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SILVIO ANDREY - RESPOSTA À ACUSAÇÃO - PRATICA PENAL

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 12ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXXXXXXXXXX/UF
 
Autos n° 2022.099.077-24
 
 
SILVIO ANDREY, já qualificado nos autos, fls. XX, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado infra-assinado, procuração anexa, com fulcro nos arts. 396 e 396-A do Código de Processo Penal, apresentar
RESPOSTA ESCRITA À ACUSAÇÃO 
Pelas razões de fato e de direito abaixo aduzidas:
DA TEMPESTIVIDADE
A presente resposta à acusação é tempestiva, visto que apresentada dentro do prazo de 10 (dez) dias determinado pelo art. 396, do Código de Processo Penal.
Conforme o artigo 396, “caput” do Código de Processo Penal, o mandado de intimação foi entregue na data 17/03/2022 (quinta-feira). Assim, em 18/03/2022 (sexta-feira) iniciou-se o prazo para apresentação da resposta à acusação, de modo que o 10º, último dia do prazo é 28/03/2022 (segunda-feira).
Portanto, resta demonstrada a tempestividade da presente resposta a acusação.
DOS FATOS
O mérito da denúncia trata-se de suposta prática dos delitos de roubo qualificado, incêndio, sequestro e lesão corporal grave enquadrados nos artigos respectivamente, art. 157; 250; 148 e 129 do Código Penal.
Segundo consta da Denúncia, o acusado teria primeiramente assaltado munido de um facão o novo carteiro, funcionário do Correios, e após dirige-se a uma agência munido com arma de brinquedo e coquetéis molotov, rendendo os funcionários e que supostamente teria agredido os funcionários, tendo também, após, lançado
 um dos coquetéis molotov, o fogo se espalhou pela agência e que teria levado também o pouco dinheiro da agência.
O denunciado exerceu o direito de permanecer em silêncio em seu depoimento prestado na fase inquisitorial.
O delegado abriu inquérito policial e todos os presentes na agência durante o ocorrido são ouvidos e demonstraram intenção na apuração dos fatos. Um dos depoentes, VIRGÍNIA, ex-amante de Silvio Andrey, identifica a autoria do fato pela SUPOSIÇÃO DE ESTAR USANDO UMA CAMISA DO CRUZEIRO o qual foi presentado a Silvio pela então depoente.
A polícia invade por volta de 21h, a residência de Silvio Andrey e realiza a busca domiciliar e pessoal, sendo então denunciado com base na diligência efetuada e pelas demais informações prestadas.
DO DIREITO
Da leitura da peça acusatória em cotejo com o conjunto probatório produzido na fase policial, verifica-se que a edição do decreto absolutório é medida que se impõe, conforme se demonstrará.
DAS PRELIMINARES
O art. 5º, XI, da Constituição Federal consagrou o direito fundamental à inviolabilidade do domicílio, ao dispor que a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
DA EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA
De início, o excipiente demonstra a plausibilidade do seu direito, tutelado pelo art. 95, inciso II, do Código de Processo Penal, verbis: “Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de: [...] II – Incompetência de juízo”;
Conforme acima mencionado, o excipiente fora denunciado pela suposta prática do delito previstos nos artigos 157; 250; 148 e 129 do Código Penal Brasileiro, praticado dentro de uma agência do Correios.
Neste cenário, verifica-se a flagrante incompetência absoluta da Justiça Estadual para processar e julgar o feito em epígrafe, em razão de se tratar de um órgão ligado à empresa pública federal dos Correios (ECT).
É imperioso destacar, ainda, o que dispõe o art. 564, inciso I, do Código de Processo Penal, verbis: “Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: I – por incompetência, suspeição ou suborno do juiz”.
Nesse diapasão, considerando-se a incompetência absoluta da Justiça Estadual, a declaração de nulidade dos atos decisórios proferidos nos autos em epígrafe é medida que se impõe, devendo o processo ser remetido ao Juízo competente para processar e julgar a demanda, nos termos do artigo 567 do Código de Processo Penal.
DA INÉPCIA DA PEÇA ACUSATÓRIA
Primeiramente, cumpre salientar que a denúncia oferecida pelo Ministério Público padece de flagrante inépcia.
O art. 41 do Código de Processo Penal estabelece que a denúncia deverá conter, dentre outros requisitos, a exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias.
Da lição de Eugênio Pacelli:
As exigências relativas à “exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias” atendem à necessidade de se permitir, desde logo, o exercício da ampla defesa. Conhecendo com precisão todos os limites da imputação, poderá́ o acusado a ela se contrapor o mais amplamente possível, desde, então, a delimitação temática da peça acusatória, em que se irá fixar o conteúdo da questão penal.
Com efeito, a denúncia apta dar início à segunda fase da persecutio criminis é aquela que precisa de forma escorreita a exposição do fato criminoso, com as circunstâncias que o particularizam, definindo os contornos da imputação, possibilitando ao acusado conhecer de maneira clara e objetiva a alegada infringência à norma penal e exercer sua ampla defesa.
Deveras, a denúncia lacônica e/ou baseada em informações genéricas e amplas viola as garantias constitucionais do contraditório e do devido processo legal, elementos nucleares do due process of law.
A propósito, o Supremo Tribunal Federal já se manifestou acerca do tema quando do julgamento do HC 110015, de relatoria do Ministro Luiz Fux. É o que se extrai de seu voto:
O voto proferido no âmbito do Superior Tribunal de Justiça pelo Ministro Celso Limongi (Desembargador convocado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), que, embora vencido, bem evidenciou a nulidade da denúncia oferecida perante o Juízo de Primeira Instância, merecendo, inclusive, a censura do Ministério Público nesta sede, in verbis: “(...) É da letra do art. 41 do Cód. de Pr. Penal que ‘a denúncia (…) conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias...’ Isso exige que se diga, a par de quem morreu, quem matou, onde, quando e como se fez, se sozinho ou com o auxílio de outrem, e de que forma foi prestado esse auxílio, qual a contribuição desse concurso no objetivo criminoso. Portanto, para atender às prescrições legais, deve conter os sujeitos ativos (quis), os meios empregados para atingir o resultado criminoso (quibus auxiliis), o resultado (quid), o lugar do delito (ubi), o modo pelo qual foi praticado o crime (quomodo) e o tempo do fato (quando). Ora, o que efetivamente se sabe a respeito do paciente é que estava presente no momento da ação delituosa, e nada mais. (…) A exordial acusatória é desprovida do quibus auxiliis e quomodo, pelo que contraria tanto a determinação processual, quanto à garantia da defesa ampla e contraditório”. (HC 110015, Relator (a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 19/03/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-066 DIVULG 10-04-2013 PUBLIC 11-04-2013) (sem grifos no original)
Contudo, da leitura da denúncia verifica-se que é extremamente lacônica quando da exposição do fato, sequer fazendo menção às suas circunstâncias. É uma denúncia genérica, que não expõe a particularidade do caso em tela e de que forma e quando o acusado tenha efetivamente cometido o ilícito penal.
Em que pese o Ministério Público representar o ora acusado com base no reconhecimento da blusa que estaria vestindo pela ex-amante (Virgínia). Ademais, não acompanha os autos sequer indício da autoria.
Tal omissão prejudica o efetivo exercício do contraditório e da ampla defesa, consubstanciando flagrante afronta ao princípio contido ao artigo 5º, LV, da Constituição Federal de 1988.
Por todo o exposto, REQUER, desde logo, a rejeição da inicial, com fundamento no art. 395, I, do Código de Processo Penal.
Contudo, caso este não seja o entendimento de Vossa Excelência, o que se admite apenas por amor ao debate, passa-se à análise do meritum causae.
DO MÉRITO
DA AUSÊNCIA DE TIPICIDADE
À denúncia o Ministério Público imputou ao acusado a práticado delito de incêndio e sequestro, ambos previstos respectivamente nos artigos 250 e 148 do Código Penal. 
Nota-se, portanto, que os crimes acima mencionados, em nenhum momento percebe-se demonstração desse especial fim de agir.
Parece pouco crível supor que o ora acusado tenha o condão de causar-lhe fundado sequestro e incêndio, sendo que, diante os fatos, Silvio trabalhou na agência por mais de 20 anos e sendo um dos funcionários exemplares da referida agência do Correios.
Isto posto, é devida a absolvição sumária do Denunciado, uma vez que sua conduta não configura crime, nos termos do art. 397, III, do Código de Processo Penal.
DOS BONS ANTECEDENTES E ENDEREÇO CERTO
Não obstante a preliminar arguida, importa destacar que o Réu é primário, trata-se de pessoa íntegra, de bons antecedentes e que jamais respondeu a qualquer processo crime conforme certidão negativa que junta em anexo.
Possui ainda endereço certo na (endereço), onde reside com sua família nesta Comarca, conforme comprovante de residência em anexo.
As razões do fato em si serão analisadas oportunamente, no devido processo legal, não cabendo, neste momento, um julgamento prévio que comprometa sua inocência, conforme precedentes sobre o tema:
EMENTA: HABEAS CORPUS. FURTO QUALIFICADO E FURTO QUALIFICADO TENTADO. PRISÃO PREVENTIVA. SUBSTITUIÇÃO POR MEDIDAS CAUTELARES ALTERNATIVAS MENOS GRAVOSAS. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA. PACIENTE PRIMÁRIO, DE BONS ANTECEDENTES E COM RESIDÊNCIA FIXA. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. - A prisão preventiva é medida excepcional que deve ser decretada somente quando não for possível sua substituição por cautelares alternativas menos gravosas, desde que presentes os seus requisitos autorizadores e mediante decisão judicial fundamentada (§ 6º, artigo 282, CPP)- No caso, considerando a ausência de violência ou grave ameaça e, ainda, as condições pessoais favoráveis do paciente (primariedade, bons antecedentes e residência fixa), a substituição da prisão por medidas diversas mais brandas revela-se suficiente para os fins acautelatórios almejados. (TJ-MG - HC: 10000180115032000 MG, Relator: Renato Martins Jacob, Data de Julgamento: 15/03/2018, Data de Publicação: 26/03/2018, #95769265)
À vista do exposto, requer-se a consideração de todos os argumentos acima com o deferimento do presente pedido.
DAS PROVAS QUE PRETENDE PRODUZIR
Para amparar a defesa, o réu pretende instruir seus argumentos com as seguintes provas:
a) Depoimento pessoal da VIRGÍNIA, para esclarecimentos sobre sua relação com o acusado e o reconhecimento do mesmo;
b) Depoimento pessoal do JOSELINO, para esclarecimentos sobre o suposto roubo;
c) Oitiva de testemunhas, cujo rol segue abaixo; 
d) Obtenção das provas colhidas na busca domiciliar, ora já demonstrada sua ilicitude;
e) Reprodução cinematográfica a ser apresentada em audiência;
f) Análise pericial das câmeras de segurança dos Correios.
Importante esclarecer sobre a indispensabilidade da prova pericial/testemunhal, pois trata-se de meio mínimo necessário a comprovar o direito do acusado, sob pena de grave cerceamento de defesa.
Trata-se da positivação ao efetivo exercício do contraditório e da ampla defesa disposto no Art. 5º da Constituição Federal:
"Art. 5º (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;(...)"
Para tanto, o réu pretende instruir o presente com as provas acima indicadas, sob pena de nulidade do processo.
DOS PEDIDOS
Isto posto, requer que seja ABSOLVIDO O DENUNCIADO, diante da existência de circunstancias que excluam o crime ou isentem o réu da pena.
Sucessivamente, pede-se:
1.	Seja arquivada a denúncia, por manifestamente inepta;
2. Reconhecimento da Exceção de Incompetência e remessa ao juízo competente;
3. Reconhecimento da Nulidade da Diligência com respectivo pedido de desentranhamento dos autos de tal medida, conforme o art. 564, IV, do CPP por ofensa constitucional ao art. 5.º, XI, da CF;
4. Reconhecimento da absolvição sumária dos crimes de incêndio e sequestro com base no art. 397, III, CPP.
5.	No caso de não aceitação do pleito anterior, requer a produção de toda prova admitida em direito, em especial testemunhal, conforme rol abaixo;
6.	Ao final, seja reconhecida a inocência do acusado;
7.	Assim não entendendo, seja aplicada tão somente a pena de multa em seu patamar mínimo;
8.	No caso de não atendimento das anteriores, requer-se a substituição da pena de reclusão pela de detenção, sem aplicação de multa, com sua redução no percentual máximo;
9.	Subsidiariamente aos pedidos anteriores, pleiteia a aplicação da pena de reclusão, com redução no percentual máximo previsto em lei.
Termos em que, 
Pede e aguarda deferimento.
Cidade/UF, dia, mês e ano.
ADVOGADO
OAB/UF XXX.XXX
ROL DE TESTEMUNHAS
CICLANO, qualificação;
FULANO, qualificação;
BELTRANO, qualificação.

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