual diminuído, fragilidade capilar aumentada e aderência intercelular diminuída. Os pacientes devem, no entanto, ser avisados de que equimose pode acontecer. O surgimento de equimose acontece 2 a 4 dias após a cirurgia e usualmente se resolve em 7 a 10 dias. NECROSE TECIDUAL Isquemia do tecido – necrose. ALVEOLITE Osteite alveolar Características: └ Ocorre quando se verifica uma infeção do alvéolo, ou seja, do interior do osso onde o dente se encontrava alojado └ Retardo na cicatrização └ Ocorre 2 a 3 dias após a exodontia └ Etiologia não esclarecida (fibrinólise) └ Sintomatologia dolorosa (moderada a intensa) └ Exposição óssea Alveolite seca: └ Dor +++ └ Alvéolo vazio └ Ausência de coágulo └ Odor fétido └ Coloração acinzentada Alveolite úmida: └ Dor ++ └ Alvéolo parcialmente preenchido └ Presença de coágulo em desarranjo └ Odor fétido └ Coloração róseo avermelhada Tratamento: └ A curetagem do alvéolo não é indicada; └ O CD deve remover qualquer sutura que esteja atrapalhando a cicatrização correta do alvéolo, irrigá-lo com solução salina à temperatura ambiente ou com solução anestésica para alívio da dor, acompanhada de aspiração cuidadosa do líquido. └ Pode-se também utilizar pastas com princípios ativos antimicrobianos e analgésicos para diminuir o desconforto do paciente e evitar que restos de alimentos se acumulem no alvéolo. └ O paciente dever realizar a irrigação com solução salina diariamente utilizando seringas descartáveis em casa e deve ser acompanhado enquanto houver dor. COMUNICAÇÃO BUCOSSINUSAL Acidente: momento da cirurgia. Comunicação entre a cavidade oral e o seio maxilar. Ocorre, normalmente, se: └ O seio maxilar for amplamente pneumatizado; └ Houver pouco ou nenhum osso existente entre as raízes dos dentes e o seio maxilar; └ As raízes do dente forem amplamente divergentes. Sequelas mais preocupantes: └ Sinusite pós-operatória └ Formação de fístula crônica oroantral Prevenção: └ Radiografias pré-operatórias devem ser cuidadosamente avaliadas para que a relação dente–seio maxilar não venha a ocorrer quando os molares superiores forem removidos. └ Se o assoalho do seio aparecer perto das raízes do dente e as raízes forem amplamente divergentes, o cirurgião deve evitar extração fechada e planejar remoção cirúrgica com secção das raízes do dente. └ Força excessiva deve ser evitada na remoção de tais molares superiores. Diagnóstico: └ Inspeção (evitar inserção de instrumentais) - se houver uma secção óssea aderida ao final da raiz, o cirurgião deve assumir que a comunicação entre o seio maxilar e a boca existe. └ Manobra de Valsalva* - esse teste envolve apertar as narinas juntas para ocluir o nariz do paciente e pedir que o paciente assopre suavemente através do nariz enquanto o cirurgião observa a área da extração dentária; se a comunicação existir, haverá passagem do ar através do alvéolo dentário e borbulhar do sangue na área do alvéolo. Inserção de dentes/objetos └ Não utilizar a via trans alveolar Tratamento: └ Até 2mm: sutura └ Entre 2 a 6mm: sutura + medidas adicional └ Maior ou igual a 7mm: confecção de retalhos └ Precauções sinusais └ Antibioticoterapia FÍSTULA BUCOSSINUSAL Tardiamente a cirurgia Definição: "A fistula bucossinusal é um canal de acesso direto entre as cavidades bucal e sinusal, revestido por tecido epitelial oriundo da proliferação dos tecidos que a circundam." Diagnóstico: └ Sintomatologia └ Avaliação clínica (Inspeção, Valsalva) └ Tomografia computadorizada Tratamento: └ Confecção de retalhos (corpo adiposo bucal) └ Deslizamento de retalho mucoso vestibular e palatino └ Sutura da mucosa + retalho - fechamento em 2 planos └ Cuidados - evitar diferenças de pressão entre cavidade nasal e a boca. Retalho vestibular: └ Vantagens: facilidade técnica e alto índice de sucesso └ Desvantagens: diminuição do fundo de sulco e não confere suporte ósseo INTRODUÇÃO DE CORPO ESTRANHO NO SEIO MAXILAR Causas: └ Manuseio equivocado do instrumental └ Movimento de intrusão com a alavanca DESLOCAMENTO DENTÁRIO Causas: └ Manuseio equivocado do instrumental Principais localizações: └ Fossa infratemporal (arcada superior) └ Fossa submandibular e fossa sublingual (arcada inferior). FRATURA DA TUBEROSIDADE Causas: └ Anatomia dentária └ Esclerose óssea └ Força excessiva – alavanca A tuberosidade maxilar é importante para deixar estável uma prótese total a ser confeccionada. Se grande porção dessa tuberosidade for removida junto com o dente maxilar, a estabilidade da prótese poderá ser comprometida. Uma abertura no seio maxilar pode também ser criada. Mais comum em extração dos terceiros molares erupcionados ou dos segundos molares. LESÕES DE TECIDOS MOLES Prevenção: └ Lubrificação com vaselina └ Cuidado com a localização da haste e da broca / instrumental └ Realizar um retalho adequado. └ Usar o mínimo de força para retração dos tecidos moles. Tratamento: └ Lubrificação com vaselina ou Pomada com corticoide LUXAÇÃO DA ATM A luxação da ATM; Consiste numa incompatibilidade estrutural das superfícies articulares, levando à perda parcial ou total de contato das superfícies articulares devido a uma hiperextensão do movimento condilar. O côndilo ultrapassa a eminência articular, deslocando-se para fora da fossa mandibular, e não é capaz de retornar sem a intervenção de forças externas. Este travamento é mantido pelo espasmo dos músculos da mastigação, tornando, portanto, a luxação inevitável.
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