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IESC III - Orientações e estratégias comportamentais - alimentação e nutrição e abordagem ao paciente diabético na atenção básica

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IESC III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 
❖ ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO 
→ ALIMENTAÇÃO: pode ser entendida como o conjunto de 
hábitos que envolvem o nosso “comer e beber”. Tudo isso é 
relacionado ao fato de ingerirmos calorias e nutrientes. 
→ NUTRIÇÃO: é quando o nosso organismo recebe os nutrientes 
que necessita para funcionar normalmente. Carboidratos e 
gordura para energia, proteínas para estrutura, vitaminas 
para visão, funcionamento dos nervos, fabricação de glóbulos 
vermelhos e milhares de outras finalidades. 
→ Dessa forma, muitas vezes, se alimentar não é sinônimo de se 
nutrir. 
→ Alimentos chamados de nutricionalmente vazios, como as 
bebidas alcoólicas, em sua maioria, fornecerem apenas calorias 
e não vitaminas. E quando desejamos modificar nossos hábitos, 
queremos sempre estar bem nutridos, mesmo que estejamos 
de dieta com restrição de calorias. 
→ Os americanos, mexicanos e BRASILEIROS são campeões de 
consumir calorias em excesso, alimentos com excesso de sódio 
ou de gordura, energético ou alto índice glicêmico. *lembrar da 
sedução comercial de alimentos industrializados. 
→ Sistema Nacional de Vigilância Sanitária: 
▪ Além do aspecto social do risco, a mensuração do risco à 
saúde deve considerar relevância, frequência e 
severidade do evento. 
▪ Deve trabalhar no campo da prevenção. 
▪ Alimentos geneticamente modificados: a população 
brasileira é a maior consumidora de agrotóxico do mundo. 
▪ A despeito da comunicação ineficiente, não há dúvida de 
que o consumidor de contaminantes tem o direito de 
saber da presença de aditivos em excesso ou de 
contaminantes como resíduo de agrotóxicos e de drogas 
veterinárias. 
▪ Sempre aconselhar o paciente a comprar produtos 
naturais em feiras (sem agrotóxico). 
→ Diabetes mellitus (DM) refere-se a um transtorno metabólico 
de etiologias heterogêneas, caracterizado por hiperglicemia e 
distúrbios no metabolismo de carboidrato, proteínas e gorduras, 
resultantes de defeitos da secreção e/ou da ação da insulina. 
→ Fatores que sempre acompanham a diabetes do tipo 2: 
✓ Dislipidemia; 
✓ AVE; 
✓ HAS; 
✓ IAM; 
✓ Doenças inflamatórias (obesidade). 
→ Na maioria dos países desenvolvidos, quando se analisa apenas 
a causa básica do óbito, verifica-se que o diabetes está entre 
a quarta e oitava principais causas. 
→ Quando se investiga a relevância do diabetes como carga de 
doença, ou seja, o impacto da mortalidade e dos problemas de 
saúde que afetam a qualidade de vida, por meio do Disability- -
Adjusted Life Years (DALY; anos de vida perdidos ajustados por 
incapacidade), observa-se que, em 2015, a taxa bruta do DALY 
atribuível ao diabetes foi de 10,1 por mil habitantes, 
evidenciando um aumento importante e tornando-se a quarta 
causa de incapacitação e responsável por 65% das doenças 
renais crônicas. 
→ A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) recomenda a 
classificação baseada na etiopatogenia do diabetes, que 
compreende em: 
✓ Diabetes tipo 1 (DM1); 
✓ Diabetes tipo 2 (DM2); 
✓ Diabetes gestacional (DMG); 
✓ E outros tipos de diabetes. 
→ A DM2 é o tipo mais comum e está frequentemente associada 
à obesidade e ao envelhecimento. Tem início insidioso e é 
caracterizado por resistência à insulina e deficiência parcial de 
secreção de insulina pelas células β pancreáticas, além de 
alterações na secreção de incretinas. 
→ Além disso, a DM2 apresenta 
frequentemente características 
clinicas associadas à resistência à 
insulina, como ancatose nigricans 
(mancha no pescoço) e hipertrigliceridemia. 
→ O diabetes tem um relevante impacto econômico nos países e 
nos sistemas de saúde, isso decorre de maior utilização dos 
serviços de saúde, perda de produtividade e cuidados 
prolongados requeridos para tratar suas complicações 
Orientações e estratégias comportamentais: alimentação e nutrição 
Abordagem ao paciente diabético na Atenção 
Básica 
IESC III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 
crônicas, como insuficiência renal, cegueira, problemas 
cardíacos e pé diabético. 
→ A maioria dos países despende em casos de diabetes entre 5 
e 20% do seu gasto total com saúde. 
→ Os 10 países com maior número de indivíduos com diabetes no 
ano de 2017 e as projeções para o ano de 2045 estão 
apresentados na tabela: 
 
→ Para os indivíduos com diabetes mellitus, o exercício físico 
adequadamente orientado e praticado proporciona benefícios 
significativos, constituindo ferramenta imprescindível para o 
manejo metabólico. 
→ A individualização do plano de exercício é fundamental para o 
sucesso terapêutico, embora algumas recomendações gerais 
devam ser consideradas. 
→ Avaliar o risco cardiovascular do individuo com diabetes tipo 2 
que vai iniciar 
exercício é 
fundamental para a 
segurança e 
prevenção de 
eventos adversos. A 
decisão de rastrear 
o indivíduo com DM2 
assintomático para a 
presença de doença 
antes de iniciar um 
programa de 
exercícios 
dependerá da presença de estratificadores de risco, da 
presença de sintomas cardiovasculares e da intensidade do 
exercício prescrito. 
→ A estratégia sugerida pela SBD para indicar o rastreamento de 
doença cardiovascular em pacientes com DM2 sem doença 
cardiovascular conhecida é exemplificada no fluxograma 
decisório para rastreamento de doenças cardiovasculares 
antes da prática de exercícios físicos em pessoas com 
diabetes. 
 
→ Dadas as evidências de que indivíduos sedentários que recebem 
prescrição formal de exercício são mais propensos a se 
exercitarem do que aqueles que recebem apenas 
aconselhamento verbal, recomenda-se um modelo de 
orientação de exercício para pessoas com diabetes conforme 
o modelo de orientação de exercício para pessoas com diabetes. 
 
→ IMPORTANTE: Para indivíduos com condições de risco 
aumentado para desenvolvimento de DM2 (pré-DM) e também 
para prevenção do DM2, É RECOMENDADO o mínimo de 150 
min de atividade física aeróbia de moderada intensidade e o 
mínimo de 7% de redução ponderal, seguido de manutenção do 
peso perdido. 
 
 
 
Estratégias de manejo primário monitoramento 
epidemiológico 
IESC III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período 
❖ RASTREAMENTO 
→ As categorias de tolerância à glicose são definidas com base 
nos seguintes exames: 
✓ Glicemia em jejum: coletado em sangue periférico após 
jejum calórico de no mínimo 8 horas; 
✓ TOTG: previamente à ingestão de 75 g de glicose dissolvida 
em água, coleta-se uma amostra de sangue em jejum para 
determinação da glicemia; coleta-se outra, então, após 2 
horas da sobrecarga oral. Permite avaliação da glicemia 
após sobrecarga, que pode ser a única alteração 
detectável no início do DM, refletindo a perda de primeira 
fase da secreção de insulina; 
✓ Hemoglobina glicada (HbA1c): oferece vantagens ao refletir 
níveis glicêmicos dos últimos 3 a 4 meses e ao sofrer 
menor variabilidade dia a dia e independer do estado de 
jejum para sua determinação. 
→ A confirmação do diagnóstico de DM requer repetição dos 
exames alterados, idealmente o mesmo exame alterado em 
segunda amostra de sangue, na ausência de sintomas 
inequívocos de hiperglicemia. 
→ Pacientes com sintomas clássicos de hiperglicemia, tais como 
poliúria, polidipsia, polifagia e emagrecimento, devem ser 
submetidos à dosagem de glicemia ao acaso e independente do 
jejum, não havendo necessidade de confirmação por meio de 
segunda dosagem caso se verifique glicemia aleatória ≥ 200 
mg/dL. 
 
→ Os consagrados fatores de risco para DM2 são: história 
familiar da doença, avançar da idade, obesidade, sedentarismo, 
diagnóstico prévio de pré-diabetes ou diabetes mellitus 
gestacional (DMG) e presença de componentes da síndrome 
metabólica, tais como hipertensão arterial e dislipidemia.→ É mandatório para indivíduos com sinais e sintomas coleta de 
exames para confirmação diagnóstica de DM2. 
→ Ainda que assintomáticos, a presença de fatores de risco já 
impõe rastreamento para diagnóstico precoce 
 
→ O rastreamento é RECOMENDADO para todos indivíduos com 
45 anos ou mais, mesmo sem fatores de risco, e para 
indivíduos com sobrepeso/obesidade que tenham pelo menos 
um fator de risco adicional para DM2. 
 
❖ PREVENÇÃO 
→ Prevenção efetiva significa atenção à saúde de modo eficaz. 
→ No diabetes, isso envolve: 
✓ Prevenção do seu início (prevenção primária): busca-se 
proteger o indivíduo de desenvolver o diabetes, tendo ela 
importante impacto por evitar ou diminuir novos casos. As 
proposições mais aceitáveis consistem em estimular o 
aleitamento materno e evitar a introdução do leite de vaca 
nos primeiros 3 meses de vida. 
✓ Prevenção de suas complicações agudas e crônicas 
(prevenção secundária): 
✓ Reabilitação e limitação das incapacidades produzidas pelas 
suas complicações (prevenção terciária). 
→ No diabetes tipo 2, condição na qual a maioria dos indivíduos 
apresenta obesidade, hipertensão arterial e dislipidemia, as 
intervenções devem abranger essas múltiplas anormalidades 
metabólicas, o que, além de prevenir o surgimento do diabetes, 
evitaria doenças cardiovasculares e reduziria a mortalidade. 
→ As evidências com estudos randomizados e controlados mais 
fortes são fornecidas pelo estudo Diabetes Prevention 
Program (DPP), em que intervenções no estilo de vida reduziram 
em 58% a incidência de diabetes em um período de 3 anos. 
→ Os dois principais objetivos da intervenção no estilo de vida do 
DPP foram atingir e manter 7% de perda de peso e manter 
uma atividade física de 150 minutos por semana.

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