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Fisiologia do sistema endócrino (síntese, secreção e mecanismo de ação dos hormônios)

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Daniella Machado
M	 Turma XXVI 
	 Fisiologia do sistema endócrino – Módulo 3 	Daniella Machado
 Morfofuncional– 1º período UniEVANGÉLICA 	 Turma XXVI 
Hormônios em Geral
Fisiologia do sistema endócrino (síntese, secreção e mecanismo de ação dos hormônios) – Metabolismo
Morfofuncional: Módulo 3
*Use a P1 do M3 para essa matéria pq esse resumo ficou horrível
Coordenação das funções corporais
Mensageiros químicos
Neurotransmissores: liberados por terminais de axônio nas junções sinápticas e atuam localmente para controlar as funções das células nervosas.
Hormônios endócrinos: liberados por glândulas ou células especializadas no sangue e influenciam a função das células alvo em outro local do corpo. Como o GH e tiroxina (da tireoide).
Hormônio neuroendócrinos: secretados por neurônios no sangue circulante e influenciam a função das células alvo, em outro local do corpo. Como o ADH, ocitocina e hormônios hipofisários.
Parácrinos: secretados por células no líquido extracelular e afetam células-alvo vizinhas de tipo diferente.
Autócrinos: secretados por células no líquido extracelular e afetam a função delas células que os produziram, ligando-se a receptores na superfície celular
Citocinas: peptídeos secretados por células no líquido extracelular e podem funcionar como hormônio autócrino, paraçrinos ou endócrinos. Como a leptina.
Estrutura química e síntese de hormônios 
Proteínas e polipeptídeos: 
Hormônios secretados pela hipófise anterior e posterior, pelo pâncreas (insulina e glucagon), paratormônio (paratireoide) e outros. A maioria dos hormônios, sendo armazenados em vesículas secretoras. Sendo sintetizados primeiramente como proteínas maiores não ativas biologicamente (pré-pró-hormônios) e clivados para formar pró-hormônios menores no reticulo endoplasmático, sendo transportados para o complexo de Golgi e secretado em vesículas. As enzimas nas vesículas clivam ainda mais, formando pró-hormônios ativos biologicamente e inativos fragmentares. A secreção ocorre quando as vesículas secretoras se fundem com a membrana celular e o conteúdo granular é expelido para o líquido intersticial ou diretamente na corrente sanguínea por exocitose (aumento da concentração de cálcio e despolarizando a membrana plasmática ou pelo estímulo do receptor endócrino na superfície celular aumentando o monofosfato cíclico de adenosina – AMPc- ativando as proteinocinases que iniciam a secreção do hormônio. São hidrossolúveis, facilitando a entrada na corrente sanguínea.
Esteroide:
 Secretados pelo córtex adrenal (cortisol e aldosterona), ovários e placenta (estrogênio e progesterona), testículos (testosterona). Na maioria das vezes são sintetizados pelo colesterol. São lipossolúveis, constituídos por três anéis ciclo-hexila e um ciclo pentila, combinados em uma única estrutura.
esteroides livres atravessam a membrana celular, ligam-se aos receptores intracelulares e translocam para o núcleo ligando-se ao DNA e promovendo a transcrição gênica. 
Derivados de aminoácidos tirosina:
Secretado pela tireoide (tiroxina) e medula adrenal (epinefrina e norepinefrina).
Sistema endócrino
Grupo de glândulas que produzem hormônios, que tem função regular determinadas funções corporais envolvidas no controle do metabolismo corporal.
São liberados longe da célula alvo e chegam a ela pela corrente sanguínea.
Funções mais elaboradas necessitam de controle do sistema endócrino.
As células alvo contêm receptores para os hormônios, os hormônios só atuam nas células que possuem os receptores específicos, sejam eles na membrana celular ou no interior da célula alvo.
Diferença entre sistema nervoso e endócrino
Regulação da secreção hormonal
Sinal de retroalimentação ou feedback negativo/positivo- síntese/armazenamento e liberação – corrente sanguínea – resposta desejada. É um ciclo.
Feedback positivo
A resposta estimula a produção da substância, o colo do útero se dilata e gera feedback positivo, o hipotálamo produz ocitocina e libera na hipófise e depois é liberado na corrente sanguínea, ocorrendo as contrações do útero.
Feedback negativo
A resposta fisiológica inibe a síntese do hormônio.
Exemplo: hormônio da tireoide (TSH).
Mecanismos de ação hormonal 
Hormônios hidrossolúveis
Circula livre na corrente sanguínea, precisa de um receptor na membrana plasmática, provocando modificações na célula, ativando uma proteína e atinge a resposta celular desejada.
Hormônios lipossolúveis
Precisa de um transportador, uma proteína.
Hipotálamo
Controle comum ao sistema nervoso autônomo e ao sistema endócrino; estimulando um estímulo nerval ou produz um hormônio dependendo da necessidade. A secrecao hipofisária é controlada pelo hipotálamo
O hipotálamo recebe sinais de muitas fontes do sistema nervoso. Durante a dor, sentimentos depressivos, parte da sinalização é exposta e transmitida ao hipotálamo. Os estímulos olfatórios (desagradável ou agradável) transmitem sinais através dos núcleos amigdaloides para o hipotálamo. As concentrações de água, eletrólitos e vários hormônios no sangue podem excitar ou inibir as porções do hipotálamo.
Ou seja, é um centro de integração de informações 
Hipófise/pituitária
Está na sela túrcica, e que se liga ao hipotálamo pelo pedúnculo hipofisário. Entre a hipófise anterior e posterior tem uma parte chamada parte intermediária
Produz vários hormônios que regulam os funcionamentos de outras glândulas. Sua secreção é controlada pelo hipotálamo e por mecanismos de feedback positivo e negativo.
Adeno-hipófise/ Anterior
Origina da bolsa de Rathke, uma invaginação embrionária do epitélio faríngeo, explicando o epitélio epiteloides. Sua secreção é controlada pelos hormônios liberadores ou inibidores que atuam sobre as células glandulares para controlar a sua secreção sendo conduzidos por meio dos vasos portais hipotalâmico-hipofisário.
1- Somatotróficas (somamotrofos): hormônios de crescimento (30-40%), são acidófilas, os tumores hipofisários que secretam grande quantidade de GH, são chamados de tumores acidófilos.
2- Corticotróficas (corticotrofos): hormônio adrenocorticotrófico (ACTH)
3- Tireotróficas (tireotrofos) -hormonio estimulante da tireoide
4- Gonadotrofinas (gonadotrofos) – hormônios gonadotróficos, incluem hormônio luteinizante (LH) e o FSH
5- Lactotróficas (lactotrofos) – prolactina
Vasos sanguíneos 
Muita vascularizada, com capilares Sinusoides em grande número entre as células glandulares.	Quase todo sangue que entra, passa por outro leito capilar na parte inferior do hipotálamo. sangue então flui pelos pequenos vasos sanguíneos portais hipotalâmico-hipofisários para os sinusoides da região anterior da hipófise. A eminência mediana conecta à haste hipofisária, sendo a ligação entre a adeno-hipófise e o hipotálamo.
Pequenas artérias penetram na eminência mediana, e, em seguida, pequenos vasos adicionais retornam para a sua superfície, unindo-se para formar os vasos sanguíneos portais hipotalâmico-hipofisários. Esses vasos seguem para baixo, ao longo da haste hipofisária, para fornecer sangue aos sinusoides da adeno-hipófise.
Eminência mediana
Neurônios especiais no hipotálamo sintetizam e secretam os hormônios liberadores e os hormônios inibidores que controlam a secreção dos hormônios da adeno-hipófise. Esses neurônios originam-se em várias partes do hipotálamo e enviam suas fibras nervosas para a eminência mediana e para o túber cinéreo, uma extensão do tecido hipotalâmico na haste hipofisária.
As terminações dessas fibras são diferentes da maioria das terminações no sistema nervoso central, pois sua função não consiste apenas na transmissão de sinais de um neurônio para o outro, mas, principalmente, na secreção de hormônios liberadores ou inibidores hipotalâmicos nos líquidos teciduais. Esses hormônios são imediatamente captados pelo sistema porta hipotálamo-hipofisário e conduzidos, diretamente,para os sinusoides da adeno-hipófise.
Função dos hormônios 
É controlar a secreção dos hormônios da adeno-hipófise. Para a maioria dos hormônios da adeno-hipófise, os hormônios liberadores são importantes, exceto no caso da prolactina, em que um hormônio inibidor hipotalâmico exerce, provavelmente, o maior controle.
1. Hormônio liberador de tireotrofina (TRH), que provoca a liberação de TSH.
2.Hormônio liberador de corticotrofina (CRH), que provoca a liberação de ACTH.
3.Hormônio liberador do hormônio de crescimento (GHRH), que provoca a liberação de GH e do hormônio inibidor do hormônio de crescimento (GHIH), também chamado de somatostatina, que inibe a liberação de GH.
4.Hormônio liberador de gonadotrofina (LHRH ou GnRH), que causa a liberação dos dois hormônios gonadotróficos: o LH e o FSH.
5.Hormônio inibidor da prolactina (PIH), que hoje sabemos ser a própria dopamina, que causa a inibição da secreção de prolactina.
Dos os hormônios hipotalâmicos, ou pelo menos a maioria, são secretados pelas terminações nervosas da eminência mediana antes de serem transportados para a adeno-hipófise. A estimulação elétrica dessa região excita essas terminações nervosas e, portanto, causa a liberação de essencialmente todos os hormônios hipotalâmicos. No entanto, os corpos celulares neuronais que dão origem a essas terminações nervosas da eminência mediana estão localizados em áreas discretas do hipotálamo ou em áreas intimamente relacionadas da base do encéfalo.
Hormônio somatotrófico/somatotrofina/ GH 
É de proteína, provocando o aumento do tamanho das células e a elevação do numero de mitoses, causa a multiplicação e a diferenciação especifica-as de certos tipos de células (células de crescimento ósseo e células musculares inicias.
Promove o crescimento de todo o organismo, afetando na formação de proteínas, a multiplicação e diferenciação celular. Ou seja, possui um efeito em quase todos os tecidos do corpo.
	Em resposta ao hormônio do crescimento, as células no fígado no musculo esquelético, na cartilagem, nos ossos e em outros tecidos, secretam fatores de crescimento insulino-símiles (IGFs) que podem entrar na corrente sanguínea a partir do fígado ou atuar de maneira local em outros tecidos como autócrinos ou parácrinos.
Efeitos
Aumento da taxa de síntese de proteínas na maioria das células do corpo; aumento da mobilização dos ácidos graxos do tecido adiposo, aumento do nível dos ácidos graxos livres no sangue e aumento do uso de ácidos graxos como fonte de energia e redução da taxa de utilização da glicose pelo organismo. Aumentando a quantidade de proteína corporal, utiliza as reservas de gordura e conserva os carboidratos.
GH aumenta diretamente o transporte da maioria dos aminoácidos através das membranas celulares para o interior das células. Isso aumenta as concentrações de aminoácidos nas células, e presume-se que seja pelo menos parcialmente responsável pelo aumento da síntese de proteínas. Esse controle do transporte de aminoácido é semelhante ao efeito da insulina no controle do transporte da glicose através das membranas,
Mesmo quando as concentrações de aminoácidos não estão aumentadas nas células, o GH continua a aumentar a tradução do RNA, fazendo com que a síntese proteica pelos ribossomos ocorra em maiores quantidades no citoplasma.
Transcrição de DNA
Por períodos mais prolongados (24 a 48 horas), o GH também estimula a transcrição de DNA no núcleo, levando à formação de maiores quantidades de RNA. Isso promove mais síntese de proteínas e crescimento, se energia suficiente, aminoácidos, vitaminas e outros requisitos para o crescimento estiverem disponíveis. A longo prazo, essa pode ser a função mais importante do GH.
Diminui a quebra das proteínas 
Além do aumento da síntese de proteínas, o GH diminui a quebra das proteínas celulares. Um provável motivo para essa diminuição é que o GH também mobiliza grandes quantidades de ácidos graxos livres do tecido adiposo, e esses são utilizados para fornecer a maior parte da energia para as células do corpo, agindo, assim, como um potente “poupador de proteínas”.
Ácidos graxos como energia
	Liberação de ácidos graxos do tecido adiposo, aumentando a concentração nos líquidos orgânicos. Além disso, nos tecidos do corpo, o GH aumenta a conversão de ácidos graxos em acetil coenzima A (acetil-CoA) e sua subsequente utilização como fonte de energia. Portanto, sob a influência do GH, a gordura é utilizada como fonte de energia preferencialmente ao uso de carboidratos e proteínas
A capacidade do GH de promover a utilização de gordura, junto com seu efeito anabólico proteico, leva ao aumento da massa magra corporal. No entanto, a mobilização de gordura pelo GH necessita de várias horas para ocorrer, enquanto o aumento da síntese das proteínas pode começar em minutos sob a influência do GH.
Sob a influência de quantidades excessivas de GH, a mobilização de gordura do tecido adiposo às vezes se torna tão acentuada, que grandes quantidades de ácido acetoacético são formadas pelo fígado e liberadas nos líquidos orgânicos, dando origem, assim, à cetose. Essa mobilização excessiva de gordura do tecido adiposo também provoca, frequentemente, a esteatose hepática.
Reduz a utilização de carboidratos
O GH provoca vários efeitos que influenciam o metabolismo dos carboidratos, incluindo: (1) a diminuição da captação de glicose pelos tecidos, como o musculoesquelético e o adiposo, (2) o aumento da produção de glicose pelo fígado e (3) o aumento da secreção de insulina.
Resistencia à insulina
Cada uma dessas alterações resulta da “resistência à insulina” induzida pelo GH, que atenua as ações da insulina para estimular a captação e a utilização de glicose pelos tecidos musculoesqueléticos e adiposo e para inibir a gliconeogênese (produção de glicose) pelo fígado; isso leva a um aumento da concentração da glicose no sangue e um aumento compensatório da secreção de insulina. Por essas razões, os efeitos do GH são chamados de diabetogênicos, e o excesso de secreção de GH pode produzir distúrbios metabólicos semelhantes aos encontrados em pacientes com diabetes tipo 2 (não dependentes de insulina), que também são resistentes aos efeitos metabólicos da insulina. No entanto, pacientes com acromegalia que apresentam excesso de secreção de GH são geralmente magros e têm pouca gordura visceral; enquanto pacientes com diabetes tipo 2 frequentemente estão acima do peso e têm um excesso de gordura visceral, o que aumenta a sua resistência à insulina.
Não sabemos o mecanismo exato pelo qual o GH provoca resistência à insulina e diminuição da utilização de glicose pelas células. No entanto, o aumento de ácidos graxos na lipólise e nas concentrações sanguíneas induzido por GH provavelmente contribui para a deficiência das ações da insulina na utilização da glicose pelos tecidos. Estudos experimentais indicam que níveis crescentes de ácidos graxos, acima dos valores normais, diminuem, rapidamente, a sensibilidade do fígado e dos tecidos musculoesqueléticos aos efeitos da insulina no metabolismo dos carboidratos.
Necessidade de insulina e de carboidratos 
O GH não causa crescimento em animais desprovidos de pâncreas; também não causa crescimento se os carboidratos forem excluídos da dieta. Assim, a atividade de insulina adequada e a disponibilidade adequada de carboidratos são necessárias para o GH ser efetivo. Parte dessa necessidade de carboidratos e de insulina é para fornecer a energia necessária para o metabolismo de crescimento, mas parece haver outros efeitos também. Especialmente importante é a capacidade da insulina de aumentar o transporte de alguns aminoácidos para as células, da mesma forma que estimula o transporte de glicose.
Estimula o crescimento cartilaginoso e ósseo
Embora o GH estimule o incremento da deposição de proteína e do crescimento em quase todos os tecidos do corpo, seu efeito mais óbvio é aumentar o crescimento esquelético. Isso resulta de efeitos múltiplos do hormônio de crescimento nos ossos, incluindo: (1) o aumento da deposição de proteínas pelas célulascondrocíticas e osteogênicas, que causam o crescimento ósseo; (2) o aumento da taxa de reprodução dessas células; e (3) um efeito específico de conversão de condrócitos em células osteogênicas, ocasionando, assim, a deposição de novos ossos.
Existem dois mecanismos principais do crescimento ósseo. Primeiro, em resposta ao estímulo do GH, os ossos longos crescem em comprimento nas cartilagens epifisárias, onde as epífises nas extremidades dos ossos estão separadas das hastes. Esse crescimento, primeiro, provoca a deposição de nova cartilagem, que é seguida por sua conversão em osso novo, aumentando a haste e afastando as epífises cada vez mais. Ao mesmo tempo, a cartilagem epifisária passa por um consumo progressivo, de modo que, até o final da adolescência, não resta nenhuma cartilagem epifisária para permitir o crescimento adicional do osso. Nesse momento, ocorre a fusão das epífises em cada uma de suas extremidades, de modo que não é mais possível aumentar o comprimento do osso.
Em segundo lugar, os osteoblastos no periósteo ósseo e em algumas cavidades ósseas depositam osso novo nas superfícies de osso. Simultaneamente, os osteoclastos presentes no osso removem o osso velho. Quando a taxa de deposição é maior do que a de reabsorção, a espessura do osso aumenta. O hormônio de crescimento estimula fortemente os osteoblastos. Portanto, os ossos podem ficar mais espessos ao longo da vida sob a influência do GH; isso é especialmente verdadeiro para os ossos membranosos. Por exemplo, os ossos maxilares podem ser estimulados a crescer mesmo após a adolescência, causando a protrusão do queixo e dos dentes inferiores. Da mesma forma, os ossos do crânio podem crescer em espessura, dando origem a protrusões ósseas sobre os olhos.
 Por meio de fatores de crescimento semelhantes à insulina (somatomedinas)
O GH faz com que o fígado (e, em uma extensão muito menor, outros tecidos) forme várias pequenas proteínas chamadas de fatores de crescimento semelhantes à insulina (IGFs, também chamados de somatomedinas), que medeiam alguns dos efeitos do crescimento e metabólicos do GH mais importante deles é o IGF-1 (somatomedina C). 
Crianças com deficiência de IGF não crescem normalmente, mesmo que tenham uma secreção normal ou até elevada de GH. Os povos pigmeus da África, por exemplo, têm a estatura muito baixa devido a uma incapacidade congênita de sintetizar quantidades significativas de IGF-1. Embora a concentração plasmática de GH possa estar normal ou elevada, eles apresentam quantidades diminuídas de IGF-1 no plasma, o que aparentemente explica a sua pequena estatura. Alguns outros anões (p. ex., na síndrome de Laron) têm um problema semelhante, geralmente causado por mutação do receptor de GH e, portanto, por falha do GH em estimular a formação de IGF-1.
Foi postulado que a maioria dos efeitos de crescimento do GH resulte do IGF-1 e de outros IGFs, em vez de resultar de efeitos diretos do GH nos ossos e em outros tecidos periféricos. Mesmo assim, experimentos têm demonstrado que a injeção de GH diretamente nas cartilagens epifisárias de ossos de animais vivos causa o crescimento dessas áreas cartilaginosas, e a quantidade de GH necessária para esse crescimento é mínima. Uma possível explicação para esse achado é que o GH pode causar formação de IGF-1 suficiente no tecido local para induzir o crescimento localizado. No entanto, o GH também tem efeitos independentes do IGF que estimulam o crescimento em alguns tecidos, como os condrócitos das cartilagens.
Regulação da secreção do hormônio de crescimento
Após a adolescência, a secreção do GH diminui lentamente com o passar dos anos, até cair para cerca de 25% em pessoas idosas em relação ao nível encontrado na adolescência.
O GH é secretado em um padrão pulsátil, aumentando e diminuindo. Os mecanismos precisos que controlam a secreção do GH não são totalmente compreendidos, mas vários fatores relacionados ao estado de nutrição ou ao estresse de uma pessoa são conhecidos por estimular a sua secreção: (1) inanição, especialmente com deficiência proteica grave; (2) hipoglicemia ou baixa concentração de ácidos graxos no sangue; (3) exercício; (4) excitação; (5) traumatismo; (6) grelina, um hormônio secretado pelo estômago antes das refeições; e (7) alguns aminoácidos, incluindo a arginina. O GH também aumenta caracteristicamente durante as primeiras 2 horas de sono profundo. 
Em condições agudas, a hipoglicemia é um estimulante muito mais potente da secreção do GH do que a redução aguda na ingestão de proteínas. Por outro lado, em condições crônicas, a secreção do GH parece correlacionar-se mais com o grau de depleção de proteína celular do que com o grau de insuficiência de glicose. Por exemplo, os níveis extremamente altos de GH que ocorrem durante o jejum estão intimamente relacionados à quantidade de depleção de proteínas.
O efeito da deficiência de proteína na concentração plasmática de GH e, em seguida, o efeito da adição de proteína à dieta. A primeira coluna mostra níveis muito elevados de GH em crianças com deficiência extrema de proteínas durante a condição de desnutrição proteica chamada de kwashiorkor; a segunda coluna mostra os níveis, nas mesmas crianças, após 3 dias de tratamento com quantidades mais do que adequadas de carboidratos em suas dietas, demonstrando que os carboidratos não diminuíram a concentração plasmática de GH. A terceira e a quarta colunas mostram os níveis após o tratamento com suplementos proteicos durante 3 e 25 dias, respectivamente, com redução concomitante do hormônio.
Esses resultados demonstram que, em condições graves de desnutrição proteica, a ingestão isolada de quantidades adequadas de calorias não é suficiente para corrigir o excesso de produção de GH. A deficiência de proteínas também deve ser corrigida para que a concentração de GH volte ao normal.
O hormônio liberador do hormônio de crescimento estimula a sua secreção, e a somatostatina a inibe
A partir da descrição anterior dos muitos fatores que podem afetar a secreção do GH, compreende-se prontamente a perplexidade dos fisiologistas enquanto tentavam desvendar os mistérios da regulação da secreção de GH. Sabe-se que a secreção de GH é controlada por dois fatores secretados no hipotálamo e, então, transportados para a adeno-hipófise pelos vasos portais hipotalâmico-hipofisários. São eles: o hormônio liberador do hormônio de crescimento (GHRH) e o hormônio inibidor do hormônio de crescimento (também chamado de somatostatina). Ambos são polipeptídeos; o GHRH é composto por 44 aminoácidos, e a somatostatina, por 14 aminoácidos.
Os neurônios dos núcleos arqueados e ventromediais do hipotálamo secretam GHRH; essa é a mesma área do hipotálamo que é sensível à concentração sanguínea de glicose, causando saciedade em estados hiperglicêmicos e fome em estados hipoglicêmicos. A secreção de somatostatina é controlada pelos neurônios periventriculares próximos do hipotálamo. Portanto, é razoável esperar que alguns dos mesmos sinais que modificam os instintos alimentares comportamentais também alterem a taxa de secreção de GH.
De maneira semelhante, os sinais hipotalâmicos que representam emoções, estresse e traumatismo podem afetar o controle hipotalâmico da secreção de GH. Na verdade, os experimentos mostraram que as catecolaminas, a dopamina e a serotonina, cada uma liberada por um sistema neuronal diferente no hipotálamo, são capazes de aumentar a secreção de GH.
A maior parte do controle da secreção de GH é provavelmente mediada pelo GHRH, em vez de pelo hormônio inibidor, a somatostatina. O GHRH estimula a secreção de GH ligando-se a receptores específicos da membrana celular nas superfícies externas das células do GH na hipófise. Os receptores ativam o sistema adenilciclase na membrana celular, aumentando o nível intracelular de monofosfato de adenosina (AMPc). Esse aumento tem efeitos a curto e a longo prazo. O efeito a curto prazo é o aumento do transporte de íons cálcio para a célula; em minutos, esse aumento causa a fusão das vesículas secretoras de GH com a membranacelular e a liberação do hormônio para o sangue. O efeito a longo prazo é o aumento da transcrição no núcleo dos genes responsáveis pela estimulação da síntese do GH.
Quando o GH é administrado diretamente no sangue de um animal ao longo de várias horas, a secreção de GH endógeno diminui. Essa diminuição demonstra que a secreção de GH está sujeita ao controle de feedback negativo típico, como ocorre, essencialmente, com todos os hormônios. A natureza desse mecanismo de feedback ainda é incerta, não se sabe se é mediado principalmente por inibição de GHRH ou por aumento de somatostatina.
Função dos IGFs
Crescimento celular cicatrização dos tecidos, inibe o uso de antiácidos para energia, mantem massa muscular, inibe o isso de glicose, lipólise. 
Secreção do GH
Os somatotrofos na adeno hipófise liberam pulsos de hormônio do crescimento em intervalos de poucas horas, especialmente durante o sono. Sua atividade secretora é controlada principalmente por dois hormônios hipotalâmicos: o GNRH e GHIH sendo esses hormônios principalmente pela glicemia.
 
Prolactina (PRL)
Desenvolvimento da glândula mamárias e a produção de leite.
Junto com outros hormonios inicia e mantem a producao de leites pelas glandulas mamátias. Sozinha, ela exerce um efeito fraco. Somente depois da preparacao das glandulas mamarias promovida pelos estrogenios, progesterona, glicocorticoides, GH, tiroxina, que exercem efeitos permissiveis que a PRL produz leite
	A ejecao de leite das glandulas mamárias depende do hormonio ocitocina, liberado pela adeno-hipófise. Em conjunto, a producao e a ejecao de leite constituem a lacatacao 
	Nas mulheres, o hormônio liberador de prolactina (PIH), que vem a ser a dopamina, inibe a liberacao de prolactica da adenohipófise na maior parte do tempo. Todo mês, pouco antes de comecar a mentruacao, a secrecao de PIH diminui e o nível sanguíneo da prolactina se eleva, porem não o suficiente para estimular a producao de leite. Durante a gravidez, o nivel de prolactina sobre estilumado pelo hormônio liberador de prolactina (PRH) do hipotálamo.
 	O excesso de producao de prolactina pode acarretar infertilidade
Hormônio estimulante da Tireoide (TSH)
O hormônio tireoestimulante (tirotropina) estimula a síntese e a secreção de triodotironina (T3) e tiroxina (T4), que são produzidas pela glândula tireoide. O hormônio liberador de tirotropina (TRH) do hipotálamo controla a secreção de TSH. A liberação de TRH, por sua vez, depende dos níveis sanguíneos de T3 e T4, níveis elevados de T3 e T4 inibem a secreção de TRH via feedback negativo.
Hormônio folículo estimulante (FSH)
Mulheres
Os ovários são alvo desse hormônio, a cada mês o FSH inicia o desenvolvimento de vários folículos ovariano e estimula as células foliculares a secretar estrogênios, é suprimida pelo estrogênio
Homens
O FSH promove a produção de espermatozoides nos testículos. O GNRH do hipotálamo estimula a liberação do FSH, sendo suprimida pela testosterona.
Hormônio Luteinizante (LH)
Mulher
O hormônio LH desencadeia a ovulação, estimula a transformação do folículo que ovulou em corpo lúteo, que passa a secretar também a progesterona entre outros hormônios
Homem
O LH estimula células nos testículos a secretarem testosterona. A secreção de LH, assim como a do FSH, é controlada pelo hormônio GnRH.
Neuro-hipófise/ Hipófise Posterior
Origina-se do crescimento do tecido neural do hipotálamo, presença de células da glia – pituícitos- mas eles não secretam hormônios, são uma estrutura de suporte para grande números de fibras nervosas terminais e de terminações nervosas, de tratos nervosos que originam nos núcleos supraóptico e paraventricular do hipotálamo. Seus hormônios são sintetizados por corpos celulares de neurônios no hipotálamo. Esses neurônios são chamados de neurônios magnocelulares, que estão nos núcleos supraópticos e paraventriculares do hipotálamo. Sendo controlada por sinais neurais do hipotálamo. 
As terminações nervosas são botões bulbosos que contêm muitos grânulos secretores. Tais terminações localizam-se na superfície dos capilares, onde secretam dois hormônios da neuro-hipófise.
Se a haste hipofisária for seccionada acima da hipófise, mas todo o hipotálamo permanecer intacto, os hormônios da neuro-hipófise continuam a ser secretados normalmente, após uma diminuição transitória por alguns dias; eles então são secretados pelas extremidades seccionadas das fibras no hipotálamo, e não pelas terminações nervosas da neuro-hipófise. A razão para isso é que os hormônios são inicialmente sintetizados nos corpos celulares dos núcleos supraóptico e paraventricular e são, então, transportados em associação às proteínas “transportadoras”, chamadas de neurofisinas, para as terminações nervosas na neuro-hipófise, sendo necessários vários dias para atingir a glândula.
Quando os impulsos nervosos são transmitidos para baixo, ao longo das fibras dos núcleos supraópticos ou paraventriculares, o hormônio é imediatamente liberado dos grânulos secretores nas terminações nervosas por meio do mecanismo de secreção usual da exocitose e é absorvido pelos capilares adjacentes. Tanto a neurofisina como o hormônio são secretados juntos, mas, como eles têm apenas uma ligação frouxa, o hormônio se separa quase imediatamente. A neurofisina não tem função conhecida após deixar os terminais nervosos. 
Hormônio antidiurético (ADH) vasopressina
Promove a reabsorção de água nos tubos coletores; inibe a secreção de suor; estimula a vasoconstrição. Controla a excrecao de agua pela urina, ajuda a controlar a quantidade de água nos líquidos do organismo.
O ADH é formado principalmente nos núcleos supraópticos, enquanto a ocitocina é formada principalmente nos núcleos paraventriculares. Cada um desses núcleos pode sintetizar cerca de um sexto tanto do segundo hormônio quanto de seu hormônio primário.
injeção de quantidades extremamente pequenas de ADH – tais como 2 nanogramas – pode causar a diminuição da excreção de água pelos rins (antidiurese). Esse efeito antidiurético é discutido nos Capítulos 28 e 29. Resumidamente, na ausência de ADH, os túbulos e os ductos coletores tornam-se quase impermeáveis à água, o que impede a sua reabsorção e, portanto, permite a perda extrema de água na urina, também causando sua diluição extrema, uma condição chamada de diabetes insípido central. Por outro lado, na presença de altos níveis de ADH, a permeabilidade dos ductos e dos túbulos coletores aumenta muito e permite que a maior parte da água seja reabsorvida conforme o líquido tubular passa por esses ductos, consequentemente, conservando água no corpo e produzindo muita urina concentrada.
Sem ADH, as membranas luminais das células epiteliais tubulares dos ductos coletores são quase impermeáveis à água. No entanto, imediatamente no lado interno da membrana celular existe um grande número de vesículas especiais que apresentam poros altamente permeáveis à água, chamados de aquaporinas (ver Figura 28.19). Quando o ADH age na célula, em primeiro lugar ele se combina aos receptores de membrana que ativam a adenilciclase, levando à formação de AMPc no citoplasma das células tubulares. Essa formação leva à fosforilação dos elementos nas vesículas especiais, o que, em seguida, faz com que as vesículas se insiram nas membranas celulares apicais, fornecendo, assim, muitas áreas de alta permeabilidade à água. Tudo isso ocorre dentro de 5 a 10 minutos. Então, na ausência de ADH, todo o processo se reverte em 5 a 10 minutos. Assim, esse processo fornece, temporariamente, muitos novos poros que permitem a difusão livre da água do líquido tubular através das células epiteliais tubulares e no interstício renal. A água é, então, absorvida a partir dos túbulos e ductos coletores por osmose, conforme explicado no Capítulo 29, em relação à concentração da urina nos rins.
Regulação da produção do hormônio antidiurético
O aumento da osmolaridade do líquido extracelular estimula a secreção de ADH. Quando uma solução eletrolítica concentrada é injetada na artéria que irriga o hipotálamo, os neurônios ADHnos núcleos supraóptico e paraventricular imediatamente transmitem impulsos para a neuro-hipófise, de modo a liberar uma grande quantidade de ADH no sangue circulante, aumentando, às vezes, a secreção de ADH até 20 vezes o normal. Por outro lado, a injeção de uma solução diluída nessa artéria leva à interrupção desses impulsos e, portanto, quase a cessação total da secreção de ADH. Assim, a concentração de ADH nos líquidos corporais pode mudar de pequena para grandes quantidades, ou vice-versa, em apenas alguns minutos.
No hipotálamo, ou próximo a ele, existem receptores neuronais modificados chamados de osmorreceptores. Quando o líquido extracelular fica muito concentrado, ele é retirado por osmose das células osmorreceptoras, reduzindo seu tamanho e iniciando a sinalização nervosa apropriada no hipotálamo, para levar à secreção adicional de ADH. Por outro lado, quando o líquido extracelular se torna muito diluído, a água se move por osmose na direção oposta, para a célula, o que reduz o sinal para a secreção de ADH. Apesar de alguns pesquisadores situarem esses osmorreceptores no próprio hipotálamo (nos núcleos supraópticos), outros acreditam que eles estejam localizados no órgão vascular da lâmina terminal, uma estrutura altamente vascular na parede anteroventral do terceiro ventrículo (região AV3V). Conforme discutido no Capítulo 29, lesões na região AV3V prejudicam muito a secreção de ADH, enquanto a estimulação elétrica ou a estimulação por angiotensina II aumenta a secreção de ADH.
Independentemente do mecanismo, os líquidos corporais concentrados estimulam os osmorreceptores e a secreção de ADH, enquanto os líquidos corporais diluídos os inibem, proporcionando um poderoso sistema de controle de feedback para controlar a pressão osmótica total dos líquidos corporais. Detalhes adicionais sobre o controle da secreção de ADH e o papel do ADH no controle da função renal e na osmolaridade dos líquidos corporais são apresentados no Capítulo 29.
O baixo volume sanguíneo e a baixa pressão sanguínea estimulam a secreção do ADH | Efeitos vasoconstritores do ADH. Considerando que as concentrações mínimas de ADH causam o aumento da conservação de água pelos rins, concentrações mais altas de ADH têm um efeito potente de vasoconstrição sobre as arteríolas em todo o corpo e, portanto, aumentam a pressão arterial. Por esse motivo, o ADH também é chamado de vasopressina.
Um dos estímulos para causar a secreção intensa do ADH é a baixa volemia. Isso ocorre fortemente quando o volume sanguíneo diminui de 15 a 25% ou mais; por vezes, a secreção pode aumentar muito, podendo chegar a 50 vezes o valor normal.
Os átrios contêm receptores de distensão, que são excitados pelo enchimento excessivo. Quando excitados, eles enviam sinais ao cérebro para inibir a secreção de ADH. Por outro lado, quando os receptores não ficam excitados, como resultado do enchimento insuficiente, ocorre o oposto, com o aumento acentuado da secreção do ADH. A diminuição da distensibilidade dos barorreceptores das regiões das carótidas, aórtica e pulmonar também estimula a secreção do ADH. Mais detalhes sobre esse mecanismo de feedback por volume e pressão sanguíneos são encontrados no Capítulo 29.
Ocitocina
Responsável pela contração do útero durante o parto e pela contração das glândulas mamárias durante a amamentação para a ejeção do leite durante a sucção.
A função da ocitocina em homens e mulheres não gravidas não é clara, mas parece que ela atue em ações no encéfalo que promovem o comportamento parental de cuidado em relação ao filho.
Pode ser responsável, em pare, pelas sensações de prazer sexual durante e depois do intercurso.
A ocitocina causa a contração no útero grávido. O hormônio ocitocina, de acordo com seu nome, estimula poderosamente a contração do útero grávido, especialmente no final da gestação. Portanto, muitos obstetras acreditam que esse hormônio seja, pelo menos parcialmente, responsável por causar o nascimento do bebê. Essa crença é apoiada pelos seguintes fatos: (1) em um animal hipofisectomizado, a duração do trabalho de parto é prolongada, indicando um possível efeito da ocitocina durante o parto; (2) a quantidade de ocitocina no plasma aumenta durante o trabalho de parto, principalmente no último estágio; e (3) o estímulo do colo uterino em animal gestante desencadeia a liberação de sinais neurais, que passam para o hipotálamo e causam o aumento da secreção de ocitocina. Esses efeitos e esse possível mecanismo de auxílio no processo do nascimento são discutidos, com mais detalhes, no Capítulo 83.
A ocitocina ajuda na ejeção do leite pelas mamas. A ocitocina também desempenha um papel especialmente importante na lactação – um papel que é muito mais bem compreendido do que seu papel no parto. Na lactação, a ocitocina faz com que o leite seja expulso pelos alvéolos para os ductos da mama, para que o bebê o obtenha por meio da sucção.
Esse mecanismo funciona da seguinte maneira: o estímulo da sucção no mamilo faz com que os sinais sejam transmitidos pelos nervos sensoriais para os neurônios ocitocinérgicos nos núcleos paraventricular e supraóptico no hipotálamo, o que causa a liberação de ocitocina pela neuro-hipófise. A ocitocina é então transportada pelo sangue para as mamas, onde provoca a contração das células mioepiteliais, que se localizam externamente e formam uma rede circundando os alvéolos das glândulas mamárias. Em menos de um minuto após o início da sucção, o leite começa a fluir. Esse mecanismo é chamado de descida do leite, ou ejeção do leite. Ele é discutido mais detalhadamente no Capítulo 83, em relação à fisiologia da lactação.
Tireoide
Única que armazena seus produtos em grandes quantidades com suprimento para cerca de 100 dias
Os T3 (tri-iodotironina) e T4 (tiroxina) são produzidos sob estimulação do TSH, tendo a tirosina como precursor. Além disso, produz também a calcitonina. É secretado 93% de tiroxina e apenas 7% de tri-iodotironina (porém ela é muito mais potente)
A secreção da tireoide é controlada principalmente pelo hormônio estimulante da tireoide (ou tireoestimulante) (TSH), que é secretado pela adeno-hipófise.
	Iodo estimula a produção dos hormônios T3 e T4 – bócio.
Tireotropina (hormônio estimulante da tireoide)
	Controla a secreção da tiroxina e da tri-iodotironina pela glândula tireoide, e esses hormonios controlam a velocidade da maioria das reações químicas intracelulares no organismo.
Anatomia e fisiologia da glândula tireoide
	A glândula tireoide é composta por muitos folículos tireoidianos, que são preenchidos por uma substância denominada coloide e revestidos por células epiteliais cuboides, que secretam seus produtos para o interior dos folículos. O constituinte principal do coloide é a grande glicoproteína tireoglobulina, que contém os hormônios da tireoide. 
	Uma vez que a secreção chegue aos folículos, deve ser reabsorvida através do epitélio folicular para o sangue, a fim de realizar suas funções no organismo. A glândula tireoide tem fluxo sanguíneo cinco vezes maior do que seu peso a cada minuto, fluxo sanguíneo maior do que qualquer outra área do corpo.
	A glândula tireoide também contém células C, que secretam calcitonina, um hormônio que contribui para a regulação da concentração do íon cálcio no plasma.
Bomba de iodo | cotransportador de sódio/iodo 
	É o transporte de iodeto do sangue para as células e folículos glandulares da tireoide. A membrana basal das células tireoidianas tem a capacidade específica de bombear, ativamente, o iodeto para o interior da célula. Esse bombeamento é realizado pela ação de um cotransportador, que cotransporta um íon iodeto junto com dois íons sódio através da membrana basolateral (plasma) para a célula. A energia para transportar iodeto contra um gradiente de concentração vem da bomba de sódio-potássio trifosfatase de adenosina (Na+/K+ ATPase), que bombeia o sódio para fora da célula, estabelecendo, assim, uma baixa concentração de sódio intracelular e um gradiente para difusão facilitada para dentro da célula.
Esse processo de concentraçãodo iodeto na célula é chamado de captação de iodeto. Em uma glândula normal, a concentração de iodeto gerada pela bomba é de cerca de 30 vezes maior do que sua concentração no sangue. Quando a glândula tireoide se torna maximamente ativa, essa concentração pode aumentar para até 250 vezes. A captação de iodeto pela tireoide é influenciada por diversos fatores, dos quais o mais importante é o TSH; este hormônio estimula a atividade da bomba de iodeto nas células da tireoide, enquanto a hipofisectomia a reduz de forma considerável.
O iodeto é transportado para fora das células da tireoide através da membrana apical para o folículo, por meio de uma molécula contratransportadora de íons cloreto-iodeto, chamada pendrina. As células epiteliais da tireoide também secretam tireoglobulina para o folículo, que contém aminoácidos de tirosina, a qual o iodo se ligará, conforme discutido no próximo seção.
 Tireoglobulina +formação de tiroxina e tri-iodotironina
s células da tireoide são típicas células glandulares secretoras de proteínas, conforme ilustrado na Figura 77.2. O retículo endoplasmático e o complexo de Golgi sintetizam e secretam para os folículos uma grande glicoproteína, chamada de tireoglobulina, com peso molecular de cerca de 335 mil.
Cada molécula de tireoglobulina contém cerca de 70 aminoácidos de tirosina, que são os principais substratos que se combinam com o iodo para formar os hormônios da tireoide. Assim, os hormônios tireoidianos se formam (são montados) ao longo da molécula de tireoglobulina. Assim, os hormônios tiroxina e tri-iodotironina são formados a partir dos aminoácidos tirosina, e compõem parte da molécula de tireoglobulina durante a síntese dos hormônios tireoidianos, até mesmo enquanto estão armazenados no coloide folicular.
A primeira etapa essencial na formação dos hormônios tireoidianos é a conversão dos íons iodeto para a forma oxidada de iodo, ou iodo nascente (I0), ou I3–, que é, então, capaz de se combinar diretamente com o aminoácido tirosina. Essa oxidação do iodo é promovida pela enzima tireoperoxidase acompanhada de peróxido de hidrogênio, que fornece um sistema potente, capaz de oxidar iodetos. A tireoperoxidase está localizada na membrana apical da célula ou ligada a ela, proporcionando, assim, o iodo oxidado, exatamente no ponto da célula no qual a molécula de tireoglobulina surge, egressa do complexo de Golgi e através da membrana celular, sendo armazenada no coloide da tireoide. Quando o sistema de tireoperoxidase é bloqueado ou quando está hereditariamente ausente das células, a formação de hormônios tireoidianos cai para zero.
Iodinação da tirosina e formação dos hormônios tireoidianos | “Organificação” da tireoglobulina. A ligação do iodo com a molécula de tireoglobulina é chamada de organificação da tireoglobulina. O iodo oxidado, até mesmo na forma molecular, liga-se diretamente, embora mais lentamente, ao aminoácido tirosina. Nas células da tireoide, no entanto, o iodo oxidado está associado à enzima peroxidase tireoidiana (ver a Figura 77.2), que faz com que o processo ocorra em segundos ou minutos. Portanto, quase tão rapidamente quanto a tireoglobulina é liberada do complexo de Golgi ou secretada através da membrana celular apical para o folículo, o iodo se liga a cerca de um sexto dos aminoácidos tirosina dentro da molécula de tireoglobulina.
A Figura 77.3 mostra os estágios sucessivos de iodinação da tirosina e a formação final de tiroxina e de tri-iodotironina. A tirosina é, inicialmente, iodada para monoiodotirosina e, depois, para di-iodotirosina. Então, durante os próximos minutos, horas e até dias, cada vez mais resíduos de iodotirosina ficam acoplados uns aos outros.
O principal produto hormonal da reação de acoplamento é a molécula tiroxina (T4), que se forma quando duas moléculas de di-iodotirosina são unidas; a tiroxina então permanece parte da molécula de tireoglobulina. Outra possibilidade é o acoplamento de uma molécula de monoiodotirosina com uma molécula de di-iodotirosina, formando a tri-iodotironina (T3), que representa cerca de 1/15 do total de hormônios. Pequenas quantidades de T3 reversa (rT3) são formadas pelo acoplamento de di-iodotirosina com monoiodotirosina, mas rT3 não parece ter uma significância funcional em seres humanos.
Armazenamento de tireoglobulina. 
A glândula tireoide tem a capacidade incomum entre as glândulas endócrinas de armazenar uma grande quantidade de hormônios. Após a síntese dos hormônios da tireoide, cada molécula de tireoglobulina apresenta cerca de 30 moléculas de tiroxina e algumas de tri-iodotironina. Nessa forma, os hormônios da tireoide são armazenados nos folículos em quantidade suficiente para suprir as necessidades normais do corpo por 2 a 3 meses. Portanto, quando a síntese de hormônios da tireoide cessa, os efeitos fisiológicos da deficiência não são observados por vários meses.
A maior parte da tireoglobulina não é liberada para a circulação; em vez disso, a tiroxina e a tri-iodotironina são clivadas da molécula de tireoglobulina, e, em seguida, os hormônios livres são liberados. Esse processo ocorre da seguinte forma: a superfície apical das células da tireoide emite pseudópodos, que cercam pequenas porções do coloide, formando vesículas pinocíticas que penetram pelo ápice da célula. Em seguida, os lisossomos no citoplasma celular imediatamente se fundem com as vesículas para formar vesículas digestivas contendo enzimas digestivas dos lisossomos misturadas com o coloide. Múltiplas proteases entre as enzimas digerem as moléculas de tireoglobulina e liberam tiroxina e tri-iodotironina em sua forma livre, que então se difundem por meio da base da célula da tireoide para os capilares adjacentes. Assim, os hormônios tireoidianos são liberados no sangue.
Parte da tireoglobulina do coloide entra na célula tireoidiana por endocitose, depois de se ligar à megalina, uma proteína localizada na membrana luminal das células. Em seguida, o complexo megalina-tireoglobulina é transportado através da célula por transcitose até a membrana basolateral, onde uma porção da megalina permanece ligada à tireoglobulina e é liberada no sangue capilar.
Cerca de três quartos da tirosina iodada na tireoglobulina nunca se tornam hormônio, permanecendo como monoiodotirosina e di-iodotirosina. Durante a digestão da molécula de tireoglobulina para provocar a liberação de tiroxina e de tri-iodotironina, essas tirosinas iodadas também são liberadas das moléculas de tireoglobulina. No entanto, elas não são secretadas no sangue. Ao contrário, seu iodo é clivado pela enzima deiodinase, que torna praticamente todo esse iodo disponível novamente para reciclagem dentro da glândula para formar hormônios tireoidianos adicionais. A ausência congênita da enzima deiodinase pode causar deficiência de iodo devido ao fracasso desse processo de reciclagem.
Taxa diária de secreção de tiroxina e de tri-iodotironina. Cerca de 93% do hormônio da tireoide liberado da glândula tireoide são normalmente tiroxina, e apenas 7% são tri-iodotironina. No entanto, após poucos dias, cerca de metade da tiroxina é deiodada lentamente para formar tri-iodotironina adicional. Portanto, o hormônio finalmente transportado e utilizado pelos tecidos, consiste, principalmente, em tri-iodotironina, perfazendo cerca de 35 μg diários de tri-iodotironina.
TRANSPORTE DE TIROXINA E DE TRI-IODOTIRONINA PARA OS TECIDOS
A tiroxina e a tri-iodotironina estão ligadas a proteínas plasmáticas. Ao serem liberadas no sangue, mais de 99% da tiroxina e da tri-iodotironina se ligam imediatamente às diversas proteínas plasmáticas sintetizadas pelo fígado. Elas se combinam principalmente com a globulina transportadora de tiroxina (TBG) e muito menos com a pré-albumina de ligação de tiroxina e albumina.
A tiroxina e a tri-iodotironina são liberadas lentamente para os tecidos. Por causa da alta afinidade das proteínas plasmáticas de ligação aos hormônios da tireoide, essas substâncias – em particular, a tiroxina – são liberadas lentamente para as células teciduais. Metade da tiroxinasanguínea é liberada, aproximadamente, a cada 6 dias, enquanto metade da tri-iodotironina – por causa de sua baixa afinidade – é liberada para as células em cerca de 1 dia.
Ao entrar nas células do tecido, tanto a tiroxina quanto a tri-iodotironina, ligam-se, novamente, a proteínas intracelulares, sendo que a ligação da tiroxina é mais forte do que a da tri-iodotironina. Portanto, elas são armazenadas novamente, mas dessa vez nas células-alvo, e são usadas, lentamente, ao longo de dias ou semanas.
A ação dos hormônios da tireoide tem início lento e longa duração. Após a injeção de uma grande quantidade de tiroxina no ser humano, praticamente não se detectam efeitos no metabolismo por 2 a 3 dias, o que demonstra que há um longo período de latência, antes do início da atividade da tiroxina. Assim que a atividade começa, ela aumenta progressivamente e atinge um máximo em 10 a 12 dias, conforme mostrado na Figura 77.4. Depois disso, declina com meia-vida de cerca de 15 dias. Parte da atividade persiste por 6 semanas a 2 meses.
As ações da tri-iodotironina ocorrem cerca de quatro vezes mais rapidamente do que as da tiroxina, com um período de latência de apenas 6 a 12 horas e atividade celular máxima ocorrendo dentro de 2 a 3 dias.
A maior parte da latência e o período prolongado de ação desses hormônios são provavelmente causados por sua ligação às proteínas no plasma e nas células do tecido, seguidas por sua liberação lenta. No entanto, veremos em discussões subsequentes que parte do período de latência também resulta da maneira como esses hormônios realizam suas funções nas células.
Funções fisiológicas dos hormônios tireoidianos
O efeito geral dos hormônios tireoidianos consiste em ativar a transcrição nuclear de muitos genes. No entanto, em praticamente todas as células do corpo, muitas enzimas, proteínas estruturais, proteínas de transporte e outras substâncias são sintetizadas. O resultado é o aumento generalizado da atividade funcional em todo o organismo.
A maior parte da tiroxina secretada pela tireoide é convertida em tri-iodotironina. Antes de agir nos genes para aumentar a sua transcrição, um iodeto é removido de quase toda a tiroxina, formando a tri-iodotironina. Receptores intracelulares do hormônio tireoidiano têm uma alta afinidade pela tri-iodotironina. Consequentemente, mais de 90% dos hormônios da tireoide que se ligam aos receptores consistem em tri-iodotironina.
Os hormônios da tireoide ativam os receptores nucleares. Os receptores do hormônio tireoidiano estão ligados às fitas genéticas de DNA ou localizados nas proximidades delas. O receptor do hormônio tireoidiano geralmente forma um heterodímero com o receptor de retinoide X (RXR) em elementos de resposta do hormônio tireoidiano no DNA. Após se ligarem ao hormônio tireoidiano, os receptores tornam-se ativados e iniciam o processo de transcrição. Números elevados de diferentes tipos de RNA mensageiro são, então, formados e, após alguns minutos ou horas, são traduzidos nos ribossomos citoplasmáticos, formando centenas de novas proteínas intracelulares. Contudo, nem todas as proteínas apresentam uma concentração aumentada em porcentagens semelhantes – algumas aumentam apenas discretamente, e outras até pelo menos seis vezes. A maioria das ações dos hormônios da tireoide resulta das funções enzimáticas ou de outras funções dessas novas proteínas.
Os hormônios tireoidianos aumentam a atividade metabólica de quase todos os tecidos do corpo. O metabolismo basal pode aumentar de 60 a 100% acima do normal quando uma grande quantidade de hormônios da tireoide é secretada. A velocidade de utilização dos alimentos para produção de energia é bastante acelerada. Embora a velocidade da síntese proteica seja aumentada, simultaneamente a velocidade do catabolismo proteico aumenta. A velocidade de crescimento de pessoas jovens é muito acelerada. Os processos mentais são estimulados, e a atividade da maioria das outras glândulas endócrinas está aumentada.
Os hormônios da tireoide aumentam o transporte ativo de íons através das membranas celulares. Uma das enzimas, cuja atividade aumenta em resposta ao hormônio tireoidiano, é a Na+/K+ATPase. Esse aumento da atividade, por sua vez, aumenta a taxa de transporte de íons sódio e potássio através das membranas celulares de alguns tecidos. Como esse processo utiliza energia e aumenta a quantidade de calor produzido pelo organismo, foi sugerido que esse possa ser um dos mecanismos pelos quais o hormônio da tireoide aumenta a taxa metabólica do corpo. Na verdade, o hormônio tireoidiano também faz com que as membranas celulares da maioria das células tornem-se mais permeáveis para íons sódio, o que ativa ainda mais a bomba de sódio e a produção de calor.
Efeito do hormônio tireoidiano no crescimento
O hormônio tireoidiano tem efeitos gerais e específicos sobre o crescimento. 
Em seres humanos, o efeito do hormônio tireoidiano no crescimento manifesta-se principalmente no crescimento das crianças. Em crianças com hipotireoidismo, o crescimento é muito retardado. Em crianças com hipertireoidismo, ocorre o crescimento excessivo do esqueleto, fazendo com que a criança se torne consideravelmente mais alta em uma idade precoce. No entanto, os ossos também amadurecem mais rapidamente, e as epífises se fecham em uma idade precoce, então a duração do crescimento e a altura final do adulto, na verdade, podem ser reduzidas.
Um efeito importante do hormônio tireoidiano é a promoção do crescimento e o desenvolvimento do cérebro durante a vida fetal e durante os primeiros anos de vida pós-natal. Se o feto não secretar quantidades suficientes de hormônio tireoidiano, o crescimento e a maturação do cérebro, antes e após o nascimento, são muito retardados, e o cérebro permanece menor do que o normal. Sem tratamento específico dentro de dias ou semanas após o nascimento, a criança que não tem a glândula tireoide permanecerá mentalmente deficiente ao longo da vida. 
Efeitos do hormônio tireoidiano em funções específicas do organismo
Estimulação do metabolismo de carboidratos. O hormônio tireoidiano estimula quase todos os aspectos do metabolismo de carboidratos, incluindo a captação rápida de glicose pelas células, o aumento da glicólise e da gliconeogênese, o aumento da absorção pelo trato gastrointestinal e até mesmo, o aumento da secreção de insulina, com seus efeitos secundários no metabolismo dos carboidratos. Todos esses efeitos provavelmente resultam do aumento geral das enzimas metabólicas celulares, causado pelo hormônio tireoidiano.
Estimulação do metabolismo das gorduras. Essencialmente todos os aspectos do metabolismo das gorduras também são aumentados pelo hormônio tireoidiano. Em particular, os lipídios são rapidamente mobilizados a partir do tecido adiposo, que diminui o acúmulo de gordura do corpo de modo mais acentuado do que qualquer outro elemento tecidual. A mobilização dos lipídios do tecido adiposo também aumenta a concentração de ácidos graxos livres no plasma e acelera muito a oxidação de ácidos graxos livres pelas células.
Efeito nas gorduras plasmáticas e hepáticas. O aumento do hormônio tireoidiano diminui as concentrações de colesterol, de fosfolipídios e de triglicerídios no plasma, embora aumente a de ácidos graxos livres. Por outro lado, a redução da secreção da tireoide aumenta consideravelmente as concentrações plasmáticas de colesterol, fosfolipídios e triglicerídios, e, quase sempre, também provoca a deposição excessiva de gordura no fígado. O grande aumento do colesterol plasmático durante o hipotireoidismo prolongado é frequentemente associado à aterosclerose grave.
Um dos mecanismos pelos quais o hormônio tireoidiano diminui a concentração de colesterol no plasma é o aumento significativo da secreção de colesterol na bile e sua consequente perda nas fezes. Um possível mecanismo para o aumento da secreção de colesterol consiste na indução, pelo hormônio tireoidiano, de maior número de receptores de lipoproteína de baixa densidade nas células hepáticas, o que leva à rápida remoção de lipoproteínasde baixa densidade do plasma e à subsequente secreção de colesterol nessas lipoproteínas pelas células hepáticas.
Maior necessidade de vitaminas. Como o hormônio tireoidiano aumenta a quantidade de muitas enzimas corporais, e como as vitaminas são partes essenciais de algumas das enzimas ou coenzimas, o hormônio tireoidiano aumenta a necessidade de vitaminas. Portanto, uma deficiência relativa de vitamina pode ocorrer quando um excesso de hormônio tireoidiano é secretado, a menos que, ao mesmo tempo, maiores quantidades de vitaminas sejam disponibilizadas.
Aumento da taxa metabólica basal. Como o hormônio tireoidiano aumenta o metabolismo em quase todas as células do corpo, quantidades excessivas do hormônio podem ocasionalmente aumentar a taxa metabólica basal em 60 a 100% acima do normal. Por outro lado, quando nenhum hormônio da tireoide é produzido, a taxa metabólica basal cai para quase a metade do normal. Quantidades extremas de hormônios são necessárias para causar altas taxas metabólicas basais.
Redução do peso corporal. Uma quantidade muito elevada de hormônio tireoidiano quase sempre diminui o peso corporal; e uma quantidade muito reduzida, aumenta. No entanto, esses efeitos nem sempre ocorrem, porque o hormônio da tireoide também aumenta o apetite, o que pode compensar a variação do metabolismo.
Aumento do fluxo sanguíneo e débito cardíaco. O aumento do metabolismo nos tecidos provoca utilização mais rápida de oxigênio do que o normal e aumento da liberação de produtos metabólicos. Esses efeitos causam vasodilatação na maioria dos tecidos do corpo, aumentando o fluxo sanguíneo. O fluxo sanguíneo na pele aumenta, principalmente, por causa da maior necessidade de eliminação de calor pelo organismo. 
Aumento da frequência cardíaca. A frequência cardíaca aumenta consideravelmente mais sob a influência do hormônio tireoidiano do que seria esperado pelo aumento do débito cardíaco. Portanto, o hormônio da tireoide parece ter um efeito direto na excitabilidade do coração, o que, por sua vez, aumenta a frequência cardíaca. Esse efeito é especialmente importante porque a frequência cardíaca é um dos sinais físicos que o médico utiliza para determinar se um paciente apresenta aumento ou diminuição da produção de hormônio tireoidiano.
Aumento da força de contração cardíaca. Um ligeiro excesso de hormônio tireoidiano pode aumentar a força de contração cardíaca. Esse efeito é análogo ao aumento da contratilidade do coração que ocorre em febres leves e durante o exercício físico. Porém, quando o hormônio da tireoide está acentuadamente aumentado, a força do músculo cardíaco fica deprimida por longos períodos por causa do catabolismo proteico excessivo. 
Pressão arterial normal. A pressão arterial média geralmente permanece normal após a administração de hormônio tireoidiano. Por causa do aumento do fluxo sanguíneo pelos tecidos, entre os batimentos cardíacos, a pressão do pulso frequentemente aumenta, a pressão sistólica se eleva de 10 a 15 mmHg no hipertireoidismo, e a pressão diastólica é reduzida na mesma intensidade.
Aumento da respiração. O aumento do metabolismo aumenta a utilização de oxigênio e a formação de dióxido de carbono; esses efeitos ativam todos os mecanismos que aumentam a frequência e a profundidade da respiração.
Aumento da motilidade gastrointestinal. Além do aumento do apetite e da ingestão de alimentos, que foi discutido, o hormônio da tireoide aumenta tanto a produção de secreções digestivas como a motilidade do trato gastrointestinal. O hipertireoidismo, portanto, muitas vezes resulta em diarreia, enquanto a falta do hormônio tireoidiano pode causar constipação intestinal.
Efeitos excitatórios no sistema nervoso central. Em geral, o hormônio da tireoide aumenta a velocidade da atividade cerebral, embora os processos do pensamento possam estar dissociados; por outro lado, a falta de hormônio da tireoide reduz a velocidade da atividade cerebral
Efeito na função dos músculos. Um ligeiro aumento no hormônio tireoidiano geralmente faz com que os músculos reajam com vigor, mas, com quantidade excessiva de hormônio tireoidiano, os músculos ficam enfraquecidos, devido ao excesso de catabolismo proteico. Por outro lado, a falta de hormônio da tireoide faz com que os músculos se tornem lentos e relaxem lentamente após uma contração.
Tremor muscular. Um dos sinais mais característicos do hipertireoidismo é o tremor muscular leve. Esse sintoma é diferente do tremor forte que ocorre na doença de Parkinson ou quando uma pessoa treme na frequência de 10 a 15 vezes por segundo. O tremor pode ser observado facilmente colocando-se uma folha de papel sobre os dedos e observando-se o grau de vibração do papel. Acredita-se que esse tremor seja causado pelo aumento da reatividade das sinapses neuronais nas áreas da medula espinhal que controlam o tônus muscular. O tremor é um importante meio para avaliar o grau do efeito do hormônio tireoidiano no sistema nervoso central.
Efeito no sono. Por causa do efeito exaustivo do hormônio tireoidiano na musculatura e no sistema nervoso central, pessoas com hipertireoidismo costumam ter uma sensação de cansaço constante, mas, por causa da excitação nas sinapses, o sono é dificultado. Por outro lado, a sonolência extrema é característica do hipotireoidismo, e o sono chega a durar de 12 a 14 horas por dia.
Efeito em outras glândulas endócrinas. A elevação do hormônio tireoidiano aumenta as taxas de secreção de várias outras glândulas endócrinas, mas também aumenta a necessidade tecidual de hormônios. Por exemplo, o aumento da secreção de tiroxina eleva o metabolismo da glicose em quase todo o organismo e, portanto, provoca uma necessidade correspondente de aumento da secreção de insulina pelo pâncreas. Além disso, o hormônio tireoidiano aumenta muitas atividades relacionadas à formação óssea e, como consequência, aumenta a necessidade de paratormônio. O hormônio tireoidiano também aumenta a inativação de glicocorticoides adrenais pelo fígado. Esse aumento da velocidade de inativação leva a um aumento, por feedback, da produção de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) pela adeno-hipófise e, portanto, a um aumento da secreção de glicocorticoide pelas glândulas adrenais.
Efeito do hormônio tireoidiano na função sexual. Para que a função sexual seja normal, a secreção do hormônio tireoidiano deve ser normal. Nos homens, a falta de hormônio tireoidiano pode causar perda de libido; o excesso, no entanto, às vezes causa impotência.
Nas mulheres, a falta de hormônio tireoidiano costuma causar menorragia e polimenorreia. 
O hipotireoidismo em mulheres, assim como em homens, pode resultar em uma diminuição drástica da libido. Para confundir ainda mais o quadro, em mulheres com hipertireoidismo, a oligomenorreia é comum, e ocasionalmente ocorre a amenorreia.
Regulação da secreção do hormônio tireoidiano
O TSH, também conhecido como tireotrofina, é um hormônio da adeno-hipófise; é uma glicoproteína com peso molecular de cerca de 28.000. Esse hormônio, aumenta a secreção de tiroxina e de tri-iodotironina pela glândula tireoide. Tem os seguintes efeitos específicos sobre a glândula tireoide:
1. Aumento da proteólise da tireoglobulina já armazenada nos folículos, liberando os hormônios tireoidianos na circulação sanguínea e diminuindo a substância folicular.
2.Aumento da atividade da bomba de iodeto, que aumenta a taxa de “captação de iodeto” pelas células glandulares, às vezes aumentando a proporção entre as concentrações intra e extracelulares de iodeto na substância glandular para até oito vezes o normal.
3.Aumento da iodinação da tirosina para formar os hormônios tireoidianos.
4.Aumento do tamanho e da atividade secretora das células tireoidianas.
5.Aumento do número de células da tireoide, além da transformação de células cuboidais em colunares e do grande pregueamento do epitélio tireoidiano nos folículos.
O efeito inicial mais importante após a administração do TSH é iniciar a proteólise da tireoglobulina, que causa a liberação de tiroxina e tri-iodotironina no sangue,depois de 30 minutos. Os demais efeitos levam horas ou mesmo dias e semanas para se desenvolver totalmente.
Monofosfato de adenosina cíclico medeia o efeito estimulador do TSH. A maior parte dos variados efeitos do TSH nas células tireoidianas resulta da ativação do sistema celular do “segundo mensageiro” AMPc da célula.
O primeiro evento nessa ativação é a ligação do TSH a seus receptores específicos na superfície da membrana basal das células tireoidianas. Essa ligação ativa a adenilciclase na membrana, que aumenta a formação de AMPc no interior da célula. Finalmente, o AMPc atua como um segundo mensageiro para ativar a proteinoquinase, que causa múltiplas fosforilações em toda a célula. O resultado é o aumento imediato da secreção de hormônios tireoidianos e o crescimento prolongado do próprio tecido glandular.
Esse método de controle da atividade das células tireoidianas é semelhante à função do AMPc como um “segundo mensageiro” em muitos outros tecidos-alvo do organismo=
A secreção de TSH pela adeno-hipófise é controlada por um hormônio hipotalâmico, o hormônio liberador de tireotrofina (TRH), que é sintetizado por neurônios do núcleo paraventricular (PVN) do hipotálamo e secretado por terminações nervosas na eminência mediana do hipotálamo. A partir da eminência mediana, o TRH é transportado para a adeno-hipófise por meio do sangue portal hipotalâmico-hipofisário, conforme explicado no Capítulo 75.
O TRH é um tripeptídio amida (piroglutamil-histidil-prolina-amida). O TRH estimula as células da adeno-hipófise a aumentarem a sua produção de TSH. Quando o sistema porta sanguíneo do hipotálamo para a adeno-hipófise fica bloqueado, a taxa de secreção de TSH pela adeno-hipófise diminui muito, mas não é reduzida a zero.
O mecanismo molecular pelo qual o TRH provoca a produção de TSH pelas células secretoras da adeno-hipófise para produzir TSH consiste na ligação a receptores de TRH na membrana das células hipofisárias. Essa ligação, por sua vez, ativa o sistema de segundo mensageiro da fosfolipase no interior das células hipofisárias, produzindo grandes quantidades de fosfolipase C, seguida por uma cascata de outros segundos mensageiros, incluindo íons cálcio e diacilglicerol, que eventualmente, provocam a liberação de TSH.
Efeitos do frio e outros estímulos neurogênicos na secreção de TRH e TSH. Um dos estímulos mais bem conhecidos para o aumento da secreção de TRH pelo hipotálamo e, portanto, da secreção de TSH pela adeno-hipófise é a exposição do animal ao frio. Esse efeito resulta, quase certamente, da excitação dos centros hipotalâmicos de controle da temperatura corporal. A exposição de ratos ao frio intenso por várias semanas aumenta, por vezes, a produção de hormônios da tireoide para mais de 100% e pode aumentar o metabolismo basal em até 50%. De fato, sabe-se que pessoas que se mudam para as regiões árticas desenvolvem metabolismos basais de 15 a 20% acima do normal.
Os neurônios TRH no PVN recebem sinais de neurônios responsivos à leptina no núcleo arqueado do hipotálamo, que regula o balanço energético – proteína relacionada a agouti (AGRP)/neuropeptídio Y (NPY) e neurônios pró-opiomelanocortina (POMC), que foram discutidos no Capítulo 72. O jejum prolongado reduz os níveis plasmáticos de leptina, que, por sua vez, diminuem a atividade de POMC e aumentam a atividade neuronal NPY/AGRP. A diminuição dos níveis de leptina também pode inibir diretamente os neurônios TRH. Juntos, esses efeitos reduzem a expressão de TRH, de TSH e a secreção do hormônio tireoidiano, contribuindo para reduzir o metabolismo e a conservação de energia quando os suprimentos alimentares estão escassos.
Várias reações emocionais também podem afetar a liberação de TRH e de TSH e, portanto, afetam indiretamente a secreção de hormônios tireoidianos. Agitação e ansiedade – condições que estimulam muito o sistema nervoso simpático – causam uma redução aguda da secreção de TSH, talvez porque esses estados aumentem o metabolismo e a temperatura corporal, e, portanto, exerçam um efeito inverso sobre o centro de controle da temperatura.
O aumento do hormônio tireoidiano nos líquidos corporais reduz a secreção de TSH pela adeno-hipófise. Quando a secreção do hormônio tireoidiano aumenta para cerca de 1,75 vez em relação ao normal, a secreção de TSH cai praticamente para zero. Quase todo esse efeito depressor por feedback ocorre até mesmo quando a adeno-hipófise é separada do hipotálamo. Portanto, conforme mostrado na Figura 77.7, é provável que o aumento do hormônio tireoidiano iniba a secreção de TSH, principalmente por um efeito direto na adeno-hipófise. No entanto, há também evidências de efeitos de feedback negativo do hormônio tireoidiano para inibir o hormônio liberador de tireotrofina pelo hipotálamo. Independentemente do mecanismo, esse feedback mantém uma concentração quase constante de hormônios tireoidianos livres nos líquidos corporais circulantes.
Os íons tiocianato reduzem a captação de iodeto. A mesma bomba ativa que transporta íons iodeto para dentro das células da tireoide também pode bombear íons tiocianato, íons perclorato e íons nitrato. Portanto, a administração de tiocianato (ou um dos outros íons) em uma concentração alta o suficiente pode causar a inibição competitiva do transporte de iodeto para a célula; isto é, a inibição do mecanismo de captação de iodo.
A diminuição da disponibilidade de iodeto nas células glandulares não impede a formação de tireoglobulina; simplesmente impede a tireoglobulina formada de se tornar iodada e, portanto, de formar os hormônios tireoidianos. Essa deficiência de hormônios tireoidianos, por sua vez, leva ao aumento da secreção de TSH pela adeno-hipófise, provocando o crescimento excessivo da glândula tireoide, que, apesar disso, continua incapaz de formar quantidades adequadas de hormônios. Portanto, o uso de tiocianatos e de alguns outros íons para bloquear a secreção da tireoide pode levar ao desenvolvimento de uma glândula tireoide aumentada, o que é chamado de bócio.
A propiltiouracila reduz a formação do hormônio tireoidiano. A propiltiouracila (além de outros compostos semelhantes, tais como metimazol e carbimazol) previne a formação de hormônio tireoidiano a partir de iodetos e tirosina. O mecanismo dessa ação é, em parte, bloquear a enzima peroxidase, necessária para a iodinação da tirosina e, parcialmente, bloquear a conjugação de duas tirosinas iodadas para formar tiroxina ou tri-iodotironina.
A propiltiouracila, assim como o tiocianato, não impede a formação de tireoglobulina. A ausência de tiroxina e de tri-iodotironina na tireoglobulina pode levar a um grande aumento, por feedback, da secreção de TSH pela adeno-hipófise, promovendo, assim, o crescimento do tecido glandular e formando um bócio.
Iodetos em altas concentrações reduzem a atividade e diminuem o volume da glândula tireoide. Quando os iodetos estão presentes no sangue em alta concentração (100 vezes o nível plasmático normal), a maior parte das atividades da glândula tireoide é reduzida, mas essa redução, frequentemente, dura apenas algumas semanas. O efeito consiste na diminuição da captação de iodeto, de modo que a iodinação da tirosina, para a formação de hormônios da tireoide, também se reduz. Ainda mais importante é a paralisação da endocitose normal de coloide dos folículos pelas células glandulares da tireoide, devido às altas concentrações de iodeto. Como esse é o primeiro passo para a liberação dos hormônios da tireoide do armazenamento coloide, há o desligamento quase imediato da secreção de hormônios tireoidianos no sangue.
Como os iodetos em altas concentrações diminuem todas as fases da atividade da tireoide, eles também diminuem ligeiramente o tamanho da glândula e, em particular, diminuem seu suprimento sanguíneo, em contraste com os efeitos opostos causados pela maioria dos outros agentes antitireoidianos. Por essa razão, os iodetos são frequentemente administrados a pacientes por 2 a 3 semanas antes da remoção cirúrgica da glândula tireoide para diminuir o porte da cirurgia e,especialmente, para diminuir o sangramento.
Doenças da tireoide
Hipertireoidismo
A maioria dos efeitos do hipertireoidismo é óbvia, considerando-se a discussão dos vários efeitos fisiológicos do hormônio tireoidiano. No entanto, alguns efeitos específicos devem ser mencionados, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento, ao diagnóstico e ao tratamento do hipertireoidismo.
Causas do hipertireoidismo (bócio tóxico, tireotoxicose, doença de Graves). Na maioria dos pacientes com hipertireoidismo, a glândula tireoide aumenta de duas a três vezes acima do seu tamanho normal, com hiperplasia considerável e pregueamento do revestimento celular folicular para o interior dos folículos, de modo que o número de células aumenta muito. Além disso, cada célula aumenta sua taxa de secreção várias vezes; estudos de captação de iodo radioativo indicam que algumas dessas glândulas hiperplásicas secretam hormônio tireoidiano em quantidades de 5 a 15 vezes maiores do que o normal.
A doença de Graves, a forma mais comum de hipertireoidismo, é uma doença autoimune na qual os anticorpos chamados de imunoglobulinas estimulantes da tireoide (TSIs) formam-se contra o receptor de TSH na glândula tireoide. Esses anticorpos ligam-se aos mesmos receptores de membrana que se ligam ao TSH e induzem a ativação contínua do sistema AMPc das células, resultando no desenvolvimento do hipertireoidismo. Os anticorpos TSI têm um efeito estimulante prolongado na glândula tireoide, durando até 12 horas, em contraste ao curto tempo para o TSH, de pouco mais de 1 hora. O alto nível de secreção do hormônio tireoidiano, causado pelo TSI, por sua vez, suprime a formação de TSH na adeno-hipófise. Portanto, as concentrações de TSH ficam abaixo do normal (muitas vezes, essencialmente em zero) em vez de aumentadas, em quase todos os pacientes com doença de Graves.
Os anticorpos que causam hipertireoidismo quase certamente ocorrem como resultado da autoimunidade que se desenvolveu contra o tecido da tireoide. Presumivelmente, em algum momento no histórico da pessoa, um excesso de antígenos foi liberado pelas células da tireoide, resultando na formação de anticorpos contra a glândula tireoide.
Adenoma da tireoide. Ocasionalmente, o hipertireoidismo resulta de um adenoma (um tumor) localizado, que se desenvolve no tecido tireoidiano e secreta grandes quantidades de hormônio da tireoide. Essa apresentação é diferente do tipo mais comum de hipertireoidismo, pois geralmente não está associada a evidências de qualquer doença autoimune. Enquanto o adenoma continua a secretar grandes quantidades de hormônio tireoidiano, a função secretora no restante da glândula tireoide é quase totalmente inibida, porque o hormônio tireoidiano do adenoma suprime a produção de TSH pela hipófise.
Sintomas de hipertireoidismo
Os sintomas de hipertireoidismo são bem claros, considerando-se a discussão anterior da fisiologia dos hormônios tireoidianos: (1) estado de alta excitabilidade, (2) intolerância ao calor, (3) aumento da sudorese, (4) perda de peso leve a extrema (às vezes até 50 kg), (5) graus variados de diarreia, (6) fraqueza muscular, (7) nervosismo ou outros distúrbios psíquicos, (8) fadiga extrema, acompanhada de insônia, e (9) tremor das mãos.
Exoftalmia. A maioria das pessoas com hipertireoidismo exibe algum grau de protrusão dos globos oculares, conforme mostrado na Figura 77.8. Essa condição é chamada de exoftalmia. Um importante grau de exoftalmia ocorre em cerca de um terço dos pacientes com hipertireoidismo, sendo que a condição às vezes se torna tão grave, que a protrusão do globo ocular provoca o estiramento do nervo óptico, o que é suficiente para danificar a visão. Muito mais frequentemente, os olhos são lesados, porque as pálpebras não se fecham completamente quando a pessoa pisca ou está dormindo. Como resultado, as superfícies epiteliais dos olhos ficam secas e irritadas, e frequentemente infectadas, resultando em ulceração da córnea.
causa da protrusão ocular é o edema dos tecidos retro-orbitais e as alterações degenerativas nos músculos extraoculares. Na maioria dos pacientes, as imunoglobulinas que reagem com os músculos oculares podem ser encontradas no sangue. Além disso, a concentração dessas imunoglobulinas é geralmente mais alta em pacientes que têm altas concentrações das TSIs. Portanto, a exoftalmia, como o hipertireoidismo, é provavelmente um processo autoimune. A exoftalmia, geralmente, regride de modo acentuado com o tratamento do hipertireoidismo.
Testes diagnósticos para o hipertireoidismo. Para casos usuais de hipertireoidismo, o teste diagnóstico mais preciso é a medição direta da concentração de tiroxina “livre” (e às vezes tri-iodotironina) no plasma, usando procedimentos apropriados de imunoensaio.
Os testes a seguir também são ocasionalmente usados:
1. O metabolismo basal está, geralmente, aumentado de +30 a +60 no hipertireoidismo grave.
2. A concentração de TSH no plasma é medida por imunoensaio. No tipo usual de tireotoxicose, a secreção de TSH pela adeno-hipófise está completamente suprimida pela grande quantidade de tiroxina e de tri-iodotironina circulantes, quase havendo TSH no plasma.
3. A concentração de TSI é medida por imunoensaio. Essa concentração é geralmente alta na tireotoxicose, mas baixa no adenoma da tireoide.
Um recém-nascido sem a glândula tireoide pode ter aparência e função normais por ter recebido alguma quantidade (mas geralmente insuficiente) de hormônio tireoidiano materno, ainda no útero. Algumas semanas após o nascimento, no entanto, os movimentos do neonato tornam-se lentos e tanto o crescimento físico como o mental ficam muito retardados. O tratamento do recém-nascido com cretinismo, em qualquer momento, com iodo ou tiroxina, geralmente causa a normalização do crescimento físico, mas, a menos que o cretinismo seja tratado dentro de algumas semanas após o nascimento, o crescimento mental permanece retardado de forma permanente. Esse estado resulta de retardo do crescimento, ramificação e mielinização das células neuronais do sistema nervoso central nesse momento crítico de desenvolvimento das capacidades mentais.
O crescimento esquelético da criança com cretinismo é caracteristicamente mais inibido do que o do tecido mole. Como resultado dessa taxa desproporcional de crescimento, os tecidos moles são propensos a crescer excessivamente, dando à criança uma aparência obesa e de baixa estatura. Ocasionalmente, a língua se torna tão grande em relação ao crescimento do esqueleto que obstrui a deglutição e a respiração, induzindo a uma respiração gutural que, às vezes, sufoca a criança
Produção e armazenamento de T1 e T2
1- Retenção de iodeto. As células foliculares da tireoide retem ions iodeto (I-), transportando-os ativamente do sangue para o citosol
2- Síntese de tireoglobulina, as células foliculares também sintetizam tireoglobulina (TGB), uma grande glicoproteína armazenada em vesículas secretoras. As vesículas sofrem, exocitose, o que libera TGB para o lúmen do folículo
3- Oxidação de iodeto: 2 I- - I2. Na medida em que os íons iodeto são oxidados, eles atravessam a membrana para o lúmen do folículo
4- Iodacao da Tirosina
Formação e liberação de T3 e T4
Efeitos do T3 e T4
Aumentam a taxa metabólica basal
Possuem efeito calorigênico por estimulares a síntese de bombas de sódio e potássio que consomem muito ATP, e nesse processo parte da energia é liberada na forma de calor, estimulam a síntese de proteína e uso de glicose e ácidos graxos para a produção de ATP
intensifica a lipólise e excreção de colesterol, reduz o nível de colesterol no sangue
Intensifica a ação das catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) por promoveram a supraregulação dos receptores Beta
Junto com o GH e 
 acelera o crescimento corporal (sistema nervoso e esquelético)
Regulação da secreção de T3 e T4
Calcitonina
Produzido pelas células parafoliculares
Evolvido na regulação do metabolismo do cálcio em nosso organismo. Coordena funções relacionadas a diminuir os níveis plasmáticos de cálcio
Inibe a reabsorção de

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