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Integração Ensino Serviço Comunidade III Abordagem do paciente hipertenso na atenção básica Aluno: Bruna Franco Teotonio Ministério da Saúde vem desenvolvendo diretrizes, metodologias e instrumentos de apoio às equipes de Saúde e realizando um esforço para que se organize a Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas. PORTARIA Nº 483, DE 1º DE ABRIL DE 2014 - Redefine a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e estabelece diretrizes para a organização das suas linhas de cuidado. Portaria nº 252, de 19 de fevereiro de 2013, que institui a Rede de Atenção às Pessoas com doenças Crônicas no âmbito do SUS. Com o objetivo objetivo de promover a reorganização do cuidado, sua qualificação, ampliando as estratégias de cuidado e também para promoção da saúde e prevenção do desenvolvimento das doenças crônicas e suas complicações. 1. A Hipertensão Arterial (HA) acarreta aumento dos custos dos sistemas de saúde, com importante impacto socioeconômico (MALTA D.C. et al. 2018). Quais as consequências em se manter níveis elevados de Pressão Arterial (PA)? A hipertensão arterial está associada a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e/ou estruturais de órgãos-alvo, sendo agravada pela presença de outros fatores de risco (FR), como dislipidemia, obesidade abdominal, intolerância à glicose e diabetes mellitus. Como possíveis consequências, a hipertensão arterial engloba morte súbita, acidente vascular encefálico (AVE), infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca (IC), doença arterial periférica (DAP) e doença renal crônica (DRC), fatal e não fatal. 2. No Brasil, os desafios do controle e prevenção da HAS e suas complicações são, sobretudo, das equipes de Atenção Básica (AB). Quais características dessas equipes contribuem positivamente para esse enfrentamento? A equipe deverá ter a capacidade de desenvolver atividades e ações para a promoção da saúde da comunidade, além de criar vínculos com essas pessoas. É essencial o atendimento integral, longitudinal e contínuo desses pacientes, buscando dar sempre as orientações corretas a esses pacientes, auxiliando a prevenção primária da doença e também impedir o seu agravamento. 3. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença com alta taxa de morbimortalidade, cujo diagnóstico requer tecnologia sofisticada. Essa afirmativa está correta? Justifique. Falsa. Não requer uma tecnologia sofisticada. A partir dos sinais e sintomas apresentados e utilizando um esfigmomanômetro será possível realizar o diagnóstico da hipertensão arterial. 4. De acorodo com o Caderno de Hipertensão, como deve ser feito o rastreamento da HA? E quando a medição deve ser repetida? O rastreio da HÁ deverá ser feito com a aferição da pressão em todas as consultas. Em caso de pacientes com normotensão, deverá ser realizada uma nova medição a cada 2 anos. O indivíduo deverá ser investigado para doenças arteriais se apresentar diferenças de pressão entre os membros superiores maiores de 20/10 mmHg para as pressões sistólica/diastólica respectivamente. Em cada consulta devem ser realizadas pelo menos três medidas, com intervalo de um minuto entre elas. A média das duas últimas medições será considerada a PA real. Caso as pressões sistólicas e/ou diastólicas obtidas apresentem diferença maior que 4 mmHg, deverão ser realizadas novas medidas até que se obtenham medidas com diferença inferior. 5. Quais são as orientações do Ministério da Saúda com relação à medição da PA e diagnóstico de HA? Para realizar a medição da PA, o paciente deverá estar em repouso por pelo menos 5 minutos, não poderá ter bebido café, bebidas alcóolicas ou alimentos e ter praticado exercícios físicos nos 60 minutos anteriores. Não poderá ter a bexiga cheia e não poderá ter fumado nos 30 minutos anteriores. O paciente deverá estar sentado, com dorso recostado e relaxado. O braço fica a altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima. O diagnóstico é realizado utilizando os valores do quadro abaixo. 6. Aborde sobre Monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA), Medição residencial da pressão arterial (MRPA). sobre o efeito de avental branco e sobre a hipertensão mascarada. A monitorização ambulatorial da pressão arterial são os valores de PA obtidos a partir de um registro indireto da pressão arterial durante 24 horas ou mais, enquanto o paciente realiza as suas atividades normalmente. A medição residencial da pressão arterial é o registro da PA, que pode se obter por três medidas pela manhã, antes do desjejum e da tomada de medicamento e também três à noite, antes do jantar, durante cinco dias, realizadas pelo paciente ou outra pessoa capacitada. O efeito do avental branco acontece sobre os pacientes que apresentam diferença entre as medidas obtidas no consultório e fora do consultório – essa diferença tem que ser igual ou superior a 20 mmHg na pressão arterial sistólica e 10 mmHg na pressão arterial diastólica. No caso da HA do avental branco se caracteriza clinicamente por valores anormais da PA no consultório, mas normais na MPA e MRPA. A hipertensão mascarada se caracteriza por valores de PA normal no consultório, mas fora do consultório o paciente apresenta PA elevada. 7. Em que consistem as medidas para modificação de estilo de vida (MEV)? A mudança de estilo de vida vai girar em torno, principalmente, nas mudanças de hábitos alimentares (melhora da alimentação), inserir a prática de exercício físico e deixar os hábitos de etilismo e do tabaco. 8. Aborde sobre os aspectos mais relevantes da consulta de avaliação inicial de pessoas com diagnóstico de HAS. Os aspectos mais relevantes serão a idade do paciente, os antecedentes familiares de saúde, patologias presentes e sinais e sintomas – tudo isso poderá indicar para um diagnóstico da hipertensão arterial. O paciente deve mencionar sobre os fatores de risco específico para as doenças cardiovasculares, comorbidades, aspectos socioeconômicos e estilo de vida. 9. E com os idosos, há diferença? Nos idosos deve-se verificar o enrijecimento da parede arterial dos grandes vasos e saber que em idosos > 80 anos, o limite para a terapia farmacológica aumenta para a PAS > 160 mmHg. 10. Qual a importância de se realizar a estratificação do risco cardiovascular? Explique como funciona. A estratificação de risco cardiovascular auxilia na decisão terapêutica e permite uma análise prognóstica. A estratificação de risco cardiovascular adicional tem como objetivo determinar o risco global relacionado à hipertensão arterial de acordo com os fatores de risco, lesões de órgãos alvo e condições clínicas associadas. A estratificação de risco cardiovascular global se baseia em uma estimativa do indivíduo apresentar um evento cardiovascular nos próximos 10 anos. 11. Em que consiste o tratamento não medicamentoso da HA? Quando indicar a medicação anti-hipertensiva? Em pacientes hipertensos estágio 1 e moderado ou baixo risco CV, deve-se experimentar a terapia não farmacológica por 3 e 6 meses. Se ao final desse tempo ainda houver a falta de controle da PA deverá se iniciar a terapia farmacológica. É necessário acompanhar esses indivíduos com avaliação periódica da adesão às medidas não farmacológicas. Se houver falta de adesão ou a piora dos valores pressóricos, deve ser iniciada precocemente a terapia farmacológica. A intervenção em hipertensos de baixo risco no estágio 1 pode prevenir a progressão para um risco CV mais elevado. A terapêutica não farmacológica inclui a perda de peso, inclusão do exercício físico e mudanças de hábitos alimentares. O tratamento medicamentoso deverá ser considerado nos casos de pré-hipertensos com PA de 130-139/85-89 mmHg e história prévia de ou em pacientes com risco CV alto, sem DCV. 12. Quais são as recomendações para melhorar a aderência à terapêutica anti-hipertensiva? Deve-se prescrevera menor quantidade de medicamentos possível (menor número de comprimidos), com doses fixas. Esses medicamentos devem apresentar o mínimo de efeitos colaterais e o horário de ingerir o medicamento deve estar associado a alguma atividade do paciente. Selecionar medicamentos de baixo custo, a depender do paciente.